PRECONCEIT
O
PRECONCEITO É UMA OPINIÃO FORMULADA SEM A DEVIDA
REFLEXÃO OU EXAME CRÍTICO. GERALMENTE DESPROVIDA
DE QUALQUER FUNDAMENTO, ESSA OPINIÃO ACABA
INFLUENCIANDO MODOS DE PENSAR E AGIR, PODENDO
DETERMINAR ATOS DE INTOLERÂNCIA CONTRA PESSOAS OU
GRUPOS SOCIAIS.
•DENTRE OS TIPOS DE PRECONCEITO QUE
EXISTEM NA NOSSA SOCIEDADE, SÃO
COMUNS OS PRECONCEITOS CONTRA
CONDIÇÃO SOCIAL, NACIONALIDADE OU
ORIGEM, ORIENTAÇÃO SEXUAL,
IDENTIDADE DE GÊNERO, ETNIA, RAÇA E
MANEIRA DE FALAR.
PRECONCEITO E
DISCRIMINAÇÃO
O preconceito muitas vezes resulta em atos de discriminação.
Discriminar uma pessoa é tratá-la de forma injusta ou não aceitá-la em
virtude de sua cor, origem, orientação sexual, credo, identidade de
gênero etc.
É comum que uma opinião preconceituosa seja formulada a partir de
algum estereótipo, isto é, uma imagem generalizada e distorcida de um
grupo social. O estereótipo funciona através de um mecanismo de
imposição de "rótulos", geralmente negativos.
PRECONCEITO NO BRASIL
•Segundo pesquisa feita pelo instituto Datafolha, há um crescimento do número
de pessoas que se dizem vítima de preconceito no Brasil.
•Em 2008, 23% dos brasileiros declararam já ter sofrido algum tipo de
preconceito, seja em relação à raça, local de moradia, classe social ou orientação
sexual. Em 2019, esse número saltou para 30%. De acordo com a pesquisa, o
preconceito de classe (classismo) é o tipo mais comum.
•Preconceito e violência costumam caminhar juntos. Nesse sentido, é preocupante
o aumento do número de casos de violência contra certos grupos sociais.
TIPOS DE PRECONCEITO
PRECONCEITO SOCIAL
O preconceito social é um tipo de preconceito
relacionado com a classe social, ou seja, está baseado no
poder aquisitivo e padrão de vida dos indivíduos, sendo
classificada basicamente em: ricos e pobres.
Segundo o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) a sociedade capitalista está dividida em
dois grupos principais: a burguesia e o proletariado, donde um deles é o grupo dominante e o
outro o dominado, fator que determina a diferença social ou a luta de classes.
Muitas pessoas que possuem melhores condições financeiras que outras, pensam ser
“superiores” por possuírem maior poder aquisitivo e bens. Sabemos, entretanto, que esse
pensamento é preconceituoso posto que nenhuma pessoa é superior à outra segundo a
quantidade de bens que possui.
O preconceito social gera muita violência e tem sido um dos temas mais discutidos na era
da globalização, gerado pela intolerância humana e determinada pela diferença de
instrução, níveis de renda e de recursos, condições de acesso e de vida, dentre outros.
PRECONCEITO RACIAL - RACISMO
O Racismo é a crença em que uma raça, etnia ou certas características físicas
sejam superiores a outras. O racismo pode se manifestar tanto em nível
individual, como em nível institucional, através de políticas como a escravidão,
o apartheid, o holocausto, o colonialismo, o imperialismo, dentre outros.
Embora o racismo associe-se ao preconceito contra os negros, ele pode se
manifestar contra qualquer raça ou etnia, sejam asiáticos, indígenas, etc.
Vejamos agora os principais
tipos de
racismo:
1 . RACISMO INDIVIDUAL
O racismo individual é expresso em atitudes discriminatórias individuais, através de
esteriótipos, insultos e rejeição a uma pessoa que não possua as mesmas características
étnicas que a sua. Desta maneira, temos expressões como "é preto, mas é limpinho" ou
"índio bom é índio morto" que revelam o profundo desprezo a todo um grupo.
