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Apostila Cirurgia P5

O documento aborda princípios fundamentais da prática cirúrgica, incluindo assepsia, antissepsia, esterilização e desinfecção, além de técnicas anestésicas e cirúrgicas específicas. Também discute a neurofisiologia e o mecanismo de ação dos anestésicos locais, suas classificações e a importância da prevenção de complicações. Por fim, apresenta diretrizes para o planejamento do ato operatório e a administração segura de anestésicos.

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Emile Lima
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Apostila Cirurgia P5

O documento aborda princípios fundamentais da prática cirúrgica, incluindo assepsia, antissepsia, esterilização e desinfecção, além de técnicas anestésicas e cirúrgicas específicas. Também discute a neurofisiologia e o mecanismo de ação dos anestésicos locais, suas classificações e a importância da prevenção de complicações. Por fim, apresenta diretrizes para o planejamento do ato operatório e a administração segura de anestésicos.

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CIRURGIA

produzido por Yasmim Barbosa Alves


CIRURGIA

01 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PRÁTICA


CIRÚRGICA

02 NEUROFISIOLOGIA E MECANISMO DE AÇÃO DOS


ANESTÉSICOS LOCAIS

03 TÉCNICAS ANESTÉSICAS MAXILARES

04 ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DA EXODONTIA

05 MANOBRAS CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS

06 TÉCNICAS CIRÚRGICAS EXODÔNTICAS

07 TRATAMENTO PÓS EXODÔNTICO DOS ALVÉOLOS

produzido por Yasmim Barbosa Alves


CIRURGIA

08 CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO DAS


HEMORRAGIAS

09 DIAGNÓSTICO, DISSEMINAÇÃO E TRATAMENTO


DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

10 COMPILADO QUESTÕES DE PROVA

produzido por Yasmim Barbosa Alves


Princípios fundamentais da prática cirúrgica

"A assepsia é a ausência de matérias orgânicas, microrganismos patogênicos e não patogênicos em


determinado organismo, ambiente e objetos, através de um conjunto de medidas que impedem a
entrada e a proliferação desses agentes contaminadores"

→ Assepsia: conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de agentes patogênicos no


organismo. Trata-se de uma higienização prévia, cujo objetivo é evitar a entrada de organismos ou
elementos que possam prejudicar determinado organismo

→ Antissepsia: utilização de produtos antissépticos sobre a pele ou mucosa com o objetivo de


reduzir os microrganismos em sua superfície

→ Esterilização: total eliminação da vida microbiológica de materiais e instrumentais- forma


vegetativa e esporulada. Só realiza esterilização em materiais e instrumentais!

→ Desinfecção: responsável por exterminar microorganismos infecciosos de objetos e de


superfícies em um ambiente físico (clorexidina 2% ou PVP)

Esterilização:
É um processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos patogênicos e não
patogênicos na forma vegetativa ou esporulada. Pode ser físico, químico ou físico-químico.

físico: é utilizado vapor saturado em alta temperatura e pressão (preferencial). 1 atm, a 121 C° de
15-30min.

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Paramentação do profissional:
● antissepsia das mãos
● paramentação cirúrgica
● montagem da mesa cirúrgica

Antissepsia cirúrgica das mãos:


1. Escovar as unhas das mãos
2. Escovar a palma das mãos e dedos
3. Escovar o dorso das mãos e dedos
4. Escovar o antebraço até o cotovelo
5. Remover completamente o antisséptico degermante, deixando escorrer a água pelo
cotovelo
6. Enxaguar as mãos e secá-las com gazes/panos estéreis

OBS: começar a escovar nas pontas dos dedos em direção ao cotovelo. Com a mão para cima!

MONTAGEM DE MESA CIRÚRGICA

1. Diérese: processo de divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região. Dessa forma, será
necessário afastadores, cabo de bisturi com lâmina, seringa carpule, descolador de molt e
tesoura.
2. Exérese: principal para a exodontia. Processo de remoção da lesão, nesse caso o dente.
Utiliza-se alavancas, fórceps, pinças goiva e lima para osso
3. Hemostasia: Engloba as pinças utilizadas para conter o sangramento. Pinça de apreensão,
pinça dente de rato, pinça hemostática

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4. Síntese: Para realizar a união dos tecidos por meio da sutura. Engloba porta-agulhas, fio de
sutura, tesoura, pinça para manipular tecido

5. Complementares: gaze, seringas, abridor de boca, bico aspirador, cuba etc

PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA

Sequência:
1. Colocar gorro/touca
2. Colocar máscara
3. Colocar óculos de proteção
4. Antissepsia cirúrgica das mãos
5. Paramentação cirúrgica (o auxiliar ajuda p amarrar o capote do cirurgião)
6. Calçar as luvas

PREPARAÇÃO DO PACIENTE

1. Antissepsia intra oral


Com digluconato de Clorexidina a 0,12% + gorro e óculos de proteção

2. Antissepsia extra oral


Digluconato de Clorexidina a 2% ou PVPI tópico
(na região do terço médio e inferior da face, vai da margem infra orbital até o pescoço- margem
submental; e do centro para as laterais) intuito de diminuir a quantidade de microorganismos.

3. Aposição dos campos cirúrgicos


Campo de proteção (lençol) que cobre o paciente e faz a delimitação da área de atuação do dentista

PLANEJAMENTO DO ATO OPERATÓRIO

Adequação da técnica cirúrgica ao caso clínico do paciente!


