0% acharam este documento útil (0 voto)
52 visualizações20 páginas

DPP 1 - Aula 3

O inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar que visa apurar a materialidade, autoria e circunstâncias de infrações penais, sendo presidido por autoridades policiais e destinado ao Ministério Público e ao Judiciário. Ele é caracterizado por ser escrito, sigiloso, oficial e indisponível, e pode ser iniciado de ofício ou por requisição. Além disso, o inquérito não é obrigatório para a ação penal, podendo ser dispensado se já houver elementos suficientes para a propositura da ação.

Enviado por

luanavanessa991
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PPTX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
52 visualizações20 páginas

DPP 1 - Aula 3

O inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar que visa apurar a materialidade, autoria e circunstâncias de infrações penais, sendo presidido por autoridades policiais e destinado ao Ministério Público e ao Judiciário. Ele é caracterizado por ser escrito, sigiloso, oficial e indisponível, e pode ser iniciado de ofício ou por requisição. Além disso, o inquérito não é obrigatório para a ação penal, podendo ser dispensado se já houver elementos suficientes para a propositura da ação.

Enviado por

luanavanessa991
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PPTX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 20

INQUÉRITO POLICIAL

• CONCEITO: Procedimento administrativo preliminar (preparatório), de natureza


informativa e presidido pela autoridade policial, que busca apurar a
materialidade (se houve crime), autoria e circunstâncias da infração,
contribuindo, assim, na formação da opinião sobre o delito (opinio delicti ) por
parte do titular da ação penal. Nota-se, portanto, que a natureza jurídica do
inquérito é de procedimento administrativo preliminar de caráter informativo.

DESTINATÁRIO IMEDIATO: Ministério Público;

DESTINATÁRIO MEDIATO: Juiz de Direito.

• A DEVIDA INVESTIGAÇÃO LEGAL.

O direito processual penal, como se sabe, consiste em um instrumento estatal


necessário para que uma infração penal seja investigada, bem como para que o
responsável por tal infração seja processado e, se for o caso, condenado e punido.
E tal missão se concretiza por meio da persecução penal (persecutio
criminis e persecutio criminis in judicio), a qual é integrada por duas fases:

A) Fase preliminar - investigativa, que tramita normalmente por


meio de um inquérito policial. Também chamada de fase administrativa, inquisitiva,
informativa ou investigativa;
B) Fase processual – também conhecida como fase judicial, iniciada após
o término da fase preliminar, com o oferecimento da denúncia ou da queixa-
crime.

No contexto da etapa investigativa, é importante ressaltar que o Art.


144 da Constituição Federal e a Lei 12.830/2013 disciplinam a função da polícia em
nosso ordenamento jurídico, que foi dividida em duas frentes de atuação.
POLÍCIA

MIRABETE: Polícia é uma instituição de direito público destinada a manter a paz


pública e a segurança individual.

1. ADMINISTRATIVA ou de SEGURANÇA: tem caráter preventivo e ostensivo;


objetiva impedir a prática criminosa (PM e GCM);

2. JUDICIÁRIA ou INVESTIGATIVA: composta pela Polícia Judiciária (Estadual e


Federal), que tem em sua estrutura Delegados concursados (Policiais Civis, que
sejam bacharéis em direito e Advogados, com 2 a 3 anos de exercício). É chamada
de Polícia Judiciária em razão dos auxílios prestados ao Poder Judiciário no
cumprimento de suas diligências (prisões e busca domiciliar, por exemplo). E
também de Polícia Investigativa no que concerne à presidência do inquérito
policial e condução das investigações (primeira etapa da persecução penal),
tudo conforme disposto no art. 144, § 1º e § 4º, da CF.
• A Polícia Judiciária, Civil / Federal, ou de Inteligência é a base da Justiça Criminal
brasileira.
ATRIBUIÇÃO

ART. 4.º, CPP: possui competência (atribuição) no território de suas respectivas


circunscrições.

A atribuição para presidir Inquéritos Policiais é outorgada aos Delegados de


Polícia de carreira (Art. 144, §§ 1º e 4º, C/F). Pode ser fixada pelo lugar da
consumação do delito (racione loci) ou pela natureza da infração (ratione materiae).

• Fora das capitais, a Autoridade Policial pode realizar atos / diligências em outra
circunscrição, mediante cooperação da autoridade do local do delito (inclusive para
casos de carta precatória).

