Pavimentação
Revestimentos Asfálticos
Msc Marília Cavalcanti
Santiago
Classificação dos revestimentos
REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS BETUMINOSOS
Os revestimentos betuminosos são constituídos por associação de agregados e materiais
betuminosos.
Esta associação pode ser feita de duas maneiras clássicas: por penetração e por mistura.
a) Revestimentos por Penetração
Esta modalidade envolve dois tipos distintos: por penetração invertida e por penetração
direta.
Revestimentos Betuminosos por Penetração Invertida
São os revestimentos executados através de uma ou mais aplicações de material betuminoso,
seguida(s) de idêntico número de operações de espalhamento e compressão de camadas de
agregados com granulometrias apropriadas.
Conforme o número de camadas tem-se os intitulados, tratamento superficial simples, duplo
ou triplo.
O tratamento simples, executado com o objetivo primordial de impermeabilização ou para
modificar a textura de um pavimento existente, é denominado capa selante.
Revestimentos Betuminosos por Penetração Direta
São os revestimentos executados através do espalhamento e compactação de
camadas de agregados com granulometria apropriada, sendo cada camada,
após compressão, submetida a uma aplicação de material betuminoso e
recebendo, ainda, a última camada, uma aplicação final de agregado miúdo.
Revestimento típico, por "penetração direta", é o Macadame Betuminoso.
O Macadame Betuminoso tem processo construtivo similar ao Tratamento
Duplo e comporta espessuras variadas e bem maiores, em função do número
de camadas e das faixas granulométricas correspondentes. Com freqüência,
ele é usado como camada de base.
Revestimentos por Mistura
Nos revestimentos betuminosos por mistura, o agregado é pré-
envolvido com o material betuminoso, antes da compressão.
Quando o pré-envolvimento é feito em usinas fixas, resultam os "Pré-
misturados Propriamente Ditos" e, quando feito na própria pista, têm-se
os "Pré-misturados na Pista" (road mixes).
Conforme os seus respectivos processos construtivos, são adotadas ainda
as seguintes designações:
− Pré-misturado a Frio - Quando os tipos de agregados e de ligantes
utilizados permitem que o espalhamento seja feito à temperatura ambiente.
− Pré-misturado a Quente - Quando o ligante e o agregado são
misturados e espalhados na pista ainda quentes.
Usinado à quente
REVESTIMENTOS FLEXÍVEIS POR CALÇAMENTO
A utilização destes tipos de pavimento, em rodovias caiu
consideravelmente, na medida em que se intensificou a utilização de
pavimentos asfálticos e de concreto.
Assim é que, de uma maneira geral, a sua execução se restringe a
pátios de estacionamento, vias urbanas e alguns acessos viários -
muito embora tal execução envolva algumas vantagens nos seguintes
casos:
– Em trechos com rampas mais íngremes - aonde, por exemplo, os
paralelepípedos promovem uma maior aderência dos pneus, aumentando
a segurança - evitando dificuldades de transposição, principalmente na
época das chuvas.
– Em trechos urbanos, onde a estrada coincide com zonas densamente
povoadas, para os quais estão previstos os serviços de redes de água e
esgotos.
– Em aterros recém-construídos e subleito sujeitos a recalques
acentuados.
Alvenaria Poliédrica
Estes revestimentos consistem de camadas de pedras irregulares (dentro de
determinadas tolerâncias), assentadas e comprimidas sobre um colchão de
regularização, constituído de material granular apropriado; as juntas são tomadas com
pequenas lascas de pedras e com o próprio material do colchão.
Paralelepípedos
Estes revestimentos são constituídos por blocos regulares, assentes sobre um colchão
de regularização constituído de material granular apropriado. As juntas entre os
paralelepípedos podem ser tomadas com o próprio material do colchão de regularização,
pedrisco, materiais ou misturas betuminosas ou com argamassa de cimento Portland.
Os paralelepípedos podem ser fabricados de diversos materiais sendo os mais usuais
constituídos de blocos de granito, gnaisse ou basalto.
