O personagem fotografado é o famoso velejador brasileiro
Amyr Klink. Você já ouviu falar dele? As viagens marítimas
nos barcos a vela atuais são milhares de vezes mais seguras
do que foram no passado.
O personagem fotografado é o famoso velejador brasileiro
Amyr Klink. Você já ouviu falar dele? As viagens marítimas
nos barcos a vela atuais são milhares de vezes mais seguras
VELEJADORES DE HOJE
X
VELEJADORES DO PASSADO
Os velejadores de hoje contam com instrumentos de
precisão, alta tecnologia de informação, comida suficiente,
conhecimento do regime dos ventos, mapas e roteiros muito
bem-feitos.
Já os viajantes do passado não tinham nenhum desses
recursos... não tinham rádio para pedir socorro em caso de
tempestade, seus mapas eram imprecisos e seus roteiros de
viagem, incompletos. Mas, apesar disso, eles se lançaram ao
mar em viagens de longa distância.
Nessa aventura marítima encontraram terras e povos
desconhecidos para eles e chegaram até mesmo a dar uma
volta inteira ao redor da Terra. Como será que conseguiram
tal proeza?
ENFRENTANDO PERIGOS
ENTRE OS
PERIGOS REAIS
ESTAVAM
VENTOS
DESFAVORÁVEI
DOENÇAS E S,
SEDE NO AMEAÇAS
DE
INTERIOR ENCALHE,
DOS NAVIOS.
LUGARES
FOME, ESTRANHO
S,
Os perigos imaginários também eram
muitos.
Por exemplo, a crença de que a terra
era achatada e que aquele que se
afastasse muito do litoral cairia num
abismo; de que na altura da linha do
Equador os navios se incendiariam; de
que o mar era habitado por monstros
terríveis etc.
Se era assim tão
perigoso, por que,
então, os europeus se
lançaram às Grandes
Navegações?
É o que veremos a
seguir.
O COMÉRCIO DE
ESPECIARIAS ORIENTAIS
NO SÉCULO XIV
Quando os cruzados voltavam do
Oriente, depois de terem combatido
os muçulmanos, traziam com eles
especiarias, como pimenta-do-reino,
cravo, canela, gengibre, mostarda,
noz-moscada, entre outras
Por sua capacidade de conservar os
alimentos e de torná-los mais saborosos,
esses temperos passaram a ser cada vez
mais consumidos na Europa no decorrer do
século XIV.
Além das especiarias, os europeus
passaram a consumir também os artigos de
luxo orientais, como os tecidos de algodão
da Índia, os tapetes da Pérsia, a seda e a
porcelana da China e as pérolas do Japão.
O QUE ELES FAZIAM COM AS
ESPECIARIAS?
Como na época ainda não havia
geladeiras, os europeus usavam as
especiarias para conservar a carne e
tornar seu sabor agradável.
Além de servir para temperar
alimentos, eram usadas no preparo de
remédios e perfumes.
Quem controlava o
comercio?
No século XIV, o rico comércio de especiarias e de artigos
de luxo orientais era quase todo controlado por
mercadores árabes e italianos.
Valendo-se de sua larga experiência comercial, os árabes
traziam as mercadorias do Oriente até cidades como Cairo
e Alexandria (na África) e Tiro e Antioquia, na Ásia Menor
(veja essas cidades no mapa).
Ali os mercadores italianos compravam esses produtos das
mãos dos árabes e os revendiam na Europa com grande
lucro.
O QUE LEVOU OS PORTUGUESES A
NAVEGAR EM MAR ABERTO?
No século XIV, os portugueses já
participavam do comércio de especiarias
orientais.
É que, ao distribuir essas especiarias pela
Europa, os mercadores italianos
fundaram entrepostos comerciais em
cidades portuguesas como Porto e Lisboa;
lá eles vendiam especiarias aos
portugueses que, por sua vez, as
revendiam em Londres (Inglaterra) e no
norte da Europa.
Para ampliar sua participação no rico comércio mundial de
especiarias, os portugueses precisavam evitar o mar
Mediterrâneo (que era quase todo controlado pelos
italianos) e buscar as especiarias na fonte, isto é, no
Oriente; controlando as fontes de especiarias, conseguiriam
obtê-las a preços mais baixos e podiam revendê-las na
Europa com grande lucro.
Além da motivação econômica, houve também a religiosa:
ou seja, o desejo dos portugueses de expandir a fé cristã e
combater o que chamavam de infiéis.
Por motivos religiosos e comerciais, o rei
português D. João I organizou, em 1415, uma
grande expedição que tomou dos muçulmanos a
cidade de Ceuta, no norte da África.
Esse fato é tido como
o marco inicial da
expansão marítima
portuguesa.
