O ANTIGO REGIME
• Expressão usada, a partir dos finais do século XVIII, para nomear o regime que existia
antes das Revoluções Liberais.
• Atribuída ao regime político/económico/social que caracterizou os Estados Europeus
entre os séculos XV a XVII e os finais do século XVIII.
• Politicamente, caracteriza-se pela monarquia absoluta.
• Economicamente, é a época do Capitalismo comercial, com um sistema baseado numa
agricultura arcaica.
• Socialmente, é o período da sociedade estratificada em três Ordens ou Estados.
O ANTIGO REGIME
Desde a Idade Média que os reis pretendiam uma diminuição do poder dos nobres,
tentando concentrar nas suas mãos o maior número de funções e atividades por forma a
fortalecer o seu próprio poder e a enfraquecer o poder dos seus adversários. Defende-se a
origem divina da autoridade do rei (vem de Deus). O rei absoluto:
O ABSOLUTISMO
O ABSOLUTISMO
.
Enaltecimento
do rei através
da arte e da
propaganda
Dirigismo
económico:
mercantilismo
Sacralização
do rei – o
seu poder
provém de
Deus
Recurso ao
Direito
romano
Apoio da
burguesia
Submissão
da nobreza
e do clero
Rei-Sol
O Estado sou eu
O ABSOLUTISMO
Instrumentos
do poder absoluto:
- Corte;
- Luxo;
- Ostentação;
- Exército;
- Espetáculo.
Objetivos:
• Demonstrar a sua riqueza e
poder;
• Controlar a nobreza para
evitar a oposição dos
grandes senhores à sua
política absoluta.
A SOCIEDADE
O Antigo Regime
ATIVIDADES ECONÓMICAS
Agricultura
Maioria das terras concentrada nas
mãos de uma minoria da população.
Permanência da relação de
dependência entre os donos das terras
e os camponeses.
Ausência de inovação: instrumentos e
técnicas pouco evoluídos.
Mantinham-se as culturas tradicionais:
cereais e vinha.
Agricultura com características
semelhantes às da Idade Média.
ATIVIDADES ECONÓMICAS
Obtenção de grandes lucros.
Comércio internacional,
nomeadamente, colonial: especiarias,
açúcar, chá, tabaco.
Produtos europeus: cereais, vinho, sal,
tecidos, vidro.
Principais portos europeus:
Amesterdão, Londres, Antuérpia.
Dinamismo da atividade comercial.
Comércio
O MERCANTILISMO
“A riqueza de um país é proporcional ao montante de metais preciosos entesourados
que este possui”.
Defende:
- O intervencionismo e dirigismo do estado;
- O protecionismo da economia;
- A obtenção de uma balança comercial favorável.
O Antigo Regime
Países Mercantilistas
• Proibição à entrada de produtos manufaturados.
• Procura-se obter uma balança comercial favorável.
• lançamento de impostos aduaneiros muito elevados, sobre a importação de produtos
manufaturados,
• instituição de prémios ao comerciante com mais exportações,
• ajuda ao desenvolvimento industrial (subsídios, privilégios e desenvolvimento das
manufaturas, para que se melhore a produção nacional e assim se aumente o número
de produtos a exportar).
Como:
A ARTE BARROCA
ARTE BARROCA
Nascida em Roma, nos finais do séc. XVI, rapidamente se espalhou pelo resto do
mundo.
A partir do Concílio de Trento, a Igreja apercebeu-se de que era necessário
cativar os fiéis. Assim, nasceu a necessidade de decorar as igrejas com imagens
dramáticas e muito expressivas que despertassem a piedade e a admiração dos
crentes. Este estilo alargou-se para lá da escultura ou da arquitetura, passando a ser
usado também na música (nasce a Ópera de Bach ou as obras musicais do português
Carlos Seixas).
ARQUITETURA BARROCA
• A arquitetura barroca combinou de forma nova elementos clássicos e
renascentistas, tais como colunas, arcos e capitéis.
• Elementos curvos, impetuosos, tomavam o lugar de elementos retangulares e
harmónicos.
• A escultura e a pintura passaram a desempenhar
um papel importante nos projetos das construções,
contribuindo para criar a ilusão de amplidão e espaço
(trompe l’oeil).