- seleção da técnica adequada

Remoção e descarte das luvas


Deve ser de forma adequada para evitar a contaminação com os resíduos

Prevenção de acidentes
NR 32: O reencape de agulhas é terminantemente proibido!

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Neurofisiologia e mecanismo de ação dos anestésicos locais
Os anestésicos locais são administrados de forma tópica -nas mucosas- ou por injeção -seja
intradérmica, subcutânea ou intratecal- na área de interesse.

→ Produzem bloqueio motor dependendo dose

→ Ação: impedem a geração e condução do impulso nervoso, estabelecendo o bloqueio da via


química entre a origem do impulso (ex: incisão cirúrgica com bisturi e o cérebro)

Históricos: nativos dos andes sentiam demência na língua ao mastigar folhas de erythroxylon coca.

Eletrofisiologia da condução nervosa

Um nervo possui um potencial de repouso de -70 (potencial elétrico negativo) com o interior do
nervo negativo e o exterior positivo. Depois de um estímulo ocorre as seguintes etapas:

1. Um estímulo excita o nervo, levando a uma inversão do potencial elétrico através da


membrana nervosa. O interior do nervo agora é positivo e o exterior negativo

2. Isso se deve ao alargamento transitório dos canais de sódio e seu influxo, causando
despolarização celular
3. Após as etapas de despolarização, ocorre a repolarização. O potencial elétrico gradualmente
volta ao que era antes. Negativo dentro da celula e positivo fora.

4. Imediatamente após um estímulo ser iniciado um potencial de ação, um nervo é incapaz,


por algum tempo, de responder a outro estímulo, independente de sua força. Isso é
denominado de período refratário absoluto e é seguido por um período refratário relativo.

Onde agem os anestésicos locais?


na membrana nervosa

Teoria de ação dos anestésicos:


A teoria do receptor específico, a mais aceita hoje em dia, propõe que os anestésicos locais agem
ligando-se a receptores específicos nos canais de sódio. Assim que o anestésico local tem acesso
aos receptores, a permeabilidade aos íons sódio é diminuída ou eliminada e a condução nervosa é
interrompida.

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Os anestésicos podem atuar em quatro locais no canal de sódio:
1. Dentro do canal de sódio
2. Na superfície externa do canal de sódio
3. Em portões de ativação ou inativação

OBS: a bainha de mielina isola o axônio elétrica e farmacologicamente. O único local que as
moléculas do anestésico local tem acesso é a membrana nervosa dos nódulos de ranvier, onde os
canais de sódio são encontrados em abundância. Contudo, como o impulso pode saltar ou desviar
de um ou dois nodos é necessário que pelo menos dois ou três nodos imediatamente a solução
anestésica seja bloqueada.

O que interfere a ação dos A.L?

→ Lipossolubilidade
→ Tipo de fibra bloqueada
→ atividade vasodilatadora
→ associação com vasoconstritores
→ Concentração do anestésico
→ Tamanho da molécula
→ Ph do meio

Forma Ionizada x Forma molecular


Anestésicos são bases fracas, podendo ionizar-se. Dessa forma, precisa estar em um meio básico
para ficar em seu estado molecular. Haja vista que, o anestésico na sua forma ionizada não
consegue passar pelo canal de sódio e há o aumento de tempo de latência. Dessa forma, a
acidificação do tecido, por exemplo em um estado de inflamação ou infecção, diminui a eficácia do
anestésico local.

Vias:
Via hidrofílica: anestésico ionizado (em meio ácido) necessita do canal iônico já aberto para
fazer efeito- dependente de uso. Ou seja, liga-se somente ao canal de sódio no seu estado aberto
e inativo

Via hidrofóbica: forma molecular, em meio básico, sem dependência de uso do canal. Atravessa
a membrana livremente.

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Ação dos anestésicos locais

Sobre nervos:
- dependem do tamanho (diâmetro) e mielinização (dor, frio, calor, tato e compressão
profunda, motores)
- fibras menores (aferentes da dor) são bloqueadas primeiro
- fibras maiores (tato e função motoras)

Ação sobre outras membranas excitáveis:


- junção neuro-efetora (m. estriado) são sensíveis, com pouco significado clínico
(história do "olho paralisado")
- Ação sobre m. cardíaco (lidocaína - antiarrítmica)

Estrutura química dos AL:


Todos os anestésicos locais são anfipáticos, ou seja, possuem tanto características lipofílicas quanto
hidrofílicas, geralmente em extremidades opostas da molécula

1) Grupo aromático
(confere propriedades lipofílicas à molécula)
+
2) Cadeia intermediária
pode ser: tipo éster ou tipo amida!
(permite a separação espacial necessária entre as extremidades hidrofílica e lipofílica)
+
3) Grupo terminal amina 2 ou 3

OBS: anestésicos locais sem a parte hidrofílica não são adequados para injeção, mas são bons
anestésicos tópicos. Ex: benzocaína.

Formas ativas do anestésicos locais


Estes podem ser do tipo amida ou éster.

