UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
INDUSTRIAIS
Prof. Dr. Rui Guilherme Cavaleiro de Macedo Alves
Sumário
I – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. O problema da poluição das águas por despejos industriais
1.2. Autodepuração dos cursos de água
II – NOÇÕES DE AMOSTRAGEM DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
2.1. Técnicas de coleta
2.2. Fundamentos teóricos dos métodos analíticos
III – INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISES DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
3.1. Amplitude das análises e escopo dos testes
3.2. Testes mais freqüentes: ST, SF, SV, SS, SD, SSed, pH, DBO,
DQO, OD, NT, PT, Óleos e Graxas
IV – DESPEJOS DE INDÚSTRIAS QUÍMICAS ORGÂNICAS E
INORGÂNICAS
4.1. Origem e características dos despejos
4.2. Principais poluentes
4.3. Métodos de tratamentos recomendados
V – MÉTODOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
INDUSTRIAIS: Fundamento teórico, tipos representativos, estado atual
da tecnologia, aplicações, vantagens e limitações, confiabilidade,
produtos químicos usados, resíduos gerados pelo tratamento, exigências
para utilização, desempenho.
5.1. Métodos Físicos,
5.2. Métodos Químicos
5.3. Métodos Físico-Químicos
5.4. Métodos Biológicos
Bibliografia
BRAILE, P. M. & CAVALCANTI, J. E. W. A. Manual de Tratamento de
Águas Residuárias Industriais. Editora CETESB. São Paulo/SP.
ENVINRONMENTAL PROTECTION AGENCY. TREATABILITY
MANUAL: Industrial Description and Technologies for
Control/Removal of Polutants, Vol II e Vol III.
METCALF & EDDY. Ingenieria Sanitária – Tratamiento, Evacuacion e
Reutilizacion de Águas Residuales. Editorial Labor. España.
NUNES, J. A. Tratamento Físico-Químico de Efluentes Industriais.
Aracaju/SE, 1993.
STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND
WASTEWATER (2000). 20th Edition.
I – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. O Problema da Poluição das Águas por Despejos Industriais
INTRODUÇÃO:
A poluição ambiental, relacionada à indústria, decorre de um rápido crescimento
econômico associado à exploração de recursos naturais.
Nível de controle (necessário/imposto) definido em termos da melhor
tecnologia = ƒ (informações disponíveis; condições econômicas).
Fatores regionais (mão-de-obra capacitada, custo da energia) importantes na
decisão da viabilidade da tecnologia adotada (processos e/ou tratamento).
Indústrias de grande porte têm adotado a estratégia de se transferir para regiões
(ou países) sem padrões rígidos de controle ambiental, que na busca de
investimentos econômicos, aceitam a poluição como um mal necessário.
Fatores como mão-de-obra barata e abundante, incentivos fiscais e econômicos
e energia elétrica subsidiada se contrapõem ao rigor do controle ambiental.
CONTAMINAÇÃO DO MEIO AMBIENTE CAUSADA PELA
ATIVIDADE HUMANA:
1º Estágio POLUIÇÃO PATOGÊNICA: exigências quanto a qualidade de
água referiam-se às enfermidades de veiculação hídrica ETA e linhas
adutoras.
2º Estágio POLUIÇÃO TOTAL: corpos receptores tornam-se afetados pela
carga poluente que recebem, expressa em sólidos em suspensão e consumo
de oxigênio (desenvolvimento industrial e crescimento urbano) ETA e ETE.
3º Estágio POLUIÇÃO QUÍMICA: poluição insidiosa (uso contínuo da água)
O consumo da água aumenta em função do aumento da população e da
produção industrial, é maior a quantidade de água retirada dos cursos d’água e
maior e mais diversa a poluição neles descarregada (águas contendo
compostos orgânicos que podem provocar cor, sabor e odor; organofosforados,
policlorados e fenóis, usados na indústria e agricultura) ETA e ETE, métodos
avançados e custosos de tratamento.
OBS.: No Brasil é possível encontrar-se os três estágios de poluição.
ESTRATÉGIAS:
1. Desenvolvimento de uma tecnologia nacional de controle da poluição
industrial;
2. Pesquisas e desenvolvimento de métodos adequados à nossa
realidade;
4. Seleção e adequação de tecnologias importadas;
5. Formação e capacitação de pessoal técnico especializado.
NATUREZA DOS DESPEJOS INDUSTRIAIS:
Na indústria a água pode ser matéria-prima que se junta a outras para criar produtos
acabados, ou ser utilizada como meio de transporte, como agente de limpeza, em
sistemas de refrigeração, como fonte de vapor e produção de energia.
A quantidade e a concentração dos despejos de uma determinada indústria variam
dentro de amplos limites, dependendo dos processos de fabricação empregados e os
métodos de controle dos despejos.
As análises que identificam a concentração e as características dos esgotos
domésticos não podem ser amplamente aplicadas aos despejos industriais
despejos tóxicos podem ter DQO↑ mas DBO↓.
Pode-se fazer uma equivalência entre a C.O de despejos gerados numa indústria
em relação à contribuição normal per capta de esgotos domésticos população
equivalente.
Características ecológicas do corpo receptor e a possível sinergia com componentes
dos efluentes industriais autodepuração.
CARGA PER CAPTA – CARGA ORGÂNICA – EQUIVALENTE
POPULACIONAL
CARGA PER CAPTA → contribuição de cada indivíduo, por unidade
de tempo (expressa em termos de massa do poluente) → g/hab.dia
Contribuição per capta de DBO → 54 g/hab.dia
CARGA ORGÂNICA → quantidade de poluente (matéria orgânica) por
unidade de tempo.
a) CO = Pop (hab) x Carga per capta (g/hab.dia) → g/dia
b) CO = Concentração (g/m3) x Vazão (m3/dia) → g/dia
Obs.: g/dia / 1000 → kg/dia
mg/L = g/m3
EQUIVALENTE POPULACIONAL traduz a equivalência entre o
potencial poluidor de uma indústria (em termos de matéria orgânica) e
uma determinada população, a qual produz essa mesma carga poluidora.
EP = C.O DBO na indústria (kg/dia) / Per capta de DBO (kg/hab.dia)
EP = Carga de DBO da indústria (kg/dia) / 0,054 kg/hab.dia)
EXERCÍCIOS
1.Uma comunidade gera uma contribuição per capta de DBO de 54
g/hab.dia; e uma contribuição per capta de esgotos de 180 L/hab.dia.
Qual a concentração de DBO nos esgotos?
Conc (DBO) = Carga per capta / Vazão per capta
Conc (DBO) = 54 g/hab.dia / 180 L/hab.dia = 0,3 g/L
Conc (DBO) = 300 mg/L
2. Qual o equivalente populacional (EP) para os esgotos de uma
Indústria com Q = 120 m3/dia e concentração de DBO de 2.000 mg/L?
a) CO(ind) = Q x DBO = 120 m3/dia x 2.000 g/m3 / 1.000 g/kg
CO(ind) = 240 kg DBO/dia
b) EP = CO(ind) / 0,054 kg/hab.dia
EP = 240 kg DBO/dia / 0,054 kg DBO/hab.dia
EP = 4.444 hab
Valores típicos de características físico-químicas de esgoto doméstico bruto
Parâmetros Per capta (g/hab.dia) Concentração (mg/L)
ST (120 – 220) 180 (700 – 1350) 1100
SS (35 – 70) 60 (200 – 450) 400
SD (85 – 150) 120 (500 – 900) 700
SSed - (10 – 20) 15 mL/L
DBO5 (40 – 60) 50 (250 – 450) 350
DQO (80 – 130) 100 (450 – 800) 700
NT (6 – 12) 8 (35 – 70) 50
PT (1,0 – 4,5) 2,5 (5 – 25) 14
pH - (6,7 – 7,5) 7,0
ÁGUA NA INDÚSTRIA – CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE LÍQUIDO
ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS
ÁGUAS
RESIDUÁRIAS
INDUSTRIAIS
ÁGUAS
ESGOTO BENEFÍCIOS E
RESIDUÁRIAS
SANITÁRIO INCONVENIENTES
INDUSTRIAIS
ÁGUA APLICAR HIDRÁULICA CONDUTOS LIVRES
(99,9%) CONDUTOS FORÇADOS
SÉRIE DE SÓLIDOS –
Sólidos totais (ST), Sólidos
suspensos (SS), Sólidos
1 SÓLIDOS dissolvidos (SD), Sólidos
voláteis (SV), Sólidos fixos
(SF) e Sólidos
sedimentáveis (SSed)
SÓLIDOS Demanda Bioquímica de
(0,1%) Oxigênio (DB0)
2 MATÉRIA ORGÂNICA
Demanda Química de
Oxigênio (DQO)
Nitrogênio total (NT) e
3 NUTRIENTES
Fósforo total (PT)
COLIMETRIA -
4 MICRORGANISMOS (STREPTOCOCUS
FECAIS))
Outros: Vazão, Temperatura e pH
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
- Sólidos totais (ST):
Toda matéria que permanece como resíduo após evaporação à
temperatura de 103º a 105ºC. Podem ser classificados como sólidos
suspensos (SS), não filtráveis, e sólidos dissolvidos (SD), filtráveis.
Sólidos dissolvidos 10-3 – 10-6 µm
Sólidos coloidais 1 – 10-3 µm
Sólidos suspensos 100 – 1 µm
A fração orgânica dos sólidos totais, chamada sólidos voláteis
(SV), se oxida e volatiliza a 600ºC, sendo eliminada como gás. A fração
inorgânica, sólidos fixos (SF), permanece na amostra, na forma de cinza.
DETERMINAÇÃO DOS SÓLIDOS
Procedimentos
1.1. Preparação dos cadinhos de evaporação:
Lavar e limpar o cadinho de evaporação;
Aquecer o cadinho a 550 °C por 15 min;
Deixar esfriar parcialmente;
Transferir o cadinho para um dessecador. Deixar esfriar e obter o peso
inicial (P1).