ARQUITETURA BARROCA
• Conceção do edifício como um todo (são típicas a Igreja e o Palácio);
• Interiores em plantas ovais e em elipses;
• Muito decorados, com linhas, formas onduladas e curvas;
• Exteriores: nichos com conchas e grinaldas e com formas onduladas;
• Uso de baixos relevos, talha dourada e azulejos na
decoração do edifício.
Principais artistas:
Borromini
Bernini
Nicolau Nasoni
Ludovice (Mafra)
André Soares
ARQUITETURA BARROCA
Igreja de S. Carlo das Quatro Fontes,
de Borromini, 1638-41
As colunas são usadas como elementos
decorativos e não para suportar o edifício
Fachadas onduladas
que sugerem
movimento e contraste
Predomínio da
linha curva
Fachadas
com
esculturas e
medalhões
Casa de Mateus (perto de Vila Real), de Nicolau Nasoni, primeira metade do século XVIII.
Contraste claro/escuro
Predomínio da linha
curva (frontões
curvos, pináculos)
Fachadas onduladas sugerem
movimento e contraste
Escadaria convergente e
divergente
jardins de Versailles
Jardins muito decorativos e arranjados
onde predomina a linha curva Os arbustos assumem
várias formas geométricas
PINTURA BARROCA
Contraste claro/escuro
Predomínio das linhas diagonais, que
sugerem movimento
Dramatismo da cena que se espelha
nos rostos e nos gestos expressivos
Corpos robustos e roliços
O Rapto de Perséfone, de Rubens, um dos grandes pintores flamengos do Barroco.
PINTURA BARROCA
• Uso de cores quentes,
• Jogos de luz e sombra,
• Movimento e sentimentos fortes.
• Novas técnicas como o desenho de figuras
desproporcionais e intencionalmente assimétricas.
Principais artistas:
Bernini
Rubens
Velasquez
El Greco
Vieira Lusitano
A tridimensionalidade, através da ilusão de ótica (trompe l’oeil), foi desenvolvida pelos
pintores italianos e muito utilizada na pintura dos tetos.
ESCULTURA BARROCA
• Grande atividade e movimento;
• Recurso a novos materiais como por ex. mármores, estuque e
gesso;
• Uso de cores quentes nas coloração das obras;
• Permanece como tema principal a figura humana.
Principais artistas:
Bernini
Machado de Castro
Apolo e Dafne, do famoso escultor e arquiteto Bernini, 1625.
Movimento sugerido
pela fuga da ninfa
Dafne e a sua
transformação em
loureiro quando é
tocada por Apolo
Expressão e
gestos teatrais
espelham as
emoções das
figuras e o
dramatismo da
cena
Vestes esvoaçantes sugerem
movimento e dinamismo
Expressão teatral das figuras
Exuberância dos panejamentos
sugere movimento e contraste
claro/escuro
Expressão de emoções fortes
prazer
Êxtase de Santa Teresa de Ávila, de Bernini, 1647-52.
azulejo e talha dourada no barroco português
Púlpito da igreja da Nossa Senhora do
Terço (Barcelos). Contraste da talha
dourada com a azulejaria.
Músicos, Cena Campestre, pormenor de
painel de azulejos, século XVIII, mosteiro de
São Vicente de Fora, Lisboa.
Biblioteca Joanina
MÚSICA BARROCA
• Tendência para a imponência e para o decorativo;
• Surge o estilo concertante: diálogo entre o vocal e o instrumental.
• Já no séc. XVIII estabelece-se um estilo clássico;
• Típica desta corrente é a Ópera.
Principais artistas:
Bach
Handel
Monteverdi
Carlos Seixas
Haendel Bach
O ABSOLUTISMO EM PORTUGAL
D. JOÃO V – REI ABSOLUTO
Centraliza
os poderes
políticos
Fundamenta
o poder no
direito
divino
Não
convoca
Cortes
Submete as
ordens
privilegiadas
Edifica obras
grandiosas –
imagem de
grandeza
O reinado de D. João V beneficiou da descoberta de ouro e diamantes no Brasil.
O rei financiou grandes obras, projetando uma imagem de esplendor.
CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS
• A construção do convento-
palácio de Mafra foi iniciada
em 1715.
• O rei pagava assim a
promessa pelo nascimento
de um filho herdeiro do
trono.
CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS
• A Biblioteca Joanina
da Universidade de
Coimbra é uma das
mais fabulosas da
época.
• Foi construída entre
1717 e 1728.
• Ao fundo, o retrato
do rei.
CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS
O Aqueduto das Águas Livres, iniciado em 1731, abastecia Lisboa, levando água de
Belas.
SOCIEDADE PORTUGUESA
Clero
4%
Nobreza
10%
Povo
86%
A sociedade era hierarquizada, estratificada e tripartida e com grandes
desigualdades sociais.
Ordens
privilegiadas
Ordem não
privilegiada
ECONOMIA PORTUGUESA
Economia rural de
subsistência mas
com culturas de
vocação
comercial
O comércio,
sobretudo o
colonial, era a
atividade mais
lucrativa
Indústria
artesanal
pouco
produtiva
Dependência do
estrangeiro,
sobretudo de
Inglaterra
Comércio externo
controlado por
transportadores
estrangeiros
O COMÉRCIO TRIANGULAR
O PERÍODO MERCANTILISTA
Defensores:
• Manuel Severim de Faria, simpatizante das práticas mercantilistas inglesas;
• Duarte Ribeiro de Macedo (Discurso sobre a Introdução das Artes em Portugal),
defende a criação da manufactura de tecidos, espelhos e artigos de luxo com vista a
evitar exportações.
• A ideia proposta por estes dois homens foi posta em prática por D. Luís de Menezes,
3º Conde de Ericeira, no reinado de D. Pedro:
• Contrata artífices ingleses para virem ensinar em Portugal,
• Procura desenvolver as indústrias de lã na Covilhã e Portalegre. Melhora também o
fabrico de colchas de Castelo Branco e da seda em Vila Real.
• Cria ainda medidas protecionistas, aumentando as tarifas aduaneiras aos produtos
estrangeiros.
• Lança pragmáticas (leis que proibiam a compra no estrangeiro de produtos de
luxo).
O PERÍODO MERCANTILISTA
• Os grandes proprietários do vinho do Porto, entre estes, o Marquês do Alegrete e o
Duque do Cadaval, tinham enorme poder económico e político. Deste modo,
conseguiram que o Conselho da Fazenda se opusesse à política manufatureira.
• Também a descoberta do ouro do Brasil acende a cobiça dos ingleses, pois viam uma
nova fonte de receitas em metal sonante.
• A outra grande razão foi a assinatura do Tratado de Methuen.
O FALHANÇO MERCANTILISTA
O FALHANÇO MERCANTILISTA
Portugal ficou dependente das importações inglesas.
O ouro e o comércio externo.Exportação de vinhos para Inglaterra.
• Celebrado em 1703 entre D. Pedro II e a Inglaterra, estabelecia a obrigatoriedade da
Inglaterra comprar o vinho do Porto, pagando este apenas 2/3 dos direitos pagos pela
França. Portugal não poria obstáculos à entrada dos lanifícios ingleses.
Este tratado vai ser bastante prejudicial para Portugal:
• Destruição das manufaturas que começam a nascer,
• Impedimento do desenvolvimento industrial,
• Alargamento do plantio da vinha a zonas destinadas aos cereais,
• Aumento das importações aos ingleses,
• Saída de grandes quantidades de ouro brasileiro para pagar as importações.
