a chama
Conheça o que é e como identificar essa
doença silenciosa que pode levar a
morte prematura.
Saiba como a adesão às novas tecnologias
pode impactar na prática de atividade física.
VOLUME 03
edição 03
Agosto de 2021
Editorial
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A CHAMA / AGOSTO 2021
Realização e
Desenvolvimento
Comandante da Escola de Educação Física
Coronel PM João Alves Cangerana Junior
Subcomandante da Escola de Educação Física
Tenente Coronel PM Rubens Faria Silva
Chefe da Divisão de Ensino
Major PM Fernando Augusto de Paiva Pacheco
Chefe da Divisão Administrativa
Major PM Vitor Artur Matias da Silva
Chefe da Seção de Pesquisa
Capitão PM Fernando Alves Santa Rosa
Auxiliares da Seção de Pesquisa
Subtenente PM Jose Roberto de Moura
3º Sgt PM Diego Ribeiro de Souza
Auxiliar da Seção de Comunicação Social
2º Sgt PM Géssica Jordão de Lima Santos
Índice
04 Síndrome metabólica e seus males para a saúde
09 A importância de novas tecnologias como estratégia de combate ao
sedentarismo
15 Exercício físico e emagrecimento
20 Prática de exercício em ambiente com baixa temperatura
A CHAMA / AGOSTO 2021
Síndrome Metabólica
e seus males para a saúde
A Síndrome Metabólica (SM) é um conjunto de disfunções metabólicas caracterizada
pela resistência à insulina e tolerância à glicose diminuída, dislipidemia aterogênica,
hipertensão arterial e adiposidade intra-abdominal (1). Além disso, a SM, responsável
por aumentar a mortalidade em geral em cerca de 1,5 vezes e cardiovascular em 2,5
vezes (2), é reconhecida atualmente como uma doença pela Sociedade Americana de
Endocrinologia e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (3).
A National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III (2001) e
International Diabetes Federation (IDF, 2009), a propuseram critérios para identificação
de indivíduos que possuem síndrome
metabólica (4). Esses critérios utilizados
atualmente são: possuir hipertensão arterial,
elevada adiposida-de abdominal, hiperglicemia,
triglicérides e colesterol HDL baixo (5). Os
valores que indicam alteração dos indicadores
podem ser observados na tabela abaixo.
4 A CHAMA / AGOSTO 2021
Indicadores de
Síndrome Metabólica
indicadores homem mulher
Pressão arterial em repouso (mmHg) ≥ 130 e/ou ≥85 ≥ 130 e/ou ≥85
Circunferência de cintura (cm) > 90 > 80
Glicose plasmática (mg/dL) > 100 > 100
Triglicérides (mg/dL) > 150 > 150
HDL- colesterol (mg/dL) < 40 < 50
Adaptado de International Diabetes Federation (2009)
O diagnóstico de SM é confirmado quando o indivíduo apresenta pelo menos 3 (três)
destes 5 (cinco) indicadores em desconformidade (5).
5 A CHAMA / AGOSTO 2021
A predisposição genética, a alimentação
inadequada e a inatividade física estão entre
os principais fatores que contribuem para o
surgimento da SM e aumentam as chances de
desenvolvimento de obesidade e diabetes
mellitus tipo 2 (DM2), entre outras doenças
crônico-degenerativas (5).
Em um estudo realizado com mais de 49
mil adultos brasileiros, foi constatado que
14,2% da população é portadora desta
síndrome (6). Entretanto, um recente estudo
demonstra que 31,2% da população brasileira
entre 18 a 59 anos possui SM (7).
Poucos estudos se propuseram a avaliar a prevalência de SM em policias militares
brasileiros. No Estado da Bahia foi constatada prevalência de SM de 38,5% dos PMs (8).
Já dentre PMs do Estado de São Paulo, foi observado que 13% dos profissionais que
atuam na atividade de Controle de Multidões (9). Recentemente um estudo realizado
em policiais militares que atuam no programa de radiopatrulha da região central de São
Paulo observou-se 43% de prevalência de SM (10). A diferença dessa prevalência pode
ter como motivo a rotina laboral, uma vez que que o primeiro grupo realiza diariamente
a prática de treinamentos físico e técnico-operacional (9).
