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Capítulo 18 - Estado e Poder Pt. 1 e 2

O documento aborda a filosofia política, destacando conceitos de poder, liberalismo, Estado e sociedade civil, com ênfase nas visões de pensadores como Hegel, Marx e Rawls. Discute a relação entre liberdade e igualdade, a crítica aos regimes autoritários e totalitários, e a importância da Constituição de 1988 no Brasil. A obra propõe uma reflexão sobre a democracia, seus desafios e a necessidade de garantir direitos individuais e sociais.

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Capítulo 18 - Estado e Poder Pt. 1 e 2

O documento aborda a filosofia política, destacando conceitos de poder, liberalismo, Estado e sociedade civil, com ênfase nas visões de pensadores como Hegel, Marx e Rawls. Discute a relação entre liberdade e igualdade, a crítica aos regimes autoritários e totalitários, e a importância da Constituição de 1988 no Brasil. A obra propõe uma reflexão sobre a democracia, seus desafios e a necessidade de garantir direitos individuais e sociais.

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Filosofia

Filosofia

Capítulo
Capítulo 1.118, parte 1

João Saraiva
Aldenir Costa

2ª série
1ª série ManhãManhã/Tarde
A/B/MED
A/B/MED

Parquelândia / Sul
DT / BS / SUL Jan 2022Abr 2024
Poder e política
 Segundo o filósofo francês Gérard Lebrun (1930 –
1999), o poder deve ser entendido como potência,
força e dominação. Potência é a capacidade de
alguém desempenhar uma ação a qualquer tempo,
independentemente de essa ação se efetivar ou não.
Força é o meio utilizado para influenciar o
comportamento de alguém e, enfim, dominação é a
oportunidade de impor a própria vontade contra
qualquer resistência;

 O poder está presente em diversos campos da vida


humana;

 Focaremos no Estado, pois ele ocupa um lugar


privilegiado de poder e da política.
Visão do liberalismo clássico
 O liberalismo fundado pelo filósofo John Locke (1632
– 1704) buscava evitar a organização de regimes
arbitrários e autoritários que pudessem comprometer
o exercício das liberdade individuais, como a
liberdade de expressão;

 Propôs a instituição de regimes democráticos


baseados na soberania popular para garantir a
liberdade, a igualdade e a autonomia dos indivíduos;

 A garantia das liberdades individuais, entretanto,


levantava uma questão complexa: os indivíduos
podiam entrar em um consenso a respeito de temas
polêmicos, mas também podiam expressar opiniões
irreconciliáveis entre si.
Visão do liberalismo clássico
 Surge diante disso uma problemática que marca o
pensamento liberal até a contemporaneidade;

 Ao proteger a liberdade e a autonomia individuais, o


liberalismo precisou lidar com o fato de que as
opiniões podiam entrar em conflitos insuperáveis;

 Na tentativa de encontrar respostas que


resolvessem a tensão entre essas exigências, a
tolerância e a convivência em comunidade
tornaram-se conceitos centrais para o liberalismo;

 É defendido então o modelo de um Estado que


garanta os direitos essenciais dos indivíduos e que
busque gerenciar os seus possíveis conflitos.
Estado e sociedade civil
 Apesar de ser utilizada em contextos políticos,
atualmente a expressão sociedade civil não se
confunde com o conceito de Estado nem é mero
sinônimo de sociedade;

 O conceito de sociedade civil surgiu com os filósofos


contratualistas, mais particularmente com Thomas
Hobbes (1588 – 1679). Segundo o contratualismo, a
sociedade civil, ou estado de sociedade, foi
instituída com o pacto social, estabelecido
conjuntamente por indivíduos que se encontravam
anteriormente em estado de natureza;

 Podemos entender a sociedade civil como um grupo


de indivíduos politicamente organizados.
Hegel e o Estado
 As principais categorias políticas para Friedrich Hegel
(1770 – 1831) são a família, a sociedade civil e o
Estado. Elas representam as figuras de manifestação
da vida ética;

 Por meio da educação, a família prepara o indivíduo


para a vida em comunidade, na qual precisará manter
contato ético e político com os demais membros da
coletividade;

 A sociedade civil é o segundo momento da vida ética.