(Falência das primeiras tentativas mercantilistas portuguesas)
O TRATADO DE METHUEN

Mais conteúdo relacionado

PPTX
O Antigo Regime
PPTX
Antigo regime
PPTX
Antigo Regime-Contextualização do Módulo 6
PPT
O Antigo Regime
PDF
O antigo regime: regra e exceção
PPTX
Luís XIV e o Absolutismo
PPTX
A sociedade no Antigo Regime
PPT
A sociedade de ordens 11º ano
O Antigo Regime
Antigo regime
Antigo Regime-Contextualização do Módulo 6
O Antigo Regime
O antigo regime: regra e exceção
Luís XIV e o Absolutismo
A sociedade no Antigo Regime
A sociedade de ordens 11º ano

Mais procurados (20)

PPTX
2.1 estratificação social e poder político
PDF
4 03 triunfo dos estados e dinamicas economicas nos seculos xvii e xviii
PPT
Revolução Liberal em Portugal
PPSX
Hegemonia inglesa
PPTX
O espaço português: da formação à fixação do território
PPT
Absolutismo
PPT
O Iluminismo
PPT
Reconquista Cristã
PPT
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
PPT
O Despotismo Pombalino
PPTX
PPTX
O Estado Novo
PPT
Apresentação sobre o Absolutismo Régio
PPTX
11 ha m4 u3 1
PPT
O país urbano e concelhio
PPTX
O país rural e senhorial
PPS
11. revolução francesa
PPTX
11 ha m4 u2 2
DOCX
Geografia11ºano
PDF
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
2.1 estratificação social e poder político
4 03 triunfo dos estados e dinamicas economicas nos seculos xvii e xviii
Revolução Liberal em Portugal
Hegemonia inglesa
O espaço português: da formação à fixação do território
Absolutismo
O Iluminismo
Reconquista Cristã
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
O Despotismo Pombalino
O Estado Novo
Apresentação sobre o Absolutismo Régio
11 ha m4 u3 1
O país urbano e concelhio
O país rural e senhorial
11. revolução francesa
11 ha m4 u2 2
Geografia11ºano
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
Anúncio

Semelhante a O Antigo Regime (20)

PPT
ABSOLUTISMO-MERCANTILISMO-BARROCO
PPT
Sociedade De Ordens
PPTX
Arte Barroca, Luís XIV, Palácio de Versalhes
PDF
PDF
história(2).pdf
PPTX
O barroco 1
PPTX
Antigo regime e iluminismo
PDF
F2 portugal na europa do antigo regime
PPTX
31 - Arte barroca
PDF
11 pp barroco_8a
PPT
Arte barroca história e cultura das artes 11º ano apresentação sobre a arte
PDF
A-Cultura-Do-Palco-Modulo-6.pdf
PDF
barroco-apontamentos-das-aulas.pdf apontamentos e resumos
PDF
ficha barroco-apontamentos-das-aulas.pdf
PDF
A cultura do palco
PPTX
1. A Cultura do Palco - muitos palcos, um espetáculo.pptx
PPT
PPS
Arte barroca
PPTX
Resumo sobre a a matéria (O antigo regime) de 8ºano.
PPTX
A Arte Barroca -Slides. história da arte
ABSOLUTISMO-MERCANTILISMO-BARROCO
Sociedade De Ordens
Arte Barroca, Luís XIV, Palácio de Versalhes
história(2).pdf
O barroco 1
Antigo regime e iluminismo
F2 portugal na europa do antigo regime
31 - Arte barroca
11 pp barroco_8a
Arte barroca história e cultura das artes 11º ano apresentação sobre a arte
A-Cultura-Do-Palco-Modulo-6.pdf
barroco-apontamentos-das-aulas.pdf apontamentos e resumos
ficha barroco-apontamentos-das-aulas.pdf
A cultura do palco
1. A Cultura do Palco - muitos palcos, um espetáculo.pptx
Arte barroca
Resumo sobre a a matéria (O antigo regime) de 8ºano.