EVOLUÇÃO
PORTUGAL, O PRIMEIRO NAS GRANDES
NAVEGAÇÕES
Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações por vários motivos;
apresentaremos a seguir alguns deles:
a) A centralização do
poder: Portugal foi o
primeiro país
europeu a possuir
uma monarquia
centralizada: um rei
com controle sobre
todo o território do
reino.
b) A Revolução de Avis: em
1383, aproveitando-se da morte
do rei de Portugal, o rei de
Castela tentou ocupar o trono
português, mas o povo de
Portugal, liderado pela
burguesia, resistiu e venceu os
castelhanos na Revolução de
Avis (1383-1385).
O líder dessa revolução, D. João,
mestre de Avis, sagrou-se rei
com o título de D. João I.
Retribuindo a ajuda recebida,
os reis da dinastia de Avis
apoiaram o comércio e a
navegação, principais negócios
da burguesia portuguesa na
época.
c) A experiência na
navegação em mar aberto:
No Reino de Portugal, a
os portugueses adquiriram
pesca era o principal meio
essa experiência praticando
de conseguir alimento, pois
a pesca em alto-mar
a produção agrícola era
(sardinha, bacalhau, atum e
insuficiente para alimentar a
baleia).
população.
d) O desenvolvimento de técnicas
e conhecimentos necessários à
navegação:
os portugueses aperfeiçoaram mapas e
portulanos, adaptaram a bússola às suas
embarcações e inventaram a caravela.
Um portulano (do latim "portus", porto), ou portolano, é uma antiga
carta náutica Europeia, datada do século XIII ou posterior, que
tinha a função de fornecer direções e distâncias aproximadas
entre os principais portos europeus e africanos.
Bússola
Bússola é um instrumento de navegação e
orientação baseado em propriedades magnéticas
dos materiais ferromagnéticos e do campo
magnético terrestre. A palavra bússola vem do
italiano bussola, que significa “pequena caixa” de
buxo.
A caravela é um tipo de embarcação inventada
pelos portugueses durante a Era dos
Descobrimentos, nos séculos XV e XVI.
Os Portugueses
navegavam
então em mares
que nunca
tinham sido
sulcados pelos
europeus, com
ventos e
correntes que
desconheciam,
e as viagens
tornavam-se
cada vez mais
longas. Era
preciso um
novo tipo de
navio para
ultrapassar
estas
NAVEGANDO
COM OS
PORTUGUESES
Com uma monarquia
centralizada, mercadores ricos
e o apoio de capitães
experientes, de estudiosos e
construtores de navios, os
portugueses iniciaram o périplo
africano, isto é, o contorno da
África para chegar ao Oriente.
Cronologia da expansão portuguesa
século XV 1419 – Os portugueses chegam às Ilhas da Madeira.
1443 – Atingem a Ilha de Arguim, junto ao rio do Ouro, e, no ano
seguinte, o rio Senegal.
Quatro anos depois, criam a primeira feitoria e iniciam o
comércio com os africanos, que envolvia principalmente ouro em
pó, escravizados, armas de fogo e pólvora.
1456 – Chegam às Ilhas do Cabo Verde e constroem engenhos de
produção de açúcar utilizando mão de obra africana escravizada.
1482 – Erguem o castelo de São Jorge da Mina e, nesse mesmo
ano, chegam à foz do rio Zaire, iniciando a exploração do Congo.
1488 – Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas,
situado no extremo sul da África. Para valorizar o feito, o rei
de Portugal, D. João II, muda o nome do local para Cabo da
Boa Esperança.
1498 – Vasco da Gama chega a Calicute, na Índia, uma das
mais importantes fontes de especiarias orientais.
Com a chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, os
portugueses realizavam seu maior sonho: chegar ao Oriente
contornando a África.
Ao regressar a Lisboa, Vasco da Gama levou consigo uma
fortuna em pimenta, canela e gengibre.
A venda dessas especiarias possibilitou aos investidores um
lucro extraordinário (alguns historiadores falam em 600%).
Aberto o caminho marítimo para o Oriente, os portuguese
ergueram muitas feitorias nas áreas banhadas pelo
Oceano Índico.
Ao mesmo tempo, com a chegada de Cabral à região mais
tarde conhecida como Brasil, os portugueses ergueram
feitorias também
no litoral leste da América do Sul.
Assim, apoiados em suas feitorias africanas, asiáticas e
americanas, os portugueses passaram a controlar boa
parte do comércio pelo Oceano Índico e pelo Atlântico Su
Portugal tornou-se, então, a cabeça de um imenso império
o Império Ultramarino Português.
AS NAVEGAÇÕES
ESPANHOLAS
Enquanto os portugueses
buscavam o caminho
Os reis espanhóis
marítimo para o Oriente Em 1492, esses reis
Fernando e Isabel
navegando em direção ao aprovaram o audacioso
também se aplicavam na
leste, os espanhóis, seus plano do navegador
busca de um novo
principais concorrentes, genovês Cristóvão
caminho marítimo para o
esforçavam-se para Colombo.