6 A CHAMA / AGOSTO 2021
Souza e colaboradores também avaliaram a diferença entre a prevalência de SM nos
policias militares com menos de 3 anos e com mais de 10 anos de serviço. Observou
que a prevalência de SM nos recrutas foi de 33%, já o grupo de PM com maior tempo
na atividade operacional apresentou 53% de prevalência de SM (10). Observações
alarmantes que exigem atenção básica em saúde, de modo a reduzir esse quadro
deletério.
A prevenção e o tratamento dessa
doença podem ser realizados com a
elevação do gasto energético, tornando-
o maior que o consumo energético
diário. Mudanças no estilo de vida, como
o aumento da prática de atividades
físicas e reeducação alimentar, são
aliados no combate à síndrome (11).
O gasto energético diário é composto
de três grandes componentes: taxa
metabólica de repouso (TMR), gasto
energético da atividade física (GEAF) e
efeito térmico do alimento (ETA) (12).
Em indivíduos saudáveis, a TMR
corresponde a aproximadamente 60% a
70% do gasto diário, o ETA, entre 5% e
15% e o GEAF, de 15% a 30%, sendo
este último o componente que mais
varia entre os indivíduos (13).
Além de ser o componente com maior taxa de variação entre as pessoas, a prática
regular de atividade física é comprovadamente recomendada como prevenção e
tratamento não medicamentoso de doenças cardiovasculares (14).
Desta forma, o incentivo para que as pessoas tenham um estilo de vida mais
saudável, com a inserção de prática de atividades físicas diárias, melhor alimentação e
tempo suficiente de descanso são necessários para que tenhamos uma redução na
prevalência de SM na população.
7 A CHAMA / AGOSTO 2021
Referências
1. Grundy SM. Metabolic Syndrome: what is it and how should I treat it? ACC Curr J Rev. 12(3):37-40, 2003.
2. Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes, Sociedade Brasileira de Estudos da Obesidade. I Diretriz Brasileira de
Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras Cardiol. 84(Suppl 1):1-28, 2005.
3. SRIVASTAVA, Ambrish K. Challenges in the treatment of cardiometabolic syndrome. Indian journal of pharmacology, v.
44, n. 2, p. 155, 2012.
4. PICON, Paula Xavier et al. Análise dos critérios de definição da síndrome metabólica em pacientes com diabetes melito
tipo 2. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 50, p. 264-270, 2006.
5. ALBERTI, K. G. M. M. et al. Harmonizing the metabolic syndrome: a joint interim statement of the international diabetes
federation task force on epidemiology and prevention; national heart, lung, and blood institute; American heart
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obesity. Circulation, v. 120, n. 16, p. 1640-1645, 2009.
6. SÁ, Naíza Nayla Bandeira de; MOURA, Erly Catarina. Fatores associados à carga de doenças da síndrome metabólica
entre adultos brasileiros. Cadernos de Saúde Pública, v. 26, p. 1853-1862, 2010.
7. OLIVEIRA, Laís Vanessa Assunção et al. Prevalência da Síndrome Metabólica e seus componentes na população adulta
brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 4269-4280, 2020.
8. FILHO, Romário Teixeira Braga; D’OLIVEIRA JR, Argemiro. The prevalence of metabolic syndrome among soldiers of
the military police of Bahia state, Brazil. American journal of men's health, v. 8, n. 4, p. 310-315, 2014.
9. CODELO, Luis Paulo. Prevalência de síndrome metabólica em policiais militares que atuam no radiopatrulhamento e no
controle de multidões. Monografia de Graduação – Curso de Bacharel em Educação Física, Escola de Educação Física da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, 2018.
10. SOUZA, Diego Ribeiro. Prevalência de síndrome metabólica em policiais militares do programa de radiopatrulha da
região central de São Paulo. Tese de Doutorado – Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde–
MedicinaI. Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2020.
11. AMERICAN COLLEGE SPORTS MEDICINE. ACSM stand position on the appropriate intervention strategies for
weight loss and prevention of weight regain for adults. Med Sci Sports Exerc. 33:2145-56, 2001.
12. ERIKSSON, J .; TAIMELA, Simo; KOIVISTO, VA Exercício e a síndrome metabólica. Diabetologia , v. 40, n. 2, pág. 125-
135, 1997.
