0% acharam este documento útil (0 voto)
1K visualizações4 páginas

Exame Físico - Sistema Digestivo

O documento fornece instruções detalhadas sobre como realizar um exame físico do sistema digestivo, incluindo etapas como inspeção, ausculta, palpação superficial e profunda, percussão e sinais/manobras específicas. Fornece descrições normais e alteradas para cada etapa, com ênfase na técnica correta e achados esperados.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
1K visualizações4 páginas

Exame Físico - Sistema Digestivo

O documento fornece instruções detalhadas sobre como realizar um exame físico do sistema digestivo, incluindo etapas como inspeção, ausculta, palpação superficial e profunda, percussão e sinais/manobras específicas. Fornece descrições normais e alteradas para cada etapa, com ênfase na técnica correta e achados esperados.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 4

Universidade de Santa Cruz do Sul

Curso de Medicina
Exame Físico
Sistema Digestivo

“Boa tarde. Meu nome é ..., sou acadêmico(a) do 3º semestre e vou realizar alguns exames no
senhor(a). Ok? Qual seu nome? Obrigado.”
Lavar as mãos;
Observar se o paciente está coberto com o avental;
Não expor o paciente sem necessidade;
O exame é feito com o paciente em decúbito dorsal;
Pedir ao paciente que esvazie a bexiga;
Nunca iniciar pela área dolorosa;
Linhas-guia: Hemiclaviculares esquerda e direita, linha abaixo do rebordo costal e linha acima das
cristas ilíacas;

• Inspeção:
➢ LEMBRAR DE REGIONALIZAR O ABDOME ANTES DA INSPEÇÃO!
o “Abdome de formato adequado; pele normocorada e hidratada; ausência do sinal de Cullen e
do sinal de Gray Turner; ausência de circulação colateral, de nódulos, de cicatrizes, de
abaulamentos ou de depressões visíveis; distribuição de pelos adequada para o sexo; ausência
de abdome em tábua, de hérnias ou de diástase dos Mm. Reto Abdominais visíveis.”
o Forma do abdome:
▪ Normal: “Formato do abdome adequado.”
▪ Alterações: Plano, globoso, escavado, gravídico, batráquio, pendular, em avental.
o Pele:
▪ Normal: “Pele normocorada e hidratada. Ausência de equimose periumbilical (sinal de
Cullen) ou na região dos flancos (sinal de Gray Turner). Ausência de circulação colateral,
de pulsação, de nódulos, de cicatrizes, de movimentos peristálticos, de abaulamentos
ou de depressões visíveis. Distribuição de pelos adequada para o sexo.”
▪ Alterações:
• Sinal de Cullen: Equimose periumbilical, sugerindo hemorragia retroperitoneal.
• Sinal de Gray Turner: Equimose na região dos flancos direito e esquerdo,
Bruno Furini Puton

sugerindo hemorragia intraperitoneal.