NOTA: São muito utilizados também, revestimentos constituídos por blocos intertravados
de concreto de cimento, denominados "blockrets,". A execução é semelhante à dos
paralelepípedos, mas requer cuidados apropriados a cada caso, de modo a assegurar o
necessário intertravamento e a decorrente distribuição de tensões entre blocos
adjacentes
REVESTIMENTOS RÍGIDOS
O concreto de cimento, ou simplesmente "concreto" é constituído por
uma mistura relativamente rica de cimento Portland, areia, agregado
graúdo e água, distribuído numa camada devidamente adensado. Essa
camada funciona ao mesmo tempo como revestimento e base do
pavimento.
Entretravados de Concreto
Compostos por peças modulares que se encaixam umas nas
outras, os pisos intertravados são versáteis, esteticamente
agradáveis e permitem a permeabilidade, sendo utilizados em
calçadas, ruas residenciais e áreas urbanas ( BEZERRA, H. A,
2023)
Os pisos intertravados de concreto são uma opção popular e
amplamente utilizada. Fabricados com concreto de alta
resistência, apresentam durabilidade excepcional
Tipos de Pisos Intertravados
Essa diversidade permite a
adaptação desses pavimentos a
diferentes contextos urbanos e
arquitetônicos, oferecendo
opções versáteis para uma
gama variada de aplicações.
Ecológico
Permeável
Exemplos de estrutura de pavimento novo com
revestimento asfáltico
Concreto asfáltico denso (CA)
O concreto asfáltico é a mistura asfáltica muito resistente em todos
os aspectos, desde que adequadamente selecionados os materiais
e dosados convenientemente,e pode ser:
Convencional: CAP e agregados aquecidos, segundo a
especificação DNIT-ES 031/2004;
Especial quanto ao ligante asfáltico: com asfalto modificado por
polímero ou com asfalto-borracha; com asfalto duro, misturas de
módulo elevado (enrobé à module élevé – EME).
Concretos asfálticos densos são as misturas asfálticas usinadas a
quente mais utilizadas como revestimentos asfálticos de
pavimentos no Brasil.
Suas propriedades, no entanto, são muito sensíveis à variação do
teor de ligante asfáltico.
Uma variação positiva, às vezes dentro do admissível em usinas,
pode gerar problemas de deformação permanente por fluência
e/ou exsudação, com fechamento da macrotextura superficial.
De outro lado, a falta de ligante gera um enfraquecimento da
mistura e de sua resistência à formação de trincas, uma vez que a
resistência à tração é bastante afetada e sua vida de fadiga fica m
uito reduzida.
Uma das formas de reduzir a sensibilidade dos concretos asfálticos
a pequenas variações de teor de ligante e torná-lo ainda mais
resistente e durável em vias de tráfego pesado é substituir o ligante
asfáltico convencional por ligante modificado por polímero ou por
asfalto-borracha.
CPA – camada porosa de atrito ou revestimento asfáltico
drenante
As misturas asfálticas abertas do tipo CPA – camada porosa de
atrito – mantêm uma grande porcentagem de vazios com ar não
preenchidos graças às pequenas quantidades de fíler, de agregado
miúdo e de ligante asfáltico.
Essas misturas asfálticas a quente possuem normalmente entre 18
e 25% de vazios com ar – DNER-ES 386/99.
A CPA é empregada como camada de rolamento com a finalidade
funcional de aumento de aderência pneu-pavimento em dias de
chuva.
Esse revestimento é responsável pela coleta da água de chuva para
o seu interior e é capaz de promover uma rápida percolação da
mesma devido à sua elevada permeabilidade, até a água alcançar
as sarjetas.
A característica importante dessa mistura asfáltica é que
ela causa:
◦ redução da espessura da lâmina d’água na superfície de
rolamento e conseqüentemente das distâncias de
frenagem;
◦ redução do spray proveniente do borrifo de água pelos
pneus dos veículos, aumentando assim a distância de
visibilidade;
◦ redução da reflexão da luz dos faróis noturnos.
◦ redução de ruído ao rolamento, amenizando esse
desconforto ambiental em áreas nas proximidades de
vias com revestimentos drenantes.
Exemplos de rodovias com camada porosa de atrito sob
chuva
Aspectos da CPA no
Aeroporto Santos
Dumont – RJ
Especificação Brasileira do CPA
Recomenda cinco faixas granulométricas e teor de ligante asfáltico
entre 4,0 e 6,0%
A quantidade de ligante é geralmente reduzida, ficando em média
em torno de 3,5 a 4,5%, dependendo do tipo de agregado, forma,
natureza, viscosidade e tipo de ligante.
