A flexibilização e a sociedade
Trabalho flexível
• Vínculos de trabalho frouxos
• Formas variadas de contratação e trabalhador menos protegido pela
legislação do trabalho, com jornadas de trabalho cada vez menos
definidas.
O papel do Estado
No sistema taylorista-fordista No sistema de produção flexível
(1930 a 1970) (em expansão desde a década de
Regulamenta as negociações 1970)
entre o capital e o trabalho
Oferece formação técnica ao Busca por investimentos externos e
legisla pela desregulamentação e/ou
trabalhador
flexibilização das relações de trabalho
Regula as atividades
capitalistas e de interesse
nacional
O papel das tecnologias
Auxiliam na economia de mão de obra
Permitem a organização de novos formatos de empresas, de formas
de trabalho e de relações sociais
O neoliberalismo e seus
desdobramentos
• Neoliberalismo- corrente política e teórica que concebe a
sociedade assentada na liberdade dos indivíduos e no funcionamento
do mercado. Inspirado no liberalismo clássico, que defende um
capitalismo livre de regras e regulamentações, o neoliberalismo
rejeita a intervenção do Estado na economia e valoriza a
superioridade do mercado na vida social, incentivando a concorrência
e a liberdade de iniciativa como mecanismos capazes de assegurar a
soberania do consumidor, o crescimento da riqueza e o
desenvolvimento humano.
Neoliberalismo
• Considerado como ideologia política da classe que detém o capital na globalização.
• Diante das crises sucessivas de acumulação e das mudanças no jogo das forças
econômicas mundiais, o capitalismo passou a privilegiar o setor financeiro, ou seja,
aquele que engloba bancos e bolsas de valores. Governos de países em
desenvolvimento, influenciados pela ideologia neoliberal, procuram atrair, a partir
das últimas décadas do século XX, recursos vindos dos países mais ricos (via bolsa
de valores) para o seu desenvolvimento. Esses investimentos externos nem sempre
foram aplicados na produção de bens e de serviços locais, desvinculando-se da
necessidade de criar empregos, distribuir renda e ampliar o mercado consumidor.
Com isso, ocorreu maior concentração de riqueza, com a minoria da população
consumindo parte significativa das riquezas e a maioria tendo acesso restrito aos
bens produzidos.
Ranking dos 10 brasileiros mais ricos
1.Jorge Paulo Lemann e família (Ambev): US$ 16,1 bilhões (em torno de R$ 86,13
bilhões)
2.Marcelo Herrmann Telles (Ambev): US$ 10,8 bilhões (em torno de R$ 57,78
bilhões)
3.Carlos Alberto Sicupira e família (Ambev): US$ 8,8 bilhões (em torno de R$ 47,08
bilhões)
4.Eduardo Saverin (Facebook): US$ 7,4 bilhões (em torno de R$ 39,59 bilhões)
5.Irmãos Safra (banco Safra): US$ 7,1 bilhões (em torno de R$ 37,98 bilhões)
6.Lucia Maggi e família (Amaggi, de soja e outras commodities): US$ 6,4 bilhões
(em torno de R$ 34,24 bilhões)
7.Alexandre Behring (3G Capital): US$ 5,5 bilhões (em torno de R$ 29,42 bilhões)
8.André Esteves (banco BTG Pactual): US$ 4,9 bilhões (em torno de R$ 26,21
bilhões)
9.Luciano Hang (Havan): US$ 4,5 bilhões (em torno de R$ 24,07 bilhões)
10.Jorge Moll Filho e família (Rede D’Or): US$ 4,5 bilhões (em torno de R$ 24,07
bilhões).
A partir dos anos 1980, a política econômica neoliberal avançou em
muitas partes do mundo visando garantir amplas liberdades ao
mercado, afetando, em contrapartida, a regulação do trabalho.
O trabalho no Brasil
• Forte influência neoliberal a partir da década de 1990
• Política de privatizações de empresas estatais
• Abertura comercial para outros países
• Reestruturação das políticas sociais
• Desregulamentação financeira e do mercado de trabalho
• As políticas neoliberais adotadas traduziram-se em leis e medidas
favoráveis à flexibilização dos contratos de trabalho, dando maior
liberdade as empresas para determinar as condições de contratação, de
remuneração de utilização e mesmo de demissão do trabalhador. Esse
processo atingiu os brasileiros de forma contundente.
A legislação trabalhista
brasileira assegura:
• Trabalho com carteira assinada
• Exames médicos de admissão e demissão
• Repouso semanal remunerado
• Salário pago até o quinto dia útil do mês
• Licença maternidade
• Aviso prévio de 30 dias (em caso de demissão)
• Seguro-desemprego
• 13º Salário
• Férias
• Salário-família
Todos esses direitos regulados pelo Estado
• A justiça do trabalho continua a
fiscalizar e regular as relações de
trabalho, embora certos direitos
consagrados já sejam negociados
entre empregado e empregador, como
é o caso da jornada de trabalho, da
hora extra e dos salários.
• Sob influência do neoliberalismo, de crises econômicas e do índice de
desemprego, no entanto, os setores empresariais passaram a acusar o
Estado de “excesso de proteção ao trabalhador”, entendendo isso como
um obstáculo para novos negócios. Desse modo, em razão da pressão
das empresas, na última década do século passado e nas primeiras do
século XXI, os governos do Brasil e de outros países criaram medidas
para adequar o trabalho à produção flexível, alterando muitos direitos
do trabalhador. Como consequência da flexibilização das relações de
trabalho, diminuiu a proteção social do trabalhador e aumentaram a
instabilidade e a insegurança no mercado de trabalho, como alterações
na previdência social, no auxílio-doença e em outros benefícios.
• Exemplos de flexibilização são a modalidade de contratação por prazo
determinado e a adoção do sistema de compensação de horas extras
por meio de uma lei, de 1998, que permite que as horas trabalhadas
fora do expediente sejam computadas em um banco de horas para
posterior compensação.
Horas extras e banco de horas
• Pela CLT, as horas trabalhadas além da jornada diária prevista são
caracterizadas como horas extras. Nessa condição, está previsto
pagamento de 50% a mais do valor normal da hora de trabalho de
segunda-feira a sábado; aos domingos ou feriados, acréscimo passa a
ser de 100%. Para evitar esse pagamento adicional, as empresas
computam essas horas a mais para serem compensadas com folgas,
nos momentos de queda de produção. É um modo de estender a
jornada de trabalho quando cresce aa demanda e de diminuí-la em
épocas de pouco movimento, expondo os trabalhadores as chamadas
forças de mercado.
• As mudanças decorrentes das políticas neoliberais dificultaram o processo de
conquista e ampliação dos direitos trabalhistas.
• Para algumas categorias de trabalhadores, no entanto, as conquistas se
ampliaram ou ocorreram somente em tempos recentes.
No Brasil, podemos citar entre outros avanços:
A criação de um piso salarial para os docentes
Incentivo a formalização dos trabalhadores autônomos por meio da categoria
MEI (Microempreendedor Individual) que lhes garante a aposentadoria,
auxílio-doença
Regulamentação do trabalho doméstico- direito a FGTS, adicional noturno,
salário-família (2015) seguro-desemprego, entre outros.