13. HILL, James O. Compreendendo e enfrentando a epidemia de obesidade: uma perspectiva do balanço energético.
Revisões endócrinas , v. 27, n. 7, pág. 750-761, 2006.
14. KOIKE, Daniel Cia et al. Avaliação de fatores de risco cardiovascular em praticantes de atividade física não orientada.
Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 7, n. 3, 2009.
O autor
1º Ten PM Luiz Paulo Rodrigues Codelo Nascimento
Graduado em Educação Física – EEF/PM
Especialista em Fisiologia do Exercício – Universidade Cruzeiro do Sul
8 A CHAMA / AGOSTO 2021
A importância de
Novas Tecnologias
como estratégia de combate ao sedentarismo
O sedentarismo foi identificado como o quarto maior fator de risco para o aumento
da mortalidade mundial, segundo a Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health
– WHO. Atualmente, o Brasil é o quinto entre 168 países com mais adultos correndo
risco de vida por doenças hipocinéticas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
as doenças do coração são responsáveis por 25% das
mortes no mundo. Tal porcentagem se eleva em 50%
nos países industrializados, e, no Brasil, cerca de um
milhão de pessoas morrem anualmente, vítimas de
doenças crônicas não transmissíveis, provocadas em
geral por fatores ligados à obesidade, ao fumo, ao
estresse e, sobretudo, pelo estilo de vida sedentário.
Pesquisadores analisaram os custos da
inatividade física, em diversos países e
concluíram que o comportamento
sedentário, independentemente do
método de classificação, é extremamente
oneroso à economia da saúde em todo o
mundo e transversalmente responsável
pelo alto gasto com medicamentos,
internação hospitalar e consultas clínicas
(1).
9 A CHAMA / AGOSTO 2021
A instituição tem um custo elevado com o tratamento do absenteísmo, decorrente
principalmente de doenças relacionadas à inatividade física. Contudo, investir na
prevenção pode impactar diretamente na diminuição dos custos com o tratamento de
saúde.
A PMESP possui elevado número de policiais militares com excesso de peso,
atingindo 73,8% do efetivo da instituição (2). A proporção de policiais militares e
bombeiros com sobrepeso e obesidade é significantemente maior do que a população
em geral (3).
O trabalho na polícia militar, muitas vezes
colocam os policiais em cenários que exigem
condições físicas e mentais superiores aos cidadãos
comuns. A literatura aponta que o exercício físico
praticado de maneira estruturada e rotineira
proporcionam diversos benefícios, tanto para a
melhora dos indicadores de saúde física quanto
psicológica dos seus integrantes.
Merino (3) comparou as taxas de mortalidade de PMs do serviço ativo do Estado de
São Paulo com a população geral, de 2002 a 2006. O trabalho concluiu que as atividades
desenvolvidas pela Polícia Militar expõem seus integrantes a risco de morte por causas
externas, bem como tende a elevar a taxa de morte natural, na medida que aumenta os
anos de serviço na instituição.
Além disso, alguns indicadores
de saúde e aptidão física
relacionados a saúde de
integrantes da instituição, alteram-
se gradualmente ao longo dos anos
de serviço. O Índice de Massa
Corporal (IMC), o percentual de
gordura e da circunferência
abdominal dos policiais militares, o
peso, foram elevados
proporcionalmente aos anos de
serviço na instituição (4).
10 A CHAMA / AGOSTO 2021
O bom nível de condicionamento físico é
condição sine qua non para desempenhar as
atividades atinentes à polícia militar. O trabalho na
Polícia Militar requer higidez física para suportar a
jornada de trabalho. Para realizar uma abordagem
policial, conter um agressor da sociedade, atuar em
situações de controle de distúrbio civil e até mesmo
suportar todo o equipamento (Colete de proteção
balística, armamento, algemas, carregadores) implica
que os integrantes da instituição estejam em
condições físicas em atuar nas inúmeras situações
em que rotineiramente são solicitados.
Tecnologia e Inovação para o combate ao Sedentarismo
na PMESP
As inovações tecnológicas têm proporcionado um impacto expressivo na mudança
de comportamento da população em todo planeta. A tecnologia se faz presente nas mais
diversas áreas e isto reflete diretamente o modo como as pessoas agem, pensam e se
desenvolvem, sem dúvida, toda esta transformação vem acompanhada dos dispositivos
de acesso à internet, sendo parte fundamental deste processo de mudança (6).
