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BIOLOGIA DA
CONSERVAÇÃO
Introdução
Aumento da população humana
Crise da biodiversidade
Biologia da conservação
Introdução
• Somos dependentes dos sistemas ecossistêmicos
Água Polinização
Manutenção
dos solos
Espiritualidade
O declínio da biodiversidade
• Ritmo acelerado de descrição de novas espécies, entendimento dos ecossistemas,
tabulação de dados sobre a biota mundial
• Ritmo acelerado de ameaças
• Não sabemos quantas espécies existem, mas as taxas de extinção podem ser
estimadas em 4 abordagens
Registros fósseis Espécie-área
Mudanças no
status de ameaça
Declínio
populacional e
perda de áreas de
ocorrência
O declínio da biodiversidade
• Difícil determinar quando uma espécie está extinta pois algumas são conhecidas
por um único espécime, ou localização
• Muitas vezes a quantidade remanescente é muito pequena para exercer sua
função ecológica primordial
• Extinções podem causar desequilíbrios nas comunidades, que impacta o
ecossistema
• Pode ocorrer de uma vez ou gradativamente
Homogeneização da biota daTerra
• Há o movimento natural dos organismos, mas globalização humana aumenta a
taxa de introdução de espécies
• Introdução de espécies pode ter efeitos positivos e negativos
• Introdução de espécies e aumento de populações generalistas são responsáveis
pela homogeneização taxonômica
• Introdução de peixes esportivos nos EUA em 2000 levou a uma média de 15
espécies compartilhadas a mais entre 48 estados da federação, em comparação
com a época da colonização europeia
Ameaças à biodiversidade
• Compreender as causas ajuda na conservação
• Mais de 60% da superfície daTerra foi modificada
• Influência humana é o fator mais importante que contribui para a perda de
biodiversidade
• 3 influências nos habitats
Perda de
habitat
Fragmentação
de habitat
Degradação
de habitat
Mata Atlântica
Ameaças à biodiversidade
• Perda, fragmentação e degradação de habitat está ligada a diversas causas, como
espécies invasoras, sobre-exploração, poluição...
Espécies invasoras
• 20% dos vertebrados estão ameaçados devido às espécies invasoras
• Efeito é mais pronunciado nos locais onde elas competem, predam ou mudam o
ambiente físico
• Final da déc. 80 temos a invasão do mexilhão-zebra da Eurásia (Dreissena
polymorpha) na América do Norte
• Trouxe perda de população de mexilhões nativos dulcícolas (60-90%) e extinções
Espécies invasoras
• Introdução da perca-do-Nilo (Lates niloticus) no Lago Vitória no início de 1960
extinguiu 200 espécies de ciclídeos (havia 600 espécies)
• Maioria dos ciclídeos é endêmica do local, e se havia 80% de biomassa de
ciclídeos, hoje há 80% de biomassa de perca-do-Nilo
• Alteração do habitat pode aumentar a vulnerabilidade à invasão por espécies
exóticas:
Diminuição de
90% floresta
seca no Havaí
Gramíneas
invasoras
Ameaças às
plantas locais
Gramíneas são
combustível
Espécies invasoras
• Espécies invasoras podem modificar ciclagem de
nutrientes
• Trepadeira invasora Pueraria montana no sudoeste dos
EUA compete por luz e N, fixando 235 kg de N por
hectare por ano, uma quantidade muito maior que a
deposição atmosférica
• O controle ou erradicação de espécies invasoras é
difícil, trabalhoso e custoso, mas justificável se a
preservação for para valor econômico ou cultural
• A melhor estratégia é o controle da chegada de
materiais biológicos
Sobre-exploração
• Sobre-exploração e caça excessiva refletem na
diminuição de abundância da biodiversidade e
extinção
• 1999 na Floresta Amazônica brasileira: 13
milhões de mamíferos mortos
• Oceanos, a cada to de pescada em arrastos
comerciais, 1 a 4 to de outras vidas marinhas são
carregadas: captura acessória
• “Melhor” abordagem nos casos de espécies com
valor econômico: coleta sustentável e
fiscalização
População
aumenta
Encolhimento do
ambiente natural
Alimentos
obtidos do
ambiente
Poluição, doenças e mudanças climáticas
• Poluentes são fatores de degradação e
perda de biodiversidade, causando
estresse fisiológico
• Há contaminantes que são
desreguladores endócrinos
• Doença causada pelo fungo
Batrachochytrium dendrobatidis dizimou
anfíbios
• Lobo-da-tasmânia foi extinto por uma
doença indeterminada, e atualmente o
diabo-da-tasmânia é ameaçado por uma
doença de tumor facial
Poluição, doenças e
mudanças climáticas
• Houve deslocamento de muitas espécies
para latitudes ou elevações superiores
por causa do aquecimento global