2 . RACISMO INSTITUCIONAL
O racismo institucional é aquele exercido pelas instituições, como o Estado, a Igreja, as
empresas privadas e públicas, no qual certos grupos étnicos, como negros ou índios, são
marginalizados e rejeitados, seja direta ou indiretamente. Um dos maiores exemplos foi o
apartheid (em africâner, "segregação" foi um regime de separação racial ocorrido na
África do Sul de 1948 a 1994), na África do Sul, quando os negros estavam proibidos de
frequentar os mesmos lugares que os brancos. Igualmente, nos Estados Unidos, havia leis
desse tipo, que impediam os negros a estudarem nas mesmas escolas que os brancos, por
exemplo.
3. RACISMO CULTURAL
Resulta na crença que existe superioridade entre as culturas existentes, no
amplo sentido que "cultura" engloba, religião, costumes, línguas, dentre outras.
O racismo cultural foi usado como justificativa para colonizar e dominar
territórios desde a Antiguidade. Na época moderna, esse tipo de racismo pode
incluir elementos do racismo institucional e individual.
4 . RACISMO COMUNITARISTA (DIFERENCIALISTA)
O conceito de comunitarismo ganhou força nos anos 80, em contraposição ao
individualismo. Esta filosofia defende que a comunidade é mais importante que
o indivíduo em si. Dessa maneira, o racismo comunitarista está ligado ao
pensamento contemporâneo e ao nacionalismo. Ele torna-se racista na medida
que sempre privilegia a sua comunidade em detrimento de outra. Como
consequência, o racismo comunitarista se dirige a um grupo como uma aldeia
indígena, uma comunidade quilombola, e não só aos indivíduos específicos.
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
A intolerância religiosa se caracteriza quando uma pessoa ou instituição não
aceita a religião ou crença de outro indivíduo ou de um país.
Tal atitude se manifesta desde as críticas em âmbito privado, à piadas,
agressões verbais e físicas, ataques aos locais de culto e até ao assassinato.
No caso do Estado, a intolerância religiosa pode ser manifestar em leis que
criminalizem as práticas de uma religião ou a proibição da mesma.
• INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO
MUNDO
A intolerância religiosa pelo mundo se mostra evidente contra os judeus, povo
monoteísta no meio de tribos que praticavam o paganismo. Igualmente, o Império
Romano se mostrou intolerante face ao crescimento do cristianismo em seu território
perseguindo e matando cristãos. Entretanto, uma vez que foi legalizado e admitido
como religião do Império, é a vez dos cristãos se tornarem intolerantes com os pagãos,
judeus e, mais tarde, os muçulmanos.
Também o Estado pode promover intolerância religiosa. Um exemplo seriam os países
comunistas, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, que não admitiam a existência
da religião no seu território. Isso levou a perseguição, fechamento de templos e
escolas, bem como a morte de vários crentes. Atualmente, a intolerância religiosa de
Estado se manifesta em países que adotam o islamismo como religião oficial. Nestes
países, é comum os cristãos estarem proibidos de praticarem sua fé e serem
condenados por isso.
• INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO
BRASIL
"Dados levantados pelo antigo Ministério dos Direitos Humanos apontam que, entre
2015 e 2017, houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas no Brasil.
O disque 100, número destinado à denúncia gratuita de intolerância religiosa, inclusive
quando praticada por parte de agentes públicos e órgãos estatais, tem maioria de
registros em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente|1|.Segundo as
estatísticas, 25% de todos os agressores são identificados como brancos e 9% das
ocorrências dizem respeito a atos praticados dentro de casa. A maior parte das vítimas
de intolerância é composta por adeptos de religiões de matriz africana. Os católicos
(64,4% dos brasileiros) registram 1,8% das denúncias de intolerância, e os protestantes
(22,2% da população) registram 3,8% das denúncias. Ao mesmo tempo, os adeptos de
religiões de matriz africana (candomblé, umbanda e outras denominações), que,
juntos, representam 1,6% da população brasileira, também representam cerca de 25%
das denunciantes de crimes de ódio e intolerância religiosa.
PRECONCEITO SEXUAL - HOMOFOBIA
A homofobia designa um tipo de preconceito em relação às pessoas que
possuem relações homo afetivas, sejam entre homens ou mulheres.