1.2. Sólidos Totais
Tomar 50 mL da amostra em uma proveta (antes, agite bem a
amostra);
Colocar no cadinho de porcelana e secar em banho-maria;
Após, levar à estufa a 103 – 105 C durante 1 hora;
Resfriar o cadinho num dessecador e obter o peso final (P2).
ST = (P2 – P1) (g) x 106 = (mg/L)
V (mL)
1.3. Sólidos Totais Fixos
Aquecer o cadinho da seção anterior à 550 C durante 30 minutos;
Resfriar o cadinho (parcialmente) e colocar num dessecador até atingir
a temperatura ambiente. Pesar e obter o peso final (P3).
STF = (P3 – P1) (g) x 106 = (mg/L)
V (mL)
1.4. Sólidos Totais Voláteis
É a diferença entre ST e STF.
STV = ST – STF
1.5. Sólidos Dissolvidos Totais
Tomar 70 mL da amostra agitada convenientemente e centrifugar e/ou
filtrar com auxílio de funil e papel filtro;
Recolher o filtrado em um cadinho e seguir o mesmo procedimento do
item (1.2).
SDT = (P2 – P1) (g) x 106 = (mg/L)
V (mL)
P2 – Peso de cápsula mais resíduo filtrado seco (g).
1.6. Sólidos Dissolvidos Fixos
Aquecer o cadinho da seção anterior a 550 C durante 30 minutos;
Seguir os mesmos procedimentos do item (1.3).
SDF = (P3 – P1) (g) x 106 = (mg/L)
V (mL)
P3 – Peso da cápsula mais resíduo filtrado seco (g).
1.7. Sólidos Dissolvidos Voláteis SDV = SDT – SDF
1.8. Sólidos em Suspensão Totais SST = ST – SDT
1.9. Sólidos em Suspensão Fixos SSF = STF – SDF
1.10. Sólidos em Suspensão Voláteis SSV = STV – SDV
1.11. Sólidos Sedimentáveis
Colocar 1.000 mL de amostra convenientemente agitada, medidas em
provetas, em um cone Imhoff;
Deixar em repouso durante 1 hora;
Após, fazer a leitura na escala do cone em (mL/L).
OBS.: O cone deve ser molhado antes de adicionar a amostra, para
evitar a aderência de sólidos nas paredes do cone.
- Temperatura (ºC):
Importante devido seu efeito na vida aquática, podendo causar
danos às populações existentes.
Influencia a concentração de saturação de oxigênio dissolvido.
Ao nível do mar:
0ºC Cs = 14 mg/L de O2
20ºC Cs = 9 mg/L de O2
35ºC Cs = 7 mg/L de O2
Produz estimulação das atividades biológicas, resultando em
maior consumo de oxigênio justamente na ocasião que a água passa a
contar com menor concentração desse elemento.
No verão as condições sanitárias dos cursos d’água tendem a
se agravar
- Cor:
Provocada por corantes orgânicos e inorgânicos, dissolvidos.
- Odor:
Provocados por gases produzidos pela decomposição da
matéria orgânica e por contaminantes como o fenol, mercaptana,
substâncias tanantes, etc.
- Turbidez:
Parâmetro referente a presença de sólidos coloidais e em
suspensão.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
Medição da matéria orgânica
- Demanda Química de Oxigênio (DQO):
O oxigênio equivalente da matéria orgânica que pode ser
oxidado é medido usando-se um agente oxidante em meio ácido (K2Cr2O7
– dicromato de potássio).
A DQO é em geral, mais alta que a DBO maior facilidade da
oxidação por via química do que por via biológica.
A DQO leva 3 horas, a DBO, 5 dias. É interessante achar uma
relação DQO/DBO.
DETERMINAÇÃO DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
Método Titulação em Fluxo Aberto sobre Chapa de
Aquecimento com Condensador de Refluxo
Determinação da DQO Total:
Diluir a amostra convenientemente se necessário;
Em cada balão (250 mL) de DQO adicionar:
- 10 mL de amostra, ou diluição desta;
- 5 mL de solução de K2Cr2O7 (0,5 N);
- 0,2 g de HgSO4;
- Lentamente 15 mL de solução com 22 g de AgSO4 dissolvido
em 1 L de H2SO4 (concentrado);
- Algumas pérolas de vidro.
Colocar os balões com as amostras e o branco sobre a chapa de
aquecimento na escala de temperatura 6 e refluxar 2 horas. Abrir a água
para resfriamento e tampar a parte superior dos condensadores. Se a
coloração da amostra tornar-se verde significa que a amostra estava
muito forte. Faça então uma diluição da mesma e comece novamente a
operação. Anote o fator de diluição;
Acrescentar 20 mL de água destilada na parte superior dos
condensadores após as 2 horas de digestão e aguardar o resfriamento;
Após o resfriamento completo das amostras, adicionar 3 gotas de
Solução Indicadora de Ferroin;
Titular as amostras, gota a gota, com Fe(NH4)2(SO4)2 – solução de
Sulfato Ferroso Amoniacal (0,1 N), agitando os balões até que se obtenha
as cores verde (ponto intermediário) e marrom (ponto de viragem final da
titulação);
Verificar a normalidade do Sulfato Ferroso Amoniacal do dia, utilizando
a seguinte solução:
- 10 mL de solução de Dicromato de Potássio;
- 30 mL de H2SO4 (concentrado);
- Completar para 100 mL com água destilada;
Deixar esfriar e adicionar 3 gotas de Solução Indicadora de Ferroin.
Titular com o Sulfato Ferroso Amoniacal e obter a sua normalidade
através do seguinte cálculo:
N = 10 mL x 0,5
mL gasto
Cálculo da DQO:
DQO = (V1 – V2) x N x 8.000
mL de amostra onde,
DQO – Demanda Química de Oxigênio [mg O2/L].
V1 – mL de Sulfato Ferroso Amoniacal gasto para titulação do branco
V2 – mL de Sulfato Ferroso Amoniacal gasto para titulação da amostra
N – Normalidade do Sulfato Ferroso Amoniacal
Determinação da DQO Solúvel:
Centrifugar um volume conveniente de amostra e diluir se necessário;
Realizar as mesmas etapas da DQO Total.
CÁLCULO DA DQO TEÓRICA (DQOT)
Fórmula estrutural geral da matéria orgânica: CxHyOz
Oxidação da matéria orgânica:
CxHyOz + ¼ (4x + y – 2z) O2 x CO2 + y/2 H2O
Pesos atômicos: H = 1 g/mol
C = 12 g/mol
O = 16 g/mol
Assim: 1 mol de M.O (12x + y + 16z) g de M.O
Exerce uma demanda de:
¼ (4x + y – 2z) moles de O2 8(4x + y – 2z) g de O2.
DQOT = 8(4x + y – 2z) / (12x + y + 16z) mg DQO / mg CxHyOz
Exemplos:
DQOT por unidade de massa do metano (CH4) composto reduzido.
Metano (CH4): CxHyOz x = 1; y = 4; z = 0
DQOT (CH4) = 8(4.1 + 4 – 2.0) / (12.1 + 4 + 16.0) = 4,0 mg DQO / mg
CH4
DQOT por unidade de massa do ácido oxálico (COOH)2
Ácido oxálico (COOH)2 = C2H2O4 x = 2; y = 2; z = 4
DQOT (C2H2O4) = 8(4.2 + 2 – 2.4) / (12.2 + 2 + 16.4) = 0,18 mg DQO / mg
C2H2O4
Valores estequiométricos da DQO por unidade de massa para diversos compostos puros
Compostos Fórmula x y z mgDQO/mgCxHyOz
Ácido fórmico C1H2O2 1 2 2 0,35
Ácido cítrico C6H8O7 6 8 7 0,75
Glicose C6H12O6 6 12 6 1,07
Ácido lático C3H6O3 3 6 3 1,07
Ácido acético C2H4O2 2 4 2 1,07
Glicerina C3H8O3 3 8 3 1,22
Fenol C6H6O 6 6 1 2,38
Etileno glicol C2H6O2 2 6 2 1,29
Benzeno C6H6 6 6 0 3,08
Acetona C3H6O 3 6 1 2,21
Ácido palmítico C16H32O2 16 32 2 3,43
Ciclohexano C6H12 6 12 0 3,43
Etileno C2H4 2 4 0 3,43
Etanol C2H6O 2 6 1 2,09
Metanol CH4O 1 4 1 1,50
Etano C2H6 2 6 0 3,73
- Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO):
Quantidade aproximada de OD que será necessário para oxidar
biologicamente a matéria orgânica presente.
O parâmetro mais freqüentemente usado é a DBO5.
A amostra precisa ser diluída a fim de que nutrientes e OD
estejam presentes durante o período de incubação.
A oxidação bioquímica é um processo vagaroso: em 20 dias, a
oxidação é de 95 a 99% do total; em 5 dias, de 60 a 70%.
A estabilização biológica da M.O realiza-se em duas fases: (1)
são atacados os compostos carbonáceos; (2) é oxidado a matéria não
carbonácea, como a amônia produzida durante a hidrólise das proteínas.
DETERMINAÇÃO DA DBO
- Método da DBO Manométrica Total
Preparação da amostra:
Usando uma proveta limpa, colocar o volume de amostra necessário na
garrafa de DBO (ver Tabela 1). A amostra pode estar a +/- 2C de
diferença da temperatura de incubação (20C), antes da medida;
Colocar o agitador magnético em cada garrafa de DBO;
Aplicar a graxa sobre a extremidade do gargalo de cada garrafa e ao
copo-lacre;
Usando funil, colocar o conteúdo de uma ampola de hidróxido de lítio (3
g) ou hidróxido de potássio, em cada copo-lacre. Colocar os copos no
gargalo de cada garrafa. Não deixar que partículas de hidróxido de lítio
caiam na amostra. Se isto ocorrer, a amostra deve ser descartada.