O ligante utilizado deverá ter baixa suscetibilidade térmica e alta
resistência ao envelhecimento
Em geral recomenda-se o emprego de asfalto modificado por
polímero para aumentar a durabilidade e reduzir a desagregação.
A camada inferior à CPA deve ser necessariamente impermeável
para evitar a entrada de água no interior da estrutura do
pavimento.
Exemplos da utilização da camada porosa de atrito no
Brasil, são citadas as seguintes obras:
Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro
◦ em 1999, foi executado um pavimento superposto, na pista principal, e
sobre ele aplicada uma CPA nos 923m centrais, com coeficiente mínimo
de atrito de 0,61 (µmeter).
◦ Para manter esse nível de atrito, a camada de CPA foi renovada em
2003, nos pontos de maior uso, visto que houve colmatação dos vazios
e perda de capacidade drenante ao final de seis anos de uso intenso;
Rodovia dos Imigrantes, ligando São Paulo a Santos:
◦ em 1998 foi feita uma restauração através de fresagem seguida de
recapeamento, com uma espessura de 5cm entre os quilômetros 11,5 e
30;
Rodovia Presidente Dutra, próximo a São Paulo:
◦ em 1998, 3km nas três faixas e no acostamento
apresentavam condições precárias antes da restauração, com
buracos, trincamento generalizado e bombeamento de
material da base na superfície.
◦ Foi efetuada uma fresagem do revestimento existente ou
recomposição do greide da pista com caimento de 3%;
executada uma camada de 2cm de microrrevestimento
asfáltico a frio e aplicada uma CPA com 4cm de espessura.
SMA – Stone Matrix Asphalt
A sigla SMA significa originalmente: Splitmastixasphalt ( designação
alemã).
Em portugues SMA pode ser traduzido pela matriz pétrea asfáltica.
O SMA é um revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para
maximizar o contato entre os agregados graúdos, aumentando a interação
grão/grão; a mistura se caracteriza por conter elevada porcentagem de
agregados graúdos e, devido a essa graduação particular, forma-se um
grande volume de vazios entre os agregados graúdos.
Esses vazios, por sua vez, são preeenchidos por um mástique asfaltico,
constituido pela mistura da fração de areia, filer, ligante asfáltico e fibras.
O SMA é uma mistura rica de ligante asfaltico, com o consumo de
ligante em geral entre 6,0 e 7,5%.
Geralmente é aplicado em espessuras variando entre 1,5 a 7 cm,
dependendo da faixa granulométrica.
São misturas que tendem a ser impermeáveis com volume de
vazios que variam de 4 a 6% em pista, ao contrário do CPA.
Como o SMA tem uma graduação especifica e alta concentração de
agregados graúdos, tem-se a macrotextura superficialmente
rugosa, formando pequenos canais entre os agregados graúdos,
responsáveis por uma eficiente drenabilidade superficial e
aumento de aderência pneu-pavimento em dias de chuva.
Atualmente, algumas aplicações do SMA são:
Vias com alta frequencia de caminhões;
Interseções;
Áreas de carregamento e descarregamento de
cargas;
Rampas, pontes, parada de ônibus, faixa de ônibus;
Pistas de aeroportos;
Estacionamentos e
Portos.
As principais características de desempenho do SMA
são:
Boa estabilidade a elevadas temperaturas;
Boa flexibilidade e baixas temperaturas;
Elevada resistência ao desgaste;
Boa resistência à derrapagem devido à macrotextura
da superfície de rolamento;
Redução do spray ou cortina de água durante a
chuva;
Redução do nível de ruído de rolamento.
Asfalto-borracha
A incorporação dos benefícios de um polímero ao ligante
asfáltico, além de reduzir problemas ambientais, refe-se
a utilização da borracha de pneus em misturas
asfálticas.
Um pneu de veículo de passeio típico (goodyear P
195/75R14), com massa aproximadamente de 10kg
contém (Bertollo, 2002):
◦ 2,5 kg de diferentes tipos de borracha sintética;
◦ 2,0 kg de 8 diferentes tipos de borracha natural;
◦ 2,5 kg de 8 tipos de negro-de-fumo;
◦ 0,75 kg de aço para as cinturas;
◦ 0,50 kg de poliester e nailon;
◦ 0,25 kg de arames de aço;
◦ 1,5 kg de diferentes tipos de produtos químicos, óleos,
pigmentos, etc
Gap-graped
Nova opção, recentemente introduzida no Brasil, é a
graduação com intervalo (gap) – descontínua densa,
conhecida por gap-graped.