→ Os anestésicos que usamos são os do tipo amida ("amiga")


pois temos um maior tempo de latência (ação)
início de ação mais rápido, menor efeitos de hipersensibilidade!
- Estáveis em solução
- Lidocaína, Mepivacaína, Prilocaína, Bupivacaína, Articaína, Ropivacaína

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→ Derivados dos ésteres
- São mais facilmente hidrolisados (degradados)
- Maior potencial alergênico
- Instabilidade em solução
- Colinesterase plasmática atípica (o paciente acaba sofrendo esse mecanismo por
acúmulo se não tiver as enzimas colinesterases, causando uma superdosagem nesse
paciente)
- excretada pela urina
- Cocaína, procaína, tetracaína, benzocaína (uso tópico)

Relação estrutura-atividade

A potência do anestésico vai depender da:


- Lipossolubilidade (quanto maior a lipossolubilidade, maior a toxicidade e menor a margem
de segurança do anestésico local)

A latência do anestésico vai depender do:


- depende do grau de ionização PKA (quanto menor, maior a velocidade de ação do
anestésico;
- quanto maior, menor a velocidade de ação)

A duração do anestésico vai depender da:


- ligação proteica (tendo maior duração os anestésicos que contenham maior ligação
protéica)

Classificação de acordo com a duração

Curta duração Procaína

Ação média Lidocaína, prilocaína

Ação longa Bupivacaína, etidocaína, tetracaína

Associação a vasoconstritores

A maioria dos sais anestésicos provocam um certo grau de vasodilatação, logo, há um aumento da
permeabilidade vascular, o que limita a duração do efeito dos anestésicos.

Solução: uso de vasoconstrictores

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✓ aumentam a duração do AL
✓ diminui o calibre dos vasos
✓ diminui a probabilidade de toxicidade

→ Epinefrina
- aproximação de células endoteliais
- diminui absorção sistêmica
- diminui toxicidade
- aumenta o tempo de duração
- contra indicação: extremidades, traumas

Como evitar a toxicidade?

1. Conhecer o volume administrado (ml)


temos 1,8ml por tubete

2. Identificar a concentração da droga (mg/ml)

3. Determinar a quantidade de droga administrada

4. Saber a dose máxima recomendada (mg/kg ou peso)


OBS: quando o paciente é ASA I (paciente normal) o que vai determinar as doses máximas é o
anestésico. Mas se o paciente é ASA III ou IV (com doença cardiovascular significativa) o que vai
determinar é o vasoconstritor!

Calculando a dosagem

Primeiro passo: identificar a concentração da droga que é expressa em % e depois transformar


em g/ml. Posteriormente transformar em mg/ml.

EX: Lidocaína a 02%, é igual à:


2 gramas 2000mg
___________= ___________= 20 mg/ml
100ml 100ml
→ Segundo passo: Identificar a quantidade dentro de um tubete.
¼ tubete = 0,45ml
½ tubete = 0,9ml
1 tubete= 1,8 ml
2,5 tubete= 4,5 ml

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→ Terceiro passo: Multiplicar o total pela quantidade de mg/ml
ex: lidocaína 2% com 2,5 tubetes:
(1,8+1,8+0,9= 4,5ml)
4,5ml X 20mg/kg= 90mg

→ Quarto passo: Multiplicar a DMR pelo peso do paciente


EX: DMR de prilocaína: 8,8 mg/kg
50kg X 8,8 mg/kg=440mg

→ Quinto passo: Dividir a DMR em questão pela dose/tubete


ex: 440/72 mg= 6 tubetes.

Tabela base:

Calculando a dosagem do vasoconstrictor

Primeiro passo: identificar a concentração da droga (mg/ml)

- Mais comuns:

→ 1:200.000 = 1mg/200ml = 0,005mg/ml

→ 1:100.000 = 1mg/100ml = 0,01mg/ml

→ 1:50.000= 1mg/50ml = 0,02mg/ml

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MACETE: pegar o 1 e dividir pelo número após o ":" quando cortam-se 3 zeros,, ex: 1:20.000 =
1mg/20ml= 0,04mg/ml!

Revisão dos principais AL:

1. Procaína:
→ Classificação: éster
→ rapidamente hidrolisada no plasma pelas pseudocolinesterases plasmáticas
→ uso parenteral
→ propriedades vasodilatadoras
→ Meia- Vida: 6 minutos
→ Maior incidência de alergias
→ DMR: 1000mg
→ Não utilizado

2. Cloridrato de lidocaína:
→ Classificação: amida
→ Usado como padrão de comparação com todos os anestésicos
→ Propriedades vasodilatadoras: menor que a procaína
→Metabolização hepática
→ Início de ação: 2 a 4 minutos
→ Meia vida: 90 minutos
→ DMR: 4,4 mg/kg (com vaso)
→ cada tubete: 36mg
→ associada à epinefrina (1:50.000 e 1:100.000).

