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O documento aborda a relação entre antropologia, cultura brasileira e o sistema punitivo do Estado, destacando como a cultura influencia a aplicação das penas e o controle social. Discute a função do Direito Penal na proteção de bens jurídicos e a importância da antropologia jurídica na compreensão das normas e práticas legais. Além disso, analisa teorias sobre a prevenção geral e especial, a evolução da pena e os efeitos da condenação sobre os familiares dos detentos.

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O documento aborda a relação entre antropologia, cultura brasileira e o sistema punitivo do Estado, destacando como a cultura influencia a aplicação das penas e o controle social. Discute a função do Direito Penal na proteção de bens jurídicos e a importância da antropologia jurídica na compreensão das normas e práticas legais. Além disso, analisa teorias sobre a prevenção geral e especial, a evolução da pena e os efeitos da condenação sobre os familiares dos detentos.

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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO ECOSSISTEMA ÂNIMA

CRIMES EM ESPÉCIE:
DOS BENS JURÍDICOS ELEMENTARES À
NECESSIDADE DE PROTEÇÃO FRENTE A NOVA
DELIQUÊNCIA DA PÓS MODERNIDADE

PROFESSORA CLAUDIANE
2024.1
TEMA ABORDADO NA AULA DE HOJE

ANTROPOLOGIA

E CULTURA BRASILEIRA

NA VISÃO CRIMINOLÓGICA
A INFLUÊNCIA DA CULTURA NO MODELO PUNITIVO
ADOTADO PELO ESTADO BRASILEIRO
O homem adotou o sistema de aplicação das penas a partir do momento
que passou a viver em comunidade e as regras da sociedade na qual
estava inserido eram violadas.

A RELAÇÃO ENTRE
ESTADO MODERNO, DIREITOS HUMANOS
E PODER PUNITIVO
A pena de prisão tem sido muito guerreada, pois tem-se
identificado como instrumento de

“degradação, destruidora da personalidade humana e


incremento à criminalidade por imitação e contágio moral”.
O ESTADO MODERNO PASSA A CONTROLAR A SOCIEDADE POR MEIO DAS LEIS

Pontos de ideias:

• Visa gerir o domínio social impondo a sanção penal

• Visa adotar mecanismos para impedir que haja violações de bens e valores

• Visa limitar a racionalidade, pois se utiliza da força para conter violações de regras

• Visa atrelar suas ideias à imperatividade da Constituição e o estudo das políticas criminais

Tudo isso para se compreender o que ocorre


na contemporaneidade e, efetivamente cumprir
o DIREITO DE PUNIR DO ESTADO
de maneira legítima e eficiente.
Por intermédio do Estado Democrático de Direito, somos passíveis de
recebermos limitações de direitos e, somente isso ocorrerá por motivos
legítimos.

Assim, vejamos as dinâmicas do controle social:


a - agir como fiador da sociedade
b - minimizar o volume de conflitos de variadas formas
c - impulsionar o sistema Sancionador do Estado Moderno

O Direito Penal tem a função de proteger e preservar valores, que na seara penal esta função
é feita de forma violenta (podendo, inclusive, ultima ratio, recair sobre o direito de ir e vir da
pessoa) logo, estes bens e valores protegidos se tornam extremamente caros para o Estado.

E como se desenvolveu o pensamento sobre o poder punitivo estatal?


Quais os indicadores que influenciam nos índices nacionais de violência e
criminalidade?
PARA RESPONDER A ESSAS PERGUNTAS,
NECESSITAMOS ESTUDAR A ANTROPOLOGIA JURÍDICA
A ANTROPOLOGIA E A
CULTURA BRASILEIRA

A antropologia estuda como a cultura se relaciona com o direito.

• Tal estudo inclui:

• os sistemas judiciais
• as instituições jurídicas
• os costumes e práticas jurídicas
• a relação entre o direito e outros aspectos da cultura.
Antropologia Jurídica
traz uma visão crítica sobre o mundo,
alinhando-se diferentes modos de viver,
de pensar, de sentir
à luz do Direito!

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA ANTROPOLOGIA

* Nos leva à compreensão e estudo da pluralidade de povos, a maneira de pensar e


o poder de organizar-se coletivamente.

** É extremamente influenciada pelos diversos aspectos sociais e culturais na


evolução do tempo em que se vive.

*** Propulsiona à elaboração das normas e leis a partir das motivações de crenças.

**** Têm-se relevância sobre os aspectos jurídicos e proporcionais à medida dos


valores e interesses no sentido de mediar conflitos e conciliações.
A RELAÇÃO DA ANTROPOLOGIA COM O DIREITO

Na Antropologia, entender
as leis de um povo é
O Direito, por sua vez, também
primordial, afinal, ela é mais
tem muito a ganhar com a
uma nuance que define e
Antropologia, uma vez que
diferencia uma comunidade
toda a construção de suas
de outra. Além, é claro, de
normas é baseada
influenciar em diversos de
na realidade da sociedade.
seus hábitos
na realidade da sociedade.
O CONTROLE SOCIAL

O Estado tem em mãos:

• A criação das leis


• A execução das leis

É função do Estado agir como guardião da sociedade e os interesses entre os


pares, minimizando o volume de conflitos de variadas formas

Sistema Sancionador do Estado Moderno: o Direito Penal tem a função de


proteger e preservar os bens jurídicos, mesmo que recaindo no direito de ir e
vir do infrator, como por exemplo privar a pessoa de sua liberdade
TEORIA DA PREVENÇÃO GERAL

