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Aula Agronegocio

O agronegócio, ou agribusiness, abrange os negócios relacionados à atividade rural, dividindo-se em três partes: agropecuária, negócios à montante e à jusante. A globalização exige uma revisão das práticas do agronegócio brasileiro, que deve ser visto como um sistema interconectado, e não apenas como um fornecedor de matéria-prima. Apesar do crescimento do agronegócio, a fome persiste no Brasil devido a fatores como desemprego, preços altos de alimentos e foco em culturas de exportação, evidenciando a necessidade de programas sociais mais eficazes.
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O agronegócio, ou agribusiness, abrange os negócios relacionados à atividade rural, dividindo-se em três partes: agropecuária, negócios à montante e à jusante. A globalização exige uma revisão das práticas do agronegócio brasileiro, que deve ser visto como um sistema interconectado, e não apenas como um fornecedor de matéria-prima. Apesar do crescimento do agronegócio, a fome persiste no Brasil devido a fatores como desemprego, preços altos de alimentos e foco em culturas de exportação, evidenciando a necessidade de programas sociais mais eficazes.
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Agronegócio

Também chamado de “agribusiness”, o agronegócio


é o conjunto de negócios relacionados à atividade rural
(com ênfase na agricultura). Costuma-se dividir o
agronegócio em três partes:
1) A de negócios agropecuários propriamente ditos
(ou de "dentro da porteira") que representam os
produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou
grandes produtores, constituídos na forma de pessoas
físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas
jurídicas (empresas);
2) Os negócios à montante (ou "da pré-porteira")
aos da agropecuária, representados pela indústrias e
comércios que fornecem insumos para os negócios
agropecuários (por exemplo, os fabricantes de
fertizantes, defensivos químicos, equipamentos, etc.);
3) Os negócios à jusante dos negócios
agropecuários. São os negócios "pós-porteira",
aqueles negócios que compram os produtos
agropecuários, os beneficiam, os transportam e os
vendem para os consumidores finais (por exemplo, os
frigoríficos, as fábricas de fiação, tecelagem e de
roupas, os curtumes e as fábricas de calçados, os
supermercados e varejistas de alimentos etc.).
A globalização da economia, fenômeno que derruba fronteiras e
define uma nova ordem para a gestão dos negócios em todos os
segmentos, impõe ao agronegócio brasileiro uma revisão completa
de suas práticas e conceitos.
Entender a fazenda apenas como um modelo fornecedor de
matéria prima, desconectada dos outros momentos de
transformação, não cabe mais.
É imperativo adquirir a visão sistêmica de produção e
comercialização, buscar eficácia, de forma a favorecer a relação
custo/benefício e permanecer competitivo. O agronegócio passa a
ser encarado como um sistema de elos, abrangendo itens como
pesquisa, insumos, tecnologia de produção, transporte,
processamento, distribuição e preço.
Características do
Agronegócio

• Os princípios econômicos que se aplicam ao


setor primário são válidos para os outros setores
da economia: secundário (indústria) e terciário
(comércio, serviços, transportes, etc.); porém, a
agricultura guarda determinadas características
que, se não forem bem observadas (respeitadas
ou percebidas), podem frustrar qualquer
planejamento no setor ou na cadeia produtiva.
Características do
Agronegócio
Agricultura Indústria
• Relações biológicas • Relações mecânicas/tecnológicas
•Importância da terra com suas • Simples local físico de instalação
qualidades
•Importância do clima
• Clima = pouco afeta
oferta sazonal de produção oferta constante
oferta sazonal por fatores demanda constante
produtivos (rotinização do cotidiano)
sazonalidade no uso e serviços dos
fatores de produção
• Indústria a céu aberto (fábrica sem • Garantia e proteção (via seguro)
telhado) – risco maior e dificuldades de
securitização
• Importância da fitossanidade (pragas e • Importância reduzida
moléstias)
Características do
Agronegócio
Agricultura Indústria
• Mão-de-obra menos qualificada, sujeita • Mão-de-obra qualificada e
a sazonalidade e diversidade de especializada (rotina de operações)
operações
• Menor sujeição
•Maior sujeição as barreiras não-tarifárias
(técnicas, sanitárias e fitossanitárias)
•Riscos maiores (chuvas, secas e outros • Riscos menores = maior controle
fatores acidentais – pragas e moléstias) • Aproximação de oligopsônio
•Aproximação de mecanismos de (lado comprador) e oligopólio (lado
vendedor)
competição pura (oferta-demanda)
•Produtos homogêneos • Produtos diferenciados
(diferenciação, diversificação e
segmentação de mercado)
Características do
“Antes da Porteira”
Agronegócio
“Dentro da Porteira” “Pós-porteira”
Agroindústrias Unidade de Produção Unidade de Processamento
• Oligopólio Agropecuária e Industrialização
• Poucas empresas • Competição pura • Oligopsônio
• Domínio da informação • Muitas propriedades • Concentração de empresas
• Produto heterogêneo •  custos de informação • Domínio da informação
• Restrição à entrada e • Produto homogêneo • Produto diversificado,
saída • Livre entrada e saída diferenciado e adaptado à
segmentação de mercado
• Formadores de preços
• Tomadores de preços
• Restrição à entrada/saída
• Formadores de preços