• Poucas estão diretamente em risco,
como anfíbios, e em especial duas
espécies de répteis (Sceloporus)
• Ritmo acelerado do aumento de
temperatura pode exceder a capacidade
de deslocamento e adaptação
Abordagens à conservação
• Conservação é mais voltada para preservação de
habitat, mas compreender espécies é essencial
• Análises genéticas são importantes instrumentos na
conservação
• Quanto menor a população, maior o efeito de deriva
genética, consanguinidade, menor variabilidade
genética e aumento de genes deletérios, o que
aumenta o risco de extinção
Abordagens à conservação
• Solução é o resgate genético
• Início dos anos 90, população de pantera-da-florida (Puma
concolor coryi) chegou a 25 indivíduos, com baixa
diversidade e alta frequência de problemas cardíacos,
caudas retorcidas, mau desenvolvimento dos testículos
• Captura de 8 fêmeas doTexas e soltura na Florida
• Resultado: população triplicou, variabilidade duplicou,
frequência de anomalia decaiu
• Proteção de habitats e construção de passagens entre
fragmentos auxilia nesses casos, mas o manejo direto foi
mais eficaz
Abordagens à conservação
• Análise genética auxilia no monitoramento e fiscalização em comércios ilegais:
biologia da conservação forense
• Baleias capturadas ilegalmente e vendidas como golfinho ou baleia-minke foram
identificadas no Japão
• Cicadáceas têm sido marcadas geneticamente, permitindo seu monitoramento
Abordagens à conservação
• Existem modelos que estimam sucesso de permanência de populações,
áreas/habitats a serem protegidos, fases de vida mais vulnerável, risco de
extinção, fornecendo até opções de gestão
• O mais usado é chamado Análise de Viabilidade Populacional (AVP) que calcula a
probabilidade de persistência de populações sob vários cenários, e a partir disso
determina-se quantos animais soltar, quantas plantas propagar para assegurar o
estabelecimento de populações ou determinar a quantidade segura de coleta
• Entretanto, devemos nos preocupar com o excesso de confiança
Abordagens à conservação
• Introdução de indivíduos, manipulação extensiva de habitat são ações para
populações ameaçadas
• Em casos extremos, a última esperança é a conservação ex situ e criação sob
condições controladas com expectativa de reintrodução
• Mais conhecidos são centros em zoológicos, centros de reprodução, jardins
botânicos, aquários
• Dentre os problemas temos doenças, falta de verba, mudança de comportamento
• Proteção da biodiversidade depende de regulamentações políticas, manutenção
de estrutura jurídica e apoio da ciência
Classificação de espécies para proteção
• Espécies mais raras e em mais rápido declínio são prioritárias
• Raridade pode ser determinada por uma matriz de abrangência, especificidade de
habitat e tamanho de população local
Aula_9_Ecologia_1_-_Ecologia_da_Conservao.pdf
Classificação de espécies para proteção
• Esforços de estado de conservação de espécies iniciou em 1963
• Classificação que indica quão ameaçada está a espécie
• O protocolo de avaliação de sua categoria leva em conta indivíduos, populações,
área geográfica total, taxa de declínio e ameaças
Criticamente
em perigo
Em perigo Vulnerável
Sob algum
nível menor
de ameaça
Panorama no Brasil
15-20% da
biodiversidade
mundial
50.313 espécies de
plantas e 125.251
de animais
Por ano descreve-
se 700 espécies
3% das espécies
estão ameaçadas
(5.501)
1.125 criticamente
em perigo
Livro vermelho
das espécies em
perigo
Aula_9_Ecologia_1_-_Ecologia_da_Conservao.pdf
Pantanal:
74 espécies
ameaçadas
Costeiro-
marinho: 170
espécies
ameaçadas
Pampa:
229
espécies
ameaçadas
Caatinga:
481
espécies
ameaçadas
Amazônia:
503
espécies
ameaçadas
Cerrado:
1.199
espécies
ameaçadas
Mata
Atlântica:
2.845
espécies
ameaçadas
Ararajuba (Amazônia)
Ariranha (Pantanal e
Amazônia)
Baleia-franca-do-sul
Boto cor-de-rosa (Amazônia)
Cervo-do-pantanal (Pantanal,
Amazônia e Cerrado)
Cuxiú-preto (Amazônia)
Gato-maracajá (Am, Cer,
Pam, Pant, Mt Atlâ)
Jacutinga (MataAtlântica) Lagartixa-da-areia (RJ)
Lobo-guará (Cerrado,
Pantanal, Pampa)
Mico-leão-dourado (Mata
Atlântica)
Morceguinho-do-cerrado
(Cerrado)
Onça-pintada (todos biomas,
exceto Pampa)
Pica-pau-amarelo (de RJ aAlagoas) Sapo-folha (BA)
Tatu-bola (Caatinga) Tartaruga-de-couro (ES)
Soldadinho-do-araripe
(CaatingaCE)
Gravatá (Dyckia distachya)
(bromélia MataAtlântica)
Amarelão (Euxylophora
paraenses) (Amazônia)
Capim-rabo-de-raposa
(Setaria parviflora) (Cerrado)
Sempre-viva (Xyris
