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Pentateuco Slides

O documento discute as diferentes abordagens teológicas sobre o Pentateuco, destacando a linha querigmática, que foca na narrativa de fé, e a linha histórica-crítica, que busca validação metodológica dos textos. Também aborda disputas sobre a autoria e datação do Pentateuco, mencionando a teoria documental de Wellhausen e suas fontes. Além disso, defende a ideia de que os textos do Velho Testamento são inspirados e apresentam uma unidade significativa ao longo dos séculos.
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O documento discute as diferentes abordagens teológicas sobre o Pentateuco, destacando a linha querigmática, que foca na narrativa de fé, e a linha histórica-crítica, que busca validação metodológica dos textos. Também aborda disputas sobre a autoria e datação do Pentateuco, mencionando a teoria documental de Wellhausen e suas fontes. Além disso, defende a ideia de que os textos do Velho Testamento são inspirados e apresentam uma unidade significativa ao longo dos séculos.
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PENTATEUCO – HISTÓRIA E

CONTEXTUALIZAÇÕES
Professor: José Roberto

.
O GRANDE DILEMA DO ESTUDO
ACADÊMICO DO PENTATEUCO
A- Linha Querigmática: Essa linha está preocupada apenas
com a proclamação da narrativa, ou seja, com a história
contada, independente de veracidade científica. O objeto da
fé é a proclamação, mesmo que haja narrativas mitológicas e
desfocadas da realidade histórica. Os milagres e os eventos
fantásticos não precisam ser verificados ou confirmados. A fé
é na narrativa não no que de fato aconteceu. Dessa forma, “a
fé de Israel, como teologia bíblica, tinha que ter como seu
objeto, não os atos reais de Deus na história, mas aquilo que o
povo de tempos antigos confessava ter acontecido a despeito
das modernas dúvidas críticas quanto á veracidade dos fatos”
(KAISER, Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 28).
Continuação - Linha
Querigmática
Essa linha teológica foi proposta por Rudolf
Bultmann no contexto do Novo Testamento,
onde ele sugere que as narrativas de milagres e
sinais estão dentro de um contexto mitológico e,
portanto, não devem ser aceitos como fatos que,
realmente, aconteceram. Para ele, o mais
importante é a pregação do Cristo vivo.
Linha histórica-crítica

Linha histórica-crítica: O objeto de fé deveria


ser o texto escrito e confirmado
metodologicamente. Nesse sentido, partes das
Escrituras que se apresentassem sem
comprovação metodológica deveria ser rejeitada.
O método histórico-crítico ainda domina grande
parte da teologia. “O método histórico-crítico é
um modelo de interpretação das Escrituras
Sagradas baseado na racionalidade interpretativa
do texto, ou seja, não está preso às premissas
dogmáticas, nem ao processo revelacional dos
Linha histórica-crítica

Sua abordagem é analítica e sistemática,


percorrendo, basicamente as seguintes etapas:
tradução e crítica textual; crítica da forma e da
redação; crítica do processo de transmissão do
texto e síntese geral (contextualização). Nesse
sentido, esse método fragmenta e
departamentiza cada etapa e depois reúne,
sintetiza e contextualiza. Parte-se das partes para
chegar ao todo, ou seja, vale-se de um processo
indutivo. Para isso é necessário cumprir as
exigências básicas do positivismo científico,
Linha histórica-crítica

A consequência imediata é que os textos das


Escrituras do Velho e do Novo Testamento são
colocados sobre suspeição, não lhes garantindo
veracidade histórica e científica. Seu conteúdo é
visto como produto de uma época, de uma
cultura e de uma cosmovisão. Varre-se para fora
do texto seu conteúdo mítico, sagrado,
transcendente. Na nossa contemporaneidade,
essa leitura racionalista, reducionista e
parcelizada da realidade encontra grande
resistência, pois ignora a complexidade, a
Linha histórica-crítica

O método histórico-crítico começa cair em


desgraça desde a hermenêutica compreensiva
Diltheyana, passando pela fenomenologia de
Husserl e pela hermenêutica existencialista de
Gadamer e Ricouer. Portanto essa abordagem
unidimensional e departamentizadora do método
crítico-histórico merece uma revisão criteriosa
em nossos dias, pois é sempre interessante
lembrar que o todo, necessariamente, não é a
soma das partes”. (Texto do autor do artigo).
ESBOÇO TRADICIONAL DE AUTORIA E
DATA DO PENTATEUCO
Data de redação: em torno de 1466 – considerando o
texto de I Rs. 6. 1. Datando o reinado de Salomão
entre 1462 e 1422 A. C, chegamos a essa data.