Do grego, a palavra homofobia é formado pelos termos “homo” (semelhante,
igual) e “fobia” (medo, aversão), que significa aversão às relações
semelhantes.
Dessa maneira, podemos concluir que a homofobia corresponde a qualquer ato
ou manifestação de ódio, aversão, repulsa, rejeição ou medo (muitas vezes
irracional) contra os homossexuais, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e
transexuais, o que tem levado a muitos tipos de violência, seja social,
psicológica ou física.
• HOMOFOBIA NO MUNDO
Alguns países da África e Ásia, o tema da homossexualidade está longe de ser
tratado com naturalidade, de maneira que cerca de 80 países a relação
homossexual é considerada crime e, nos casos mais extremos, levados à prisão
perpétua ou pena de morte (cerca de 7 países); em detrimento de 113 países
que autorizam a homossexualidade.
Essas leis homofóbicas fazem parte do código de diversos países como: Irã,
Arábia Saudita, Afeganistão, Mauritânia, Sudão, Nigéria, Uganda, Iémen,
Paquistão, Líbano, Emirados Árabes, Indonésia, Egito, Zâmbia, Rússia, dentre
outros.
• HOMOFOBIA NO BRASIL
No caso brasileiro, as uniões civis, desde maio de 2011 são permitidas por lei,
com direitos similares aos casais heterossexuais.
Contudo, pesquisas recentes apontam para o Brasil como um dos países mais
homofóbicos do mundo, as quais, levam em consideração, os ataques violentos
aos homossexuais.
Diante disso, é válido notar que movimentos sociais dessa parcela de cidadãos,
tais quais a “Parada Gay”, tem demostrado que esse tipo de evento pretende
denunciar violências contra esse grupo, ao mesmo tempo que busca revelar
para a população a existência das violações dos Direitos Humanos.
PRECONCEITO CULTURAL -
ETNOCENTRISMO
Etnocentrismo é um conceito antropológico usado para definir atitudes nas
quais consideramos nossos hábitos e condutas como superiores aos de outrem.
Isso acontece em todas as sociedades, devido aos preconceitos produzidos pela
própria dinâmica cultural e que nos leva a adotar os padrões culturais que nos
são familiares.
Como ele ocorre?
O etnocentrismo ocorre por que nossa compreensão do que seria a existência,
dificultando nossa capacidade de perceber a diferença como algo "normal".
Evidentemente, esse tipo de fenômeno está relacionado aos choques culturais,
mas podem ser vistos cotidianamente em nossa própria cultura. De fato, o
etnocentrismo afeta todas as pessoas, em todas as culturas do globo, em maior
ou menor grau. Isso porque é muito "normal" julgarmos "etnocêntricamente"
assuntos relacionados à política, à sexualidade, ao feminismo, à questão racial,
às drogas, etc.
Este fenômeno possui dimensões intelectuais (racionais) e afetivas (psicológicas) que estão na
gênese de quase todas as atitudes e comportamentos preconceituosos, radicais e xenófobos. Na
melhor das hipóteses, o etnocêntrico irá considerar sua cultura como natural em relação às
outras, tidas por ele como "anormais" e "absurdas". Assim, o pensamento etnocêntrico torna-se
um perigo quando inculca ideias de superioridade racial e cultural. Isso porque ele coloca um
grupo étnico no centro de tudo, limitando ou impedindo qualquer outra possibilidade de
existência. O que sabemos do "outro" não passa de uma representação determinada pelas
ideologias que imperam em determinados períodos.
PRECONCEITO
CULTURAL
- ETNOCENTRISMO
CONCLUSÃO
Nessa perspectiva, podemos considerar que o preconceito está inserido em todos
os círculos de interação humana, sendo um artifício usado no convívio e nos
momentos em que nos defrontamos com o não familiar, o desconhecido ou o
diferente. Ele nos ajuda a nos situar em determinadas situações em que o
estranho, ao apresentar uma ou outra característica familiar ou associável a
experiências passadas ou herdadas por nosso meio de convívio primário, passa a
ser considerado compreensível dentro do nosso entendimento individual.