Nesse estágio, os membros de cada classe ou grupo
social manifestam livremente seus interesses
particulares e expressam suas opiniões diretamente
ou por outros meios, como a imprensa.
Hegel e o Estado
 Cabe ao Estado superar as contradições
resultantes dos diferentes interesses;

 O Estado acaba se tornando a síntese das


contradições dos dois momentos anteriores, a
família e a sociedade civil, ao mesmo tempo que
se torna o estágio superior da vida ética;

 Reconhecendo que a sociedade civil era composta


de interesses e opiniões divergentes, às vezes
irreconciliáveis entre si, o filósofo teorizou que o
Estado devia assumir um papel fundamental para
superar as contradições entre os diversos
interesses e opiniões presentes na sociedade civil.
A crítica de Marx a Hegel
 Os acontecimentos políticos da história da
Alemanha no século XIX puderam colocar a
Filosofia política hegeliana à prova. Em 1871,
Otto Von Bismarck reúne os reinos até então
fragmentados e unifica o país;

 Como pensado por Hegel, a burguesia e os


outros grupos da sociedade civil não foram
capazes de realizar a unificação, pois estavam
preocupados em seus próprios interesses;

 Somente o Estado foi capaz de operar


politicamente a unificação do território. Então
podemos dizer que Hegel estava de fato com a
razão em relação à natureza do Estado?
Marx e o Estado
 Karl Marx (1818 – 1883) sustentava que o Estado era
uma instituição dependente e subordinada à
sociedade civil. Então, se o Estado não era uma
instituição independente e superior, não era capaz de
superar as contradições da sociedade civil e de
formular princípios políticos universais;

 Enquanto Hegel reconhecia na sociedade civil a


manifestação e o conflito entre os interesses das
diversas classes, Marx sustentava que a sociedade civil
assumia a marca da classe social dominante: a
burguesia.

 O Estado surgia para atender aos interesses


particulares da classe burguesa e perpetuá-los, e não
para garantir a justiça e a igualdade entre todos.
Marx e o Estado
 Assim, nem a sociedade civil ou burguesa
nem o Estado eram capazes de formular
princípios políticos que promovessem a
liberdade de todos os cidadão;

 As reformas sociais promovidas pelo Estado


não alcançariam de modo igual a totalidade
dos cidadãos, mas estariam comprometidas
em atender preferencialmente aos interesses
particulares da classe burguesa;

 Para realizar a emancipação de toda a


humanidade, era preciso encontrar outra via,
que só podia ser a revolução.
O Utilitarismo
 O princípio do utilitarismo, segundo Jeremy Bentham
(1748 – 1832), era buscar a felicidade, alcançada pelo
aumento do prazer e pela diminuição da dor. Essa
definição está muito próxima da ideia epicurista de que
todo indivíduo deve buscar o prazer como realização da
felicidade;

 Contudo, diferentemente do epicurismo, no utilitarismo


a busca pela felicidade individual é substituída pelo
ideal de uma felicidade social: trata-se de alcançar a
felicidade do maior número possível de pessoas;

 Bentham se posicionou criticamente sobre muitos


temas importantes de sua época, como o imperialismo,
opondo-se tanto ao imperialismo britânico quanto ao
das demais nações.
A questão penal
 De acordo com o filósofo, o legislador deve
harmonizar o interesse individual com o
interesse social. Impedir o roubo é um interesse
social, mas não é um interesse individual, pois o
criminoso se beneficia com o crime;

 Assim, o papel da punição é frear os interesses


individuais para preservar o interesse social;

 Contudo, a punição excessiva, como a pena de


morte para crimes de pouca gravidade, não
contribui para a sociedade, uma vez que o
assaltante seria estimulado a matar sua vítima,
eliminando-a como testemunha de seu crime.
O Pan-óptico
Tarefa de casa
 Exercício da página 338.
O liberalismo de John Rawls
 O filósofo estadunidense John Rawls (1921 – 2002)
apresentou uma nova visão sobre o liberalismo em
sua obra Uma teoria da justiça (1971), renovando o
debate político em um momento em que os principais
modelos de Estado encontravam-se em crise;

 O princípio utilitarista de alcançar a felicidade para o


maior número de pessoas não é justo. Visto que não
está voltado para a totalidade da população, o
princípio não impede que a felicidade da maioria seja
conquistada à custa do sofrimento de uma minoria;

 Era preciso tomar a justiça como princípio de toda a


sociedade, impedindo que um grupo social sofra
privações em benefício de outro.
O liberalismo de John Rawls
 Se a realidade de nossas leis e
instituições é injusta, então seria
preciso uma reforma política e
jurídica baseada no ideal de justiça, o
que seria uma tarefa difícil de ser
realizada;

 Se essa reforma fosse conduzida


pelos atuais parlamentares, qual seria
a garantia de que as mudanças
beneficiariam toda a população e não
somente eles mesmo?
A posição originária e o véu da ignorância
 Os indivíduos responsáveis por definir o conceito de
justiça da sociedade em que vivem devem estar
localizados em uma posição originária, situação
hipotética similar ao pacto dos contratualistas;

 Na posição originária, os indivíduos estão submetidos


a um véu de ignorância, expressão que remete à
condição de não saberem qual posição assumirão na
sociedade regulada pelo novo ideal de justiça;