Colocar as garrafas na base do chassi do aparelho. Ligar o motor
através da tomada;
Ocasionalmente uma garrafa pode ter irregularidade na forma do fundo,
que pode interferir com a atividade do agitador magnético, ou a corda da
polia pode quebrar e a mistura não ocorrerá. Verificar se todos os
agitadores estão funcionando corretamente;
Com as tampas dos manômetros abertas, colocar as tampas das
garrafas, sem apertá-las. Coloque o instrumento na incubadora. A APHA
recomenda uma incubação a temperatura de 20 +/- 1C para o teste de
DBO;
Ajustar o aparelho para determinada concentração de acordo com o
volume de amostra;
Realizar a leitura das amostras após os 5 (cinco) dias de incubação.
Tabela 1: Relações Volume X Escala
FAIXA DE VOLUME DE OLFATOMETRIA ESCALA
DBO AMOSTRA (MO)
0 – 35 mg/L 420 mL FRACO 0 – 35 mg/L
0 – 70 mg/L 355 mL MÉDIO BAIXO 0 – 70 mg/L
0 – 350 mg/L 160 mL MÉDIO ALTO 0 – 350 mg/L
0 – 700 mg/L 95 mL FORTE 0 – 700 mg/L
Observações:
Quando DBO > 700 mg/L, a amostra deve ser diluída com água
de diluição (água destilada), contendo nutrientes e saturada em
oxigênio.
Para realizar a DBO Solúvel, basta centrifugar um volume
suficiente de amostra, de acordo com a Tabela 1 e realizar as
mesmas etapas anteriores.
CINÉTICA DE REMOÇÃO DA DBO
- Velocidade de oxidação da matéria orgânica pelas bactérias
- Equação de degradação de 1ª ordem:
(dL/dt) = - k1.L (I) onde:
L quantidade de DBO remanescente no tempo “t” (matéria orgânica a
ser oxidada);
k1 constante de degradação de 1ª ordem para remoção da DBO (d-1);
(dL/dt) velocidade ou taxa de oxidação da matéria orgânica,
(-) o sinal negativo indica a diminuição do valor de “L” com o tempo.
Integrando-se a equação (I), tem-se:
L = Lo.e-k1.t (II) onde:
Lo = DBOT = DBOU = DBOINF valor da DBO no sistema antes de se
iniciar a oxidação (valor de L no tempo t = 0).
Se: y DBO removida (matéria orgânica oxidada) num tempo
“t”;
L DBO remanescente (matéria orgânica a ser oxidada),
então:
y + L = Lo (III)
Assim:
y = Lo – L
y = Lo – Lo.e-k1.t y = Lo.(1 – e-k1.t) (IV)
OBS.: as equações apresentadas na base e podem ser expressas na
base 10:
L = Lo.10-K1.t (V) onde:
K1 = k1/2,3;
k1 = 0,23 (base e) e K1 = 0,10 (base 10)
Exercício:
A análise de laboratório de uma amostra de água de um rio a
jusante do lançamento de uma amostra de esgoto conduziu
aos seguintes valores:
(a) Coeficiente de desoxigenação K1= 0,25 d-1
(b) Demanda última L0 = 100 mg/L
Calcular a DBO exercida a 1, 5 e 20 dias.
Solução:
Utilizando-se a equação da DBO exercida onde y L 1 - e
0
-K1 . t
•Para t = 1 dia
y 100(1 - e
1
-0,25x1
) 22 mg/l
•Para t = 5 dias:
y 100(1 - e
5
-025x5
) 71 mg/l
•Para t = 20 dias:
y 100(1 - e
20
-0,25x20
) 99 mg/l
Observa-se que a 20 dias a DBO já está praticamente toda
exercida (y20 praticamente igual a L0 ).
A relação entre DBO5 e L0 é: 71/100 = 0,71. Assim ao
quinto dia, aproximadamente 71% da matéria orgânica total
(expressa em termos de DBO) já está estabilizada.
Matéria inorgânica
- pH:
Valores inadequados de pH dificultam o tratamento biológico.
-Compostos tóxicos:
Metais como cobre, chumbo, cromo, arsênio, são tóxicos em
concentrações variáveis diminuem a atividade biológica ou provocam
a morte de microrganismo em ETE.
Ânions tóxicos (cianetos e cromatos, p/ex.) em instalações de
galvanoplastia devem ser removidos antes de serem levados a
tratamento biológico.
- Metais pesados:
Traços de Ni, Mn, Pb, Cr, Cd, Zn, Fe e Hg presentes em
despejos industriais podem prejudicar os usos da água de corpos
receptores.
POLUENTES MAIS COMUNS
.
Arsênio:
o Há ocorrências de traços de arsênio nas águas naturais;
o [Arsênio]↑ despejos de mineração, inseticidas e herbicidas
o 100 mg/L severa intoxicação e 130 mg/L morte;
o Eliminação lenta pelo organismo (efeito cumulativo) carcinogênico
Bário:
o Nas águas naturais traços (baixa solubilidade do sulfato de bário);
o Em fontes minerais carbonato de bário;
o Águas poluídas efluentes de mineradoras;
o Pode causar bloqueio nervoso (mesmo em pequenas doses) e vaso
constrição (aumento da pressão sangüínea);
o Homem dose letal, de 0,8 a 0,9 g (como cloreto);
o Faixa de segurança até 1 mg/L.
Cádmio:
o Águas naturais traços mínimos;
o Águas poluídas indústrias de galvanoplastia;
o Elemento de elevado potencial tóxico;
o Sintomas: irritante gastrintestinal e poderoso emético (sais solúveis).
Cianetos CN- :
o Quantidade máxima de ingestão 18 mg/dia (palmito, repolho, alface)
o Transformado em sulfeto complexo, não tóxico (SCN, tiocianato) no
fígado e eliminado pela urina;
o Águas poluídas [OD]↓ aumenta a ação tóxica do CN-;
o Indústrias galvanização (cobertura de peça metálica com camada
de zinco ou outro metal, para torná-la resistente à corrosão), cementação
(modificação das propriedades de um metal combinado com outra
substância sob ação do calor), banhos para clarificação de metais,
refinação de ouro e prata, lavadores de gás para processos piréticos
(coqueificação – carvão de pedra, refinação, alto-forno), borracha, fibras
acrílicas, indústrias de plásticos.
Chumbo:
o Águas naturais traços;
o Águas poluídas efluentes industriais, minas, ação corrosiva sobre as
canalizações desse metal;
o Efeito cumulativo intoxicação crônica (saturnismo doença
profissional);
Cromo hexavalente:
o Não tem efeito cumulativo;
o Sais de cromo hexavalente (cromatos) são raros em águas naturais.
Indica poluição por despejos industriais;
o Operações indústrias que usam cromatos piquelagem e cromagem
de metais, corantes, explosivos, cerâmica, papel;
o Toxidez 0,5 mg (bicromato de potássio).
Fenóis:
o Bactericida poderoso interfere nos testes de DBO e no tratamento
biológico (200 mg/L podem matar bactérias em SLA);
o Produzem cheiro e sabor desagradáveis na água potável (50 a 100
ppb);
o Toxidez para os peixes 10 mg/L.
Ferro:
o Ferro e sais ferrosos geram problemas de cor (substâncias tanantes
formam compostos com sais de ferro, de cor preta; sais ferrosos oxidam
compostos férricos de cor marrom);
o Gás sulfídrico combina com o ferro dando sulfato ferroso, de cor preta;
o Prejudica as águas para fins industriais papel, tecidos, conservas
(não pode ter ferro).
Mercúrio:
o Baía de Minamata (Japão, 1960) fábricas de acetaldeído e cloreto de
vinila descarregaram cloreto de mercúrio e metil-mercúrio no mar
pessoas envenenadas por se alimentarem de peixes e moluscos
contaminados. Falta de coordenação motora, redução do campo visual,
dificuldade na articulação de palavras.
o O fenômeno se repetiu em Niigata (1965),
o Indústria de cloro há perda de mercúrio no processo;
o Águas poluídas por despejos industriais mercúrio é incorporado nos
sedimentos do fundo e pode ser liberado para as águas em até 100 anos;
o Teor (limite) em efluentes líquidos 0,002 mg/L (no corpo receptor).
Nitratos:
o Produto final da mineralização da matéria orgânica nitrogenada;
o É incrementado nas águas naturais através da poluição por M.O ou
pela aplicação excessiva de fertilizantes (superficiais e subterrâneas);
o Nas águas subterrâneas a concentração pode ir a 1000 mg/L
o Metemoglobinemia, ou cianose (bebê azul) doença atribuída à
ingestão de água com elevados teores de nitratos;
o Toxidez > 20 mg/L (característico em poços da zona rural).
Pesticidas:
o- Inseticidas, herbicidas, fungicidas, carrapaticidas...
o- Podem contaminar as águas subterrâneas ou superficiais por
aplicação direta, pela infiltração e escoamento superficial.
o- O DDT é muito tóxico para peixes;
o- Homem varia com a natureza do produto, com a presença de
outras substâncias que reforçam ou amortecem a toxidez, com a dose e
a freqüência da exposição e com a suscetibilidade individual.
Prata:
o Não é encontrado com freqüência em águas naturais;
o Muitos sais de prata são insolúveis e não é elemento abundante na
natureza;
o Tem efeito cumulativo, sua concentração no organismo aumenta
paulatinamente dose letal é de 10 g (nitrato de prata).
Selênio:
o É quimicamente semelhante ao enxofre;
o Aumenta a ocorrência de cárie dentária em crianças;
o Pode ter ação carcinogênica.