platystachya) (Cerrado)
Araucária (Araucaria
angustifolia)
Castanheira (Bertholletia
excelsa)
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  • 2. Introdução Aumento da população humana Crise da biodiversidade Biologia da conservação
  • 3. Introdução • Somos dependentes dos sistemas ecossistêmicos Água Polinização Manutenção dos solos Espiritualidade
  • 4. O declínio da biodiversidade • Ritmo acelerado de descrição de novas espécies, entendimento dos ecossistemas, tabulação de dados sobre a biota mundial • Ritmo acelerado de ameaças • Não sabemos quantas espécies existem, mas as taxas de extinção podem ser estimadas em 4 abordagens Registros fósseis Espécie-área Mudanças no status de ameaça Declínio populacional e perda de áreas de ocorrência
  • 5. O declínio da biodiversidade • Difícil determinar quando uma espécie está extinta pois algumas são conhecidas por um único espécime, ou localização • Muitas vezes a quantidade remanescente é muito pequena para exercer sua função ecológica primordial • Extinções podem causar desequilíbrios nas comunidades, que impacta o ecossistema • Pode ocorrer de uma vez ou gradativamente
  • 6. Homogeneização da biota daTerra • Há o movimento natural dos organismos, mas globalização humana aumenta a taxa de introdução de espécies • Introdução de espécies pode ter efeitos positivos e negativos • Introdução de espécies e aumento de populações generalistas são responsáveis pela homogeneização taxonômica • Introdução de peixes esportivos nos EUA em 2000 levou a uma média de 15 espécies compartilhadas a mais entre 48 estados da federação, em comparação com a época da colonização europeia
  • 7. Ameaças à biodiversidade • Compreender as causas ajuda na conservação • Mais de 60% da superfície daTerra foi modificada • Influência humana é o fator mais importante que contribui para a perda de biodiversidade • 3 influências nos habitats Perda de habitat Fragmentação de habitat Degradação de habitat
  • 9. Ameaças à biodiversidade • Perda, fragmentação e degradação de habitat está ligada a diversas causas, como espécies invasoras, sobre-exploração, poluição...
  • 10. Espécies invasoras • 20% dos vertebrados estão ameaçados devido às espécies invasoras • Efeito é mais pronunciado nos locais onde elas competem, predam ou mudam o ambiente físico • Final da déc. 80 temos a invasão do mexilhão-zebra da Eurásia (Dreissena polymorpha) na América do Norte • Trouxe perda de população de mexilhões nativos dulcícolas (60-90%) e extinções
  • 11. Espécies invasoras • Introdução da perca-do-Nilo (Lates niloticus) no Lago Vitória no início de 1960 extinguiu 200 espécies de ciclídeos (havia 600 espécies) • Maioria dos ciclídeos é endêmica do local, e se havia 80% de biomassa de ciclídeos, hoje há 80% de biomassa de perca-do-Nilo • Alteração do habitat pode aumentar a vulnerabilidade à invasão por espécies exóticas: Diminuição de 90% floresta seca no Havaí Gramíneas invasoras Ameaças às plantas locais Gramíneas são combustível
  • 12. Espécies invasoras • Espécies invasoras podem modificar ciclagem de nutrientes • Trepadeira invasora Pueraria montana no sudoeste dos EUA compete por luz e N, fixando 235 kg de N por hectare por ano, uma quantidade muito maior que a deposição atmosférica • O controle ou erradicação de espécies invasoras é difícil, trabalhoso e custoso, mas justificável se a preservação for para valor econômico ou cultural • A melhor estratégia é o controle da chegada de materiais biológicos
  • 13. Sobre-exploração • Sobre-exploração e caça excessiva refletem na diminuição de abundância da biodiversidade e extinção • 1999 na Floresta Amazônica brasileira: 13 milhões de mamíferos mortos • Oceanos, a cada to de pescada em arrastos comerciais, 1 a 4 to de outras vidas marinhas são carregadas: captura acessória • “Melhor” abordagem nos casos de espécies com valor econômico: coleta sustentável e fiscalização População aumenta Encolhimento do ambiente natural Alimentos obtidos do ambiente
  • 14. Poluição, doenças e mudanças climáticas • Poluentes são fatores de degradação e perda de biodiversidade, causando estresse fisiológico • Há contaminantes que são desreguladores endócrinos • Doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis dizimou anfíbios • Lobo-da-tasmânia foi extinto por uma doença indeterminada, e atualmente o diabo-da-tasmânia é ameaçado por uma doença de tumor facial