ART. 22, CPP: No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra,
independentemente de precatória ou requisições, e bem assim providenciará, até
que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua
presença em outra circunscrição.
FLAGRANTE: a atribuição da lavratura do auto é da autoridade do lugar que se
efetivou a prisão, devendo os autos subsequentes ser praticados pela autoridade do
local onde o crime se consumou (CPP, ART. 290 e 308).

FINALIDADE: apuração de fato criminoso e a respectiva autoria para servir de base


á ação penal ou às providências cautelares (buscas, escutas, prisões, etc.).

INQUÉRITOS EXTRAPOLICIAIS

ART. 4º, § ÚNICO, CPP: deixa claro que o inquérito realizado pela Polícia Judiciária
não é a única forma de investigação.

EX.: TCO, IPM, CPI, Inquérito Civil Público e PIC do Ministério Público, etc.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

1. PROCEDIMENTO ESCRITO: não se concebe investigação verbal, devendo todas as


peças ser reduzidas a termo e rubricadas pela Autoridade (assinatura digital e
depoimentos por filmagens);

2. PROCEDIMENTO SIGILOSO: a Autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário


à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade (Art. 20, CPP). A
publicidade dos atos administrativos (Art. 5º, XXXIII, C/F) pode sofrer limitações pela
Segurança do Estado e da Sociedade. Trata-se de forma de garantir o estado de
inocência do investigado, mas não atinge o MP, Autoridade Judiciária e o Advogado. O
direito ao acesso por parte do advogado não engloba, contudo, diligências em
andamento, como as cautelares (busca e apreensão pendente e interceptação
telefônica ainda em curso). Outrossim, o acesso do advogado prescinde de
procuração, salvo em caso de decretação de sigilo judicial, em que a apresentação do
instrumento procuratório é necessária perante o Juiz que o decretou.

3. OFICILIDADE: o Inquérito Policial é uma atividade investigatória feita por órgãos


oficiais, não podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação
penal privada seja atribuída ao ofendido;
4. OFICIOSIDADE: a atividade da Autoridade Policial é obrigatória e independe de
5. AUTORIDADE: Exigência constitucional, o IP é presidido por Autoridade Pública,
no caso, Delegado de Polícia de carreira;

6. INDISPONIBILIDADE: Não pode ser arquivado pela Autoridade;

7. PROCEDIMENTO INQUISITIVO: Trata-se de procedimento simples (livre, com


poucas formalidades processuais), pois é a fase de construção de provas. Além disso,
não é tocado pelo Contraditório e pela Ampla Defesa (é secreto e escrito), ficando
sob responsabilidade de uma única autoridade, que possui grande discricionariedade
na atuação.

EXCEÇÕES: o Inquérito Policial admite contraditório, quando instaurado pela PF, a


pedido do Ministro da Justiça, visando expulsão de estrangeiro. Também admitirá a
constituição de defensor, com citação do investigado, no caso de inquérito
instaurado para apurar uso de força letal por agentes de segurança pública (Art. 14-A
e §§, CPP)

• A Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) preconiza que o advogado tem o direito de


acompanhar seu assistido para que ele seja ouvido em sede investigativa,
perante qualquer autoridade responsável pela investigação. Nota-se, dessa
8. PROCEDIMENTO DISCRICIONÁRIO: Consiste na presença de u m juízo de
conveniência e oportunidade durante a condução das investigações, e não no
que concerne à instauração do inquérito policial. A autoridade policial conduz a
investigação de acordo com parâmetros que entender adequados ao caso
concreto, observando, no entanto, os vetores traçados nos Art. 6º e 7º do Código
de Processo Penal, e no Art. 2º da Lei 12.830/2013, dispositivos estes que trazem um
rol exemplificativo de diligências que podem ser realizadas pela autoridade policial.
O advogado, tanto do investigado quanto da vítima, pode solicitar
diligências na fase investigativa, mas a autoridade, dentro desse mencionado
critério de discricionariedade, pode indeferir tais requerimentos, exceto no que se
refere à realização de exame de corpo de delito.
VALOR PROBATÓRIO: É relativo, uma vez que o contraditório só se verifica na fase
judicial. Assim, as provas produzidas pela Autoridade Policial deverão ser refeitas e
comprovadas em juízo, inclusive, nos termos do art. 155, CPP, o Juiz não pode
fundamentar sua decisão exclusivamente no inquérito. Contudo, releva o valor
probatório do inquérito em eventuais provas que não podem mais ser realizadas no
processo.
• As provas cautelares, não repetíveis e antecipadas configuram os chamados
elementos de migração, ou seja, produzidos no inquérito e que podem ser
levados para o processo, com força para justificar uma condenação. Ex.: Perícias,
testemunhas desaparecidas ou falecidas, etc.