3. Cloridrato de mepivacaína
→ Classificação: amida
→ apresenta um menor poder de vasodilatação, por isso pode ser encontrada sem vaso
→ Metabolização hepática e excreção renal
→ Início de ação rápida: 1 a 2 min
→ meia-vida: 1,9 h ou 120 min
→DMR: 4,4mg/kg
→ Cada tubete de 1,8ml: 54mg (sem vaso) e 36mg (com vaso)

4. Cloridrato de prilocaína

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→o tipo amida
→ maior propriedade vasodilatadora das amidas
→ início de ação: 2-4min
→ meia-vida: 1,6h
→ metabolização: induz formação de metemoglobina (evitar em pacientes com alterações
respiratórias/cardiovasculares!)
→ quando associado à felipressina, é indicado p/ hipertensos e diabéticos!
→ DMR= 6,0mg/kg

5. Cloridrato de bupivacaína:
→ do tipo amida
→ início de ação: requer + tempo: 6-10 min
→ meia-vida: 2,7h
→ propriedade vasodilatadora: maior que lidocaína, prilocaína e mepivacaína e menor que procaína
→ DMR= 1,3 mg/kg
→ Indicações: procedimentos prolongados e controle da dor pós operatória
→ Não recomendada em pacientes c/ risco de lesão pós operatória

6. Cloridrato de articaína:
→ do tipo amida
→ propriedades vasodilatadoras igual à lidocaína
→ início de ação: 1-2min
→ meia-vida: 0,5h
→ início de ação rápido e alta taxa de sucesso, poder de penetração
→ popular nos EUA e Europa
→ Indicações:
1) anestesia de tecidos moles palatinos p/ infiltração vestibular;
2) anestesia pulpar e lingual p/ infiltração na mandíbula.
→ DMR: 7 mg/kg

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Técnicas anestésicas maxilares
- Calibre é o diâmetro da luz da agulha 25, 27 e 30 (a de 25 é mais grossa e a de 30 mais fina)
- Tamanho das agulhas

- Agulha longa: 32mm 25 G ou 27G (Calibre)


- Agulha curta: 20mm,27G ou 30 G (Calibre)

Técnicas de injeção maxilar:

1. Bloqueio do nervo alveolar superior posterior

2. Bloqueio do nervo alveolar superior médio

3. Bloqueio do nervo alveolar superior anterior

4. Bloqueio do nervo palatino maior

5. Bloqueio do nervo nasopalatino

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Bloqueio do nervo alveolar superior posterior:
● Nomes comuns:
- Bloqueio da tuberosidade
- Bloqueio zigomático

● Nervo anestesiado
- Alveolar superior posterior e ramos

● Área anestesiada
- Polpa dos molares (exceção raiz MV do primeiro molar)
- Periósteo bucal osso adjacente
Mucobucal (segundo molar)

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OBS: o dente mais difícil de realizar a anestesia é o primeiro molar superior, haja vista que precisa
realizar três técnicas para anestesiá-lo. São elas: Bloqueio do nervo alveolar posterior, alveolar
superior médio e palato. Será cobrado na PROVA.

OBS 2: as técnicas de bloqueio dos nervos alveolares não se difundem para o palato. Contudo, o
anestésico articaína consegue se difundir para os outros tecidos. É um anestésico muito bom

● Indicações
- Tratamento dentário envolvendo 2 ou mais molares
- Injeção supraperiostal é contraindicada. É ineficaz

● Contraindicações
- Possibilidade de hemorragia→ injeção supraperiostea/ligamento periodontal (plexo venoso
pterigoideo)

OBS 3: essa técnica anestésica possui sensação subjetiva para o paciente. Dessa forma, é preciso
pegar algum objeto pontiagudo e checar se o paciente está sentindo algum desconforto.

● Vantagens
- Injeção atraumática
- Elevada taxa de sucesso
- Número mInimiza de injeções
- Minimiza volume total anestésico

● Desvantagens
- Risco de hematoma
- Técnica mais arbitrária (ausência de referências ósseas)
- Segunda injeção requerida (raiz MV do primeiro molar)

● Técnica
1. Agulha longa (Calibre 25 ou 27)
2. Prega mucobucal (2° molar). Ápice do segundo molar
3. Alvo: nervo alveolar posterior
4. Conjunto seringa-agulha voltado para dentro, para trás e para cima, ou 45°
5. NUNCA botar o conjunto para fora, pois tem o plexo venoso pterigóideo
6. Referências: fundo de sulco, tuberosidade, processo zigomático
7. Orientações do bisel: voltado para o osso

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● Procedimento
- Preparar o tecido
- Orientar o bisel agulha
- Retrair bochechas
- Inserir a agulha em 45º plano do oclusal e plano sagital mediano

● Procedimento
- Avançar a agulha até a profundidade desejada (16 mm)
- Aspirar (AUTOMÁTICA)
- Injetar lentamente (0,9 a 1,8 ml/ 30-60s)
- Aguardar 3 a 5 minutos

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● Sinais e sintomas
- usualmente sem sintomas
- ausência de dor durante o tratamento

● Falhas
- agulha muito lateral
- agulha muito baixa
- agulha muito posterior

● Complicações:
- hematoma (plexo venoso pterigóideo)
- anestesia mandibular

Bloqueio do nervo alveolar superior médio


● Nervo anestesiado
- Nervo superior médio e ramos

● Área anestesiada
- Polpa dos pré-molares
- Raiz MV do 1° molar
- Tecidos moles bucais e osso adjacente

● Indicações;
- tratamento dentário envolvendo somente pré-molares
- bloqueio do nervo infra-orbitário falha na anestesia distal do canino

● Contra-indicações:
- infecção ou inflamação da área: a técnica do bloqueio do nervo alveolar superior médio é
indicada no caso de uma inflamação no local, haja vista que não será possível realizar a

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técnica infiltrativa, pois a área terá um Ph ácido. Em meio ácido, o anestésico local se ioniza e
diminui sua eficácia.]
- Nervo ausente (inervação pelo ASA).