o Mm. Reto Abdominais:
▪ Normal: “Ausência de abdome em tábua, de hérnias ou de diástase dos Mm. Reto
Abdominais visíveis.”
▪ Manobra de Valsalvia: Pedir ao paciente assoprar o dorso da mão, com a finalidade de
identificar hérnia umbilical. 1
Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso de Medicina
• Ausculta:
o “Ruídos hidroaéreos audíveis e adequados; batimentos arteriais não audíveis.”
o Ruídos hidroaéreos:
▪ Normal: “Ruídos hidroaéreos audíveis e adequados (RHA+).”
▪ Técnica: 3 minutos de ausculta em cada quadrante, caso os ruídos estejam diminuídos
ou ausentes, pode indicar alguma doença inflamatória.
o Artérias:
▪ Normal: “Batimentos arteriais não audíveis.”
▪ Técnica: Auscultar a A. Aorta na região do epigástrio; Aa. Renais, acima e lateralmente
à cicatriz umbilical; Aa. Ilíacas Externas, no ponto entre a cicatriz umbilical e às Aa.
Femorais.
• Palpação superficial:
o “Pele com tensão adequada, sensibilidade presente, adequada e simétrica; ausência de pontos
dolorosos; ausência de abdome em tábua, de diástases ou de hérnias palpáveis; ausência de
nódulos ou de massas palpáveis.”
o Técnica: Com as polpas digitais, palpar todo o abdome, dividindo-o em 4 quadrantes, tendo
como centro a cicatriz umbilical.
• Palpação profunda:
o “Ausência de pontos dolorosos, de nódulos, de diástases ou de hérnias palpáveis; fígado
palpável, indolor, de bordas finas, lisas e de consistência adequada; vesícula biliar não palpável;
baço não palpável; rins não palpáveis; ceco e sigmoide palpáveis e indolores.”
o Técnica: Com as duas mãos, uma em cima da outra em movimentos circulares, o examinador
palpa todo o abdome, dividindo-o em 4 quadrantes. Esperar para aprofundar quando o
paciente faz a inspiração.
▪ Fígado:
• Normal: “Fígado palpável, indolor, de bordas finas, lisas e de consistência
adequada.”
• Palpa-se partindo da cicatriz umbilical até o rebordo costal direito, percutindo
(som maciço), ao final, para confirmar a palpação presente do fígado;
• Manobra de Mathieu: Posicionar as mãos no hipocôndrio direito, formando uma
garra em busca do fígado.
▪ Vesícula biliar:
• Normal: “Vesícula biliar não palpável.”
▪ Baço:
• Normal: “Baço não palpável; espaço de Traube livre.”
• Manobra em garra: Palpar com as duas mãos em forma de garra, partindo da
cicatriz umbilical até o rebordo costal esquerdo, percutindo (som maciço), ao
final, para confirmar a palpação presente do baço.
• Manobra de Schuster: Posiciona-se o paciente em decúbito lateral direito, com
a perna direita estendida e a perna esquerda em 90° em cima da direita, além
disso, pede-se ao paciente que coloque a mão esquerda na cabeça. O
examinador fica atrás do paciente e executa a palpação em garra, iniciando no
rebordo costal esquerdo. Percutir o espaço de Traube, que deve estar livre (som
timpânico).
▪ Rins:
• Normal: “Rins não palpáveis.”
Bruno Furini Puton

• Com uma mão na região lombar e a outra no flanco, palpa-se o rim


bimanualmente, durante a inspiração. Repetir o exame nos dois lados.
▪ Ceco:
• Palpa-se o ceco entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca anterossuperior, no
quadrante inferior direito.
2
Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso de Medicina
▪ Sigmoide:
• Quadrante inferior esquerdo.
• Percussão:
o “Percussão adequada; fígado de 8 a 12 cm de tamanho com macicez à percussão; espaço de
Traube livre (som timpânico); demais áreas do abdome com som timpânico.”
o Fígado:
▪ Hepatimetria: Iniciar a percussão no 2º EI direito e descer pelos EI até o som claro
pulmonar se tornar maciço ou submaciço. Marcar essa mudança com uma caneta.
Continuar percutindo os EI até o som maciço torna-se timpânico. Marcar essa segunda
mudança com uma caneta. Por fim, medir a distância entre as marcas, que deve ser
entre 8 e 12 cm.
▪ Sinal de Jobert: Desaparecimento da macicez hepática por timpanismo, por haver
camada de ar entre o fígado e o diafragma. Sugestivo de pneumoperitônio, por
rompimento de víscera oca.
o Baço:
▪ Espaço de Traube: Triângulo delimitado pela linha abaixo do rebordo costal, pela linha
alba e pela borda oblíqua do rebordo costal.
o Rins:
▪ Punho-percussão lombar: O examinador desfere socos ao longo da coluna vertebral em
busca de áreas hipersensíveis. Caso o paciente refira dor na altura dos rins, desfere-se
socos nas lojas renais. Se o paciente referir dor, significa Sinal de Giordano positivo,
sugestivo de pielonefrite.

Sinais e Manobras:

Ponto de McBurney: Ponto localizado no terço distal entre a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca
anterossuperior.
Ponto cístico: Ponto localizado no cruzamento da linha hemiclavicular direita e a linha abaixo do
rebordo costal do mesmo lado.

❖ Sinal de Blumberg: Com as duas mãos, uma em cima da outra, o examinador pressiona profundamente
a parede abdominal e remove o estímulo bruscamente. Se o paciente referir dor em qualquer ponto
do abdome pode indicar irritação de peritônio.