VÍCIOS NO INQUÉRITO: não têm capacidade de atingir o processo, gerando nulidades


na ação penal. O inquérito policial é peça informativa e eventuais vícios graves servem,
tão somente, para gerar ineficácia do ato administrativo do inquérito.
JUÍZADOS ESPECIAIS
(Lei 9.099 / 95)

- Crime de menor potencial ofensivo: contravenções e delitos com pena máxima de 2


anos;
- O inquérito é substituído por um Termo Circunstanciado de Ocorrência;
- O autuado não será preso em flagrante, se assinar termo de compromisso de
DISPENSABILIDADE: O Inquérito Policial não é fase obrigatória da ação penal,
podendo ser dispensado caso o MP ou o ofendido já disponha de elementos
suficientes para a propositura da ação penal (na maioria absoluta dos casos práticos,
a ação penal é iniciada por meio de um inquérito policial).

O Ministério Público pode conduzir o PIC (Procedimento Investigativo


Criminal), conforme já decidido pelo pleno do STF, com fundamento na teoria dos
Poderes Implícitos e mediante aplicação do seguinte raciocínio: se o Ministério
Público, à luz da Constituição Federal, tem o poder de processar criminalmente, de
forma implícita ele também tem o poder de investigar.

INCOMUNICABILIDADE DO PRESO (Art. 21, CPP): destina-se a impedir que a


comunicação do preso com terceiros venha prejudicar a apuração dos fatos,
podendo ser imposta quando o interesse da sociedade ou conveniência da
investigação. O dispositivo não foi recepcionado pela Constituição Federal: Até
mesmo no estado de defesa a incomunicabilidade do preso é vedada pela
Constituição (Art. 136, § 3º, IV). Assim, não se admite mais incomunicabilidade do
preso, salvo momentaneamente (separar os investigados, testemunhas e
familiares, para se evitar compartilhamento de informações, por exemplo).
NOTITIA CRIMINIS

É a notícia do crime (e não “queixa”). É o conhecimento


espontâneo ou provocado, por parte da Autoridade Policial, de um fato
aparentemente criminoso. É com base nesse conhecimento que a autoridade dá
início às investigações.

A)NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA, IMEDIATA ou ESPONTÂNEA:


Trata-se do conhecimento direito da Autoridade Policial com o fato criminoso, por
meio de suas atividades rotineiras, jornais, por comunicação da polícia ostensiva,
pela descoberta do corpo de delito e, até mesmo, por denúncia apócrifa ou
anônima (chamada de inqualificada);

B)NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA, MEDIATA, PROVOCADA ou


QUALIFICADA: se dá quando a Autoridade Policial toma conhecimento do delito
por algum ato jurídico formal (delação, requisição de instauração de IP, etc.);

C)NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA: ocorre no caso de prisão em


flagrante, em que a notícia do crime se dá com a apresentação do autor do delito.
INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL

1. CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA:

A)DE OFÍCIO: a Autoridade Policial tem a obrigação de instaurar o inquérito,


independente de provocação (ex officio), sempre que tomar conhecimento imediato e
direto do fato, por meio de delação verbal ou por escrito (anônima), feito por qualquer
do povo, mediante sua atividade rotineira ou por flagrante.

• A instauração pode-se dar por portaria ou por auto de prisão em flagrante ou por
despacho na petição (requisições e requerimentos);
• A Autoridade Policial não pode instaurar Inquérito sem justa causa (fato atípico, causa
extintiva da punibilidade, etc.), ou fora da devida investigação legal (ausência de
elementos mínimos – abuso de autoridade);
• Desconhecimento de autoria, ou possibilidade de excludente de antijuridicidade ou
culpabilidade, não desobrigam a instauração.