A pandemia impactou diretamente a maneira como as pessoas se relacionam com o
exercício físico, os desafios gerados pelo novo normal apontam para a importância na
manutenção da saúde física e mental.
As principais tendências para
esse mercado, em plena
expansão, são os treinamentos
fitness digitais (treinos e aulas
online), os aplicativos de suporte
emocional (terapia virtual) e a
mudança de treinos tradicionais
para os exercícios restauradores
(yoga, alongamento e
meditação).
11 A CHAMA / AGOSTO 2021
A parceria celebrada entre a PMESP e as empresas corporativas que se iniciou no
mês de novembro de 2019, rapidamente, suscitou um grande interesse pelo público
interno e dependentes.
Os números repassados pela empresa Gympass mostram um crescimento de PMs e
dependentes aderidos ao convênio. No gráfico 1 observa-se que ocorre um aumento
gradativo e proporcional na aderência ao programa de policiais militares e dependentes.
Gráfico 1 – Evolução dos números de beneficiados, separados
entre Policiais Militares e Dependentes ao longo dos meses.
Fonte: o autor, 2021 ¹
12 A CHAMA / AGOSTO 2021
Até o mês de fevereiro deste ano, a plataforma Gympass registrou mais de 20 mil
policiais militares e dependentes aderidos, de maneira espontânea, a algum programa de
treinamento.
A análise realizada sobre os efeitos da atividade física sobre o índice de massa corporal
(IMC) por faixa etária, por meio de um inventário internacional de atividade física, com
802 PMs respondentes, demonstrou que a prática de atividade física teve impactos
significativos estatisticamente nas “faixas de idade” daqueles que “praticam atividade
física”, quando comparados com os que “não praticam atividade física” como evidenciam
na Tabela 1, a seguir:
Tabela 1 - Variação média do IMC de quem realizou atividade
física, por faixa etária
Faixa etária Não praticou Praticou Variação
18 a 29 anos 27,18 25,30 - 6,93 %
30 a 39 anos 28,69 26,07 - 9,13 %
40 a 49 anos 29,36 27,32 - 6,95 %
50 anos ou mais 29,46 27,90 - 5,28 %
Faixa Etária Não Praticou Praticou Variação
18 a 29 anos 27,18 25,30 - 6,93 %
Fonte: LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE DADOS DO CAES, 2021
30 a 39 anos 28,69 26,07 - 9,13 %
40 a 49 anos 29,36 27,32 -6,95 %
Além das academias físicas, diversos aplicativos relacionados à saúde mental,
50 anos ou mais 29,46 27,90 -5,28 %
nutrição e bem-estar podem auxiliar na melhora da qualidade e diminuição do
sedentarismo.
Considerando a relevância do estudo e a grande adesão aos programas de
treinamento pelos policiais militares, as novas tecnologias que conectam usuários às
academias, aos estúdios e aos centros de treinamentos apresentam-se como uma
ferramenta não farmacológica que pode auxiliar na diminuição do sedentarismo e na
melhora da qualidade de vida na instituição.
13 A CHAMA / AGOSTO 2021
Referências
1. BUENO, Denise Rodrigues; MARUCCI, Maria de Fátima Nunes; CODOGNO, Jamile Sanches;
ROEDIGER, Manuela de Almeida. Os custos da inatividade física no mundo: estudo de revisão.
Ciência & Saúde Coletiva, [S.L.], v. 21, n. 4, p. 1001-1010, abr. 2016.
2. GONÇALVES, Tiago Carnevale. Fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não
transmissíveis na Polícia Militar do Estado de São Paulo. 2019. Dissertação (Mestrado) - Ciências
da saúde, São Paulo, 2019. p. 113.
3. MERINO, Paulo Sergio. Mortalidade em Efetivos da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Dissertação apresentada Universidade Federal de São Paulo, para obtenção do título de Mestre
em Saúde Coletiva, 2010.
4. ALVES, Alexandre Luiz. Estudo da aptidão física de Policiais Militares da Região Metropolitana
do Estado de São Paulo formados entre os anos de 2003 a 2008. Dissertação apresentada no
Mestrado Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. 2013.
