SEÇÃO 1.
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FACULDADE PITÁGORAS (CAMPUS BACABAL)
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
SEGURANÇA E SOBERANIA ALIMENTAR
PROF. ÍTALO BISMARCK M. BRASIL
CURSO: NUTRIÇÃO 4º PERÍODO
CONCEITO DE SAN
“Consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente
a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas
alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e
que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis
(BRASIL, 2006).”
SOBERANIA ALIMENTAR
• Surgiu nos anos 90 - Cúpula Mundial da Alimentação.
• Apontado pela Via Campesina em seu Segundo Encontro Internacional.
• Criado a partir de uma nova forma de pensar sobre a liberdade do
povo, que precisa ser soberano, o que está diretamente relacionado a
questões voltadas para a alimentação.
SOBERANIA ALIMENTAR
• As lutas pela soberania alimentar passaram a ter valor principalmente
pelo entendimento de que “um povo que não consegue produzir o seu
próprio alimento é um povo escravo. Escravo e dependente do outro país
que lhe oferece as condições de sobrevivência” (STEDILE; CARVALHO,
2012, p. 720).
Via Campesina
• Surgiu em 1992
• Lideranças camponesas da América e da Europa participavam de um
Congresso de Agricultores
• Realizaram a proposta de criação de um movimento que articulasse os
camponeses do mundo todo.
• Considerada uma articulação mundial dos movimentos camponeses
Via Campesina
• Objetivo – reconhecer a diversidade do campesinato no mundo, construir
relações de solidariedade e formas de desenvolver a agricultura
garantindo a soberania alimentar, a preservação do meio ambiente com
a proteção da biodiversidade.
SOBERANIA ALIMENTAR
“Um povo que não consegue produzir o seu próprio alimento é um povo
escravo. Escravo e dependente do outro país que lhe oferece as condições
de sobrevivência”
SOBERANIA ALIMENTAR
• O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA),
entende-se que soberania alimentar é:
• “O direito que tem os povos de definirem as políticas, com autonomia
sobre o que produzir, para quem produzir e em que condições produzir”
(MACHADO, 2017, [s.p.]).
SOBERANIA ALIMENTAR
• Assim, a soberania alimentar vem se constituindo como uma luta por
políticas públicas que discutam o direito de escolher que alimento
produzir, onde e como, de forma a controlar os sistemas alimentares,
incluindo modos de produção, culturas alimentares, meio-ambiente e
também os próprios mercados.
SOBERANIA ALIMENTAR -
DIMENSÃO POLÍTICA
• Valorização da autonomia alimentar dos povos
• Respeito da cultura alimentar e hábitos de cada país
• Preocupação com a questão territorial relacionada à reforma agrária
• Geração de empregos
• Menor dependência das importações e preços do mercado exterior
SOBERANIA ALIMENTAR -
POLÍTICAS PÚBLICAS
• A soberania alimentar vem se constituindo como uma luta por políticas
públicas que discutam o direito de escolher que alimento produzir, onde
e como, de forma a controlar os sistemas alimentares, incluindo modos
de produção, culturas alimentares, meio-ambiente e também os próprios
mercados.
SOBERANIA ALIMENTAR -
PREOCUPAÇÕES
Na atualidade, além das questões de cultivo e produção, existem outras
preocupações, como:
• Privatização;
• Controle de sementes e sua engenharia genética;
• Expansão dos agrocombustíveis, que caminha para a superprodução
capitalista;
SOBERANIA ALIMENTAR -
PREOCUPAÇÕES
• Efeitos da globalização neoliberal, como os impactos na alimentação e
na saúde decorrentes da expansão dos alimentos industrializados.
• O crescimento da fome e da desnutrição, caso haja insuficiência de
alimentos no futuro devido a problemas ecológicos e ambientais, também
é um ponto preocupante, entre outras demandas (BERNSTEIN, 2015).
