ESCRITURAÇÃO
CONCEITO
• Escrituração é uma técnica contábil que tem
como objectivo o registo de todos os factos
contábeis e de alguns actos contábeis em livros
(impressos ou electrónicos) apropriados,
revestidos de formalidades inerentes e
convencionais que asseguram a confiabilidade
e a tempestividade de seus registos. (LUIGI
MARTINI, pág. 27).
MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
• Método das Partidas Simples
É o método de escrituração no qual os factos
contábeis são registados alterando apenas um
elemento do património, por isso também é
conhecido como unigrafia (lançamento
unilateral). Esse método não utiliza o conceito
de que para todo(s) débito(s) deve haver um
ou mais créditos de mesmo valor.
Cont.
• Método das Partidas Dobradas
• Método desenvolvido pelo Frei Luca Pacioli, em Veneza na
Itália, no longínquo ano de 1494. É o método de escrituração
no qual os factos contábeis são registados em contas
patrimoniais (contas de activo, passivo ou de património
líquido) e/ou em contas de resultado (receitas, despesas e
custos - representativas de variações patrimoniais), utilizando
a convenção do débito e crédito. Também é conhecido como
digrafia, pois o registo de um facto contábil sempre resultará,
no mínimo, em alteração de dois elementos (um débito e um
crédito) do património.
Cont.
No método das partidas dobradas, o lançamento dum facto
contábil sempre implicará um ou mais registo a débito e
um ou mais registo a crédito. Pois:
• Todo lançamento implicará registo (s) a débito e registo
(s) a crédito;
• A soma dos débitos sempre será igual à soma dos créditos;
• Não há como um facto contábil ser registado apenas com
lançamentos a crédito, ou apenas com lançamentos a
débito;
• A soma das contas com saldos devedores sempre será
igual à soma das contas com saldos credores.
LIVROS DE ESCRITURAÇÃO
A escrituração pode ocorrer de forma impressa
em livros encadernados, em micro fichas ou de
forma electrónica. Independente da forma de
escrituração, a entidade é obrigada a observar
as formalidades inerentes e convencionais
exigidas.
Tipos de livros de escrituração
a) Livros contábeis
Diário ,
• Obrigatoriedade: obrigatório;
• Natureza: cronológico (os factos contábeis são registados pela
ordem cronológica);
• Utilidade: principal (regista todos os factos contábeis).
Razão,
• Obrigatoriedade: obrigatório para determinadas entidades
• Natureza: sistemático (os factos contábeis são registados pela
ordem das contas contábeis);
• Utilidade: principal (regista todos os factos contábeis);
Caixa
Cont.
• b) Livros fiscais • C) Livros trabalhistas
Compreendem os livros
• Federal: principalmente,
relacionados ao registo dos
relacionados ao Imposto empregados duma entidade
de Renda, IPI, e de eventuais fiscalizações
Contribuição Social trabalhistas.
Sobre o Lucro Líquido. • d) Livros sociais ou
• Estadual: societários Compreendem
os livros que registam a
principalmente,
composição e alterações do
relacionados ao ICMS. quadro societário duma
• Municipal: entidade ou os actos
principalmente, relativos à sua
relacionado ao Imposto administração.
Sobre Serviços – ISS.
Classificação dos livros de escrituração
Quanto à obrigatoriedade
• Obrigatórios
• Facultativos
Quanto à natureza
• Cronológicos
• Sistemáticos
Quanto à utilidade
• Auxiliares
• Principais
FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTABIL
Extrínsecas:
• Em folhas numeradas sequencialmente;
• No Livro-Diário, termos de abertura e termos de
encerramento;
• O livro-Diário deve ser autenticado em órgão público
competente.
Intrínsecas:
• Em idioma e moeda corrente nacionais;
• Em ordem cronológica;
• Quando impressos, devem ser encadernados;
• Com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Erros de Escrituração e Correcções
Os factos contábeis podem ser registados de forma incorrecta. Os
seguintes erros podem ocorrer:
• Valor: ocorre quando o valor do débito ou do crédito foi realizado
pelo valor incorrecto;
• Título: ocorre quando o do facto contábil é feito em conta incorrecta;
• Inversão: ocorre quando é debitada a conta que deveria ser
creditada, e creditada a conta que deveria ser debitada;
• Duplo registo: ocorre quando o lançamento contábil é feito em
duplicidade;
• Omissão: ocorre quando o lançamento não é feito;
• Histórico incorrecto: ocorre quando a descrição do histórico não
descreve o lançamento de forma correcta.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
• É um demonstrativo contábil que deve ser
elaborado periodicamente, no mínimo,
mensalmente. É um demonstrativo contábil no
qual são relacionadas todas as contas contábeis
com saldos, em determinada data. O balancete
tem como finalidade verificar se os lançamentos
foram efectuados de forma correcta, permitindo
avaliar a correcção dos saldos das contas
contábeis (LUIGI MARTINI, pág. 35)
Devido ao momento de sua elaboração, há dois tipos de
balancetes:
Balancete de verificação preliminar: No balancete preliminar,
as contas podem ser apresentadas sem uma ordem específica e
compreende contas do activo, passivo, património líquido,
despesas, custos e de receitas. Devido ao carácter preliminar, as
contas contábeis estão sujeitas a ajustes, tais como registo de
depreciação, apropriação de despesas antecipadas,
reclassificação de contas.
Balancete de verificação final: É aquele levantado após a
apuração do resultado do exercício, onde as contas de receitas,
despesas e de custos já foram encerradas, e o resultado do
exercício já foi destinado. Neste balancete, constam apenas
contas patrimoniais. O balancete de verificação final é base para
a elaboração do Balanço Patrimonial.
Apuração de Resultado
De forma resumida, pode-se elaborar o seguinte
esquema de apuração de resultado, depois de
contabilizados todos os factos contábeis do exercício
que se encerra:
1. Levantar (elaborar) o balancete de verificação
inicial;
2. Avaliar se os saldos das contas estão de acordo com
a sua natureza (devedora ou credora);
3. Verificar se as despesas e receitas antecipadas
foram devidamente apropriadas no exercício;
Cont.
• 4. Verificar se os saldos das contas de provisões estão
devidamente estimados e contabilizados;
• 5. Proceder aos ajustes contábeis necessários;
• 6. Calcular os tributos (imposto de renda e contribuição social
sobre o lucro) incidentes sobre o lucro, caso aplicável;
• 7. Encerrar todas as contas de resultado (zerar os saldos das
contas de despesas e de receitas), em contrapartida da conta
transitória Apuração do resultado do exercício (ARE);
• 8. Encerrar o saldo da conta transitória (ARE), em
contrapartida da conta Lucros ou prejuízos acumulados;
• 9. Proceder à destinação do resultado do exercício.
Objectivos de apuramentos de resultados
• Podemos dizer que os lançamentos de
Apuramento de Resultado permitem atingir
simultaneamente dois (2) objectivos:
• 1º Agrupar nas contas principais dos factores
positivos e negativos do rendimento, resultando
dai o seu valor.
• 2º Fechar as contas de Custos e Proveitos, avisto
que ficaram com saldo nulo após transferência
dos seus valores para a conta principal.