A Arte Barroca -Slides. história da arte
Anúncio

Mais de cattonia (20)

PPSX
Criatividade e ruturas 11 ano - -HCA.ppsx
PPSX
3.1 Renascimento: A produção cultural - História A.ppsx
PPSX
2. O alargamento do conhec do mundo.ppsx
PPSX
1. A geografia europeia de 400 e 500.ppsx
PPSX
3. Valores, vivências e quotidiano .ppsx
PPSX
2. O espaço português - História A.ppsx
PPSX
1.2. O quadro económico e demográfico XII-XIV.ppsx
PPSX
1.1. A identidade civilizacional da Europa.ppsx
PPSX
4. prenúncios de uma nova ordem - História A.ppsx
PPSX
2. O modelo romano - História A.ppsx
PPSX
1. O modelo ateniense - História A.ppsx
PPSX
5. cultura do palácio - o maneirismo.ppsx
PPSX
5. cultura do palácio - contexto histórico.ppsx
PPSX
5. A cultura do Palácio - a reinvenção das formas.ppsx
PPSX
3.3. Sob o signo do Islão HCA mód 3.ppsx
PPSX
3.2. A Cultura do Mosteiro românico.ppsx
PPSX
3.1. A Cultura do Mosteiro contexto.ppsx
PPTX
Módulo Zero História A introdução.pptx
PPSX
4. A Cultura da Catedral - HistóriaCArtes .ppsx
PPSX
2. A Cultura do Senado - HistóriaCArtes.ppsx
Criatividade e ruturas 11 ano - -HCA.ppsx
3.1 Renascimento: A produção cultural - História A.ppsx
2. O alargamento do conhec do mundo.ppsx
1. A geografia europeia de 400 e 500.ppsx
3. Valores, vivências e quotidiano .ppsx
2. O espaço português - História A.ppsx
1.2. O quadro económico e demográfico XII-XIV.ppsx
1.1. A identidade civilizacional da Europa.ppsx
4. prenúncios de uma nova ordem - História A.ppsx
2. O modelo romano - História A.ppsx
1. O modelo ateniense - História A.ppsx
5. cultura do palácio - o maneirismo.ppsx
5. cultura do palácio - contexto histórico.ppsx
5. A cultura do Palácio - a reinvenção das formas.ppsx
3.3. Sob o signo do Islão HCA mód 3.ppsx
3.2. A Cultura do Mosteiro românico.ppsx
3.1. A Cultura do Mosteiro contexto.ppsx
Módulo Zero História A introdução.pptx
4. A Cultura da Catedral - HistóriaCArtes .ppsx
2. A Cultura do Senado - HistóriaCArtes.ppsx

O Antigo Regime

  • 2. • Expressão usada, a partir dos finais do século XVIII, para nomear o regime que existia antes das Revoluções Liberais. • Atribuída ao regime político/económico/social que caracterizou os Estados Europeus entre os séculos XV a XVII e os finais do século XVIII. • Politicamente, caracteriza-se pela monarquia absoluta. • Economicamente, é a época do Capitalismo comercial, com um sistema baseado numa agricultura arcaica. • Socialmente, é o período da sociedade estratificada em três Ordens ou Estados. O ANTIGO REGIME
  • 3. Desde a Idade Média que os reis pretendiam uma diminuição do poder dos nobres, tentando concentrar nas suas mãos o maior número de funções e atividades por forma a fortalecer o seu próprio poder e a enfraquecer o poder dos seus adversários. Defende-se a origem divina da autoridade do rei (vem de Deus). O rei absoluto: O ABSOLUTISMO
  • 4. O ABSOLUTISMO . Enaltecimento do rei através da arte e da propaganda Dirigismo económico: mercantilismo Sacralização do rei – o seu poder provém de Deus Recurso ao Direito romano Apoio da burguesia Submissão da nobreza e do clero Rei-Sol O Estado sou eu
  • 5. O ABSOLUTISMO Instrumentos do poder absoluto: - Corte; - Luxo; - Ostentação; - Exército; - Espetáculo. Objetivos: • Demonstrar a sua riqueza e poder; • Controlar a nobreza para evitar a oposição dos grandes senhores à sua política absoluta.
  • 8. ATIVIDADES ECONÓMICAS Agricultura Maioria das terras concentrada nas mãos de uma minoria da população. Permanência da relação de dependência entre os donos das terras e os camponeses. Ausência de inovação: instrumentos e técnicas pouco evoluídos. Mantinham-se as culturas tradicionais: cereais e vinha. Agricultura com características semelhantes às da Idade Média.
  • 9. ATIVIDADES ECONÓMICAS Obtenção de grandes lucros. Comércio internacional, nomeadamente, colonial: especiarias, açúcar, chá, tabaco. Produtos europeus: cereais, vinho, sal, tecidos, vidro. Principais portos europeus: Amesterdão, Londres, Antuérpia. Dinamismo da atividade comercial. Comércio
  • 10. O MERCANTILISMO “A riqueza de um país é proporcional ao montante de metais preciosos entesourados que este possui”. Defende: - O intervencionismo e dirigismo do estado; - O protecionismo da economia; - A obtenção de uma balança comercial favorável.