● Vantagens
- minimiza números de injeções e volume de anestésico

● Desvantagens:
- nenhuma

OBS: nas técnicas de bloqueio são usadas agulhas mais grossas para evitar a deflexão. E além disso,
a dor é a mesma independente do calibre da agulha

● Técnica:
1. agulha curta ou longa (calibre 25)
2. Prega Mucobucal do 2° pré-molar
3. alvo→ osso superior ao ápice do 2° pré-molar
4. referências → fundo do sulco acima do 2° pré-molar
5. orientação do bisel: voltado para o osso

● Procedimento:
- Preparar os tecidos (se for necessário passar anestésico tópico)
- Afastar lábio para tensionar tecido
- Orientar bisel agulha

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- Introduzir a agulha (2° pré)
- Aspirar (automático)
- Injeção lenta (0,9 a 1,2 ml- 30 a 45s)
- Aguardar 2 a 3 minutos

● Sinais e sintomas
- anestesia do lábio superior
- ausência de dor durante o tratamento

● Falhas:
- deposição do anestésico em posição errônea
- osso zigomático evitando a difusão do anestésico

● Complicações:
- raras
- hematoma

Bloqueio do nervo infra-orbitário:

● Nervos anestesiados:
- alveolar superior anterior
- alveolar superior médio
- palpebral inferior
- nasal lateral
- labial superior

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● Áreas anestesiadas: PROVA
- Polpa dos incisivos e caninos
- Pré-molares e raiz MV do 1° molar → 72%
- Tecidos moles bucais e osso subjacente
- Pálpebra inferior, face lateral do nariz e lábio superior

ou seja: incisivos centrais até pré-molares superiores, tecido mole bucal, pálpebra inferior, face
lateral do nariz e lábio superior

OBS: se por ventura afetar a parte motora da pálpebra inferior→ ptose, anestesia do nervo facial
(problema, porém em cerca de 3 à 4 horas o paciente volta ao normal.)

● Indicações:
- procedimentos envolvendo mais de 2 dentes
- inflamação e infecção
- ineficácia das injeções supraperiosteas

● Contra-indicações:
- tratamento de pequenas áreas
- hemostasia de determinada é desejável

● Vantagens:
- técnicas comparativamente simples e segura
- (minimiza injeções/volumes anestésicos)

● Desvantagens:
- psicológicas (profissional e paciente)
- anatômicas (pontos de reparo)

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● Técnica
1. Agulha longa (calibre 25)
2. Fundo de sulco (1° pré-molar)
3. Alvo→ forame-orbitário
4. Referências: prega mucobucal, forame infraorbitário
5. orientação do bisel: voltado para o osso
6. procedimento

● Procedimento:
- assumir a posição correta (10h)
- decúbito dorsal/pescoço estendido
- preparar os tecidos
- localizar o forame infra-orbitário
- manter dedo/marcar local
- afastar lábio
- orientar o bisel
- introduzir a agulha (1° pré)
- orientar a agulha em direção ao forame (paralela ao longo eixo)
- penetração agulha (16mm)
- aspirar (automático)
- injeção lenta (0,9 a 1,2ml- 30 a 45s)
- aguardar 3 a 5 minutos

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● sinais e sintomas:
- dormência pálpebra inferior, lateral do nariz e lábio superior
- dormência nos dentes e tecidos moles inervados pelos nervos alveolares anterior e médio
- ausência de dor durante a terapia

● Falhas:
- agulha encontra osso inferior ao forame infra-orbitário (ausência anestesia dentária)
- desvio da agulha

● Complicações:
- hematoma (raro)

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Anestesias palatinas

● Etapas:
→ Anestésico tópico adequado
→ Pressão sobre o local da injeção (antes e durante)
→ Controle da agulha
→ Deposição lenta do anestésico
→ Convicção de que o procedimento pode ser atraumático

● Tipos:
1. palatino maior
2. nasopalatino
3. infiltrativas

Bloqueio do nervo palatino maior:


● Nome comum:
- bloqueio do nervo palatino anterior

● Nervo anestesiado:
- nervo palatino maior

● Áreas anestesiadas:
- porção posterior do palato duro e tecidos moles sobrejacentes (até o 1° pré-molar e linha
média)

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● Indicações:
- anestesia de tecidos moles
- procedimentos cirúrgicos ou periodontais

● Contra-indicações:
- infecção/inflamação local
- tratamento de pequenas áreas

● Vantagens:
- minimiza número de perfurações e volume anestésico
- minimiza desconforto

● desvantagens:
- hemostasia apenas na área da injeção
- potencialmente traumática

● Técnica:
1. agulha curta (calibre 27)
2. tecido mole ligeiramente anterior ao forame palatino maior
3. alvo: nervo palatino maior

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● Procedimento:
- Assumir posição correta (lado direito→ 7h)
- Localizar o forame palatino maior
- preparar o tecido (1 a 2 mm anterior)
- aplicar pressão sobre o forame
- direcionar seringa/bisel para tecido mole
m exe
com- penetrar pouco e injetar o anestésico
- continuar compressão
- avançar até o osso palatino
- aspirar
- injeção lenta
- aguardar 2 a 3 minutos

● Sinais e sintomas
- dormência porção posterior do palato
- ausência de dor durante o tratamento

● Falhas:
- solução depositada anteriormente → sucesso parcial
- anestesia do 1° pré-molar → fibras superpostas do nervo nasopalatino