B) POR REQUISIÇÃO: Da Autoridade Judiciária, do Ministério Público, ou do Ministro da


Justiça. Quando faltarem elementos para o prosseguimento da ação penal. Apesar da
ausência de hierarquia entre as instituições, requisição é ordem.
DELATIO CRIMINIS

É a comunicação do crime feita pela vítima ou qualquer do povo.

1. DELAÇÃO SIMPLES: é o mero aviso da ocorrência de um crime, sem qualquer


solicitação. É uma simples comunicação;
2. DELAÇÃO POSTULATÓRIA: aqui se dá a notícia do crime e requer-se a
instauração de um procedimento (o requerimento do ofendido deverá conter a
descrição do fato criminoso, indicação do tipo legal, bem como de diligências e
eventuais testemunhas a serem arroladas – Art. 5º, II e § 1º, CPP).

- A espécie mais comum é a representação nos crimes de ação penal pública


condicionada à representação;
- Do indeferimento do requerimento pela Autoridade Policial, cabe recurso ao
Delegado Geral de Polícia ou ao Secretário de Segurança Pública. No âmbito
federal, recurso para a Superintendência da PF;
- A denúncia anônima não deve ser repelida de plano, mas analisada com cautela e
robustecida com outros elementos de prova.
2. CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

A)REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO: Trata-se de uma condição de procedibilidade,


que revela o princípio da oportunidade que informa a ação penal condicionada, até
para o oferecimento de denúncia (Art. 5º, § 4º, CPP). Há o prazo fatal de 6 meses
para o oferecimento.

- É uma manifestação bastante singela, que deve ser oferecida pelo ofendido maior
de 18 anos ou seu representante legal;
- É uma peça retratável (até o oferecimento da denúncia), cabendo, inclusive, a
retratação da retratação, dentro do prazo legal.

B) REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA: é encaminhada ao chefe do MP, que


poderá oferecer denúncia ou requisitar diligências policiais. Se dá nos casos de
crimes contra o Presidente da República, chefe de governo estrangeiro, etc.

3. CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA (Art. 5º, § 5.ºCPP): A instauração de IP


depende de requerimento escrito ou verbal (reduzido a termo neste caso) do
ofendido ou seu representante legal. Encerrado o IP, os autos serão remetidos a
juízo, que aguardará a queixa-crime da parte.
PROVIDÊNCIAS NO INQUÉRITO POLICIAL

CAPEZ: embora o inquérito seja um procedimento de difícil ritualização, o artigo 6º


do CPP indica algumas providências.

I – A AUTORIDADE POLICIAL DEVERÁ DIRIGIR-SE AO LOCAL DO CRIME, PARA QUE NÃO


SEJA ALTERADO, ATÉ A CHEGADA DOS PERITOS.

Em casos de acidentes de trânsito, a autoridade ou o agente policial que


primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de
perícia no local, a liberação de feridos e veículos, para não prejudicar o tráfego (CTB
– LEI 9.503 / 97).

II – APREENDER OS OBJETOS RELACIONADOS AO CRIME, DEPOIS DE LIBERADOS


PELOS PERITOS CRIMINAIS.

Tais instrumentos perder-se-ão em proveito da União, respeitado o direito do


lesado e do terceiro de boa fé, desde que não se tratem e objetos ilícitos por si só.
Tais produtos também poderão ser encaminhados ao museu do crime.
BUSCA E APREENSÃO: no local do crime, em domicílio, veículos e na própria
pessoa.

Art. 5º, XL, C/F e 250, ss., CPP:

1. BUSCA A NOITE: com o consentimento do morador, para prestar socorro, em


caso desastre e por prisão em flagrante;

2. BUSCA DIURNA: nos casos acima e com mandado judicial de busca e apreensão
(salvo se o Juiz acompanhar a diligência). A noção de noite não é expressa,
podendo ser inferida da lei de abuso de autoridade, que preconiza ser crime a
diligência cumprida antes das 05hs e depois das 21hs.

• A busca em escritório de advocacia será realizada na presença de um


representante da OAB.

