UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE DIREITO
Módulo
Princípios de Finanças Empresariais
Dr. Xavier Fernando
Conteúdos Programáticos
1. Introdução
2.1.Caracterização das Finanças (conceito)
2.2. Conceitos estruturais de Finanças Empresariais
2.2.1. Objectivos das Finanças Empresariaís.
2.2.2. Decisões das Finanças Empresariaís
3. Análise Finaceira e Gestão financeira
3.1. Funções do Gestor Financeiro
3.2. Análise das Demonstrações Financeiras (Conceitualização)
3.2.1. Balanço Patrimonial
3.2.2. Demonstração de Resultados do Exercício
3.2.3. Demonstração de Fluxo de Caixa.
3.3. Instrumetmos de Análise Financeira (Rácios)
3.3.1. Mapas económicos e Fianceiros
3.3.2. Rácios económicos e Financeiros
4. Prática Financeira (Trabalho Prático)
5. Análise de Investimentos (Payback, Taxa interna de Rentabilidade...)
5.1. Análise de Investimemntos (trabalho prático)
O que se pretende?
Compreender o conceito de Finanças
Empresariais.
Entender o seu objecto (tomadas de decisões
financeiras).
Entender objectivo das Finanças
empresariais.
Compreender o Método das Finanças
Empresariais.
Elaborar trabalhos práticos com a aplicação
dos métodos de análise financeira e
Introdução aos Princípios de Finanças
Empresariais
Nesta secção introdutória, vamos mergulhar nos fundamentos das
finanças empresariais. Compreender o papel central que as finanças
desempenham nas empresas é crucial para o sucesso e a
sobrevivência a longo prazo dos negócios.
A gestão financeira eficaz é muito mais do que apenas números;
envolve estratégia, tomada de decisões e planejamento cuidadoso
para garantir a sustentabilidade e o crescimento.
Ao longo das próximas seções, exploraremos aspectos mais
detalhados e vitais das finanças empresariais, fornecendo uma visão
abrangente para aqueles interessados em aprimorar suas habilidades
nesse campo dinâmico e complexo.
2.1.Conceito de Finanças Empresariais
De acordo com o Mota, 2020, o termo finanças pode ser definido
como “ a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. p. 10
Finanças diz respeito aos processos, as instituições, aos mercados
e aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre
as pessoas, empresas e orgãos governamentais.
Finanças: é a gestão do uso do
dinheiro
2.1.1.Principais categórias de finanças
Finanças Finanças Finanças Pessoais
Empresariais
Públicas
-Relativas ao governo -Relativas aos individuos
- Relativas às empresas
Abordam o sistema fiscal, o Abordam a questão de gestão de Abordam a questão dos seguros,
orçamento público, dividas activos, passivos, proveitos, custos, financiamentos, poupança,
públicas, etc. etc. aposentadorias, etc.
. .
Fonte: Própria
2.2.Definição de Finanças Empresariais
Finanças Empresariais: é a administração financeira de uma
Vantagens
empresa, é o planeamento, organização, direcção e controle das
da Gestão Vantagens
finanças.
Financeira
Silva,
da Gestão
2020 Financeira
Objectivo das Finanças Empresariais
Maximização da riqueza da
empresa e do valor das suas
ações
Objectivos das Finanças Empresariais
Liquidez
1 da
Garantir a capacidade da empresa no cumprimento das suas
Vantagens
obrigações
Gestão de curto prazo. Gestão Financeira
Financeira
Rentabilidade
2 Garantir a capacidade da empresa de gerar lucro em relação aos
seus activos, património líquido e vendas.
Distribuição de dividendos
3 Garantir a capacidade da empresa em remunerar os sócios ou
acionistas.
Fonte: Própria
Decisões das Finanças Empresariais
Orçamentos
1
O orçamento empresarial visa reduzir desperdícios e optimizar a
utilização de recursos, contribuindo para a eficiência operacional
e a maximização dos lucros.Gestão Financeira
Financiamentos
2
Identificar e escolher as melhores formas de financiamento para
as necessidades da empresa
Investimentos
3
Avaliar e selecionar investimentos que tragam o maior retorno
para a empresa.