SOBERANIA ALIMENTAR - UM
DIREITO INCONTESTÁVEL
• A soberania alimentar deveria ser um direito incontestável, assim como o
direito à alimentação saudável e culturalmente adequada, produzida de
forma sustentável; no entanto, o modelo de desenvolvimento adotado
pouco tem colaborado para seu alcance.
• A conquista dessa soberania precisa ser uma responsabilidade
compartilhada entre setor público e privado, levando à articulação de
ações, programas e políticas que possam garantir o direito humano à
alimentação para todos
SOBERANIA ALIMENTAR - UM
DIREITO INCONTESTÁVEL
• Ainda é preciso falar sobre a defesa da biodiversidade como parte da
soberania alimentar - pois o modelo de produção e consumo atual não
protege a biodiversidade, muito menos as tradições agrícolas e
gastronômicas locais.
• A agricultura familiar um exemplo prático de ação e de tipo de trabalho
que buscam a soberania alimentar.
Para diversos autores...
“Soberania alimentar - projeto social que se coloca contra os problemas do
capitalismo e do modelo de agricultura industrial que tem responsabilidades
na a destruição e nas fragilidades atuais dos ecossistemas, reduzindo
agrobiodiversidade, além da contribuição para as dificuldades dos
mercados locais e sistemas de produção campesina, contribuindo para o
aumento da pobreza.”
INDUSTRIALIZAÇÃO DE
ALIMENTOS
• Comercialização centrada em grandes empresas varejistas
• Aumento do poder das redes de mercado
• Diminuição do poder dos agricultores quanto à negociação e preços dos
produtos alimentícios.
AGRICULTURA FAMILIAR
• A agricultura familiar era considerada um movimento importante para o
processo de erradicação da fome e para a concretização de sistemas
agrícolas ambientalmente e socialmente sustentáveis no mundo todo a
(FAO, 2014).
• O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) criado em 1996 e depois ampliado a partir de 2004, há
também a Lei da Agricultura Familiar instituída em 2006, que colocou o
país como referência na criação de políticas públicas para a agricultura
familiar entre os países do Mercosul.
Como a agricultura familiar se conecta com o
mercado para a distribuição e comercialização
de alimentos?
• Alianças entre produtores e consumidores para usufruir dos benefícios
da comercialização de seus produtos.
• Exemplo: feiras livres, lojas de cooperativas de produtores ou
consumidores, mercados institucionais;
• respeito pelos produtores/as, pela saúde dos consumidores/as, as
preocupações com o meio ambiente,
• prioridade ao consumo de produtos locais e de época (SEM
conservantes e outros aditivos, redução de gastos e outras despesas
com transportes intermediários, etc)
SOBERANIA ALIMENTAR
• A busca pela soberania alimentar, apesar de um movimento antigo, ainda
não obteve grandes avanços, uma vez que os esforços esbarram na
força e nas pressões exercidas pelas grandes multinacionais e indústrias
agroalimentares, considerando que uma parte delas têm suas atividades
baseadas no latifúndio, na monocultura, na exploração dos
trabalhadores, no trabalho infantil e no uso indevido dos recursos
naturais e da tecnologia.
Leitura complementar
• Cristiano Mendes; Jéssica Rúbia Gonçalves. SEGURANÇA E SOBERANIA
ALIMENTAR: o caso brasileiro (1994-2015). Caderno C R H, Salvador, v. 36, p.
1-18, 023009, 2023
• file:///C:/Users/cliente/OneDrive/Documentos/SEGURAN%C3%87A%20E
%20LEGISLA%C3%87%C3%83O%20DOS%20ALIMENTOS/SECAO
%201.2%20SOBERANIA%20ALIMENTAR.pdf
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Aula Prática – resumo de artigo
Soberania e segurança alimentar: uma análise para o
fortalecimento da cultura alimentar
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 4, n. 7, Edição Especial, p. 3821
3829, nov. 2018
ACESSE A PÓS AULA