3. BUSCA PESSOAL: Poderá ser feita no curso de mandado de busca domiciliar, ou


se houver fundada suspeita de que o indivíduo traga consigo algum material proibido
ou produto de crime.
III – COLHER TODAS AS PROVAS QUE SERVIREM PARA O ESCLARECIMENTO DO FATO
E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS;
IV – OUVIR O OFENDIDO;
V – OUVIR O INDICIADO;

Art. 201 e 218, CPP: o ofendido e testemunhas podem ser conduzidos


coercitivamente à presença da Autoridade Policial. É possível a condução coercitiva
na fase do inquérito policial por ordem do Delegado de Polícia, sendo que a medida
não está sob reserva de jurisdição (STF, HC 107.644). Apenas não se admite a
condução do investigado exclusivamente para interrogatório (STF, ADPF 444).

VI – PROCEDER A RECONHECIMENTO DE PESSOAS, COISAS e ACAREAÇÕES (Art. 226


a 228, CPP): O reconhecimento fotográfico tem valor relativo e é imprescindível que
sejam apresentadas fotos diversas. No caso de reconhecimento pessoal, o réu deve
ser colocado entre outras pessoas parecidas; em caso de impossibilidade, tal deve
ser justificado. A apresentação prévia de fotos de suspeito específico, fora das
formalidades legais, e antes da sessão de reconhecimento anula o ato;

VII – CORPO DE DELITO e PERÍCIAS: Deve haver perícias técnicas em quaisquer


delitos que deixem vestígios.
VIII – ORDENAR A IDENTIFICAÇÃO DO INDICIADO PELO PROCESSO DACTILOSCÓPICO
(inclusive fotográfico) E JUNTAR SUA FOLHA DE ANTECEDENTES: o civilmente
identificado não será criminalmente identificado, salvo nos casos da lei.
LEI 12.037 / 09 – ART. 3.º:

I.– o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;


II.– o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III.– o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV. – a identificação criminal for essencial às investigações
policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante
representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V.– constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI.– o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento
apresentado Impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS ou RECONSTITUIÇÃO DO CRIME: forma eficaz de


documentar as diversas versões de como os fatos se deram (foto, filmagem e por
escrito). O indiciado pode ser obrigado a comparecer, mas não a participar. No Estado de
São Paulo, tal responsabilidade é do Instituto de Criminalística.
LEI 11.340 / 06 – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

- A autoridade policial deverá tomar procedimentos diferenciados, inclusive com


requerimento de medidas protetivas em favor da vítima (Art. 22 e 23 da Lei Maria da
Penha);
- As medidas protetivas serão julgadas cautelarmente pelo Juiz competente (há projeto
de lei em trâmite, para que os Delegados de Polícia concedam tais medidas, para que
depois seja analisadas pelo Judiciário).

DO INDICIAMENTO

Contém uma proposição, no sentido de guardar função declarativa de autoria


provável. Suscetível de posterior avaliação, como verdadeira, ou logicamente falsa.
Consiste, pois, em rascunho de eventual acusação (PITOMBO).

É a imputação a alguém, no inquérito policial, da prática do ilícito penal, sempre


que houver razoáveis indícios de sua autoria. Com o indiciamento, todas as
investigações passam a se concentrar sobre a pessoa do indiciado. O Juiz ou o Promotor
podem requerer o indiciamento do réu; contudo, trata-se de ato exclusivo da Autoridade
Policial.
FASE FINAL DO INQUÉRITO

Terminada a fase de diligências do inquérito, com a conclusão das investigações, passa-


se à fase de encerramento das investigações, por meio do relatório final, assinado pelo
Delegado de Polícia. Trata-se de uma peça descritiva, minuciosa, que conterá um resumo das
diligências realizadas no curso das investigações (Art. 10, § 1º, do CPP).

Concluído e relatado o inquérito, ele será remetido ao Poder Judiciário, que abrirá vista
dos autos ao Ministério Público, que poderá adotar as seguintes providências:
1. Nos crimes de ação penal privada: pedir para aguardar manifestação da vítima.
2. Nos crimes de ação penal pública:
A) Havendo prova de materialidade delitiva e indícios suficientes de
autoria: Oferecer denúncia ou propor acordo de não persecução penal.
B) Não havendo prova de materialidade delitiva ou indícios suficientes de autoria há
dois caminhos:
• Verificando a existência de possibilidade de melhor esclarecer os fatos e obter maiores
elementos informativos, requisitar diligências complementares (Art. 16 do CPP).
• Não vislumbrando nenhuma diligência capaz de melhor esclarecer os fatos, promover o

Você também pode gostar