Sulfeto:
o O gás sulfídrico é tóxico, corrosivo e causa problemas de odor e sabor;
o Peixes letal na concentração de 1 a 6 mg/L;
o Por ser agente fortemente redutor é responsável por uma demanda
imediata de oxigênio, reduzindo o OD no corpo receptor;
o Dificultam a floculação em ETE’s;
o Podem ser encontrados (H2S) em águas subterrâneas e superficiais,
resultado de decomposição da matéria orgânica por via anaeróbia;
o Despejos industriais fábricas de papel, refinarias de óleo e
curtumes;
o Concentrações menores que 1 mg/L podem causar odor característico;
o O H2S pode ser removido por aeração.
AMOSTRAGEM DE DESPEJOS
- As amostras tomadas devem ser representativas;
- As técnicas de amostragem devem ser adequadas;
- As amostras devem ser acondicionadas até serem analisadas.
Amostragem fortuita
- Quando o despejo objeto da amostragem não flui continuamente (uma
amostra ao acaso é suficiente para obter as características);
- Quando as características dos despejos são relativamente constantes;
- Quando é necessário determinar se uma amostra composta mascara
condições extremas de um despejo.
Amostragem composta
- Quando é necessário minimizar o número de amostras, misturam-se
diversas amostras individuais;
- A quantidade de amostras individuais que pode ser adicionada à mistura
total, depende da vazão na hora em que a amostra foi tomada;
- A quantidade total da amostra composta depende do número e tipo de
análises a serem feitas, a quantidade mínima situa-se em torno de 2 L;
- As amostras compostas podem ser formadas com base no fluxo ou no
tempo.
Fluxo a quantidade de amostras coletadas ou adicionadas à mistura
durante o período de amostragem é proporcional à vazão dos despejos
no tempo de amostragem.
Tempo é a coleta de amostra com um volume fixado depois que uma
certa quantidade de despejo tenha passado pelo ponto de amostragem.
MÉTODOS DE TRATAMENTO
MÉTODOS FÍSICOS:
Remoção de sólidos flutuantes de dimensões relativamente
grandes, de sólidos em suspensão, areias, óleos e gorduras. Mais
utilizados:
- Grades retenção de sólidos grosseiros em suspensão. Proteção de
bombas, válvulas, canalizações e outros equipamentos contra obstrução.
- Peneiras simples ou rotativas retenção de partículas mais finas. Evitar
entupimentos.
- Caixas de areia retenção de areia e outros detritos pesados
inertes, em suspensão. Proteção de bombas e canalizações contra
abrasão e entupimento.
- Tanques de remoção de óleos e graxas prejudiciais ao
tratamento biológico. Material recuperado muitas vezes tem valor
comercial.
- Decantadores separação dos sólidos sedimentáveis.
- Filtros de areia.
MÉTODOS QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS:
Utilizados para a remoção de material coloidal, cor, turbidez,
odor, ácidos, álcalis, metais pesados, óleos. Os reagentes químicos são,
também, utilizados para neutralizar ácidos e álcalis.
Legislação ambiental (Resolução CONAMA 357/05) limites
para o pH em corpos receptores e no efluente tratado (5 a 10).
Reação fundamental de neutralização:
H++A- + M++(OH)- = MA + H2O
(ácido) (álcali) (sal) (água)
Sais formados solúveis ou insolúveis (precipitado) na água
H2SO4 + NaOH Na2SO4 + H2O (sulfato de sódio solúvel)
H2SO4 + Ca(OH)2 CaSO4 + H2O (sulfato de cálcio insolúvel)
Despejo de indústria = substância ácida + substância álcali despejo
neutro.
Neutralização de despejo ácido lama de cal, calcário, carbonato
de sódio, soda cáustica, amônia, despejo alcalino.
Neutralização de despejo alcalino ácido sulfúrico (+usado), ácido
clorídrico, dióxido de carbono, despejo ácido.
MÉTODOS BIOLÓGICOS
Aeróbio microrganismos aeróbios e facultativos
Lodos ativados: o despejo é estabilizado em um tanque de aeração em
condições aeróbias conseguidas pelo uso de equipamentos de aeração
mecanizada ou ar difuso. A massa biológica é separada em um
decantador. Parte dos sólidos sedimentados é recirculada e o excesso
descartado Biomassa.
Anaeróbio microrganismos facultativos e anaeróbios estritos
Reator UASB: o despejo percola um leito de lodo e uma manta de lodo
em fluxo ascendente até o ponto de descarga. Há produção de gases
que arrastam os sólidos decantados. Para evitar que os sólidos sejam
descarregados com o efluente há no interior do reator, um separador
trifásico, um defletor de gás e um decantador Biogás.
AUTODEPURAÇÃO DOS
CURSOS DE ÁGUA
CURVA DE DEPLEÇÃO DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO: MODELAMENTO
MATEMÁTICO DE STREETER & PHELPS (1925)
DEFICIT DE OD = CONSUMO DE OD – PRODUÇÃO DE OD
(dD/dt) = k1*L - k2*D integrando para “t” qualquer
Dt = [k1/(k2 – k1)] * Lo * (e-k1*t – e-k2*t) + Do * e-k2*t (1)
ODt = Cs – Dt (2)
Onde:
Dt Déficit de oxigênio em um tempo “t” qualquer (mg/L)
k1 Coeficiente de desoxigenação (d-1)
k2 Coeficiente de reaeração (d-1)
Lo Concentração de DBO última, ou DBO total, ou DBO do primeiro
estágio, da mistura (mg/L)
DBO5(mistura) = [(QR*DBO5R + QE*DBO5E) / (QR + QE)] (3)
DBO1ºESTÁGIO = 1,46*DBO5 (4)
Do Déficit inicial de oxigênio devido à mistura (mg/L)
Do = Cs – Co Onde:
Cs Concentração de saturação de OD no rio;
Co Concentração de OD na hora da mistura.
Co = [(QR*ODR + QE*ODE) / (QR + QE)] (5)
Do = Cs – [(QR*ODR + QE*ODE) / (QR + QE)] (6)
SITUAÇÃO MAIS DESFAVORÁVEL DÉFICIT CRÍTICO
tc = [1 / (k2 – k1)] * ln {(k2/k1) * [1 – Do (k2 – k1)/(Lo*k1)]} (7)
Dc = (k1/k2) * Lo * e-k1*tc (8)
ODc = Cs – Dc (9)
CONSIDERAÇÕES
(Lo/Do) > (k2/k1) tc > 0 (a partir do lançamento haverá queda no
OD, originando um Dc);
(Lo/Do) = (k2/k1) tc = 0 (o tc ocorre no momento do lançamento e
há grande capacidade de regeneração do curso d’água);
(Lo/Do) < (k2/k1) tc < 0 (o Do é o maior déficit observado.
Capacidade e autodepuração é superior à capacidade de degeneração do
esgoto);
(k2/k1) = 1 indeterminação matemática
ZONAS DE AUTODEPURAÇÃO
4 ZONA DE ÁGUAS LIMPAS (MONTANTE DO LANÇAMENTO)
1 ZONA DE DEGRADAÇÃO (DO LANÇAMENTO ATÉ OD = 0,2 Cs)
2 ZONA DE DECOMPOSIÇÃO ATIVA (DE 0,2 Cs ODC 0,2 Cs)
3 ZONA DE RECUPERAÇÃO (0,2 Cs ATÉ 0,8 Cs)
4 ZONA DE ÁGUAS LIMPAS (0,8 Cs EM DIANTE
MINERALIZAÇÃO)
COEFICIENTE DE DESOXIGENAÇÃO (k1)
ORIGEM k1 (d-1)
ÁGUA RESIDUÁRIA CONCENTRADA 0,35 – 0,45
ÁGUA RESIDUÁRIA DE BAIXA CONCENTRAÇÃO 0,30 – 0,40
EFLUENTE PRIMÁRIO 0,30 – 0,40
EFLUENTE SECUNDÁRIO 0,12 – 0,24
RIOS COM ÁGUAS LIMPAS 0,09 – 0,21
ÁGUAS PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO < 0,12
CORREÇÃO DE k1 PARA UMA TEMPERATURA QUALQUER
k1(T) = k1(20°C)*Ө1(T-20) (10)
Onde:
Ө1 COEFICIENTE DE TEMPERATURA (Ө1 = 1,047 k1 AUMENTA 4,7%
PARA CADA AUMENTO E 1°C)
COEFICIENTE DE REAERAÇÃO (k2)
k2 (d-1)
CORPO D’ÁGUA
PROFUNDO RASO
PEQUENOS LAGOS 0,12 0,23
RIOS VAGAROSOS, GRANDES LAGOS 0,23 0,37
GRANDES RIOS COM BAIXA VELOCIDADE 037 0,46
GRANDES RIOS COM VELOCIDADE NORMAL 0,46 0,69
RIOS COM ÁGUAS VELOZES 0,69 1,15