 Essas condições são a única forma de garantir a


igualdade e a justiça social. Como os responsáveis
por elaborar a noção de justiça não sabem que
posição ocuparão depois que sua tarefa estiver
concluída, não nenhum deles se sentirá motivado a
beneficiar uma ou outra classe social.
Autoritarismo e totalitarismo
 Durante o século XX, a História registrou o surgimento
de regimes políticos autoritários e totalitários
baseados em tendências e convicções opostas;

 Enquanto o nazismo alemão, o fascismo italiano e a


maioria das ditaduras da América Latina foram
regimes orientados por uma ideologia de direita, o
stalinismo soviético, o comunismo chinês e a ditadura
cubana estavam voltados para uma ideologia de
esquerda;

 As estratégias políticas adotadas por todos esses


regimes não eram as mesmas. Além disso, há
diferenças entre os regimes autoritários e totalitários,
que não estabeleciam as mesmas relações com a
sociedade civil.
Regimes autoritários
 O objetivo dos regimes autoritários não era
instaurar uma nova sociedade, mas reprimir as
ideias e os movimentos sociais considerados
perigosos para os interesses do grupo social que
estava no poder;

 Para garantir vantagens, o principal instrumento


desses regimes era a repressão e perseguição
aos opositores;

 Outra estratégia importante para esses regimes


era a despolitização dos cidadãos, para que
assim os mesmos não pudessem questionar ou
problematizar a situação política.
Regimes totalitários
 Os regimes totalitários também utilizaram a
repressão política e ideológica para garantir a
realização de seus interesses. No entanto,
elaboraram diversas maneiras de recrutar o apoio
dos cidadãos, como a propaganda política,
convencendo-os a contribuir para a manutenção do
próprio regime;

 O apoio e a participação da sociedade civil eram


fundamentais nos regimes totalitários, pois seus
objetivos eram instituir uma nova sociedade, um
novo país;

 O Estado era o condutor dessas novas mudanças


que geralmente seguiam determinadas ideias.
O nazismo alemão
 Foi um dos regimes totalitários que mais
marcaram o século XX. Um dos fundamentos da
nova sociedade que o regime nazista pretendia
instituir era a supremacia racial, que classificava e
hierarquizava os seres humanos de acordo com a
sua origem étnica.

 Enquanto os arianos eram considerados uma raça


superior, os ciganos e judeus, por exemplo, eram
vistos como inferiores;

 Campos de concentração foram construídos para


recolher e assassinar os perseguidos pelo nazismo,
que também incluíam homoafetivos e pessoas
com deficiência.
O nazismo alemão
 O holocausto, como ficaram conhecidas a
perseguição e a eliminação promovidas às
minorias pelo regime nazista, atingiu
profundamente alguns filósofos. Primeiro, porque
alguns deles foram diretamente perseguidos;

 Segundo, porque o holocausto foi um


acontecimento tão abominável que parecia
comprometer o desenvolvimento da própria
civilização ocidental;

 “O que nos propuséramos era, de fato, nada


menos do que descobrir por que a humanidade,
em vez de entrar em um estado verdadeiramente
humano, está se afundando em uma nova espécie
de barbárie”. (Max Horkheimer)
O desafio democrático
 A força e os limites da democracia muitas vezes
são avaliados com base no qualificativo que
acompanha o termo, por exemplo: democracia
liberal ou democracia socialista;

 A ideia de democracia liberal está baseada na


defesa e na valorização da liberdade. Já a ideia de
democracia socialista está baseada na defesa da
igualdade entre as pessoas;

 Contudo, essa distinção deve ser superada, pois


essa divisão diminui a força da democracia. Não
se trata de escolher entre dois valores
democráticos, mas de resgatar os aspectos
positivos tanto da concepção liberal como da
concepção socialista.
O desafio democrático
 A democracia deve estar baseada na
liberdade. O cidadão deve ser livre para se
locomover no território em que habita.
Entretanto, a desigualdade econômica pode
comprometer o direito de ir e vir;

 A democracia também deve estar baseada


na igualdade. Todo cidadão deve ter acesso
à educação de qualidade;

 No entanto, sem liberdade de expressão, a


educação pode ser comprometida, pois o
cidadão deixaria de pensar por si próprio.
A constituição cidadã
 Na década de 1980, diversos setores da sociedade
civil de nosso país se organizaram para superar os
efeitos negativos provocados pela política autoritária
do regime militar (1964 – 1985);

 A promulgação em 1988 da atual Constituição


federal é um exemplo da importância que a
democracia assumiu para o povo brasileiro. O
documento estabeleceu limites para a atuação do
Estado, impedindo que medidas políticas autoritárias
pudessem violar as liberdades individuais;

 A Constituição também assegurou uma série de


direitos individuais e sociais, garantindo desde a
igualdade de todos perante a lei até o direito à
educação e à saúde.
Tarefa de casa
 Exercícios das páginas
343 e 344.

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