Oriente.
atingir o mesmo objetivo
navegando para o oeste.
O plano de
Colombo
consistia em
chegar ao
Oriente
navegando em
direção ao
Ocidente, isto é,
dando a volta ao
redor do mundo,
pois acreditava
que a Terra era
redonda.
Além disso, julgava que ela fosse menor do
que realmente é.
O que ele não sabia, porém, é que no meio do
caminho havia outro continente.
Colombo saiu do porto de Palos com três
caravelas – Santa María, Pinta e Niña – e,
depois de velejar por cerca de dois meses,
embalado por fortes ventos favoráveis, teve
uma grata surpresa: encontrou um continente
“novo” para os europeus: a América.
Era 12 de outubro de 1492.
Mas, como pensou ter chegado às
Índias, chamou de “índios” os diversos
povos que habitavam essas terras
havia milhares de anos.
CABRAL TOMA POSSE DAS
TERRAS BRASILEIRAS
Animado com o lucro da viagem de Vasco da Gama, o rei de Portugal, D.
Manuel,
decidiu enviar outra expedição às Índias, a fim de firmar o comércio
português com o Oriente.
Essa esquadra, comandada pelo nobre Pedro Álvares Cabral,
partiu de Lisboa em 9 de março de 1500.
Era formada por 13 navios (dez naus e três caravelas) e cerca de 1500
pessoas, incluindo escrivão, cartógrafos, padres, soldados e
navegadores experientes, como Bartolomeu Dias, o primeiro europeu
a contornar a África.
O rei encarregou Cabral de tomar posse
das terras que encontrasse pelo caminho.
Por isso, Cabral ordenou aos pilotos de
sua esquadra que se afastassem do
litoral africano, velejando cada vez mais
em direção ao Ocidente.
Depois de 43 dias no mar, os tripulantes
avistaram pássaros e algas marinhas,
sinal de que havia terra por perto.
Finalmente, na tarde do dia seguinte, 22 de abril de 1500,
uma quarta-feira, avistaram um monte verde-azulado de
formas arredondadas, ao qual deram o nome de Monte
Pascoal, pois era semana da Páscoa.
Os portugueses desembarcaram junto a
uma aldeia do povo Tupiniquim, no lugar
onde é hoje Porto Seguro, na Bahia.
Depois de tomar posse, estabelecer contato com os indígenas e
ordenar a celebração da primeira missa, Cabral enviou um navio de
volta a Lisboa levando uma carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão
de sua esquadra, para o rei de Portugal.
Primeiro ponto de terra avistado pelos
portugueses, o Monte Pascoal fica em
Prado (Foto: Shutterstock)
OUTROS EUROPEUS
Ingleses, franceses e holandeses também cobiçavam as
especiarias orientais. Para chegar a elas, navegaram em direção
ao Oriente por diversos caminhos. Em 1497, o navegador
genovês Giovanni Caboto, navegando a serviço da Inglaterra,
tentou em vão encontrar uma passagem para o Oriente pelo
extremo norte.
Nessa viagem, Caboto explorou alguns pontos da América do
Norte. Em 1534, foi a vez do navegador francês Jacques Cartier
buscar uma passagem para o Oriente pelo extremo norte. Ele
explorou o rio São Lourenço e tomou posse, em nome do rei da
França, de parte dos atuais Canadá e Estados Unidos. Tanto os
ingleses quanto os franceses daquela época dedicavam-se à
pirataria
. A Holanda lançou-se às navegações só no final
do século XVI.
Mas em poucas décadas conquistou terras em
diversos continentes: região do Cabo (África);
Java, Ceilão e ilhas Molucas (Ásia); Nova
Amsterdã (atual Nova York), Antilhas e nordeste
do Brasil (América).
As Grandes Navegações provocaram mudanças
importantes no cenário mundial, entre as quais
cabe citar:
a) o extraordinário crescimento do volume e do valor do
comércio mundial;
b)o Atlântico passou a ser mais importante do que o
Mediterrâneo como via de comércio. Com isso, assistiu-se ao
declínio das cidades italianas e à ascensão dos países banhados
pelo Atlântico, como Portugal, Espanha, Inglaterra, França e
Holanda;
c) a construção de vastos impérios coloniais pelos europeus e a
apropriação da riqueza dos povos africanos, asiáticos e
ameríndios;
d)a consciência, por parte de muitos europeus, da enorme
diversidade de povos e culturas e da necessidade de conviver
com essas diferenças.
Por
hoje
é
isso!
Dicas de filmes
A fera do mar ( Monstros e perigos)
1492 – A Conquista do Paraíso
Cristóvão Colombo – A Aventura do
Descobrimento