CORREDEIRAS E QUEDAS D’ÁGUA > 1,15 > 1,61
CORREÇÃO DO VALOR DE k2 PARA UMA TEMPERATURA QUALQUER:
k2(T) = k2(20°C) * Ө2(T-20) (15)
Onde:
Ө2 = COEFICIENTE DE TEMPERATURA (Ө2 = 1,024)
VALORES DE k2 – MODELOS HIDRÁULICOS (BASE e, 20°C)
FAIXA DE
PESQUISADOR FÓRMULA
APLICAÇÃO
0,6 m ≤ H < 4,9 m
O’CONNOR & DUBBINS 3,73 V 0,50
*H -1,50
0,05 m/s ≤ V < 0,8 m/s
0,6 m ≤ H < 4,0 m
CHURCHILL et al 5,0 V 0,97
*H
-1,67
0,8 m/s ≤ V < 1,5 m/s
0,1 m ≤ H < 0,6 m
OWENS et al 5,3 V 0,67
*H
-1,85
0,05 m/s ≤ < 1,5 m/s
CLASSE DAS ÁGUAS - TEORES MÍNIMOS DE OD
CLASSE ODMIN (mg/L)
ESPECIAL S/LANÇAMENTO (mesmo tratado)
1 6,0
2 5,0
3 4,0
4 2,0
EFICIÊNCIAS TÍPICAS DE DIVERSOS SISTEMAS DE REMOÇÃO DE DBO
SISTEM DE TRATAMENTO (%)
TRATAMENTO PRIMÁRIO 35 – 40
LAGOA FACULTATIVA 70 – 85
LAGOA ANAERÓBIA + LAGOA FACULTATIVA 70 – 90
LAGOA AERADA FACULTATIVA 70 – 90
LAGOA AERADA MISTURA COMPLETA + LAGOA 70 – 90
DECANTAÇÃO
LODOS ATIVADOS CONVENCIONAL 85 – 93
LODOS ATIVADOS COM AERAÇÃO PROLONGADA 93 – 98
REATOR UASB 60 – 80
FOSSA SÉPTICA + FILTRO ANAERÓBIO 70 – 90
Consumo médio de água nas indústrias
RAMO TIPO UNIDADE Consumo (m3/unid)
Conserva (frutas/legumes) 1 ton conserva 4 – 50
Doces 1 ton produto 5 – 25
Açúcar de cana 1 ton açúcar 0,5 – 10
Matadouros (boi/porcos) 1 boi/2,5 porco 0,3 – 0,4
Laticínios (leite) 1000 L leite 1 – 10
Alimentícia
Latic. (queijo/manteiga) 1000 L leite 2 – 10
Margarina 1 ton margarin 20
Cervejaria 1000 L cerveja 5 – 20
Padaria 1 ton pão 2–4
Refrigerantes 1000 L refrig 2–5
Algodão 1 ton produto 120 – 750
Lã 1 ton produto 500 – 600
Rayon 1 ton produto 25 – 60
Têxtil Nylon 1 ton produto 100 – 150
Polyester 1 ton produto 60 – 130
Lavanderia de lã 1 ton lã 20 – 70
Tinturaria 1 ton produto 20 – 60
Curtume 1 ton pele 20 – 40
Couro e curtume
Sapato 1000 pares 5
Fabricação de polpa 1 ton produto 15 – 200
Polpa (embranquecimento) 1 ton produto 80 – 200
Polpa e papel
Fabricação de papel 1 ton produto 30 – 250
Polpa e papel integrados 1 ton produto 200 – 250
Tinta 1 empregado 110 L/d
Vidro 1 ton vidro 3 – 30
Sabão 1 ton sabão 25 – 200
Ácido, base, sal 1 ton cloro 50
Borracha 1 ton produto 100 – 150
Borracha sintética 1 ton produto 500
Refinaria de petróleo 1 barril (117L) 0,2 – 0,4
Indústrias
Detergente 1 ton produto 13
químicas
Amônia 1 ton produto 100 – 130
Dióxido de carbono 1 ton produto 60 – 90
Gasolina 1 ton produto 7 – 30
Lactose 1 ton produto 600 – 800
Enxofre 1 ton produto 8 – 10
Prod farmcêut (vitaminas) 1 ton produto 10 – 30
Mecânica fina/ótica/eletron 1 empregado 20 – 40 L/d
Produtos
Cerâmica fina 1 empregado 40 L/d
manufaturados
Indústria de máquinas 1 empregado 40 L/d
Fundição 1 ton gusa 3–8
Laminação 1 ton produto 8 – 50
Metalúrgicas
Forja 1 ton produto 80
Indústr chapas (ferro/aço) 1 empregado 60 L/d
Ferro 1m3 minér lav 16
Minerações
Carvão 1 ton carvão 2 – 10
RESUMO DAS INTERPRETAÇÕES DAS ANÁLISES
DESPEJOS TIPO 1 esgotos sanitários, despejos de indústrias de
laticínios, de fábricas de produtos alimentícios, matadouros, frigoríficos,
etc.
DESPEJOS TIPO 2 Indústrias têxteis, de beneficiamento de café, de
papel e celulose.
DESPEJOS TIPO 3 despejos de refinarias, de postos de lavagem e
lubrificação de veículos, e outras com efluentes que possuam alto teor
de óleos.
DESPEJOS TIPO 4 indústrias de papel, de tinturaria, despejos com
inseticidas e detergentes.
Uma cidade e uma indústria lançam seus despejos,
conjuntamente, em um curso d’água. A montante do ponto de lançamento
a bacia hidrográfica não apresenta nenhuma contribuição pontual
representativa. A jusante do lançamento o curso d’água percorre 50 km até
atingir o rio principal e no percurso não há outros lançamentos.
Dados do esgoto:
Q(E) = 0,114 m3/s
DBO5(E) = 341 mg/L
OD(E) = 0,0 mg/L
Dados da bacia hidrográfica:
Área de drenagem (a montante) = 355 km2
Descarga específica (vazão mínima por unidade de área) = 2,0 L/s.km2
Características do curso d’água:
Classe 2 ODMIN = 5,0 mg/L
OD(R) = 7,5 mg/L = ODSATURAÇÃO
DBO5(R) = 2,0 mg/L (rio limpo)
Temperatura da água 25°C
Profundidade média HMED(R) = 1,0 m
Velocidade média VMED(R) = 0,35 m/s
Pede-se:
1. Calcular o perfil de OD até o encontro com o rio principal
2. Apresentar alternativas de tratamento
1. Buscar dados de entrada para a Equação de Deficit:
Dt = [k1/(k2 – k1)] * Lo * (e-k1*t – e-k2*t) + Do * e-k2*t
Coeficiente de desoxigenação (k1):
Na impossibilidade de determinação laboratorial, adotar valor
referenciado na literatura (efluente primário 0,30 a 0,40 d-1)
Adotar: k1 = 0,38 d-1 20°C, base e
Correção de k1 para T = 25°C
k1(25) = k1(20) * Ɵ(T – 20)
k1(25) = 0,38 * 1,0475
k1(25) = 0,48 d-1
Coeficiente de reaeração (k2):
HMED(R) = 1,0 m
VMED(R) = 0,35 m/s Enquadrar nas validades das equações empíricas
Usar a Fórmula de O’Connor
k2(20) = 3,73 V0,50 / H1,50
k2(20) = 3,73 0,350,50 / 1,01,50
k2(20) = 2,21 d-1
Correção de k2 pata T = 25°C
k2(25) = k2(20) * Ɵ(T – 20)
k2(25) = 2.21 * 1,0245
k2(25) = 2,49 d-1
DBO do 1º estágio da mistura (Lo):
DBO1ºest(mist) = [DBO(R) * Q(R) + DBO(E) * Q(E) / (Q(R) + Q(E)] * 1,46
Q(R) = Qespec(R) * A(BH)
Q(R) = 2,0 L/s.km2 * 355 km2
Q(R) = 710 L/s ou 0,710 m3/s
DBO1ºest(mist) = Lo
Lo = [2,0 * 0,710 + 341 * 0,114 / (0,710 + 0,114)] * 1,46
Lo = 49 * 1,46
Lo = 71,4 mg/L
Déficit inicial (Do):
Do = ODSATURAÇÃO – ODMISTURA
ODMISTURA = [OD(R) * Q(R) + OD(E) * Q(E)] / [Q(R) + Q(E)]
ODMISTURA = [7,5 * 0,715 + 0,0 * 0,114] / [0,715 + 0,114]
ODMISTURA = 6,5 mg/L
Do = 7,5 – 6,5
Do = 1,0 mg/L
2. Perfil de OD no curso d’água até o ponto de encontro com o rio principal
Tempo de percurso até o rio principal:
VMED(R) = 0,35 m/s = 30.240 m/d
d = 50 km = 50.000 m
t = d / VMED(R) = 50.000 / 30.240 t = 1,65 d
Cálculo do déficit para diversos valores de t
Dt = [k1/(k2 – k1)] * Lo * (e-k1*t – e-k2*t) + Do * e-k2*t e = 2,7183
D(t=0,2) = [0,48/(2,49 – 0,48)] * 71,4 * (e-0,48*0,2 – e-2,49*0,2) + 1,0 * e-2,49*0,2
D(t=0,2) = 17,0646 * (e-0,48*0,2 – e-2,49*0,2) + 1,0 * e-2,49*0,2
D(t=0,2) = 17,0646 * (0,91 – 0,61) + 1,0 * 0,61 D(t=0,2) = 5,73 mg/L
OD(t=0,2) = 7,5 – 5,73 = 1,77 mg/L
d (km) t (d) D (mg/L) OD (mg/L)
0,0 0,00 - 6,50
0,20 5,73 1,77
0,40 8,13 - 0,63
0,60 9,26 - 1,76
0,79 9,42 - 1,92
0,80 9,35 - 1,85
1,00 9,25 - 1,75
1,20 8,75 - 1,25
1,40 8,22 - 0,72
1,60 7,60 - 0,10
50 1,65 7,47 0,03
Qual a eficiência de uma ETE (em %DBO) para que o órgão ambiental
permita o lançamento do esgoto tratado?
1.tc = 0,79 d-1
2.Dc = (k1/k2).Lo.e-k1.tc
Dc = 7,5 – ODmin
Dc = 2,5 mg/L
2,5 = (0,48/2,49). Lo’.e-0,48.0,79
Lo’ DBO1ºestágio mistura ET
3. Lo’ = [(DBO5R x QR) + (DBO5ET x QE) / (QR + QE)] x 1,46
Com DBO5ET Calcula-se a %ETE
PROCESSOS UNITÁRIOS DE TRATAMENTO FÍSICO
PENEIRAMENTO remoção de SS grosseiros (ϕ > 0,25 mm)
- Indústrias de celulose e papel, têxtil (remoção de fibras e fios), frigoríficos,
curtumes, fábricas de sucos, fecularias.
