Doença de Pompe
Doença de Pompe
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10.14450/2318-9312.v26.e3.a2014.pp179-187
ABSTRACT
The aim of this paper is to describe the pathogenesis and treatment of Pompe disease. A bibliographic review was
performed by searching scientific papers published between 2004 and 2014. Patients with deficiency in the enzyme
acid alpha-glucosidase, develop Pompe disease, which results in an accumulation of glycogen within (inside) lyso-
some, causing damage and organ dysfunction in muscle tissue, with difficulty in breathing, locomotion, speech and
hearing. The enzyme replacement therapy is the specific alternative to treatment for Pompe, significantly improving
cardiac function and mortality reduction. However, the need for injection of large doses of enzyme, and loss of 80% of
the enzyme due to high hepatic metabolism and the treatment cost hamper their use. The dose which showed the best
results was 20 mg/kg of the enzyme once every two weeks. However, despite the high cost of treatment, the benefits
of decreased symptoms in patients are important, such as the improvement in performing activities of daily living,
increased muscle strength, reduced fatigue and improves pulmonary function. There are also alternative treatments,
but are still under study. Among the treatments, the one with a better prognosis is replacement with recombinant hu-
man enzyme. The enzyme replacement therapy many patients brought survival due to decreased cardiac hypertrophy
and improvement in motor symptoms
Key Words: glycogen storage disease type II, metabolism, inborn errors, glycogen
RESUMO
Este trabalho tem como objetivos descrever a patogênese e o tratamento da doença de Pompe. Foi realizado um estudo
de revisão bibliográfica mediante busca de artigos científicos publicados entre 2004 e 2014. Portadores de deficiência
na enzima alfa acido glicosidase, desenvolvem a doença de Pompe, que resulta em um acumulo de glicogênio dentro
do lisossomo, originando danos e disfunções orgânicas no tecido muscular, ocasionando dificuldades na respiração,
locomoção, fala e audição. A terapia de reposição enzimática é a alternativa de tratamento específica para Pompe, me-
lhorando significativamente a função cardíaca e reduzindo a mortalidade. Contudo, a necessidade de injeção de altas
doses da enzima, a perda de 80% da enzima por conta do metabolismo hepático e o alto custo do tratamento dificultam
o seu uso. A dose que mostrou melhores resultados foi de 20 mg/kg da enzima a cada duas semanas. Todavia, apesar
do alto custo do tratamento, os benefícios de diminuição de sintomas dos pacientes são importantes, como melhora na
realização de atividades da vida diária, aumento da força muscular, redução da fadiga e incrementos na função pulmo-
nar. Existem ainda, tratamentos alternativos, mas que ainda estão em fase de estudos. Dentre os tratamentos, aquele
que possui um melhor prognóstico é a reposição com a enzima humana recombinante. A terapia de reposição enzimáti-
ca trouxe sobrevida a diversos pacientes devido à diminuição da hipertrofia cardíaca e melhora nos sintomas motores.
Palavras Chave: doença de depósito de glicogênio tipo II, erros inatos do metabolismo, glicogênio
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piorar a situação. Nas fases iniciais da doença, a hi- A lógica da terapia de reposição enzimática evo-
pertrofia é predominante, com ou sem obstrução do luiu a partir da identificação dos mecanismos molecula-
fluxo normal no ventrículo esquerdo. Na presença res envolvidos na triagem de enzimas recém sintetizadas
de obstrução deste, fármacos beta-bloqueadores po- e secretadas. Para o tratamento da doença de Pompe, a
dem ser utilizados, porém cuidadosamente, devido enzima recombinante é um precursor contendo grupos
ao risco de morte súbita. Digoxina, agonistas beta- manose-6-fosfato, que permitem a ligação ao receptor
-adrenérgicos, ou inibidores da enzima conversora de manose-6-fosfato (MPR) na superfície celular. Este
da angiotensina, além de diuréticos, geralmente são receptor é responsável pela ligação e direcionamento de
utilizados nas fases posteriores da doença, em que os enzimas lisossomais para a via endocítica, e o complexo
pacientes apresentam cardiomiopatia dilatada (14). enzima-receptor é internalizado em vesículas de trans-
Na doença de Pompe de início tardio, apesar de porte que se fundem com os endossomas, onde ocorre
os sintomas serem mais moderados, os pacientes devem a dissociação do complexo com o receptor, e a enzima
receber terapia física, psicossocial, nutricional, respira- é transportada aos lisossomas, substituindo a enzima
tória e demais terapias necessárias, de acordo com os defeituosa. Este novo impulso para o desenvolvimento
sintomas apresentados. O tratamento nutricional envol- da TRE é derivado da disponibilidade de tecnologias
ve uma dieta com alto teor de proteínas e baixo teor de que permitem a produção em grande escala, bem como
carboidratos (2, 15). manipulação e purificação das moléculas de proteínas
oligossacarídicas recombinantes, a fim de melhorar sua
A abordagem terapêutica específica para o trata-
segmentação em células e tecidos, principalmente no
mento das doenças lisossomais, como é o caso da
músculo (9).