5. SOUZA, Francis Ribeiro et al. Physical Activity Decreases the Prevalence of COVID-19-
associated Hospitalization: Brazil EXTRA Study. Medrxiv, São Paulo, p. 1-26, 2020.
6. KOHN, Karen. O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da
Sociedade da Informação e da Sociedade Digital. XXX Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação, Santos, ano 2017, p. 1-13, 2 set. 2007.
O autor
Capitão PM Rogério Alves Pereira Filho
Bacharel em Educação Física- EEF/PM
Especialista em Fisiologia do Exercício - UNIFESP
14 A CHAMA / AGOSTO 2021
Exercício físico e
Emagracimento
O emagrecimento ocorre pela redução do peso corporal de forma voluntária, para fins
estéticos, saúde ou situações patológicas (1), sendo promovido mediante um déficit
calórico entre aumento do gasto energético e redução do consumo energético. O
processo de emagrecimento se dá pela redução da gordura corporal total, não
necessariamente diminuindo seu peso corporal total (2). Quando ocorre um balanço
calórico negativo gerado por exercícios, mais metabolismo energético basal, e associação
com os efeitos térmicos gerado pelos alimentos, se dá um déficit calórico, gerando o
emagrecimento
O exercício físico é parte fundamental
em um programa voltado ao
emagrecimento, pois auxilia no aumento
do gasto calórico diário, e
consequentemente ajuda na busca pelo
balanço energético negativo trazendo
consigo a elevação do gasto basal de
energia (por até 72h), particularmente em
exercícios de alta intensidade (3).
Existem muitos mecanismos potentes
pelos quais o exercício regular pode facilitar
a manutenção ou redução do peso corporal,
o que inclui: o aumento do gasto energético
diário total, redução do apetite, aumento da
taxa metabólica de repouso, aumento da
massa livre de gordura, aumento do efeito
térmico dos alimentos, aumento do
consumo excessivo de oxigênio (EPOC)
após o exercício e o aumento da taxa de
mobilização e oxidação da gordura (4).
15 A CHAMA / AGOSTO 2021
Assim, a melhor forma de emagrecimento é a
reeducação alimentar associada a prática de
exercícios físicos, sejam eles aeróbicos,
anaeróbicos ou a combinação das duas práticas
(5).
Sobre a prática de exercícios aeróbicos, já está
bem estabelecido na literatura sobre seus efeitos
benéficos à saúde e na redução da gordura
corporal (6). Este tipo de metodologia de
treinamento quando realizado em uma
intensidade baixa a moderada, representa uma
eficiente ferramenta na redução da gordura
corporal, uma vez que seu substrato energético
predominante é o ácido graxo (7).
Pesquisadores verificaram uma zona de treinamento ideal para o máximo consumo
de gordura, chamada FATmax ±55% a ±64,4% do VO2max, o grupo estudado
apresentou redução da composição corporal (8). Em outros estudo realizado com
adolescentes obesos com idade entre 15 e 19 anos submetidos a exercício aeróbico a
60% do VO2 max, mostrou ser capaz de gerar reduções do IMC e gordura corporal (9).
16 A CHAMA / AGOSTO 2021
Estudos com treinamentos anaeróbicos tem
demonstrado resultados expressivos no que tange ao
emagrecimento. O treinamento intervalado de alta
intensidade (HIIT), tem sido sugerido como estratégica
na promoção da redução da gordura corporal (10).
Pesquisadores também compararam dois
tipos de treinamento em mulheres adultas,
contínuo de intensidade moderada de 60% a
70% de FCR (frequência cardíaca de
reserva) e intervalado de alta intensidade
com 30 segundos de sprints com
recuperação ativa de 4 minutos. O resultado
deste trabalho demonstrou, que o HIIT
promoveu maiores resultados na redução da
gordura corporal (11).
Em outro estudo com homens e mulheres, aplicou-se o HIIT por 16 semanas, 3 vezes
por semana e verificou uma redução do IMC, circunferências corporal e efeito
moderado na pressão arterial (12).
