Falando de HIV
Drs. Dilson, Gercia,
Mainguete Shelter
HIV
Virus da Imunodeficiência Humana. Virus causador do SIDA.
Gênero: Lentivirus
Família: Retrovirus
Espécies: HIV 1 e HIV 2
Cont.
O HIV ataca e destrói os glóbulos brancos do sangue,
causando um defeito no sistema imunológico do
corpo.
O sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo
HIV torna-se tão enfraquecido que ela não pode
proteger-se de infecções sérias. Quando isto acontece,
do ponto de vista clínico esta pessoa contraiu o SIDA.
O SIDA pode manifestar-se tão precocemente quanto
em 2 anos ou tão tardiamente quanto em 10 anos
depois da infecção pelo HIV.
Breve História do HIV/SIDA
Descoberta: SIDA observada clinicamente pela
primeira vez em 1981 nos EUA especialmente em
homossexuais que apresentavam sintomas de PPJ.
Origem: Transmissão zoonótica entre chimpanzés e
humanos no início do século XX em África.
Estudos genéticos mostraram que o HIV é uma
evolução do SIV (Virus da Imunodeficiência Símia)
presente em primatas infectados.
Epidemiologia global
A estratégiaglobal do setor de saúde da
OMS para 2022–2030 sobre HIV visa
reduzir as infecções por HIV de 1,5 milhão
em 2020 para 335.000 até 2030 e as mortes
de 680.000 em 2020 para menos de
240.000 em 2030.
Situação em Moçambique
Segundo os dados do
IMASIDA a prevalência
do HIV subiu de 11,5%
para 13,2% entre 2009
e 2015.
O índice de infecção é
maior nas zonas
urbanas (16,8%) e nas
zonas rurais atinge
11%. As mulheres
(20,5%) são mais
atingidas que os
homens (12,3%).
Vias de transmissão
Relação sexual entre:
Heterossexuais
Homossexuais (masculinos) – não há casos documentados de
transmissão sexual entre mulheres
Exposição acidental a sangue ou a
objectos/procedimentos relacionados com sangue
(p. ex., transfusões de sangue, agulhas
compartilhadas, instrumentos contaminados)
Transmissão vertical (mãe-criança) durante:
Gravidez
Parto
Aleitamento
Transmissão do HIV pelo Contacto Sexual
Em cada 100 adultos infectados pelo HIV, 75-85
contrairam a infecção durante uma relação sexual
não protegida
70% destas infecções resultam de uma relação heterossexual
As DSTs, especialmente as lesões ulceradas nos
genitais, aumentam o risco de transmissão.
Outros FR: Carga viral, Falta de circuncisão,
Comportamento sexual (múltiplos parceiros).
Transmissão do HIV pelo Sangue,
Produtos do Sangue e Fluidos Corporais
Agulhas compartilhadas/contaminadas por usuários de
drogas
Corresponde a 5-10% de todas as infecções em adultos.
Transfusão
de sangue ou produtos de sangue
contaminados
Corresponde a 3-5% de todas as infecções em adultos.
Instrumentos cirúrgicos contaminados
Práticastradicionais (tatuagens, perfuração das
orelhas, circuncisão)
Transmissão vertical
Pré-natal
Intrauterina transplacentária (5-10%)
Intraparto (10-20%)
Pós-parto (10-15%)
Durante a lactação
O HIV não é transmitido por:
Contacto ocasional pessoa-a-pessoa em casa, no trabalho ou em locais
públicos ou sociais.
Alimentos, ar, água
Picadas de insetos/mosquitos
Tosse, espirro, cuspidela
Aperto de mãos, carícias, beijo seco ou abraço
Piscinas, banheiros, etc.
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Quem tem Alto Risco de Contrair HIV
Populações chave são grupos de pessoas que têm
elevado risco de contrair HIV independentemente
do tipo epidêmico ou contexto local.
Incluem: Homens que fazem sexo com homens,
pessoas que injectam drogas, reclusos e outras
pessoas que vivem em ambientes fechados,
trabalhadoras de sexo e seus clientes e trans-
gênero.