● Complicações:
- incidência extremamente baixa
- isquemia e necrose→ vasoconstritores mais concentrados

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- hematomas (raros)

Bloqueio do nervo nasopalatino:


● Área anestesiada:
- Porção anterior do palato duro e tecidos moles adjacentes (entre 1° pré-molares)

● Técnica de penetração única da agulha:


1. agulha curta (calibre 27)
2. mucosa palatina lateral à papila incisiva
3. alvo→ forame incisivo
4. trajeto introdução→ 45° com a papila incisiva

● Procedimento:
- bisel para tecidos isquêmicos
- penetrar pouco e injetar anestésico
- manter compressão
- avançar agulha em direção ao forame
- aspirar
- injetar lentamente (¼ tubete)
- aguardar 2 a 3 minutos

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ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DA EXODONTIA

→ Acidentes
são aqueles que ocorrem durante o ato cirúrgico

→ Complicações
são aquelas que irão surgir, seja logo após o ato operatório ou durante o pós-operatório

Os acidentes mais comuns, são:


- fraturas ósseas, coronárias e radiculares
- lesões no dentes vizinhos ou do arco oposto
- invasão ou penetração do seio maxilar
- lesões nos tecidos moles adjacentes, vasos e nervos

E as complicações mais comuns, são:


- dor pós operatória
- edemas (inflamação no local)
- hematomas (acomete mais idosos por ter maior fragilidade dos vasos)
- hemorragias
- alveolites (desintegração do alvéolo, sintomas: forte sensação dolorosa no local da
exodontia e se inicia no 3 ou 4 dia pós procedimento e não passa com analgésicos)
- infecções locais ou sistêmicas

Como evitar, então, que acidentes e complicações aconteçam?

● Avaliação pré-operatória
● Boa anamnese (analisando o histórico médico)
● Planejamento cirúrgico
● Exames complementares: como a radiografia (incluindo toda a área de cirurgia, ápice das
raízes, estruturas locais e regionais)
● Execução do procedimento com cautela
● Assepsia e antissepsia

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Além disso, há vários aspectos que sempre devem ser analisados:

1. Anatomia
2. Instrumental
3. Condições do ambiente operatório
4. Orientações ao paciente

Nem sempre você conseguirá realizar todas as cirurgias, por isso, é importante entender e realizá-la
quando dentro de suas capacidades. Para isso, é importante que se tenha:
- contato com médicos
- contato com colegas de especialidades diferentes
- hospitais próximos
- treinamento dos auxiliares

DANOS AOS TECIDOS MOLES

Acidente

- Acontece quando há a realização de um retalho inadequado (falha no planejamento)


- Falta de atenção no manejo da mucosa
- Pode acontecer devido ao uso de brocas, descoladores, extratores ou cinzéis
- Utilização de força excessiva e descontrolada

● Dano mais comum: Laceração de mucosa e segundo mais comum: Punção

Como prevenir?
- Criação de tamanho adequado de descolamento do tecido para evitar tensão nele
- Controlar a força na retração do retalho
- Criação de incisão de alívio quando indicado

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FRATURAS RADICULARES

Acidente

- Raízes longas, curvas ou divergentes que se encontram em osso denso ou compacto são
as mais propensas a fraturas
- Acontece devido a ausência de osteotomia/seccionamento

OBS: após a fratura, é aceitável deixar de 1 a 2mm de raiz após a extração do elemento se este não
houver lesão periapical e se estiver aderida, porém, deve-se informar ao paciente! Se estiver mole,
tem que tirar! pois os neutrófilos podem reconhecer como corpo estranho e gerar pus, infecção, etc!
com exe
Procedimento:
- Verificar o grau de luxação do dente antes da fratura
- Radiografia periapical
- Visualização adequada (confecção de retalho, irrigação, aspiração)
- Extratores apicais (executar movimentos cuidadosos, sem força excessiva)

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FRATURA DE TÁBUAS ÓSSEAS

Acidente

● Causa: força excessiva do fórceps

● Cirurgia pela técnica aberta deve ser considerada quando na radiografia se observa a
possibilidade de fratura do processo alveolar

● Pacientes mais idosos tendem a ter ossos menos elásticos, sendo assim, mais propensos
a fraturar.

Quando há fratura de tábua óssea, a extração ou não do dente fica pela escolha do dentista.
Segundo o Malamed, afirma-se que pode deixar ou não o dente quando este estiver aderido a
tábua óssea.

Se o cirurgião dentista decidir deixar o dente na cavidade oral: neste deve ser realizado uma
esplintagem (união do dente vizinho ao fragmento quebrado (podendo ser através de resina,
bráquetes, fio ortodônticos, etc) e após isso, observar o paciente para ver se há a regeneração da
tábua óssea, geralmente indica-se a observação de 45 a 90 dias para ver a maturação óssea.

Já se o cirurgião dentista decidir remover o dente, este deve retirar a tábua óssea fraturada.