E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do


Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês
segundo), começou a edificar a casa do SENHOR. 1 Reis 6:1
ESBOÇO TRADICIONAL DE
AUTORIA E DATA DO
PENTATEUCO
Autoria: Moisés, sendo auxiliado,
possivelmente, por escribas
que concluíram o restante do texto,
conforme Levítico 26. 46 .

Estes são os estatutos, e os juízos, e as leis que deu o Senhor


entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de
Moisés. Levítico 26:46
DISPUTAS ACERCA DA
REDAÇÃO E DATAÇÃO DO
O processo de redação do Pentateuco é
PENTATEUCO
objeto de muitas disputas teóricas acerca
da autoria de Moisés. Havia um consenso
teológico e científico acerca da autoria em
Moisés, mas no século XX essa autoria foi
colocada em xeque. Segundo Luza, “a
linguagem e os critérios teológicos
mostram que o Pentateuco é resultado de
muitas mãos, de vários locais e épocas
diferentes”.
LUZA, Nilo. Uma introdução ao Pentateuco. São Paulo: Paulus,
Primórdios do debat
e sobre os livros do
Entrementes, essa impressão
Pentateuco foi iniciada por Julius Welhausen na sua
teoria documental, ou mais conhecida como “teoria
das fontes JEDP(S)”. Essa teoria, advoga a ideia de
que os textos do Pentateuco foram produzidos por
diversos autores em tempo posterior.
Biografia de Wellhausen: Nasceu em Hamelin, no Reino de Hanôver,
como filho de um pastor protestante;]estudou teologia na
Universidade de Göttingen sob as ordens de Georg Heinrich August
Ewald e tornou-se Privatdozent em história do Antigo Testamento em
1870, no mesmo local. Em 1872, Wellhausen foi nomeado professor
ordinarius de teologia na Universidade de Greifswald.
Fonte “J”
● Fonte J:São os textos que designam Deus como Javé e
estão mais presentes em Genêsis (a partir do capítulo
2), Êxodo e Números. Apresentam Javé como o Deus
dos Hebreus e busca justificar a nação de Israel como
um estado ou uma monarquia. Segundo essa teoria,
esse texto foi escrito nos dias dos Reis Davi e Salomão,
por volta de 850 A.C.
● Objeção: A narrativa da criação, dos patriarcas e do
Êxodo já era conhecida e citada nos textos do hebraico
arcaico: Gênesis 49, Êxodo 15, Números 23 e 24,
Deuteronômio 32 e 33. Esses textos são datados bem
próximos do Êxodo. Por que haveria uma parte do
Pentateuco e não a sua totalidade?
Fonte “E”
Fonte E: A fonte eloísta “chama Deus com o
nome Eloim (Elohim). Como a anterior, essa
tradição está presente principalmente nos livros
do Gênesis, do Êxodo e dos Números (...).
Apresenta uma relação não muito íntima entre
Deus e o ser humano”. Diferencia-se da fonte
Javista por ter uma expressão mais genérica,
impessoal e menos relacional. Atribui-se a data
de 850 A. C. e aponta a redação para as tribos
do Norte de Israel.
LUZA, 2019, p. 8.
Objeção à fonte “E”
Objeção: Não dá para separar a narrativa
Javista da Eloísta sem fragmentar o texto de
Gênesis, referente a criação, formação e
queda do homem (capítulos 1 – 3). Ademais,
nenhum texto escrito pelas tribos do Norte
teria aceitação no Cânon judaico, em face da
recente divisão dos reinos.
Fonte “D”
● Fonte D: A fonte deuteronômica seria distinta das demais,
por se tratar de uma repetição e reforço do que já havia sido
dito nos demais livros. Não teria sido escrito por Moisés, mas
por escribas/sacerdotes no templo, a época do Rei Josias.
Assim, as fontes J e E se somaram a um texto produzido na
época de Josias, constituindo assim o deuteronômio. A data
sugerida é 621 A. C.

