VICIO DO PRODUTO QUALIDADE E QUANTIDADE
VÍCIO DO PRODUTO – QUALIDADE –
RESTRINGE-SE AO PRODUTO
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.
RESPONSÁVEIS
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
CREDOR: CONSUMIDOR
ENSINE UM CURSO 2
O vendedor: Pois não,
O caso temos apenas 1, parece
que estava esperando
O cliente: por você! O valor é R $
Bom dia, quero 100,00. Forma de
Acredito que
comprar um celular pagamento e
não, mas
Samsung, dual chip, documentação do
falarei com a
tela de 1.77” senhor.
dona da loja
Que maravilha!
Será no
dinheiro, há
abatimento?
ENSINE UM CURSO 3
A proprietária da loja
Dra. Florinda bom Camargo Variedades.
dia! Sabe aquele
celular da Samsung Sim Quico, lembro sim!
que só temos 1 e Ainda bem que
que está na loja há encontrou alguém que
quisesse! De forma
muito tempo!
alguma! Esse
celular já quase
Pois é, ao não tirarei lucro.
comprador irá pagar Se ele não quiser
no dinheiro e virá outro para
pergunta se pode comprar!
ter algum
abatimento?
Tudo bem
senhora, eu
agradeço a
atenção.
ENSINE UM CURSO 4
Tudo bem eu
Sr. Chaves, eu compreendo. Aqui
agradeço sua espera, está o dinheiro.
mas infelizmente a Mas uma dúvida,
patroa disse que não esse celular está
tem como, se funcionando
pudesse faria um normalmente?
preço ainda melhor,
mas já está no valor
pelo qual adquiriu.
Sim, sim senhor! Pois vou leva-lo!
Garanto que não irá Muito obrigado!
se arrepender. Tem
a garantia do
fabricante de 1 ano.
ENSINE UM CURSO 5
APÓS 4 MESES DE
USO
O RETORNO A LOJA
ENSINE UM CURSO 6
Esse celular foi uma das
piores compras que já
fiz, já foi 4 vezes pra
assistência técnica, e
não resolve o
problema.
Eu quero meu dinheiro Sr. Não tenho como
de volta! Sra. Quero devolver, vou chamar
meu dinheiro de volta a proprietária.
ENSINE UM CURSO 7
Infelizmente não tem
Sra. Quero meu como senhor! Eu não
dinheiro de volta, tenho nenhuma
já levei 4 x pra responsabilidade,
autorizada. busque o fabricante,
sou apenas uma
comerciante, lutando
para sobreviver,
principalmente nesses
períodos! Não está fácil
a crise!
ENSINE UM CURSO 8
E AGORA
QUEM
PODERÁ ME
DEFENDER?
ENSINE UM CURSO 9
Calma, não criemos pânico,
busque seus direitos! Leia o
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR, lá estará a
resposta no Art. 18 CDC
ENSINE UM CURSO 10
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados
ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
ENSINE UM CURSO 11
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete
nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de
manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a
substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá
haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de
preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando
identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde,
perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
ENSINE UM CURSO 12
Os produtos fornecidos in natura, respondendo perante o
consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado
claramente seu produtor (art. 18, § 5º, do CDC). Para
concretizar a norma, se alguém adquire uma maçã estragada
em uma feira livre, a responsabilidade, em regra, será do
feirante. Porém, se na maçã constar o selo do produtor, o que é
bem comum, o último responderá pelo vício.
ENSINE UM CURSO 13
Ementa: RECURSOS INOMINADOS. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. CONSUMIDOR. VÍCIO DO PRODUTO NÃO SANADO. ART. 18, CAPUT, E § 1º, DO CDC.
DEVOLUÇÃO DO VALOR PAGO PELO PRODUTO. CABIMENTO. SOLIDARIEDADE PASSIVA DOS
INTEGRANTES DA CADEIA DE FORNECEDORES. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS.