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DANOS AOS DENTES ADJACENTES

Acidente

- Fratura de restaurações (limpeza do alvéolo)


- Fratura dentária (cárie)
- Fratura de próteses/coroas protéticas
- Liberação súbita do alvéolo (fórceps)
- Desgastes durante ostectomia ou seccionamento

Prevenção:
- Luxar bem os dentes e ir com o fórceps devagar para evitar que com a retirada do elemento,
se colocado muita força em dentes superiores, acabar batendo o fórceps nos dentes da
arcada inferior!
- Posicionamento correto dos extratores (apoio em tecido ósseo)
- Adequada apreensão do fórceps
- Exame radiográfico
- Atenção no uso de instrumentos rotatórios

Procedimento:
- Restaurar, quando possível ainda que de forma provisória, o dente/prótese afetado evitar
dor no pós-operatório imediato
- Luxação/avulsão → contenção
- Tratamento definitivo (dentística, endo, prótese, exodontia, implante)

OBS: é importante avisar o paciente!

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DANOS AOS NERVOS

Acidente

Nervos:
- Alveolar inferior
- Lingual
- Bucal
- Mentural
- Infra-orbitário
- Nasopalatino

→ A parestesia pode ser parcial ou total


- parcial: quando se estica o nervo, sendo assim, temporária
- total: quando secciona o nervo, sendo assim, permanente.

→ O dano pode ser temporário ou permanente

→ Relatos de 2 dias a 2 anos de parestesia


com ex
Parestesia → formigamento → agulhada normalidade (volta a se sentir)

→ Não há tratamento comprovadamente eficaz


mas há estimulantes como:
- vitaminas do complexo B
1 comprimido por dia durante 90 dias;
- ETNA (que também tem vit do complexo B e outros estimuladores)
- CITONEURIN)
- Laserterapia 1 dia sim e outro não por 7 dias (é só até no máximo 7 dias)

DESLOCAMENTO DE DENTES OU RAÍZES


- Seio maxilar
- Espaço infra-temporal
- Fossa pterigo-maxilar
- Espaço submandibular

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Manobras cirúrgicas fundamentais
Para se realizar uma exodontia, há passos que são fundamentais para a realização desta, sendo assim
denominados de "Passos Cirúrgicos"

1. Diérese
2. Hemostasia
3. Exérese
4. Síntese

1.Diérese
↪ Manobra cirúrgica destinada a criar uma via de acesso através dos tecidos
- Incisão
- Bisturi- numeração
- Diferentes lâminas: mais utilizada na odontologia é a 15
- Manejo: início → fim

- Bisturi elétrico: corta e coagula


- Laser: de iodo (qualidade de hemostasia boa) e de érbio (corta osso, tecido mole)

1.1 Propriedades de incisão


a. Irrigação sanguínea do retalho
- incisão convergentes para o ápice
- X>2Y: base maior que duas vezes sua altura
- Inclusão de vaso sanguíneo
- Técnica atraumática: boas pinças, descolar de forma eficiente
b. Respeito à integridade tecidual
c. Permitir ampliação: para avaliação da área

d. Apoio em tecido ósseo sadio: para permitir a integridade do tecido

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1.2 Tipos de incisão
↪ A seleção do tipo de incisão deve favorecer a reparação tecidual e ir de acordo com a anatomia do
caso

I) Incisão sulcular/linear
Bisturi perpendicular ao longo eixo do dente acompanhando os sulcos gengivais

II) Incisão angular

III) Incisão de peter-novak


"Formato de W mas acompanhando os sulcos"

IV) Incisão de partsch


Em formato de "MEIA LUA"
* Realizada em ápicetomia!
*Preserva a papila, região de ápice

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V) Incisão de wasmund
Em formato de "W"
*Preserva a papila, região de ápice

1.3 Secção

Seccionar é dividir ou cortar os tecidos com uso de material cortante


- Instrumentos: Bisturi, Tesouras, Lâminas

1.4 Divulsão
Separação dos tecidos, plano a plano

- Utiliza-se tesoura metzembaum, descoladores, pinças hemostáticas


- Pinças hemostáticas (ranhuras de secção paralelas) X porta agulha (possuir maior força de
apreensão, ranhuras cruzadas)

1.5: Osteotomia:
- diérese de tecido duro
- Utiliza-se instrumentos rotatórios, cinzéis, serras
- Não há objetivo de remoção, apenas dividir o osso
- confecção de enxertos autógenos
- cirurgias ortognáticas
- indicada para pacientes com dentes inclusos

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osteotomia → cortar o osso
ostectomia → remover o osso

1.6: Odontosecção
- instrumentos rotatórios, cinzéis
- permite a exodontia de dentes complicados

2.EXÉRESE

↪ Manobra pela qual retira-se a porção ou todo o órgão

2.1 Ostectomia
- Utilizam-se instrumentos rotatórios e fresas
- cinzel e martelo
- pinças goivas e osteótomos
- limas (sempre no movimento de puxar e não de empurrar)

2.2: Propriedades da ostectomia:


- Deixar sem irregularidades → para não gerar inflamação

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- Uso de instrumentos cortantes
- Resfriamento contínuo → instrumento rotatório com pouco resfriamento gera calor e se
deteriora
- Permite uma adequada visualização

2.3 . Curetagem
É a manobra cirúrgica pela qual remove-se formações estranhas (lesão periapical)
- Remoção de tecido patológicos no interior do tecido ósseo
- Tratamento da loja óssea
- Risco de dano a estruturas vásculo-nervosas
- Sempre analisar a radiografia para ver relacionamento com seio por ex.
- Utiliza-se a Cureta de Lucas