Outro grupo de pesquisa
observou a diminuição do
peso corporal em mulheres
submetidas ao HIIT associado
ao controle alimentar. Além
disso houve redução do peso,
do percentual de gordura, da
massa livre de gordura e da
taxa metabólica basal (13).
Existe ainda o exercício
físico resistido que se mostra
eficaz para redução da
gordura corporal.
17 A CHAMA / AGOSTO 2021
De acordo com American college of Sports
Medicine (2001) o treinamento resistido é
recomentado para redução e manutenção do
peso corporal. Isso ocorre a partir do
aumento do gasto calórico, durante e após o
esforço físico, através do EPOC.
Na organização do treinamento resistido,
trabalhamos com variáveis, como: volume,
intensidade, tempo de recuperação e
densidade. Manipular essas variáveis de
forma correta, causa uma resposta benéfica
ao treinamento.
Portanto, se seu objetivo for o
emagrecimento, procure um profissional de
educação física para orienta-lo quanto a
prática de treinamento mais eficiente para o
alcance do seu objetivo.
18 A CHAMA / AGOSTO 2021
Referências
1.BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo: Manole, 2011.
2. GENTIL, Paulo. Emagrecimento quebrando mitos e paradigmas. Charleston: Create Space Independent Publishing
Plataform, 2014.
3. MACHADO, Otavio Augusto. Emagrecer é fácil: Use a ciência a seu favor. São Paulo, SP: 2015.
4. FOUREAUX, Giselle; PINTO, Kelerson Mauro de Castro; DÂMASO, Ana. Efeito do consumo excessivo de oxigênio
após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 12, p.
393-398, 2006.
5. DE SOUZA, Álina Célia Silva et al. Presença de comorbidades, uso de medicamentos e suplementos nutricionais por
mulheres com reganho de peso após 24 meses de bypass gástrico. RBONE-Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E
Emagrecimento, v. 12, n. 74, p. 738-744, 2018.
6. AMERICAN COLLEGE SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para todos os testes de esforço e sua prescrição.
2019.
7. GIBALA, Martin J. Adaptações fisiológicas ao treinamento intervalado de alta intensidade e baixo volume. Sports
Science Exchange , v. 28, n. 139, pág. 1-6, 2015.
8. PINHEIRO, José Carlos Salgueiro et al. Efeitos do treinamento aeróbico com intensidade na zona do fatmax (64+ 4%
do VO2 máx) na composição corporal de Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras. Fitness & Performance
Journal, v. 4, n. 3, p. 157-162, 2005..
9. FERNANDEZ, Ana Cláudia et al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de
adolescentes obesos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, p. 152-158, 2004.
10. KUBUKELI, Zuko N.; NOAKES, Timothy D.; DENNIS, Steven C. Training techniques to improve endurance exercise
performances. Sports medicine, v. 32, n. 8, p. 489-509, 2002.
11. HIGGINS, Simon et al. Sprint interval and moderate-intensity cycling training differentially affect adiposity and
aerobic capacity in overweight young-adult women. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, v. 41, n. 11, p. 1177-
1183, 2016.
12. FIGUEIREDO, Maria Paula Ferreira de. Efeitos do treinamento aeróbio intervalado periodizado sobre os parâmetros
antropométricos, bioquímicos e clínicos em portadores de síndrome metabólica. 2016.
13. CAMPOS, Thays Yara Teófilo Borges et al. Pode a associação de Laser de baixa Intensidade e Treinamento
Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) melhorar a composição corporal de mulheres em condição de pós menopausa?.
RBONE-Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, v. 11, n. 65, p. 297-303, 2017.
O autor
Guilherme Lemos Shimojoa
Doutor em Ciências da Reabilitação – UNINOVE
19 A CHAMA / AGOSTO 2021
Prática de Exercício
em ambiente com baixa temperatura
Atividade física no frio e as alterações fisiológicas
O inverno chegou e com ele o clima mais frio e seco, fatores que demandam mais
atenção e cuidado quando o tema é a prática de atividades físicas.
Nessa época, exercitar-se é um grande desafio para o corpo e a mente, principalmente
para treinar ao ar livre, pois é natural que o nosso organismo busque sempre estar
confortável para manter a temperatura corporal estável (entre 36° a 37,5° C).