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. INDENIZAÇÃO AFASTADA. Narra a autora que adquiriu um
notebook que veio a apresentar problemas de funcionamento. Requer a restituição do valor pago e
indenização por danos morais. Sentença de parcial procedência, que condenou as rés,
solidariamente, na restituição do valor pago pelo produto e de indenização por dano moral, fixado
em R$ 3.000,00. Inconformadas, recorrem as rés. Não tendo sido sanado o vício no prazo máximo de
30 dias, nos termos do artigo 18, §1º, II, do CDC, é direito do consumidor postular a restituição
imediata da quantia paga. Desse modo, cabível a devolução do valor investido na compra do produto.
No entanto, não restam configurados, in casu, os danos morais alegados, considerando inexistir prova
de que os transtornos suportados pela parte autora, devido ao vício no produto, tenham sido
suficientes para atingir seus direitos de personalidade. A situação não extrapola o dissabor cotidiano,
não sendo o caso de dano moral in re ipsa. Ademais, o abalo moral somente restaria reconhecido,
caso a recorrente demonstrasse a ocorrência de alguma excepcionalidade, o que não fez. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº 71009318536, Segunda Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em: 26-08-2020)
ENSINE UM CURSO 14
VÍCIO DE QUANTIDADE
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas
as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não
estiver aferido segundo os padrões oficiais.
ENSINE UM CURSO 15
O § 2º do art. 19 que o fornecedor imediato – no caso, o comerciante – será
responsável pelo vício de quantidade quando fizer a pesagem ou a medição e o
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. O desrespeito à
lealdade negocial, à boa-fé objetiva, acaba por gerar a sua responsabilidade pessoal,
afastando o dever de reparar o fabricante. A título de exemplo, se há um problema na
balança do mercado, que está adulterada, a responsabilidade será do comerciante e
não do produtor ou fabricante.
Ementa: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. CONSUMIDOR. VÍCIO DO PRODUTO.
COMPROVAÇÃO DO FATO CONSTITUTIVO DO AUTOR. RECONHECIMENTO DO DIREITO
À SUBSTITUIÇÃO DE PRODUTOS FORNECIDOS COM AVARIAS E À COMPLEMENTAÇÃO
DA ENTREGA FEITA EM QUANTIDADE MENOR. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 71009329285, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em: 28-05-2020)
ENSINE UM CURSO 16
Ementa: RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AQUISIÇÃO DE BENS DE CONSUMO. BOTIJÃO DE
GÁS. VÍCIO DE QUANTIDADE. ALEGADA DURAÇÃO INFERIOR DO PRODUTO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA
DE VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES INICIAIS. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. PARTE AUTORA QUE
NÃO FEZ PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DE SEU DIREITO, NOS TERMOS DO ART. 373,
I, DO CPC. SENTENÇA MANTIDA. 1- Cuida-se de ação por meio da qual postula o autor a
substituição do botijão de gás adquirido, além de indenização por dano moral. 2- A sentença julgou
improcedentes os pedidos, dela recorrendo o autor. 3- Pois bem. Destaca-se, inicialmente, que a
inversão do ônus da prova disposta no Código de Defesa do Consumidor, não retira da parte autora
o ônus de provar, ainda que minimamente, os fatos constitutivos do direito alegado, nos termos do
artigo 373, I, do CPC/15. 4- Com efeito, no curso processual, não foi produzida qualquer prova a
respeito do alegado vício de quantidade do produto adquirido, ônus que cabia à parte demandante,
e do qual não se desincumbiu. 5- O vídeo acostado pelo autor, em nada colabora com o deslinde do
feito, pois não comprova/demonstra o efetivo vício de quantidade ou qualidade do produto. 6-
Assim, por consequência, não se verifica a presença dos pressupostos da responsabilidade civil
(conduta ilícita, dano e nexo de causalidade), a fim de dar procedência ao pleito indenizatório por
dano moral, razão pela qual também mantém-se a sentença, no ponto. 7- Não havendo mínimo
indício de prova das alegações do autor, ônus que lhe competia, nos termos do art. 373, inciso I, do
CPC, imperativo a manutenção da sentença, por seus próprios fundamentos. RECURSO
DESPROVIDO. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº 71008443889, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em: 29-04-2020)