É uma faixa granulométri.ca especial que resulta da
macrotextura superficial aberta e rugosa, mas não
em teor de vazios elevado.
Algumas utilizações dessa faixa vem sendo realizadas
com asfalto-borracha
São dois os métodos de incorporação da borracha triturada de pneus, às
misturas asfálticas: o processo úmido (wet process) e o processo seco (dry
processo)
Processo úmido – a borracha triturada é adicionada ao CAP aquecido,
produzindo ligante modificado, que tem se denominado de asfalto-borracha.
Pode ser usado em serviços de pavimentação como: concreto asfáltico (CA),
SMA, camada porosa de atrito, tratamentos superficiais (ST), selagem de
trincas e de juntas.
No processo úmido, o pó de pneus representa de 15 a 20% da massa de
ligante ou menos que 1,5% da massa total da mistura..
Dependendo do processo de fabricação pode ser estocável ou não.
O sistema não-estocável é conhecido como continouos
blending e é produzido com equipamento misturador na
própria obra e assim, deve ser aplicado imediatamente
devido a sua instabilidade.
O sistema estocável - terminal blending – é preparado
com borracha moída de pneus finíssima ( particulas
passantes na peneira nº40) e devidamente misturado em
um terminal especial, produzindo um ligante estável e
relativamente homogêneo, posteriormente transportado
para a obra. Permite aa economia de tempo e de custos e
tem controle de qualidade mais acurado e confiável.
Areia Usinada a quente(AAQ)
Mistura de areia e asfalto preparada quente em usina
adequada, tendo agregado míúdo ( areia e material de
enchimento (filer).
Presta-se como camada de revestimento, de regularização e
de base de pavimento asfáltico.
O material de enchimento pode ser: cimento, cal, pozolanas,
etc.
Dosagem: o teor de asfalto esta entre 6% e 12% e os CAP são
definidos pelo método Marshall tb.
Processo construtivo: são executados com vibroacabadoras
para distribuição e pré-compactação, como os CBUQs. Pode
ser distribuídos por motoniveladoras desde que tenha-se
cuidado especial para não segregar o material. Usam-se rolos
de pneus e liso para compactação.
Microrrevestimento Asfáltico a Quente (MRAQ
ou MCAQ)
Definição: trata-se de camada delgada de mistura
asfaltica usinada a quente, empregando CAP
modificado por polímero, com espessura delgada de
20mm a 30 mm.
Como a distribuição granulométrica dos agregados é
contínua, resulta numa mistura fina e impermeável,
sem função estrutural, empregada mais no aspecto
de manutenção preventiva dos pavimentos asfálticos
Pode ser usado como microrrevestimetno de
pavimento de baixo custo e também como opção de
manutenção de pavimentos que apresentem
patologias superficiais como fissura sem degradação.
Tratamento Superficiais e penetração de
Asfaltos
Os tratamentos superficiais são revestimentos delgados
constituídos por asfalto e agregados, executados sobre a base ou o
revestimento existente, não utilizando processos de usinagem.
São aplicáveis na execução de tratamentos superficiais CAPs,
asfaltos diluídos, emulsão asfáltica. O CAP deve ser aplicado a
quente para proporcionar boa penetração do asfalto nos
agregados.
Os asfaltos diluidos podem ser usados exceto sobre pavimentos
existentes.
As emulsões asfálticas são as mais usadas, aquecidas, garantindo
um bom espargimento do material.
Tratamento Superficiais e penetração de
Asfaltos
Processo construtivo: consiste na aplicação de material
asfáltico superfície, seguida de distribuição uniforma de
agregados com posterior compactação.
Podem ser duplos ou triplos
Macadame betuminoso (MB)
Os MBs são elaborados por meio de aplicações sucessivas
de material asfáltico sobre camadas compactadas de
agregados.
O diâmetro máximo dos agregados vai diminuindo em
cada camada e são executados até atingir a espessura de
projeto.
Granulometria(BALBO, 2009- Pavimentação Asfálticas:
materiais, projetos e restauração)