4 Análise de riscos
Identificar, avaliar e priorizar os riscos financeiros que podem
afetar a empresa.
Fonte:
Própria
3.1.Funções da Administração
Financeira
GESTOR FINANCEIRO
TESOURARIA CONTROLE
Administração Contabilidade
de caixa financeira
Contabilidade
Contas a receber
de custos
Contas a pagar Orçamentos
Administração
Câmbio
de tributos
Gitman, 2010
Fonte:
Própria
Análise de Demonstrações Financeiras
1 2 3
Balanço DRE - Demonstração Fluxo de Caixa
Patrimonial do Resultado do
O balanço patrimonial é Exercício
A DRE mostra se a O fluxo de caixa é a
uma ferramenta
empresa teve lucro ou quantidade de
fundamental que mostra
prejuízo em um dinheiro que entra e
os ativos, passivos e
determinado período, sai de uma empresa,
patrimônio líquido de uma
calculando as receitas, refletindo sua liquidez
empresa em um período
custos e despesas e capacidade de
específico.
operacionais, pagamento de
O balanço patrimonial
permitindo uma análise dívidas.
oferece uma visão
abrangente sobre a
detalhada dos ativos,
lucratividade, despesas
passivos e patrimônio
e custos envolvidos no
líquido da empresa,
negócio.
proporcionando dados
Fonte: cruciais para analisar a
Própria saúde financeira e a
Análise de Demonstrações Financeiras
AC
PC
Fonte: Fonte: Própria
Própria
Rácios económico-financeiros
Exercícios
Designação Notas
2017 2016
Vendas 22 176.832.010,00 245.900.000,00
Prestação de Serviços 23 0,00
Outros Proveitos Operacionais 24 0,00 0,00
Total 176.832.010,00 245.900.000,00
Variação nos Prod. Acabados e Prod. Em via de Fabrico 25 0,00 0,00
Trabalhos para própria empresa 26 0,00 0,00
Custos das Existências 27 142.350.000,00 210.500.000,00
Custos com o pessoal 28 14.208.420,00 12.405.288,00
Amortizações 29 2.939.186,00 3.152.264,00
Outros Custos e Perdas Operacionais 30 13.874.000,00 14.179.350,00
Total 173.371.606,00 240.236.902,00
Resultados operacionais 3.460.404,00 5.663.098,00
Resultados Financeiros 31 (758.000,00) (662.426,00)
Resultados Não Operacionais 33 0,00 0,00
Resultado antes de impostos 2.702.404,00 5.000.672,00
Imposto Sobre os Lucros 30 % 35 (810.721,20) (1.500.201,60)
Resultado liquido das actividadedes correntes 34 1.891.682,80 3.500.470,40
Resultados extraordinários 0,00 0,00
Imposto sobre Resultados Extraordinários 35 0,00 0,00
Resultados Líquidos do Exercício 1.891.682,80 3.500.470,40
Fonte: Fonte: Própria
Própria
Obrigado!
Bibilografia
Manual de Contabilidade e Finanças para não financeiros, 1ª Edição, Escolar Editora.
Walsh, Ciara.(2020). Finanças da Empresa-Teoria e Prática,6º ed, Edições Sílabo.
Gitmam, Lawrence J. ( 2010). Príncipios de Administração financeira, ed.- São Paulo
Principles of Corporate finance, 6th edition Mc Graw Hill, Rui Malaquias et all, LS 2016
GUERREIROS, Marta. (2015). Plano Geral de Contabilidade Explicado: Plural Editores.
LOUSÃ, Aires; SALGUEIRINHO, Cristina.(2015). A Contabilidade e a Gestão Diária Angola-Luanda:
Plural Editores.
Azzolin, L.J.(2012).Análise das Demonstrações Contábeis.IESDE.S.A. Brasil:Coritiba
Comissão de Normalização Contabilística - CNC - (Estrutura Conceptual IASB). Disponível em:
www.cnc.min-finanças.pt/siteantigo/SNC_projecto/SNC_EC.pd
GONÇALVES,Cristina.(2013). Relato Financeiro: Interpretação e Análise. 2ª Ed. Vida Económica-
Editorial S.A.