ENSINE UM CURSO 17
Ementa: RECURSO INOMINADO. OBRIGACIONAL E RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE RESCISÃO
CONTRATUAL COM CUMULAÇÃO DE QUANTIA PAGA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FALHA NA PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS. DORMITÓRIOS SOB MEDIDA. PEDIDO DE PERÍCIA. DESNECESSIDADE. VÍCIO DE QUALIDADE E DE
QUANTIDADE. 1. Narra a autora que contratou prestação de serviços com a Ré, como o objetivo da confecção e
compra de dois dormitórios sob medida. Declara que a transação foi realizada em 14 de novembro de 2017,
ficando a autora no dever de pagar a importância de R$16.500,00. Ficou a autora com o dever de pagar a quantia
de R$14.000,00 de entrada e o restante seria pago após a entrega dos dormitórios em cinco parcelas de R$ 500,00
a ré. Alega que, passado o prazo para a entrega dos móveis, a Ré não efetuou a entrega completa dos produtos,
efetuando apenas a entrega de um dormitório, o qual apresentou vícios de qualidade. 2. Alega a autora ter sofrido
danos morais em virtude da falha e demora na entrega dos dormitórios, aliado a falta de solução em tempo
razoável e a impossibilidade de utilizar os cômodos. Porém, tal pedido não foi atendido e a parte Autora não
recorreu. 3. A Ré, preliminarmente contestou a incompetência absoluta do Juizado Especial Cível, em razão da
complexidade da matéria e a consequente necessidade de realização de perícia técnica. Postula que havendo
condenação deveria abater o valor atinente aos móveis que já foram entregues à autora. Porém, desnecessária a
prova técnica, visto que as fotografias trazidas demonstram, escancaradamente, mesmo ao leigo, a existência de
vícios de qualidade nos móveis do dormitório. 4. Quanto ao vício de quantidade, também está assente, porquanto
a parte ré não demonstrou o motivo pelo qual não entregou o dormitório. 4. Assim, a sentença de parcial
procedência que, rejeitou o pedido de incompetência do Juizado Especial Cível e condenou a empresa Ré a restituir
à autora a quantia de R$14.000,00 , bem como o recolhimento do móvel parcialmente entregue à autora, deve ser
mantida. RECURSO IMPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 71009203621, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Fabio Vieira Heerdt, Julgado em: 13-04-2020)
ENSINE UM CURSO 18
PRAZOS
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços
até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em
que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo
do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
ENSINE UM CURSO 19
OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA
ENSINE UM CURSO 20
TEMPO DE VIDA ÚTIL DO PRODUTO
Uma importante decorrência que deve ser analisada a respeito do tempo de vida útil diz
respeito à chamada obsolescência programada, hipótese em que o produto é preparado
previamente, com a intenção de durar por tempo limitado, bem menos do que o esperado pelo
consumidor. A prática é evidenciada sucessivamente nos casos de produtos eletrônicos, caso de
smartphones, tablets, impressoras e computadores. Sendo demonstrada ou evidente tal
situação no caso concreto, pensamos haver vício do produto, aplicando-se as consequências
analisadas neste tópico.
“Direito do consumidor. Vício do produto. Celular. Prazo de garantia contratual
expirado. Defeito surgido dois meses após. Conceito de vida útil e
obsolescência programada. Condicionamento do conserto a depósito de valor
considerável. Dever de devolução do preço pago. Complexidade da causa
inexistente. Dano moral não configurado. Recurso provido em parte” (TJRS –
Recurso Cível n. 0001334-83.2017.8.21.9000 – Capão da Canoa – Terceira
Turma Recursal Cível – Rel. Des. Cleber Augusto Tonial – j. 09.03.2017, DJERS
15.03.2017).
ENSINE UM CURSO 21
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: OAB Prova:
FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificad
o XXXV - Primeira Fase
José havia comprado um notebook para sua filha, mas ficou desempregado, não tendo como
arcar com o pagamento das parcelas do financiamento. Foi então que vendeu para a amiga
Margarida o notebook ainda na caixa lacrada, acompanhado de nota fiscal e contrato de
venda, que indicavam a compra realizada cinco dias antes.