As Mulheres e o HIV
Fatores de risco sociais
Analfabetismo
Desconhecimento de medidas preventivas
Fatores de risco biológicos
Mulheres tem risco duas vezes maior de contrair HIV de homens
Fisiologia feminina (p. ex., menstruação, coito)
Condições relacionadas à gravidez (p. ex., anemia, hemorragia)
aumentam a necessidade de transfusão de sangue
História Natural da Doença
Fase 1: Infecção aguda 0-3 semanas
Janela imunológica: soroconversão 3-12 semanas
Fase 2: Infecção assintomática 0-10 anos com ou sem
Linfadenopatia generalizada persistente (LGP)
Fase 3: SIDA (CD4 < 200 cel/mm3)
Infecções oportunistas
Doenças constitucionais
Distúrbios neurológicos
Neoplasias secundárias
Outras condições
Manifestações Clínicas
Febre de origem desconhecida
Nódulos linfáticos aumentados
Erupção cutânea e tosse
Diarréia persistente
Grande perda de peso
Lesões cutâneas
Perda do apetite e fadiga
HIV EM CRIANÇAS
Os sintomas geralmente se manifestam aos 6
meses de idade:
Diarréia
Deficiência do crescimento
A maioria destas crianças morre antes de completar
seu 2º ano.
As crianças que nascem de pais infectados pelo HIV
freqüentemente tornam-se órfãos.
Efeitos do HIV/SIDA na Gravidez
Infertilidade
Abortos de repetição
Prematuridade
Retardo do crescimento intrauterino
Natimortos
Anomalias congênitas
Embriopatias
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SIDA e Aleitamento
OMS, UNAIDS e UNICEF recomendam que todas as
mulheres:
Sejam informadas do risco de transmissão do HIV pelo aleitamento.
Tenham acesso ao aconselhamento voluntário e a exames para determinar
o estado de sua infecção pelo HIV e
Recebam apoio em sua escolha pelo aleitamento materno ou artificial.
Diagnóstico do HIV
Feito principalmente pela sorologia
Através do teste dos anticorpos (ELISA); se positivo,
confirmação pelo Western Blot.
Cultura do sangue e tecidos.
Profilaxias
Profilaxia com Cotrimoxazol (CTZ)
Definição:
A profilaxia com CTZ significa tomar CTZ em doses recomendadas
diariamente e durante meses ou anos para prevenir infecções
oportunistas.
Importância da Profilaxia com CTZ
em Doentes HIV+
Redução da carga de infecções oportunistas
Redução da carga de infecções comuns
Redução da taxa de mortalidade
Benefícios do Uso do CTZ
Redução da incidência de infecções oportunistas (IOs) e infecções comuns
nos doentes HIV+, tais como:
Malária
Diarreias causadas por IOs e outras doenças (p.
ex: Salmonella)
Pneumonia por Pneumocistis jiroveci (PCP) e
outros
Pneumonias bacterianas
Toxoplasmose cerebral
Redução da mortalidade dos doentes HIV+ devida às IOs e a causas comuns
Indicações para CTZ em Adultos,
Adolescentes e Grávidas HIV+ (1):
É sempre preferível basear-se no critério
imunológico: CD4 ≤200cels/mm3
Senão existir a possibilidade de resultado de
CD4, usa-se o critério clínico: Estadio II, III e
IV
Mulheresgrávidas HIV+ com critério e
durante a amamentação
Doente com queda de CD4 que suspendeu o CTZ
Quando Suspender a Profilaxia com
CTZ?
Efeitos adversos graves (Síndrome de
Stevens-Johnson, anemia grave,
neutropenia)
Aumento de CD4>200 cels/mm3 durante 6
meses consecutivos (Sempre que o doente
estiver em TARV)
Tratamento dos Pacientes Infectados pelo
HIV
Actualmente, nenhum medicamento pode curar o
SIDA.
Uma combinação de três agentes antirretrovirais
(ARVs) é o padrão ouro de tratamento.
Actualmente com: TDF+3TC+DTG 1CP/DIA
Obrigado