doença de Pompe, visa corrigir a perda da função
enzimática através do aumento dos níveis celulares A enzima melhora significativamente a fun-
e teciduais pela administração de uma proteína fun- ção cardíaca e reduz acentuadamente a mortalidade
cional exógena. Até o desenvolvimento da terapia em crianças portadoras da doença clássica. Porém o
de reposição enzimática (TRE) não havia nenhum músculo esquelético tem provado ser um alvo de di-
tratamento específico para esta doença. Inicialmen- fícil reparação quando comparado ao cardíaco (16).
te a enzima purificada de placenta foi administrada Um dos motivos para que o benefício do tratamento
por infusão intravenosa, uma vez que os lisossomas com a reposição de enzimas humanas recombinantes
internalizam proteínas exógenas. As alternativas de no tecido cardíaco seja maior, é que neste órgão há
tratamento com a reposição enzimática em crianças um maior número de receptores de manose-6-fosfato
usando preparações de enzima purificada de Asper- quando comparado ao tecido esquelético. A recupe-
gillus niger ou de placenta humana eram mal suce- ração deste tecido pode chegar a até 80% através da
didas. Esta terapia passou a ser realizada também reposição enzimática ao contrário do tecido esquelé-
com a enzima humana recombinante (rhGAA), mais tico, que não passa de 30% (19).
efetiva que a enzima obtida por meio de purificação Adicionalmente, foi verificado que crianças com
da placenta, e que minimiza os problemas de imu- morfologia muscular preservada respondem melhor ao
nológicos. A rhGAA pode ser obtida de células de tratamento terapêutico do que aqueles que são diagnos-
ovário de Hamster chinês e leite de coelhos transgê- ticados tardiamente, e, portanto, tem danos musculares
nicos (2,15). A rhGAA demonstrou que a terapia de graves no início do tratamento. Quando o tratamento
reposição enzimática pode melhorar a insuficiência é iniciado mais tarde, a melhora é limitada e variável,
respiratória e restaurar as funções musculares em principalmente no que se refere à ventilação e função
crianças (16). motora (20, 21).
A TRE, por meio da enzima alfa-glicosidase ácida O principal fator que dificulta o uso da proteína
produzida em ovários de hamster e em coelhos trans- GAA recombinante é seu alto custo, especialmente
gênicos, também leva a uma diminuição da hipertrofia nos países em desenvolvimento. Porém, o advento
ventricular, reversão da obstrução da via de saída do da terapia de reposição enzimática mudou drastica-
ventrículo esquerdo (VE) e a normalização do sistema mente o cenário para o tratamento deste distúrbio.
de condução sanguínea, avaliada pelo eletrocardiograma Desta forma, as doses utilizadas para o tratamento
(ECG) dos pacientes, além de uma diminuição da neces- devem ser ajustadas, evitando a utilização de doses
sidade de medicamentos para controlar os sintomas de maiores que as doses necessárias para a obtenção de
congestão pulmonar. As melhorias podem ser contínuas benefícios (21).
ou mantidas durante todo o primeiro ano de terapia, com Com a utilização da dose semanal de 40 mg/Kg
regressão da hipertrofia do VE, independentemente da da enzima humana recombinante (rhGAA) durante
idade ou estágio da doença (17). um período de 48 semanas, foram tratados dois pa-
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cientes com a forma clássica da doença, menores de Na Tabela 1 são apresentados resultados de estu-
seis meses de vida, com atividade enzimática menor dos que, em sua maioria, utilizaram doses de 20 mg/kg,
que 1% e sinais de cardiomiopatia. Ao longo destas durante períodos de tempo variáveis. Na maior parte
semanas foram observados sintomas como eritema, destes estudos foi observada melhora do desempenho
vômitos e taquicardia, que foram contornados com a em atividades da vida diária, aumento de força muscular,
interrupção do tratamento e a administração de anti- redução de fadiga e incrementos da função pulmonar.