  • 15. Poluição, doenças e mudanças climáticas • Houve deslocamento de muitas espécies para latitudes ou elevações superiores por causa do aquecimento global • Poucas estão diretamente em risco, como anfíbios, e em especial duas espécies de répteis (Sceloporus) • Ritmo acelerado do aumento de temperatura pode exceder a capacidade de deslocamento e adaptação
  • 16. Abordagens à conservação • Conservação é mais voltada para preservação de habitat, mas compreender espécies é essencial • Análises genéticas são importantes instrumentos na conservação • Quanto menor a população, maior o efeito de deriva genética, consanguinidade, menor variabilidade genética e aumento de genes deletérios, o que aumenta o risco de extinção
  • 17. Abordagens à conservação • Solução é o resgate genético • Início dos anos 90, população de pantera-da-florida (Puma concolor coryi) chegou a 25 indivíduos, com baixa diversidade e alta frequência de problemas cardíacos, caudas retorcidas, mau desenvolvimento dos testículos • Captura de 8 fêmeas doTexas e soltura na Florida • Resultado: população triplicou, variabilidade duplicou, frequência de anomalia decaiu • Proteção de habitats e construção de passagens entre fragmentos auxilia nesses casos, mas o manejo direto foi mais eficaz
  • 18. Abordagens à conservação • Análise genética auxilia no monitoramento e fiscalização em comércios ilegais: biologia da conservação forense • Baleias capturadas ilegalmente e vendidas como golfinho ou baleia-minke foram identificadas no Japão • Cicadáceas têm sido marcadas geneticamente, permitindo seu monitoramento
  • 19. Abordagens à conservação • Existem modelos que estimam sucesso de permanência de populações, áreas/habitats a serem protegidos, fases de vida mais vulnerável, risco de extinção, fornecendo até opções de gestão • O mais usado é chamado Análise de Viabilidade Populacional (AVP) que calcula a probabilidade de persistência de populações sob vários cenários, e a partir disso determina-se quantos animais soltar, quantas plantas propagar para assegurar o estabelecimento de populações ou determinar a quantidade segura de coleta • Entretanto, devemos nos preocupar com o excesso de confiança
  • 20. Abordagens à conservação • Introdução de indivíduos, manipulação extensiva de habitat são ações para populações ameaçadas • Em casos extremos, a última esperança é a conservação ex situ e criação sob condições controladas com expectativa de reintrodução • Mais conhecidos são centros em zoológicos, centros de reprodução, jardins botânicos, aquários • Dentre os problemas temos doenças, falta de verba, mudança de comportamento • Proteção da biodiversidade depende de regulamentações políticas, manutenção de estrutura jurídica e apoio da ciência
  • 21. Classificação de espécies para proteção • Espécies mais raras e em mais rápido declínio são prioritárias • Raridade pode ser determinada por uma matriz de abrangência, especificidade de habitat e tamanho de população local
  • 23. Classificação de espécies para proteção • Esforços de estado de conservação de espécies iniciou em 1963 • Classificação que indica quão ameaçada está a espécie • O protocolo de avaliação de sua categoria leva em conta indivíduos, populações, área geográfica total, taxa de declínio e ameaças Criticamente em perigo Em perigo Vulnerável Sob algum nível menor de ameaça
  • 24. Panorama no Brasil 15-20% da biodiversidade mundial 50.313 espécies de plantas e 125.251 de animais Por ano descreve- se 700 espécies 3% das espécies estão ameaçadas (5.501) 1.125 criticamente em perigo Livro vermelho das espécies em perigo
  • 27. Ararajuba (Amazônia) Ariranha (Pantanal e Amazônia) Baleia-franca-do-sul Boto cor-de-rosa (Amazônia) Cervo-do-pantanal (Pantanal, Amazônia e Cerrado) Cuxiú-preto (Amazônia)
  • 28. Gato-maracajá (Am, Cer, Pam, Pant, Mt Atlâ) Jacutinga (MataAtlântica) Lagartixa-da-areia (RJ) Lobo-guará (Cerrado, Pantanal, Pampa) Mico-leão-dourado (Mata Atlântica) Morceguinho-do-cerrado (Cerrado)
  • 29. Onça-pintada (todos biomas, exceto Pampa) Pica-pau-amarelo (de RJ aAlagoas) Sapo-folha (BA) Tatu-bola (Caatinga) Tartaruga-de-couro (ES) Soldadinho-do-araripe (CaatingaCE)
  • 30. Gravatá (Dyckia distachya) (bromélia MataAtlântica) Amarelão (Euxylophora paraenses) (Amazônia) Capim-rabo-de-raposa (Setaria parviflora) (Cerrado) Sempre-viva (Xyris platystachya) (Cerrado) Araucária (Araucaria angustifolia) Castanheira (Bertholletia excelsa)