- Consultar tabelas de fabricantes QMAX e TA
TAXA DE APLICAÇÃO
ABERTURA (m3/m2.h)
(mm) ESTÁTICA ROTATIVA
0,25 15 25
0,50 22 45
0,75 25 65
1,00 30 80
1,50 35 100
Exercício 1:
Dimensionar uma peneira estática para remoção de sólidos superiores a
0,75 mm em uma vazão de 20 m3/h.
- Área da tela: A = QMAX / TA = 20 m3/h / 25 m3/m2.h = 0,8 m2
- Comprimento da peneira: L = 2,0 m (catálogo do fabricante)
- Largura da tela: B = A (m2) / L (m) = 0,8 m2 / 2,0 = 0,40 m
A largura deve ser consultada em catálogo. Caso não haja
fabricação com a largura consultada, adotar a largura imediatamente
superior.
Assim peneira com abertura de tela de 0,75 mm, com 2,0 m
e comprimento e 0,50 m de largura.
GRADEAMENTO grades fazem a primeira etapa da remoção de
sólidos grosseiros e corpos flutuantes.
- Velocidade do efluente através das barras 0,40 < V < 0,75 m/s
VREC = 0,60 m/s
- Finalidade:
Evitar a abrasão nos equipamentos e tubulações;
Eliminar/reduzir obstruções nas unidades à jusante;
Facilitar o transporte líquido do sistema (transporte de lodo)
SEÇÃO DA BARRA
TIPO DE GRADE ABERTURA
Em polegadas Em centímetros
1/4 x 1 ½ 0,64 x 3,81
FINA 3/8 a 3/4 1 a 2 cm) 5/16 x 1 ½ 0,79 x 3,81
3/8 x 1 ½ 0,95 x 3,81
5/16 x 2 0,79 x 5,00
MÉDIA 3/4 a 1½ (2 a 4 cm) 3/8 x 1 ½ 0,95 x 3,81
3/8 x 2 0,95 x 5,00
3/8 x 2 0,95 x 5,00
3/8 x 2 ½ 0,95 x 6,35
GROSSEIRA > 1½ (4 a 10 cm)
1/2 x 1 ½ 1,27 x 3,81
1/2 x 2 1,27 x 5,00
Menor dimensão espessura da barra
CAIXA DE AREIA
- Dispositivo de retenção = ƒ (decantação da areia; V fluxo);
ф areia = 0,1 a 0,5 mm ф mínimo = 0,2 mm
V esgoto = 0,3 m/s
Se V↑ - arraste das partículas que se pretende sedimentar
Se V ↓- depósito de matéria orgânica (0,15 m/s);
Alargamento da seção transversal do canal;
Depósitos para acúmulo de areia função do período de limpeza;
Remoção da areia retida manual ou mecânica
Instalar comportas de fluxo e by pass
- Dimensionamento (unidades por gravidade) = ƒ (Qmax)
Comprimento da caixa de areia:
ф partículas = 0,2 mm V sedimentação = 2 cm/s
V1 = L / t1 e V2 = H / t2 onde:
V1 velocidade de fluxo = 0,30 m/s ou 30 cm/s;
V2 velocidade de sedimentação = 0,02 m/s ou 2 cm/s;
L comprimento da caixa de areia;
H altura d’água na caixa.
Para se garantir que a partícula de areia seja retida na caixa t1 = t2,
assim:
L / V1 = H / V2 ou V2.L = V1.H
L = (V1 / V2). H = (0,30 / 0,02).H ou L = 15.H
Observação: Adotar fator de segurança de 50%, devido a turbulência.
L = 1,5.15.H
ou
L = 22,5.H
Largura da caixa (b)
Conhecendo-se: Q = vazão de esgoto (m3/s)
H = altura d’água (m)
V1 = velocidade do fluxo (m/s)
Q = S.V = b.h.V1 ou b = Q / (h.V1)
Taxa de aplicação (Tx)
Relação entre vazão de esgoto (Q) e área em planta da caixa de areia (A)
700 m3/m2.dia ≤ Tx ≤ 1.600 m3/m2.dia
Observação: Taxa, expressa em termos de velocidade de sedimentação
30 m/h ≤ Tx ≤ 65 m/h
Controle da velocidade por Calha Parshall
Objetivo: fazer com que as variações de vazão correspondam a
variações proporcionais de altura de lâmina d’água, mantendo-se a
velocidade constante (ou quase);
Escolha do Parshall menor W que suporte Qmax;
Cálculo do rebaixo (Z):
Qmin / Qmax = (Hmin – Z) / (Hmax – Z)
Z = (Qmax.Hmin – Qmin.Hmax) / (Qmax – Qmin)
VALORES LIMITES DE VAZÃO W
Garganta Vazão (L/s)
(mm) (pol ou pés) Mínima Máxima
76 3” 0,85 53,8
152 6” 1,52 110,4
229 9” 2,55 251,9
305 1’ 3,11 455,6
457 1 ½’ 4,25 696,2
610 2’ 11,89 936,7
915 3’ 17,26 1.426
1220 4’ 36,79 1.921
1525 5’ 62,80 2.422
1830 6’ 74,40 2.929
2135 7’ 115,4 3.440
2440 8’ 130,7 3.950
GARGANTA (W)
H (cm)
3” 6” 9” 1’
3 0,8 1,4 2,5 3,1
4 1,2 2,3 4,0 4,6
5 1,5 3,2 5,5 7,0
6 2,3 4,5 7,3 9,9
7 2,9 5,7 9,1 12,5
8 3,5 7,1 11,1 14,5
9 4,3 8,5 13,5 17,7
10 5,0 10,3 15,8 20,9
11 5,8 11,6 18,1 23,8
12 6,7 13,4 24,0 27,4
13 7,5 15,2 23,8 31,0
14 8,5 17,3 26,6 34,8
15 9,4 19,1 29,2 38,4
16 10,8 21,1 32,4 42,5
17 11,4 23,2 35,6 46,8
18 12,4 25,2 38,8 51,0 W n k
19 13,5 27,7 42,3 55,2
20 14,6 30,0 45,7 59,8 3” 1,547 0,176
25 20,6 42,5 64,2 83,8 6” 1,580 0,381
30 27,4 57,0 85,0 111,0
35 34,4 72,2 106,8 139,0 9” 1,530 0,535
40 42,5 89,5 131,0 170,0
1’ 1,522 0,690
45 51,0 107,0 157,0 203,0
50 185,0 240,0 2’ 1,550 1,426
55 214,0 277,0
60 243,0 314,0
65 356,0
70 402,0
EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE GRADE E CAIXA DE AREIA
Exercício 2:
- Dimensionar o conjunto grade, caixa de areia e medidor Parshall,
conhecendo-se as seguintes vazões na ETE:
Qmax = 29,5 L/s
Qmed = 18,4 L/s
Qmin = 11,4 L/s
1. Escolha do Medidor Parshall, para medição de vazão e controle da
velocidade:
Usar o Medidor Parshall com a menor garganta (W) capaz de suportar
Qmax = 29,5 L/s W = 3” (suporta vazões no intervalo de 0,8 a 51 L/s)
2.Cálculo da altura da lâmina d’água (H) no Medidor Parshall:
H = (Q / k)1/n
Onde:
n = 1,547 (tabelado, em função de W)
k = 0,176 (tabelado, em função de W)
Hmax = (Qmax / k) 1/n = (0,0295/0,176)1/1,547 = 0,315 m
Hmed = (Qmed / k) 1/n = (0,0184/0,176)1/1,547 = 0,232 m
Hmin = (Qmin / k) 1/n = (0,0114/0,176)1/1,547 = 0,170 m
3. Cálculo do rebaixo (Z):
Z = (Qmax.Hmin – Qmin.Hmax) / (Qmax – Qmin)
= (29,5 x 0,170 – 11,4 x 0,315) / (29,5 – 11,4) = 0,08 m
4. Cálculo da altura da lâmina d’água (h) antes do rebaixo:
hmax = Hmax – Z = 0,315 – 0,08 = 0,235 m
hmed = Hmed – Z = 0,232 – 0,08 = 0,152 m
hmin = Hmin – Z = 0,170 – 0,08 = 0.090 m
5. Escolha da grade:
Adotar grade fina Seção da barra = 8 x 40 mm
Espaçamento (abertura) = 15 mm
Inclinação = 45º
6. Cálculo da eficiência da grade (E):
E = a / (t + a) = 15 / (8 + 15) = 0,65
7. Cálculo da área útil (Au):
Adotar V = 0,60m/s
Au = Qmax / V = 0,0295 / 0,60 = 0,049 m2
8. Cálculo da área total da grade (At):
At = Au / E = 0,049 / 0,65 = 0,075 m2
9. Largura do canal (B):
B = At / hmax = 0,075 / 0,235 = 0,32 m
10. Verificação das velocidades (V): devem ficar entre 0,40 e 0,75 m/s.
Q (m3/s) h (m) At = 0,32.h Au = 0,65.At V = Q / Au Verificação
0,0295 0,235 0,075 0,049 0,61 Ok!
0,0184 0,152 0,049 0,032 0,58 Ok!
0,0114 0,090 0,030 0,019 0,60 Ok!
11. Cálculo da perda de carga (hf):
- Considerar a obstrução máxima de 50%
hf = 1,43 [(V2 – v2) / 2g]
- Com a obstrução de 50% V entre as barras, dobra. Assim, p/Qmax
(Vo):
V = 2 x 0,61 V = 1,22 m/s
- Velocidade à montante da grade (v)
v = Vo.E = 0,61.0,65 v = 0,40 m/s
- Assim: hf = 1,43.[(1,222 – 0,402) / 2 x 9,8] = 0,10 m
12. Comprimento da grade (X)
- Adotar tubulação de 200 mm e borda de 0,10 m
sen45° = h’ / X X = h’ / sen45º
h’ = hmax + hf + Dtubo + borda = 0,235 + 0,10 + 0,200 + 0,10 =
0,635 m
Assim: X = 0,635 /0,707 = 0,90 m
13. Quantidade de barra (n)
n = B (mm) / (t (mm) + a (mm)) = 320 / (8 +15) = 13,9
14. Espaçamento entre as barras externas e as paredes do canal
p/ 14 barras:
e = B – [n.t + (n – 1).a] = 320 – [14 x 8 + 13 x 15] = 13 mm
e/2 = 6,5 mm
p/13 barras:
e = 320 – [13 x 8 + 12 x 15] = 36 mm e/2 = 18 mm
Conclusão: para 13 barras, e/2 é maior que 15 mm, a abertura entre
barras então, deve-se usar 14 barras (e/2 = 6,5 mm).