PRINCIPAIS TEÓRICOS: BENTHAM E FEUERBACH

Principais aspectos:
a) pena útil à sociedade;
b) pena voltada ao futuro;
c) atemorização/intimidação dos demais membros da sociedade e reafirmação da
validade do ordenamento jurídico;
d) punição voltada a todos os possíveis delitos;
e) cálculo racional dos benefícios e prejuízos.
TEORIA DA PREVENÇÃO ESPECIAL

PRINCIPAIS TEÓRICOS: ESCOLA POSITIVISTA ITALIANA E


FRANZ VON LISZT

equivalência ao crime
cometido:
compensação da culpabilidade
na exata medida
Principais aspectos:
a) pena aplicada sobre o indivíduo;
b) pena voltada ao futuro. Não cometimento de novos delitos;
c) reeducação, ressocialização e reintegração;
d) atemorização individual;
e) neutralização.
VINGANÇA DIVINA
- IDEIA DE PENITÊNCIA -

1.Surgiram as palavras “penitenciário” e “penitenciária”

2.Com a Igreja Católica nasceu o Direito Canônico (reforma do


delinquente)

3.Nas palavras de Cezar Roberto Bitencourt contribuiu


consideravelmente para com o surgimento da prisão moderna

4.Essa influência veio completar-se com o predomínio que os conceitos


teológicos-morais tiveram, até o século XVIII, no direito penal, já que
se considerava que o crime era um pecado contra as leis humanas e
divinas.
O ESTUDO DAS PENAS

1. Leis penais devem ser úteis para a proteção de bens jurídicos, atentando-se a um
mínimo ético, portanto a pena deve ser proporcional ao crime

2. Veda-se a aplicação de penas arbitrárias

3. Partindo de uma noção funcionalista do Direito, crê-se que a pena é um "mal


necessário"

4. Deverá ser aquela necessária para a proteção dos bens jurídicos sem os quais a
sociedade deixaria de ser organizada
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE

A CF, em seu artigo 4º , II, aponta para a prevalência dos Direitos Humanos.

“Resguardo de dignidade, liberdade, igualdade, honra e outros direitos fundamentais que


sustentam o Estado Democrático de Direito”.

Pressupõe o reconhecimento universal da igualdade entre todos, relacionado ao princípio da


legalidade, ou princípio da reserva legal (Art. 1º CP) e também com a previsão no art. 5º ,
XXXIX, da CF
Também conhecido como
Princípio da humanização das penas:

Alguns países abolindo, outros restringindo a pena de morte, extinguindo-se, em grande


parte, as penas corporais e torturas, representando um grande avanço para a ciência do
direito penal, fator que refletiu na atual ideologia de recuperar e ressocializar o condenado
PERSONALIDADE DA PENA - art. 5º , XLV, da CF.

Efeitos da pena não podem passar do indivíduo.

Segundo DOTTI, é uma imposição do direito natural, assentada no brocardo suum cuique
tribuere (dar a cada um o que é seu).

Críticas!!!

Há o reflexo da condenação em pessoas da família do detento constituindo um inconveniente


que nem sempre se pode evitar.

Dentre esses efeitos reflexos, pode-se destacar:

a perda de rendimentos auferidos pelo condenado, podendo até mesmo acarretar perda de
emprego; o preconceito e a discriminação sofridos por seus familiares; o transtorno para visitar
os reclusos, que muitas vezes significa aguardar várias horas na fila durante a madrugada, além
do constrangimento da revista íntima; a privação do convívio com os reclusos; etc.
PESQUISA DE CAMPO

Figura demonstrativa do percentual de pessoas que afirmou ou negou ter sofrido preconceito com a condenação do familiar.
PESQUISA DE CAMPO

1 - Com o objetivo de comprovar e verificar em que medida a condenação prejudica


terceiros, o estudo foi realizado com familiares de detentos.

2 - Fizeram parte da pesquisa mulheres que se encontravam na fila para visitação dos
detentos no Presídio Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos - São Paulo.

3 - O trabalho foi realizado em março de 2009 por Jamil Chaim Alves e teve a participação
de 52 pessoas, de média etária de 26 anos (idade mínima de 16 anos e máxima de 44
anos).

4 - Destas, 49 eram esposas/companheiras, 2 eram mães e 1 era irmã do detento.


.
Prisão como pena
De acordo com o Código Penal
O surgimento da prisão como punição está
Art. 32 - As penas são: ligado ao desenvolvimento do capitalismo.

I - privativas de liberdade; A medida de aplicação de pena, ou seja, para


aplicação da retribuição equivalente, é o tempo.
II - restritivas de direitos;
Prisão que surge como aparelho técnico
disciplinar (Foucault).
III - de multa
Objetivo de, por meio da disciplina, transformar
os aprisionados em indivíduos dóceis e úteis
para o mercado de trabalho (Foucault)
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

É característica das penas privativas de liberdade a progressão de regimes - podendo


haver regressão -, de acordo com o art. 33, § 2º , do CP.

Lembre-se que a determinação de regime inicial de cumprimento atentará à quantidade de


pena imposta e à primariedade.

Porém, a progressão possui regras específicas, recentemente modificadas com a entrada


em vigor da Lei Anticrime, cabendo atentar ao artigo 112 da LEP.
LIMITE DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Com a Lei 13.964/2019, o tempo máximo de pena subiu de 30 (trinta) para 40 (quarenta)
anos de privação de liberdade (art. 75 do CP).

Quando houver a condenação a penas privativas de liberdade que, juntas, ultrapassem 40


(quarenta) anos, elas deverão ser unificadas para atender ao limite máximo (art. 75, § 1º ,
do CP).

Se houver condenação por fato posterior ao início de cumprimento de pena, faz-se nova
unificação, desprezando-se o período de pena já cumprido (art. 75, § 2º , do CP).
Decorrência da previsão constitucional de proibição de penas perpétuas (art. 5º , XLVII, b,
da CF)
Obrigada!

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