❖ Ascite:
o Manobra de Piparote (grande volume):
▪ Pede-se ao paciente colocar a borda cubital da sua mão sobre a linha mediana do
abdome, com ligeira pressão. O examinador, do lado direito do paciente, pousa a mão
esquerda no flanco do lado oposto. Golpeia-se com o dedo indicador da mão direita a
face lateral do hemiabdome direito. Se o examinador sentir a onda d’água tocar a mão
esquerda, significa Manobra de Piparote positiva.
o Manobra do Rechaço (grande volume):
▪ Com as palmas das mãos, o examinador comprime a parede abdominal, fazendo, com
os dedos, impulsos rápidos nessa parede, retornando os dedos à posição inicial sem
afrouxar a compressão das palmas. A manobra é positiva quando o examinador sente
as ondas d’água tocarem suas mãos.
Bruno Furini Puton

o Manobra da Macicez Móvel (pequeno e médio volume):


▪ O examinador percute o abdome de forma radial, partindo da cicatriz umbilical em
direção a um dos flancos até ouvir a mudança do som timpânico normal para o maciço
(presença de líquido). Marcar com uma caneta essa mudança. Pedir ao paciente que se
posicione em decúbito lateral referente ao flanco escolhido. Repetir a percussão,
marcando com uma caneta a nova marca de mudança do som. Avaliar as duas marcas.
3
Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso de Medicina
o Semicírculo de Skoda (pequeno e médio volume):
▪ Pedir ao paciente que fique em pé. O examinador deve delimitar um semicírculo a partir
de uma linha horizontal, tendo como referência a cicatriz umbilical. Percutir de forma
radial em cinco direções ao longo do semicírculo, marcando com uma caneta a transição
do som timpânico para o maciço. Avaliar as marcas.

❖ Apendicite:
o Manobra de Rovsing:
▪ Com o punho, o examinador faz um movimento retrógrado ao longo do intestino grosso,
provocando uma bolha de ar que se desloca em direção ao ceco. Quando ali chegar,
provocará distensão do ceco e do apêndice vermiforme, causando, consequentemente,
dor no ponto de McBurney, sugerindo apendicite.
o Sinal de Blumberg positivo no ponto de McBurney.
o Manobra do Psoas:
▪ Pedir ao paciente que levante a perna direita sobre a resistência realizada pelo
examinador. Se referir dor no ponto de McBurney, pode indicar apendicite. Importante
realizar essa manobra com a perna esquerda antes, com a finalidade de descartar uma
possível dor na coluna.
o Manobra do Obturador:
▪ O examinador deve levantar a perna direita do paciente fletida em 90°, fazendo rotação
interna da coxa, solicitando que faça movimento de abdução contra a resistência
oferecida pelo examinador. Se referir dor no ponto de McBurney, pode indicar
apendicite. Importante realizar essa manobra com a perna esquerda antes, com a
finalidade de descartar uma possível dor na coluna.

❖ Colecistite:
o Sinal de Murphy:
▪ O examinador comprime o ponto cístico, com as duas mãos, uma em cima da outra, e
pede ao paciente que respire profundamente. Dessa forma, o fígado desce e a vesícula
biliar atinge os dedos do examinador. Quando isso acontecer, o paciente para a
inspiração, devido à dor, sugerindo colecistite aguda.
o Sinal de Blumberg positivo no ponto cístico.

❖ Neoplasia maligna de pâncreas:


o Sinal de Courvoisier-Terrier:
▪ O examinador comprime o ponto cístico, com as duas mãos, uma em cima da outra, e
pede ao paciente que respire profundamente. Dessa forma, o fígado desce e a vesícula
biliar atinge os dedos do examinador, o qual sente esse órgão liso e em borda de
porcelana. Quando isso acontecer, o paciente não refere dor alguma, sugerindo
neoplasia maligna de pâncreas. Além disso, a pele ictérica do paciente tem uma cor
verde-limão característica.

Lavar as mãos;
Lembrar de cobrir o paciente e de se despedir.
Bruno Furini Puton

Você também pode gostar