15. Largura (b) da câmara da caixa de areia
- Adotar a velocidade na caixa de areia V = 0,30 m/s
b = Qmax / hmax.V = 0,0295 / 0,235 . 0,30 = 0,45 m
16. Verificação de V na caixa de areia: 0,24 m/s ≤ V ≤ 0,36 m/s
Q (m3/s) H (m) S=h.b V=Q/S Verificação
0,0295 0,235 0,106 0,28 Ok!
0,0184 0,152 0,068 0,27 Ok!
0,0114 0,090 0,041 0,28 Ok!
17. Comprimento (L) da caixa de areia:
L = 22,5 . hmax = 22,5 . 0,235 = 5,29 m
18. Verificação da Taxa de Escoamento Superficial (Tx):
Tx = Q (m3/dia)/A (m2) = 2.548,8 m3/dia/5,29.0,45 = 1.071 m3/m2.dia
CAIXA RETENTORA DE GORDURA
- Retenção de gorduras e materiais flotantes (diferença de densidade);
- Tratamento preliminar frigoríficos, curtumes, laticínios, matadouros;
- Fundamento: permanência tranqüila do liquido na caixa, durante o tempo
que as partículas percorram a distância do fundo até a superfície líquida.
- TDH = 3 a 5 minutos, se T < 25°C.
TDH = 5 a 30 minutos, se T > 25°C
- Forma: retangular (2 ou mais cortinas): na entrada (evitar turbulência do
líquido); e próximo à saída. Num dos lados caixa p/remoção da gordura
- A (m2) = Q (m3/h) / V (m/h); onde:
Q vazão máxima afluente;
V Vmín ascensão (ϕ de menor tamanho) V (m/h) = H (m)/t (h)
Exercício 3:
Dimensionar CxG para frigorífico que abate 200 cabeças/dia. Considerar:
consumo de 1500 L/animal.dia; período de 8 h de funcionamento diário;
60% das águas residuárias passarão na caixa; T = 30°C.
Contribuição diária das águas residuárias (Q):
Q = 200 animais/dia x 1500 L/animal.dia Q = 300 m3/dia
Para 8 h de funcionamento Q = 37,50 m3/h
Volume da caixa (Vol)
Adotar m TDH = 10 minutos T > 25°C
Vol = 1,5 x Q x TDH x 0,60
Vol = 1,5 x 37,50 m3/h x 1/6 h x 0,60 Vol = 5,625 m3
Dimensões da caixa
- Considerar: V = 4 mm/s e Taxa = 14,4 m3/m2.h
Área necessária (A):
A = 1,5 x Q (m3/h) / V (m3/m2.h)
A = 1,5 x 37,50 (m3/h) / 14,4 (m3/m2.h) A = 3,90 m2
- Adotando L = 1,5 B
A = L x B A = 1,5 B2
3,90 m2 = 1,5 B2 à Assim: B = 1,61 m e L = 2,42 m
Altura da caixa (H): Vol = L x B x H
5,625 = 2,42 x 1,61 x H H = 1,44 m
CAIXA RETENTORA DE ÓLEO
- Remoção de óleo de águas residuárias de postos de lavagem e
lubrificação de veículos, oficinas mecânicas...
- Fundamento semelhante ao da caixa de retenção de gordura (diferença
de densidade). Mesmo TDH;
- Lavagem de veículos grande quantidade de areia e outros materiais
inertes à caixas precedidas de unidades de desarenação.
- Formato retangular, c/2 cortinas: próxima à entrada e próxima à saída,
imersa até perto do fundo para que os sólidos sedimentáveis sejam
arrastados com o efluente. A forte inclinação do fundo em direção à saída
evita o acúmulo de SSed grosseiros.
Exercício 4:
Dimensionar CxO, para um posto de lavagem. Estimar a lavagem de 30
veículos/dia, de pequeno e médio porte. Conforme pesquisa, observou-se
o consumo de 600 L d’água/veiculo e T = 30°C (da água).
- Consumo de água: Q=NxC
Q = 30 veículos/dia x 600 L/veículo
Q = 18.000 L/dia Q = 0,0125 m3/min
- Volume da caixa (Vol):
Vol. = Q x TDH
Adotar TDH = 10 min, pois temperatura do líquido é maior que
25°C
Vol. = 0,0125 m3/min x 10 min Vol = 0,125 m3
- Dimensões da caixa:
Adotar: L = 2B, onde B é a largura da caixa; H = 0,50 m, h = 0,25 m.
Vol. = [(H + h) / 2] x L x B
= [(H + h) / 2] x 2B x B
= [(H + h) / 2] x 2B2
= (H + h) x B2
0,125 m3 = (0,50 m + 0,25 m) x B2 B = 0,41 m e
L = 0,82 m
PROCESSOS BIOLÓGICOS DE TRATAMENTO
- Sistemas de tratamento anaeróbio
Teoria básica:
Respiração aeróbia – C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O
Respiração anaeróbia – C6H12O6 3CO2 + 3CH4
Principais reatores anaeróbios
A) Reatores de crescimento da biomassa em dispersão
Reator anaeróbio de manta de lodo
(UASB):
DBO estabilizada anaerobiamente por
bactérias dispersas no reator. Fluxo do
líquido é ascendente. Parte superior do
reator dividida nas zonas de
sedimentação e de coleta de gás. Zona
de sedimentação permite a saída de um
efluente clarificado. Retorno da
biomassa ao sistema aumenta a sua
concentração no reator. Entre os gases
formados inclui-se o metano. O sistema
dispensa decantação primária. Baixa
produção de lodo, que já sai do reator
estabilizado.
B) Reatores de crescimento de biomassa aderido às superfícies
Filtro anaeróbio:
A DBO é estabilizada por bactérias aderidas a um meio suporte
(usualmente pedras). O tanque trabalha submerso, e o fluxo é ascendente.
O sistema requer decantação primária (frequentemente, tanques sépticos).
A produção de lodo é baixa e o mesmo já sai estabilizado.
Vantagens:
- Baixa produção de sólidos (5 a 10 X < que nos processos aeróbios);
- Baixo consumo de energia (elevatória de chegada);
- Custos operacionais muito baixos;
- Baixa demanda de área;
- Baixo custo de implantação (20 a 30 dólares, per capta);
- Produção de metano (gás combustível, com elevado teor combustível);
- Possibilidade de preservação da biomassa, sem alimentação do reator,
por vários meses;
- Tolerância a elevadas cargas orgânicas;
- Aplicabilidade em pequena e grande escala;
- Baixo consumo de nutrientes.
Desvantagens:
- As bactérias anaeróbias são inibidas por uma série de compostos;
- A partida do reator pode ser lenta (sem a semeadura de lodo adaptado
– inóculo);
- Necessidade de pós-tratamento;
- Bioquímica e microbiologia complexas (necessitam de pesquisas);
- Possibilidade de maus odores (controláveis);
- Possibilidade de geração de efluentes com aspecto desagradável;
- Remoção insatisfatória de N, P e patogênicos.
REATOR UASB (REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENENTE COM
MANTA DE LODO) Critérios e parâmetros de projeto
Concentração de lodo (leito de lodo) 4 a 10% ou de 40.000 a 100.000
mg/L, junto ao fundo do reator (grânulos com diâmetros de 1 a 5 mm).
Manta de lodo 1,5 a 3% ou de 15.000 a 30.000 mg/L.
Mistura provocada pelo movimento ascendente do biogás.
1. Carga orgânica volumétrica (COV)
COV = (Q x S) / V onde:
COV – Carga orgânica volumétrica (kg DQO/m3.dia)
Q – Vazão (m3/dia)
S – Concentração de substrato afluente (kg DQO/m3)
V – Volume total do reator (m3)
2. Volume total do reator (V)
V = (Q x S) / COV COV ≤ 15 kg DQO/m3.dia
Obs.: Tratamento de esgoto com baixa concentração (esgotos doméstico
COV ≤ 3,0 kg DQO/m3.dia) considerar a Carga Hidráulica
Volumétrica.
3. Tempo de detenção hidráulica (TDH)
TDH = V / Q onde:
TDH – Tempo de detenção hidráulica (dias);
V – Volume total do reator (m3);
Q – Vazão (m3/dia).
4. Carga hidráulica volumétrica (CHV)
CHV = 1 / TDH ou CHV = Q / V onde:
CHV – Carga hidráulica volumétrica (m3/m3.dia ou dia-1)
Obs.: - CHV ≤ 5,0 m3/m3.dia TDH ≥ 4,8 horas (1/5 de 24 horas);
- TDH velocidade do processo de digestão anaeróbia
Para T < 20ºC TDH = 10 a 14 horas (para Qmed);
Para 20ºC = T ≤ 26ºC TDH = 6 a 9 horas
5. Volume do reator (V)
V = Q x TDH
Obs.: - Recomenda-se V ≤ 1.500 m3
- Para pequenas ETE’s V = 400 a 500 m3
6. Velocidade superficial de fluxo (v)
v=Q/A onde:
v – Velocidade superficial de fluxo, ou velocidade ascensional (m/h);
Q – Vazão (m3/h);
A – Área da seção transversal do reator (m2).
Como: V = A x H A = V / H ou 1 / A = H / V; assim:
v = (Q x H) / V como Q/V = CHV 1 / TDH; logo:
v = H / TDH onde:
H – Altura do reator (m).