“Sanduíche” do produtor rural


Esquema Básico do
Agronegócio
Constatações interessantes
O exame detido da situação atual da economia brasileira e das
economias desenvolvidas pela ótica da composição populacional e
da renda nacional, aponta algumas constatações interessantes:
a)o processo de urbanização, que avançou de forma lenta e
gradual nos países desenvolvidos, foi bastante acelerado no Brasil,
que na primeira metade da década de 60 ainda tinha mais de 50%
da população no meio rural e hoje detém apenas 25%;
b) nos países desenvolvidos a população rural gira em torno
de 3% da total, com renda per capita muito parecida à população
urbana; no nosso caso os habitantes rurais apresentam renda
media inferior à metade da urbana;
c) a participação da agropecuária na renda nacional apresenta
média de 3% nos países desenvolvidos, sendo de
aproximadamente 10% na economia brasileira; e
d) o agronegócio responde por cerca de 20% da renda nacional
em países desenvolvidos e por aproximadamente 30% no Brasil.
Analisando em conjunto, esses indicadores permitem concluir que,
embora o decréscimo percentual da população rural seja uma
realidade mundial, no caso brasileiro há ainda muita gente engajada
na atividade agropecuária.
A história econômica brasileira, com suas implicações sociais,
políticas e culturais, tem fortes raízes junto á agropecuária.
Foi a exploração de uma madeira, o pau Brasil, que deu nome
definitivo ao nosso País.
O processo de colonização e crescimento está ligado a vários
ciclos agroindustriais, como a cana-de-açúcar, com grande
desenvolvimento no Nordeste;
A borracha dá pujança à região amazônica, transformando
Manaus numa metrópole;
No início do século XX foi a vez do café que se torna em
importante fonte de poupança interna e o principal financiador do
processo de industrialização.
O Brasil tem visto, ao mesmo tempo, o agronegócio bater recordes e a fome crescer
entre a população. Mas qual a relação destes dois cenários tão diferentes?
Para pesquisadores, as seguintes razões permitem essa
coexistência:
Com o desemprego, a renda da população caiu. Em paralelo, o preço

dos alimentos subiu, dificultando o acesso pelos mais pobre, que


carecem de programas sociais mais estruturados.
O Brasil, apesar de grande na agricultura, foca em algumas culturas

específicas, voltadas para a exportação. Um exemplo é a soja – que


representa mais da metade da produção de grãos do país e não necessariamente é
transformada em alimento para consumo humano.
A pandemia ajudou a tornar esses itens ainda mais atraentes porque ficaram

mais caros.
Em comparação, a remuneração pelo cultivo de alimentos no

mercado interno tem sido pouco atrativa, mesmo para o pequeno


produtor. A chamada agricultura familiar é responsável por boa parte do que chega à
mesa dos brasileiros.
Apesar da fome não ser, necessariamente, responsabilidade do agronegócio, com as

condições ideais, o setor poderia facilitar a aquisição de


alimentos.
O governo diz que "existe claro estímulo" às
produções que fazem parte da cesta
básica por meio de incentivos de crédito, como o
Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf), além de programas
de aquisição de alimentos, tal qual o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Mas especialistas apontam gargalos nessas
ações, que acabam não atendendo a produtores
com menor estrutura.
No final do ano passado, pouco mais da metade da
população brasileira (116,8 milhões) convivia com
algum nível de insegurança alimentar, segundo
pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa
em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
(Penssan).
Insegurança alimentar é a falta do acesso pleno e
regular a alimentos de qualidade, em quantidade
suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, como moradia (leia mais
abaixo).
Segundo o mesmo estudo, 9% da população (19,1
milhões) enfrentava o nível mais grave, o que se
chama de fome.

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