-histamínicos e corticóides. Um dos pacientes teve Uma das dificuldades observadas na análise dos estudos,
progresso em habilidades motoras como sentar e é que a maioria deles mostrou apenas o tratamento com
manter firme a cabeça, e após quatro meses de terapia a reposição enzimática, não apresentando grupo placebo
já conseguia se alimentar sem auxílio de sonda. O para comparação de resultados. Porém, apesar de este
outro não apresentou melhoras tão significativas, fato causar um viés de interpretação de resultados, a
mas conseguia levantar os braços até a altura da TRE é sabidamente a forma de tratamento de escolha
cabeça, porém não tinha resistência muscular e para a doença de Pompe.
manteve o uso de ventilação mecânica. Em ambos Mesmo que a TRE tenha sido aprovada para utili-
foi verificada uma redução da cardiomiopatia (19). zação desde 2006, ainda existem limitações ao uso desta
Em um estudo randomizado utilizando dezoito pa- terapia, como a necessidade de injeção intravenosa de
cientes (11=masculinos; 7=femininos) diagnostica- doses altas da enzima, alto custo por ser um tratamen-
dos com menos de 6 meses de vida (forma infantil da to crônico, metabolismo hepático que pode levar a uma
doença), foram comparadas dosagens de 20 mg/kg perda de 80% da enzima e pouca captação pelo músculo
(n=9) e 40 mg/kg (n=9) de enzima (responsáveis pe- esquelético. Desta forma, além da TRE, outros trata-
los pacientes sabiam qual dose). Não houve diferen- mentos alternativos são estudados como complementa-
ça significativa na eficácia dos tratamentos com as res, com o objetivo de aumentar os índices de desempe-
duas dosagens; além disso, a maioria dos pacientes nho dos pacientes. Dentre estes tratamentos, encontra-se
que receberam o tratamento com 40 mg/kg de enzi- a utilização de terapia gênica, indução de tolerância
ma apresentou efeitos adversos, tais como erupções, imune, terapias de direcionamento celular, como o uso
coceira, febre e diminuição na saturação de O2. O es- de chaperonas, e terapias que envolvem a redução do
tudo mostrou que 15 dos 18 pacientes (83%) obtive- substrato (15).
ram bons resultados no que diz respeito à redução da O uso de imunomoduladores traz resultados
massa ventricular e consequentemente, diminuição promissores, pois uma das limitações do uso de TRE
da hipertrofia; e 13 dos 18 (72%) pacientes tiveram é a alta resposta imune que o tratamento causa. O
melhoras no desenvolvimento motor, determinado tratamento prévio com os imunomoduladores Ritu-
de acordo com a escala Alberta infant motor scale ximab® e Sirolimus®, mostrou sucesso ao evitar
(AIMS) (22). respostas imunes. Foram tratadas seis crianças de 2
Com uma dose de 20 mg/Kg a cada quatro horas a 8 meses de idade, e estas, após serem imunomodu-
para um tratamento de duas semanas, foi observado que lados, receberam 20 mg/kg/semana e subsequente-
o custo para este tratamento é alto, o que dificulta a ade- mente 20 mg/kg/2 x semana da enzima, sem resposta
são. Aqueles que seguem adequadamente a reposição imune significativa (41). Outro protocolo de imuno-
com subsídios do governo conseguem bons resultados. modulação utilizado consistiu do uso de ciclofosfa-
Mesmo utilizando o tratamento com 5 mg/Kg a cada mida, imunoglobulina intravenosa e plasmaforese,
duas semanas, há avanço na melhora dos sintomas (23). reduzindo a resposta imune e trazendo melhorias no
A utilização das dosagens menores, além de impactar tratamento de TRE (42).
em um tratamento menos oneroso, também mostrou os Outra possibilidade é a utilização farmacológica
mesmos benefícios na reparação da hipertrofia cardíaca de proteínas conhecidas como chaperonas, que tem por
quando comparado à utilização da dosagem mais alta função aumentar a internalização das hidrolases recom-
(22, 23). Adicionalmente, uma revisão de 8 estudos da binantes nos receptores manose-6-fosfato do tecido es-
Inglaterra e Colômbia mostrou que apesar do custo ele- quelético, pois estas proteínas são moléculas de grande
vado do tratamento, os aumento da qualidade de vida dos volume, e neste tecido os receptores estão em menor
pacientes que utilizavam TRE eram importantes (24). quantidade (43).
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Tabela 1: Estudos de terapia de reposição enzimática para o tratamento da Doença de Pompe (2004-2014)
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