Obs.: - Lodo floculento CO = 5,0 a 6,0 kg DQO/m3.dia
- v = 0,5 a 0,7 m/h (recomendado)
- Tolerado 2 a 4 h 1,5 a 2,0 m/h
Valores recomendados: Reator UASB Esgoto
doméstico
VELOCIDADE SUPERFICIAL
VAZÃO AFLUENTE
(m/h)
Vazão média 0,5 – 0,7
Vazão máxima 0,9 – 1,1
Picos (4 h) < 1,5
H – 3 a 6 m (v < 1,0 m/h; Qmed; TDH = 6 a 10 h, T= 20 a 26ºC)
Observação: PRODUÇÃO DE BIOGÁS
0,45 m3 biogás / Kg DQOremov
CONFIGURAÇÕES TÍPICAS
(1)UASB TRATANDO ESGOTO DE BAIXA
CONCENTRAÇÃO
DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO DA CARGA HIDRÁULICA
MANTER BAIXAS VELOCIDADES SUPERFICIAIS NOS
COMPARTIMENTOS DE DIGESTÃO E DECANTAÇÃO RETENÇÃO
DE BIOMASSA E ESTABILIDADE DO PROCESSO
REDUÇÃO DA ALTURA DO REATOR E AUMENTO DA SEÇÃO
TRANSVERSAL (MANTER VELOCIDADE DENTRO DA FAIXA
ADEQUADA)
(2) TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS
PREVÊ IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE EQUALIZAÇÃO, A
MONTANTE
UNIFORMIZAR VAZÃO E CARGA ORGÂNICA
ETE’s TRATANDO ESGOTO DOMÉSTICO NÃO TÊM EQUALIZAÇÃO
UASB EXPOSTO A VARIAÇÕES
AUMENTAR A SEÇÃO TRANSVERSAL DO REATOR JUNTO AO
COMPARTIMENTO DE DECANTAÇÃO VELOCIDADES BAIXAS
DURANTE PICOS DE VAZÃO
(3) FORMA DO REATOR UASB (EM PLANTA)
CIRCULARES OU RETANGULARES
CIRCULARES: MAIS ECONÔMICOS (DO PONTO DE VISTA
ESTRUTURAL) ATENDIMENTO DE PEQUENAS POPULAÇÕES COM
UNIDADE ÚNICA
RETANGULARES:
* POPULAÇÕES MAIORES
* MODULAÇÃO UMA PAREDE PODE SERVIR A DOIS
MÓDULOS CONTÍGUOS
NÚMERO DE DISTRIBUIDORES
Nd = A / Ad onde:
Nd – número de distribuidores;
A – área da seção transversal do reator (m2);
Ad – área de influência de cada distribuidor
UASB TRATANDO ESGOTO DOMÉSTICO
Desenvolve lodo floculento
Concentração de lodo – média a elevada
Carga orgânica aplicada = 1,0 a 3,0 kg DQO/m3.dia
Área de influência = 1,5 a 3,0 m2
Van Haandel (Recomenda) = 1,0 a 4,0 m2
Diretrizes para determinação da área de influência
de distribuidores de vazão em reatores UASB
CO Aplicada Área de Influência
Tipo de Lodo
(kg DQO/m3.dia) (m2)
< 1,0 0,5 – 1,0
Denso e floculento 1,0 – 2,0 1,0 – 2,0
> 40 kg SST/m3 > 2,0 2,0 – 3,0
Mediano < 1,0 – 2,0 1,0 – 2,0
20 a 40 kg SST/m3 > 3,0 2,0 – 5,0
< 2,0 0,5 – 1,0
Granular 2,0 – 4,0 0,5 – 2,0
> 4,0 > 2,0
Dimensionar um reator UASB sendo conhecidos:
População → 20.000 habitantes
Vazão afluente média → QMED = 3.000 m3/dia (125 m3/h)
Vazão afluente máxima → QMAX = 4.920 m3/dia (205 m3/h)
DQO afluente (So) → 600 mg/L = 600 g/m3 = 0,6 kg/m3
DBO afluente (So) → 350 mg/L
Temperatura do esgoto → T = 23ºC (média do mês mais frio)
Coef. de produção de sólidos → Y = 0,18 kg SST/kg DQO aplicada
Coef. de produção de sólidos, em termos de DQO → YOBS = 0,21
kg DQO lodo/kg DQO aplicada
Concentração esperada para o lodo de descarte → C = 4%
Densidade do lodo → g = 1.020 kg SST/m3
1. Cálculo da Carga Orgânica Afluente Média de DQO:
COMED = So x QMED
0,6 kg/m3 x 3.000 m3/dia COMED = 1.800 kg DQO/dia
2. Adoção do Tempo de Detenção Hidráulico (TDH):
TDH = 8,0 h → 6,0 h < TDH < 10 h
3. Cálculo do Volume Total do Reator (Vol):
Vol = QMED x TDH
125 m3/h x 8,0 h Vol = 1.000 m3
Obs.: Adotar dois reatores de 500 m3
4. Altura (H) do Reator:
Adotar H = 4,5 m
5. Cálculo da Área de Cada Reator (A):
A = Vol / H
500 m3 / 4,5 m A = 111,1 m2
6. Cálculo das Dimensões dos Reatores:
A=C x L
8,45 m x 13,20 m A= 111,5 m2
7. Valores Corrigidos de Área, Volume e TDH:
AT = 2 x 111,5 m2 = 223 m2
VolT = AT x H = 223 m2 x 4,5 m = 1.003,5 m3
TDH = VolT / QMED = 1.003,5 m3 / 125 m3/h = 8,0 h
8. Verificação das Cargas Aplicadas:
COV = (QMED x So) / Vol =
1.800 kg DQO/dia / 1.003,5 m3 COV = 1,79 kg DQO/m3.dia
CHV = Q / Vol
3.000 m3/dia / 1.003,5 m3 CHV = 2,98 m3/m3.dia
9. Verificação das Velocidades:
Para Vazão média
v = QMED / A
125 m3/h / 223 m2 v = 0,56 m/h → 0,5 m/h < v < 0,7 m/h
Para vazão máxima
v = QMAX / A
205 m3/h / 223 m2 v = 0,92 m/h → 0,9 m/h < v < 1,1 m/h
10. Estimativa de Remoção da Matéria Orgânica:
Em termos de DQO
Ef. DQO = 100 x (1 – 0,68 x TDH-0,35)
100 x (1 – 0,68 x 8-0,35) Ef. DQO = 67%
Em termos de DBO
Ef. DBO = 100 x (1 – 0,70 x TDH-0,50)
100 x (1 – 0,70 x 8-0,50) Ef. DBO = 75%
11. Estimativa de Concentração de Matéria Orgânica no Efluente
Em termos de DQO
S(DQOEFL) = 600 – [(67 x 600) / 100] = 198 mg DQO/L
Em termos de DBO
S(DBOEFL) = 350 – [(75 x 350) / 100] = 88 mg DQO/L
Dimensionar um reator UASB para uma pequena indústria de
cervejas.
Características Físico-Químicas dos Despejos Após Tratamento
Preliminar
PARÂMETRO UNIDADE VALOR
Vazão m3/dia 2.000
DQO mg/L 3.000
DBO mg/L 2.400
SST mg/L 250
pH - 5 – 12
Nitrogênio mg/L 20
Fósforo mg/L 5
Alcalinidade g CaCO3/L 400
Temperatura ºC 30 – 35
São dados: - Hreator = 5,25 m
- LV = COV = 8,0 kg DQO/m3.dia
1. Cálculo da Carga Orgânica afluente (CO):
CO(DQO) = Q x DQO = 2.000 m3/dia x 3,0 kg DQO/m3 CO(DQO) = 6.000 kg/dia
2. Cálculo do volume do reator (Vol):
Critério hidráulico levar em consideração a Vascensional (v = 0,6 m/h)
Q = A x v A = Q / v = 83,33 m3/h / 0,6 m/h A = 138,9 m2
Como Hreator = 5,25 m
Vol = 138,9 x 5,25 Vol = 730 m3
Critério da Tx Carregamento Orgânico (LV) (ou COV)
LV = COV = 8,0 kg DQO/m3.dia
COV = CO/VolVol = CO/COV = 6000 kg/dia /8 kg DQO/m3.diaVol = 750 m3
Obs.: deve-se trabalhar com o maior volume calculado
3. Cálculo do Tempo de Detenção Hidráulica (TDH):
Q = Vol / TDH TDH = Vol / Q = 750 m3 / 2.000 m3/dia
TDH = 0,375 d = 9 h
4. Cálculo do volume de digestão (VD):
Conhecendo-se:
- Concentração de biomassa ativa X = 25 kg SST/m3
- Atividade metanogênica específica AME = 0,5 kg DQO/kg SST.dia
4.1. Cálculo da massa de lodo (MX):
MX = CO(DQO) x 0,8 / AME = 6.000 kg DQO/dia x 0,8 / 0,5 kg DQO/kg
SST.dia
MX = 9.600 kg SST
4.2. Cálculo do volume de lodo (VX):
VX = MX / X = 9.600 kg SST / 25 kg SST/m3 VX = VD = 384 m3
5. Cálculo do volume de decantação (VDEC):
- Adotar o tempo de decantação tdec = 2 h
Q = Vol / t VDEC = Q x tdec = (2.000 m3/dia / 24 h) x 2 h VDEC =
167 m3
6. Cálculo do lodo de excesso (PX):
Conhecendo-se:
- Eficiência de remoção da carga orgânica no reator Efic. = 80%
- Coeficiente de rendimento celular Y = 0,03 kg SST/kg DQOREM
PX = COREM x Y = 4.800 kg DQOREM/dia x 0,03 kg SST/kg DQOREM
PX = 144 kg SST/dia
PXV = 144 kg SST/dia x 0,85 SSV/SST PXV = 122,4 kg SSV/dia