  • 12. Países Mercantilistas • Proibição à entrada de produtos manufaturados. • Procura-se obter uma balança comercial favorável. • lançamento de impostos aduaneiros muito elevados, sobre a importação de produtos manufaturados, • instituição de prémios ao comerciante com mais exportações, • ajuda ao desenvolvimento industrial (subsídios, privilégios e desenvolvimento das manufaturas, para que se melhore a produção nacional e assim se aumente o número de produtos a exportar). Como:
  • 14. ARTE BARROCA Nascida em Roma, nos finais do séc. XVI, rapidamente se espalhou pelo resto do mundo. A partir do Concílio de Trento, a Igreja apercebeu-se de que era necessário cativar os fiéis. Assim, nasceu a necessidade de decorar as igrejas com imagens dramáticas e muito expressivas que despertassem a piedade e a admiração dos crentes. Este estilo alargou-se para lá da escultura ou da arquitetura, passando a ser usado também na música (nasce a Ópera de Bach ou as obras musicais do português Carlos Seixas).
  • 15. ARQUITETURA BARROCA • A arquitetura barroca combinou de forma nova elementos clássicos e renascentistas, tais como colunas, arcos e capitéis. • Elementos curvos, impetuosos, tomavam o lugar de elementos retangulares e harmónicos. • A escultura e a pintura passaram a desempenhar um papel importante nos projetos das construções, contribuindo para criar a ilusão de amplidão e espaço (trompe l’oeil).
  • 16. ARQUITETURA BARROCA • Conceção do edifício como um todo (são típicas a Igreja e o Palácio); • Interiores em plantas ovais e em elipses; • Muito decorados, com linhas, formas onduladas e curvas; • Exteriores: nichos com conchas e grinaldas e com formas onduladas; • Uso de baixos relevos, talha dourada e azulejos na decoração do edifício. Principais artistas: Borromini Bernini Nicolau Nasoni Ludovice (Mafra) André Soares
  • 17. ARQUITETURA BARROCA Igreja de S. Carlo das Quatro Fontes, de Borromini, 1638-41 As colunas são usadas como elementos decorativos e não para suportar o edifício Fachadas onduladas que sugerem movimento e contraste Predomínio da linha curva Fachadas com esculturas e medalhões
  • 18. Casa de Mateus (perto de Vila Real), de Nicolau Nasoni, primeira metade do século XVIII. Contraste claro/escuro Predomínio da linha curva (frontões curvos, pináculos) Fachadas onduladas sugerem movimento e contraste Escadaria convergente e divergente
  • 19. jardins de Versailles Jardins muito decorativos e arranjados onde predomina a linha curva Os arbustos assumem várias formas geométricas
  • 20. PINTURA BARROCA Contraste claro/escuro Predomínio das linhas diagonais, que sugerem movimento Dramatismo da cena que se espelha nos rostos e nos gestos expressivos Corpos robustos e roliços O Rapto de Perséfone, de Rubens, um dos grandes pintores flamengos do Barroco.
  • 21. PINTURA BARROCA • Uso de cores quentes, • Jogos de luz e sombra, • Movimento e sentimentos fortes. • Novas técnicas como o desenho de figuras desproporcionais e intencionalmente assimétricas. Principais artistas: Bernini Rubens Velasquez El Greco Vieira Lusitano
  • 22. A tridimensionalidade, através da ilusão de ótica (trompe l’oeil), foi desenvolvida pelos pintores italianos e muito utilizada na pintura dos tetos.
  • 23. ESCULTURA BARROCA • Grande atividade e movimento; • Recurso a novos materiais como por ex. mármores, estuque e gesso; • Uso de cores quentes nas coloração das obras; • Permanece como tema principal a figura humana. Principais artistas: Bernini Machado de Castro
  • 24. Apolo e Dafne, do famoso escultor e arquiteto Bernini, 1625. Movimento sugerido pela fuga da ninfa Dafne e a sua transformação em loureiro quando é tocada por Apolo Expressão e gestos teatrais espelham as emoções das figuras e o dramatismo da cena Vestes esvoaçantes sugerem movimento e dinamismo
  • 25. Expressão teatral das figuras Exuberância dos panejamentos sugere movimento e contraste claro/escuro Expressão de emoções fortes prazer Êxtase de Santa Teresa de Ávila, de Bernini, 1647-52.
  • 26. azulejo e talha dourada no barroco português Púlpito da igreja da Nossa Senhora do Terço (Barcelos). Contraste da talha dourada com a azulejaria. Músicos, Cena Campestre, pormenor de painel de azulejos, século XVIII, mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa.