No frio, nossos músculos tendem a ficar mais rígidos e contraídos, para aumentar a
produção de calor e assim promover o controle de temperatura (termorregulação). No
entanto, esse aumento de tônus muscular pode causar também uma percepção
aumentada de fadiga, o que limita ainda mais nossa disposição para treinar.
20 A CHAMA / AGOSTO 2021
Apesar disso, o frio também promove
alguns benefícios para nosso corpo:
devido ao aumento da contração
muscular, há também um maior gasto
calórico, que pode ser potencializado
com a prática regular de exercícios,
porém é preciso cuidado redobrado com
a alimentação, já que nesta época
estamos mais propensos a consumir
alimentos calóricos e gordurosos, como
forma de satisfazer essa necessidade de
nos mantermos aquecidos.
O frio também favorece a prática de atividades mais intensas, já que a taxa produção
de calor é um dos maiores fatores limitantes para o desempenho esportivo. Em dias frios a
temperatura corporal tende a permanecer em níveis mais baixos, se comparado a dias
quentes, onde a transpiração é muito mais acentuada o que aumenta também a percepção
do esforço.
Muitos estudos já analisaram o desempenho esportivo sob baixas temperaturas. Entre
2001 e 2010, um grupo de cientistas da Universidade de Paris investigou os resultados de
mais de 1,8 milhões de corredores em seis maratonas pelo mundo (Paris, Londres, Berlim,
Nova York, Boston e Chicago) e constatou que entre 6,2°C (homens) a 9,9°C (mulheres)
parece ser a condição ideal para se obter melhores performances, aliás este mesmo estudo
apontou que os melhores tempos de prova para corredores de elite, foram alcançados
numa temperatura média de 3,8°C.
Os cientistas concluíram que a corrida
em baixas temperaturas facilita o controle
da temperatura corporal, e a sensação
térmica pode aumentar entre 5°C a 15°C
com relação à ambiente, (dependendo de
fatores como composição corporal,
umidade relativa do ar, velocidade do
vento, velocidade do corredor, fatores
nutricionais, etc), ou seja, numa
temperatura ambiente de 5°C, um
corredor pode correr sob a percepção de
agradáveis 20°C.
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Cuidados com treinamento físico em ambientes com
baixas temperaturas
Ainda que tenhamos diversos benefícios, exercitar-se no
frio, principalmente em temperatura ambiente abaixo dos
20°C, exige alguns cuidados:
Dê atenção especial ao aquecimento e alongamento, use
vestimentas adequadas dando preferencia a tecidos
transpiráveis que permitam manter a temperatura corporal
controlada. O uso de luvas, meias e toucas é bem vindo
também para proteger as extremidades.
Importância da hidratação e recomendações adicionais
Hidrate-se, pois o frio pode dar a falsa sensação de estarmos hidratados, mas a
perda de líquidos pode ser até maior devido ao aumento do fluxo urinário. Recomenda-
se a ingestão de dois a três litros por dia de água proveniente de líquidos e de
alimentos, entretanto esses valores variam de acordo com o esforço físico realizado
diariamente. Lembre-se, quanto maior e mais longo for o esforço físico maior a
necessidade hídrica. Evite também ficar com a pele ou roupas molhadas logo após o
treino, o que pode potencializar a sensação de frio e queda do sistema imune,
favorecendo a entrada de vírus e bactérias em nosso organismo e ocorrência de
infecções do trato respiratório superior.
Tenha sempre em mente que
independente de treinar em ambiente
fechado ou aberto, no frio ou no calor,
o pior dos cenários é deixar de se
exercitar, o famoso “projeto verão” é
conquistado em todas as estações!
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Referências
1. El Helou, N., Tafflet, M., Berthelot, G., Tolaini, J., Marc, A., Guillaume, M., ... & Toussaint, J. F.
(2012). Impact of environmental parameters on marathon running performance. PloS one, 7(5),
e37407.
2. da Silva Ribeiro, J. P., & Liberali, R. (2010). Hydratation and physical exercise/Hidratação e
exercício fisico-revisão sistematica. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 4(24), 506-515.
O autor
1º Sgt PM André Cezarino de Lima
Graduado em Educação Física – EEF/PM
Especialista em Treinamento Desportivo
Docente do Curso de Bacharelado em Educação Física da EEF/PM
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Pioneira
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Gerações
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