● Objeção: A grande questão é que não faz sentido, depois de


mais ou menos 800 anos, inserir um livro para complementar
o que já estava dito. Ademais, as exortações de Moisés nos
grandes discursos (Deuteronômio, capítulos 1, 4, 27, 29) só
tinha razão de ser, considerando que o povo estava em vias
de entrar na terra prometida. Outra questão é que os
Fonte “P(S)”
Fonte P(S): A fonte sacerdotal (Priest em inglês). É
a fonte considerada mais recente, que foi redigida no
cativeiro babilônico e no pós-cativeiro. “É encontrada
nos quatro primeiros livros” e se refere a textos
ligados ao santuário e as celebrações religiosas.
Segundo Lusa, a tradição deuteronômica não foi bem
recebida pelos sacerdotes, pelo que criaram a sua
própria. “A compilação teria começado em 500 A. C.,
e prolongou-se por alguns séculos”.
LUZA, 2019, p. 8
CHAMPLIN, Russell Norman. O antigo testamento interpretado: versículo por
versículo. 2 ed. Volume 7. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 4993.
OBJEÇÃO À FONTE “P”
Objeção: Essa parece ser a teoria mais estapafúrdia da origem
das fontes, uma vez que os textos ligados ao serviço no
santuário e ao ministério sacerdotal estão espalhados por todo
o Pentateuco. Não havendo possibilidade de distingui-los de
outras orientações e mandamentos. Uma questão mais grave
ainda é que não fazia sentido acrescentar disposições novas ao
texto do pentateuco, exatamente quando o sacerdócio e o culto
no templo são suspensos. No cativeiro, Israel está sem culto,
sem templo, sem sacerdócio. Não havia um horizonte visível
para o retorno do culto, uma vez que a cidade estava destruída
e o templo queimado. Não seria de bom alvitre, emendas à
sagrada lei de Moisés, em terra estrangeira. Celebrações
litúrgicas já enfrentavam resistência, quanto mais acréscimos
ao texto de Moisés. Isso soaria como verdadeira blasfêmia (Sl.
ARREPENDIMENTO DE
WELHAUSEN
Em 1872, Wellhausen foi nomeado professor ordinarius
de teologia na Universidade de Greifswald. Abandonou a
faculdade em 1882 por motivos de consciência, como
declara em sua carta de renúncia:
Tornei-me um teólogo porque me interessava por uma
abordagem científica da Bíblia. Só com o passar do tempo fui
compreender que um professor de teologia também possui o
dever de preparar os estudantes para o ministério pastoral na
igreja protestante de forma prática. Compreendi também que eu
não era o mais indicado para tal incumbência, mas que, ao
contrário, apesar de toda a cautela da minha parte, acabava
desqualificando meus ouvintes para seu futuro ofício. Desde
então, meu magistério teológico me pesava a consciência.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Julius_Wellhausen
Principal argumento da teoria documental
Principal argumento da Teoria documental, ou
teoria das quatro fontes (JEDP(S) é de ordem
linguística e cultural, pois assevera que a
linguagem e os eventos narrados pertencem
a determinado período histórico. Por exemplo,
textos em hebraico arcaico dizem respeito à
determinada fonte (as mais antigas – fonte J e
E). Dessa forma, o texto bíblico é uma
produção humana limitada a determinado
contexto histórico e cultural.
OBJEÇÕES CIENTÍFICAS
A) Não é possível termos segurança quanto a
modelos culturais, estéticos e morais contidos nas
narrativas de povos da antiguidade, na perspectiva
de tempo linear. Eram sociedades baseadas na
oralidade e não havia um intercâmbio cultural
intenso. Alguns povos permaneciam isolados por
séculos. A descoberta do Brasil mostra isso: uma
Europa como civilização comercial e povos
ameríndios que viviam como civilização coletora.
Segundo Gunkel (1901), citado por Gleasson,
“nenhuma história exata da literatura é possível para
o período mais antigo”.
OBJEÇÕES CIENTÍFICAS
B) Outra questão importante é que a datação
dos manuscritos é de difícil consecução, pois
o manuscrito original não é conhecido. As
cópias foram feitas ao longo dos séculos,
havendo cópias antigas que se perderam em
definitivo. Não existe uma sequência histórica
linear do texto, pois a tradição não era
textual, mas oral. Não podemos julgar um
texto escrito, sem considerar que antes ele foi
um texto falado.
UMA POSIÇÃO SEGURA PARA O CRISTÃO
Podemos afirmar que os textos autógrafos do Velho
Testamento são Escrituras Inspiradas porque “há uma
unidade significante que subjaz a coletânea inteira dos
trinta e nove livros do Antigo Testamento, revelando uma
interconexão orgânica que se impõe no decurso dos
muitos séculos que sua composição levou”. Desde o
primeiro livro (Gênesis) existe uma coerência interna e um
percurso seguido por todos os escritos. Ademais, “de
todas as religiões universais, só a hebreia-cristã oferece
uma epistemologia (ou ciência de conhecimentos
religiosos) logicamente defensável”. Os relatos sagrados
de outras religiões são recorrentemente fantasiosos e
mitológicos.

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