  • 28. MÚSICA BARROCA • Tendência para a imponência e para o decorativo; • Surge o estilo concertante: diálogo entre o vocal e o instrumental. • Já no séc. XVIII estabelece-se um estilo clássico; • Típica desta corrente é a Ópera. Principais artistas: Bach Handel Monteverdi Carlos Seixas Haendel Bach
  • 29. O ABSOLUTISMO EM PORTUGAL
  • 30. D. JOÃO V – REI ABSOLUTO Centraliza os poderes políticos Fundamenta o poder no direito divino Não convoca Cortes Submete as ordens privilegiadas Edifica obras grandiosas – imagem de grandeza
  • 31. O reinado de D. João V beneficiou da descoberta de ouro e diamantes no Brasil. O rei financiou grandes obras, projetando uma imagem de esplendor.
  • 32. CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS • A construção do convento- palácio de Mafra foi iniciada em 1715. • O rei pagava assim a promessa pelo nascimento de um filho herdeiro do trono.
  • 33. CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS • A Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra é uma das mais fabulosas da época. • Foi construída entre 1717 e 1728. • Ao fundo, o retrato do rei.
  • 34. CONSTRUÇÃO DE GRANDES OBRAS O Aqueduto das Águas Livres, iniciado em 1731, abastecia Lisboa, levando água de Belas.
  • 35. SOCIEDADE PORTUGUESA Clero 4% Nobreza 10% Povo 86% A sociedade era hierarquizada, estratificada e tripartida e com grandes desigualdades sociais. Ordens privilegiadas Ordem não privilegiada
  • 36. ECONOMIA PORTUGUESA Economia rural de subsistência mas com culturas de vocação comercial O comércio, sobretudo o colonial, era a atividade mais lucrativa Indústria artesanal pouco produtiva Dependência do estrangeiro, sobretudo de Inglaterra Comércio externo controlado por transportadores estrangeiros
  • 38. O PERÍODO MERCANTILISTA Defensores: • Manuel Severim de Faria, simpatizante das práticas mercantilistas inglesas; • Duarte Ribeiro de Macedo (Discurso sobre a Introdução das Artes em Portugal), defende a criação da manufactura de tecidos, espelhos e artigos de luxo com vista a evitar exportações.
  • 39. • A ideia proposta por estes dois homens foi posta em prática por D. Luís de Menezes, 3º Conde de Ericeira, no reinado de D. Pedro: • Contrata artífices ingleses para virem ensinar em Portugal, • Procura desenvolver as indústrias de lã na Covilhã e Portalegre. Melhora também o fabrico de colchas de Castelo Branco e da seda em Vila Real. • Cria ainda medidas protecionistas, aumentando as tarifas aduaneiras aos produtos estrangeiros. • Lança pragmáticas (leis que proibiam a compra no estrangeiro de produtos de luxo). O PERÍODO MERCANTILISTA
  • 40. • Os grandes proprietários do vinho do Porto, entre estes, o Marquês do Alegrete e o Duque do Cadaval, tinham enorme poder económico e político. Deste modo, conseguiram que o Conselho da Fazenda se opusesse à política manufatureira. • Também a descoberta do ouro do Brasil acende a cobiça dos ingleses, pois viam uma nova fonte de receitas em metal sonante. • A outra grande razão foi a assinatura do Tratado de Methuen. O FALHANÇO MERCANTILISTA
  • 41. O FALHANÇO MERCANTILISTA Portugal ficou dependente das importações inglesas. O ouro e o comércio externo.Exportação de vinhos para Inglaterra.
  • 42. • Celebrado em 1703 entre D. Pedro II e a Inglaterra, estabelecia a obrigatoriedade da Inglaterra comprar o vinho do Porto, pagando este apenas 2/3 dos direitos pagos pela França. Portugal não poria obstáculos à entrada dos lanifícios ingleses. Este tratado vai ser bastante prejudicial para Portugal: • Destruição das manufaturas que começam a nascer, • Impedimento do desenvolvimento industrial, • Alargamento do plantio da vinha a zonas destinadas aos cereais, • Aumento das importações aos ingleses, • Saída de grandes quantidades de ouro brasileiro para pagar as importações. (Falência das primeiras tentativas mercantilistas portuguesas) O TRATADO DE METHUEN