Cerca de dez meses depois, o produto apresentou problemas de funcionamento. Ao receber o
bem da assistência técnica que havia sido procurada imediatamente, Margarida foi
informada do conserto referente à “placa-mãe”.
Na semana seguinte, houve recorrência de mau funcionamento da máquina. Indignada,
Margarida ajuizou ação em face da fabricante, buscando a devolução do produto e a
restituição do valor desembolsado para a compra, além de reparação por danos
extrapatrimoniais.
A então ré, por sua vez, alegou, em juízo, a ilegitimidade passiva, a prescrição e,
subsidiariamente, a decadência. A respeito disso, assinale a afirmativa correta
ENSINE UM CURSO 22
A - O fabricante é parte ilegítima, uma vez que o defeito relativo ao vício do
produto afasta a responsabilidade do fabricante, sendo do comerciante a
responsabilidade para melhor garantir os direitos dos consumidores adquirentes.
B - Ocorreu a prescrição, uma vez que o produto havia sido adquirido há mais de
noventa dias e a contagem do prazo se iniciou partir da entrega efetiva do
produto, não sendo possível reclamar a devolução do produto e a restituição do
valor.
C - Somente José possui relação de consumo com a fornecedora, por ter sido o
adquirente do produto, conforme consta na nota fiscal e no contrato de venda,
implicando ilegitimidade ativa de Margarida para invocar a proteção da norma
consumerista.
D - A decadência alegada deve ser afastada, uma vez que o prazo correspondente
se iniciou quando se evidenciou o defeito e, posteriormente, a partir do prazo
decadencial de garantia pelo serviço da assistência técnica, e não na data da
compra do produto.
ENSINE UM CURSO 23
D
CDC - Art 26 parágrafo 3º
Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em
que ficar evidenciado o defeito.
ENSINE UM CURSO 24
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova:
FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificad
o XXX - Primeira Fase
Durante período de intenso calor, o Condomínio do Edifício X, por seu representante,
adquiriu, junto à sociedade empresária Equipamentos Aquáticos, peças plásticas
recreativas próprias para uso em piscinas, produzidas com material atóxico. Na
primeira semana de uso, os produtos soltaram gradualmente sua tinta na vestimenta
dos usuários, o que gerou apenas problema estético, na medida em que a pigmentação
era atóxica e podia ser removida facilmente das roupas dos usuários por meio de uso
de sabão.
O Condomínio do Edifício X, por seu representante, procurou você, como advogado(a),
buscando orientação para receber de volta o valor pago e ser indenizado pelos danos
morais suportados.
Nesse caso, cuida-se de
ENSINE UM CURSO 25
A - fato do produto, sendo excluída a responsabilidade civil da sociedade empresária,
respondendo pelo evento o fabricante das peças; não cabe indenização por danos
extrapatrimoniais, por ser o Condomínio pessoa jurídica, que não sofre essa
modalidade de dano.
B - inaplicabilidade do CDC, haja vista a natureza da relação jurídica estabelecida entre
o Condomínio e a sociedade empresária, cabendo a responsabilização civil com base
nas regras gerais de Direito Civil, e incabível pleitear indenização por danos morais, por
ter o Condomínio a qualidade de pessoa jurídica.
C - aplicabilidade do CDC somente por meio de medida de defesa coletiva dos
condôminos, cuja legitimidade será exercida pelo Condomínio, na defesa dos interesses
a título coletivo.
D - vício do produto, sendo solidária a responsabilidade da sociedade empresária e do
fabricante das peças; o Condomínio do Edifício X é parte legítima para ingressar
individualmente com a medida judicial por ser consumidor, segundo a teoria finalista
mitigada.
ENSINE UM CURSO 26
D
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Aplica-se a teoria finalista mitigada.
ENSINE UM CURSO 27
ENSINE UM CURSO 28