Walsh, Ciara.(2017). Rácios Fundamentois de Gestão,5º ed, Instituto Piaget.
Análise Economica e Financeira das
DF´s
A análise financeira consiste na avaliação dos dados econômicos
e financeiros de uma empresa, como demonstrativos contábeis,
para compreender sua performance, eficiência e capacidade de
geração de valor.de geração de valor.
A análise financeira é essencial para a gestão de uma empresa,
pois fornece informações cruciais para tomar decisões
estratégicas, como investimentos, redução de custos, definição
de preços e planejamento financeiro. Desta feita, o processo de
análise financeira das demonstrações financeiras é
materializada mediante a aplicação de rácios económicos
Fonte: Fonte: Própria finaceiros.
Própria
Análise Economica e Financeira das
DF´s
A análise financeira consiste na avaliação dos dados econômicos
e financeiros de uma empresa, como demonstrativos contábeis,
para compreender sua performance, eficiência e capacidade de
geração de valor.de geração de valor.
A análise financeira é essencial para a gestão de uma empresa,
pois fornece informações cruciais para tomar decisões
estratégicas, como investimentos, redução de custos, definição
de preços e planejamento financeiro. Desta feita, o processo de
análise financeira das demonstrações financeiras é
materializada mediante a aplicação de rácios económicos
Fonte: Fonte: Própria
finaceiros.
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e
Financeira das DF´s
Os rácios económico-financeiros apresentam-se como instrumentos básicos da análise
das demonstrações financeiras, que permitem efectuar uma relação de diferentes
grandezas apresentadas pela empresa ao longo de diferentes exercícios.
Padoveze (2018, p.206)) informa que os rácios económico-financeiros “têm como
objectivos detectar situações, verificar tendências e dar subsídios para que a gestão da
organização enfatize os esforços correctivos nas direcções necessárias”
Rácios de liquidez
(RL)
Os rácios de liquidez “medem a capacidade da empresa para fazer face as suas obrigações a curto
prazo. Permitem, pois, verificar se a empresa tem ou não a capacidade para pagar as suas dívidas
na data de vencimento”. (LOUSÃ e SALGUEIRINHO, 2015, p.251). Eles estão subdivididos em:
• Liquidez Geral
• Liquidez Imediata
• Liquidez Reduzida
Fonte: Fonte: Própria
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
Rácio de liquidez Corrente das DF´s
(RLC)
O rácio de liquidez corrente mede a capacidade da empresa em honrar as suas
obrigações de curto prazo. Se o valor apurado for maior que 1, a empresa pode
utilizar activos líquidos para pagar as dívidas a menos de 1 ano, pois se tal não
acontecer a empresa terá de recorrer aos seus capitais permanentes para
financiar a parte não coberta do passivo circulante. (LOUSÃ e SALGUEIRINHO,
2015, p.251).
Rácio de Liquidez Corrente
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
Rácio de liquidez Imediata das DF´s
(RLI)
Indica o quanto a empresa dispõe de recursos imediatos para pagar suas dívidas de curto
prazo. Este indicador reporta a liquidez, num sentido restrito porque revela o dinheiro ou
activos facilmente convertíveis em dinheiro para fazer face às dívidas no curto prazo.
Se este indicador for superior a 1, significa que a empresa tem meios de pagamento
suficientes para honrar as suas obrigações de curto prazo. (LOUSÃ e SALGUEIRINHO, 2015,
p.251).
Rácio de Liquidez Imediata
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
Rácio de Estrutura de das DF´s
Capitais
Em termos de obtenção e aplicação de recursos os rácios deste grupo, mostram
as grandes linhas de decisões financeiras.
Conforme Lousão e Salgueirinhos (2015, p.249) refere que os rácios de estrutura
medem a capacidade da empresa para solver os seus compromissos a médio e
longo prazo. Compara os fundos fornecidos pelos accionistas com os fundos
obtidos juntos dos credores (Capital alheio). Eles podem ser:
Rácio de Solvabilidade
Rácio de Autonomia Financeira
Rácio de Endividamento
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
Rácio de das DF´s
Solvabilidade
Expressa a capacidade da empresa em solver os seus compromissos a médio e
longo prazo. A solvabilidade revela a parte da actividade financiada pelos
proprietários da empresa.
Se o rácio for inferior a 1, significa que a empresa não tem capacidade para
satisfazer todos os seus compromissos com os meios próprios que dispõe nos
prazos previstos.
Rácio de Solvabilidade
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
Rácio de Autonomia das DF´s
Financeira
Mede em termos percentuais a participação do capital próprio no financiamento da
empresa, ou seja indica por cada 100 unidades monetárias aplicados na empresa, quantos
são próprios e quantos são alheios.
O seu resultado varia entre 0 e 1. Será 1 quando a empresa financia todo o seu activo com
capitais próprios, não recorrendo a financiamento externo, suportando desta forma baixos
encargos financeiros.
Por sua vez, um valor baixo indica o recurso alargado a financiamento externo e uma
grande dependência da empresa em relação aos credores. (GONÇALVES, 2013, p.309).
Rácio de Autonomia Financeira x100
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
das DF´s
Rácio de Endividamento
Este rácio determina a percentagem do capital alheio utilizado utilizado no financiamento
das actividades da empresa.
É digno de nota que o rácio de endividamento é um rácio complementar ao rácio de
autonomia financeira, pois a soma dos dois valores é igual a 1.
Rácio de Endividamento x100
Fonte:
Própria
Trabalho Prático
1- Calcule os seguintes rácios:
a) Liquidez
b) Estrutura de Capitais
2- Elabore um parecer técnico para a empresa ABC,Lda, tendo
em conta os resultados para cada rácio.
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
das DF´s
c) Rácio de Actividade
Os rácios de actividade, tambem conhecidos como de rotatividade, rotação e de
velocidade, são usadas para medir a rapidez com que várias contas são
convertidas em caixa ou vendas (entradas e saídas), pois os rácios de liquidez
não avaliam a diferença na composição dos activos circulantes e passivos
circulantes que podem afectar significativamente a verdadeira liquidez da
empresa. (AZZOLIN,2012, P.214). Eles podem ser:
• Prazo Médio de Recebimentos
• Prazo Médio de Pagamentos
• Prazo Médio de Rotação do Stock
Fonte:
Própria
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
c) Rácio de Actividade
das DF´s
• Prazo Médio de Recebimento
É um dos indicadores mais utilizados para a gestão de crédito
concedido. Este indicador permite verificar qual é em média,
o número de dias que a empresa demora a receber dos seus
clientes.
PMR x 365 dias
• Prazo médio de pagamento (PMP)
indica quantos dias ou meses, em média, a empresa leva para
quitar suas dívidas junto aos seus fornecedores. Dailamikua
(2017, p.52) apud Silva (2010).
• O autor acima citado nos adverte que, o prazo médio para o
pagamento das compras deverá ser superior aos prazos
concedidos aos clientes, de forma a permitir a manutenção de
um adequado nível de liquidez.
PMP= dias
Principais Rácios de Análise Economica e Financeira
das DF´s
c) Rácio de Actividade
Assim:
PMP˃PMR – Situação favorável para a empresa;
PMP˂PMR – Situação desfavorável para a empresa;
PMP=PMR – A situação é desfavorável para a empresa
• Prazo Médio de Rotação do Inventário da
Este rácio representa o número de vezes que os
inventários (Stocks) são repostos em armazém durante o
ano, tendo como referência as quantidades vendidas.
PMRS x365 dias
Trabalho Prático
1- Calcule os seguintes rácios:
a)Liquidez
b)Estrutura de Capitais
c)Actividade
d)Rendibilidade
2-Elabore um parecer técnico para a empresa ABC,Lda, tendo
em conta os resultados para cada rácio.