2.4 Avulsão
- Pinça Halsted (mosquito)
- Usada para remover qualquer remanescente de folículo dental, se presente.

2.5: Osteotomia: diérese de tecido duro


- Utiliza-se instrumentos rotatórios, cinzéis, serras
- não há objetivo de remoção, apenas dividir o osso
- confecção de enxertos autógenos
- cirurgias ortognáticas

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- indicada para pacientes com dentes inclusos

osteotomia → cortar o osso


ostectomia → remover o osso

2.6: Odontosecção
- instrumentos rotatórios, cinzéis
- permite a exodontia de dentes complicados

3. HEMOSTASIA
↪Consiste nas manobras para interrupção do sangramento

→ Instrumentos:
- pinças hemostáticas

3.1 Classificação das hemorragias:


- Origem: (prova*)
I) venosa
II) arterial
III) capilar
- Etapa operatória: trans e pós-operatória
- Pós operatória: imediata ou tardia

→ Manobras temporárias:
- Compressa com gaze

Produtos farmacêuticos:

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- Esponja de fibrina (hemospon)
- Celulose oxidada regenerada (mais cara porém melhor)
- Cera para osso

→ Manobras definitivas:
- Ligadura com fios
- Pinçamento
- Eletrocirurgia
- Cauterização

4. SÍNTESE
↪ Manobra que visa manter reposicionadas as estruturas anatômicas que foram rompidas ou
interrompidas durante o ato cirúrgico , devolve a anatomia e função da área operada. É
representada pela sutura

Funções:
- Imobilização da ferida
- Redução dos espaços anatômicos, é preciso suturar plano a plano até a pele
- Estabilização do coágulo
- Força da sutura: ideal é 10N
- Fio fino com pouca pressão → NÃO se fecha ferida sob tensão, pois isquemia
! Se a mucosa ficar branca é porque foi suturado com muita força

Material para síntese:


- Porta-agulha (maio-hegar)
- Fio de sutura
- Agulha

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Propriedades do fio ideal:
- Grande resistência à tração e a torção
- Calibre fino e regular
- Mole, flexível e pouco elástico
- Ausência de reação tecidual
- Fácil esterilização
- Resistência a re-esterilização
- Custo baixo

Propriedades da sutura:
- Sutura atraumática
- Adequada tensão: se apertar demais acontece deiscência (separação), se for ideal acontece
reparo
- Bordas cruentas
- Sutura plano-a-plano

Tipos de sutura:

→ Periosteal: não tem intenção de unir as bordas

→ Simples interrompida

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→ Colchoeiro horizontal ou em U

→Colchoeiro vertical

→ Cruzada em X

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Conclusões:
→ diferentes manobras
→ conhecimento adequado
→ menores acidentes
→ complicações

Resumo:
1. Diérese: Manobra cirúrgica destinada a criar uma via de acesso através dos tecidos
2. Exérese:Manobra pela qual retira-se a porção ou todo o órgão
3. Hemostasia:Prevenção de perda excessiva de sangue durante a cirurgia
4. Síntese:Manobra que visa manter reposicionadas as estruturas anatômicas que foram
rompida ou interrompidas durante o ato cirúrgico

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TÉCNICAS CIRÚRGICAS EXODÔNTICAS

A exodontia é o ramo da cirurgia buco-maxilo-facial que se destina ao tratamento da exérese dos


elementos dentários

São duas as técnicas para exodontia:

1. Exodontia pela técnica fechada (conservadora)


→ Utiliza-se fórceps ou alavanca
→ Sem seccionamento dental
→ Com seccionamento dental

2. Exodontia pela técnica aberta


→ Incisão
→ Rebatimento de retalho
→ Osteotomia (com seccionamento cirúrgico do dente)

Fórceps dental
São pinças anatômicas constituídas de cabo, articulação e ponta ativa destinados a exérese dental

- Fórceps para dentes superiores: cabo e ponta ativa no mesmo plano


- Fórceps para dentes inferiores: cabo e ponta ativa formam ângulo reto ou obtuso
- Ponta ativa dos fórceps: devem possuir anatomia adequada para prenderem ao colo do
dente ao qual se destinam; deve apreender o mais apical possível; deve permanecer
paralelas ao longo eixo dental

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FÓRCEPS INDICAÇÃO

150 Incisivos, caninos e pré molares superiores

151 Incisivos, caninos e pré molares inferiores

18R Molares superiores direitos

18L Molares superiores esquerdo

17 Molares inferiores de ambos os lados

16 Molares inferiores de ambos os lados

69 Raízes residuais de dentes superiores e


inferiores

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EXODONTIA PELA TÉCNICA FECHADA
- Sem seccionamento dental
- Extração no sentido do eixo de implantação (podendo sofrer seccionamento de coroa ou
raízes)
- Utiliza-se o fórceps ou alavanca

→ Forças de manutenção dos braços do fórceps


- é uma força estática;
- não deve ser menor que a força de deslocamento dental;
- mantém as pontas ativas do fórceps firmemente no colo dental

→ Força de deslocamento dental


- força dinâmica, ativa
- desloca o dente de um ponto A para o ponto B

São 05 os movimentos de luxação dos dentes:

1. Pressão apical do fórceps no dente


→ movimento que determina a expansão óssea e ruptura do ligamento periodontal (intrusão)
→ O dente é impelido de encontro ao ápice alveolar
→ Rompimento das fibras periodontais
→ criação de um ponto de contato para o ápice radicular

OBS: a maior força será sempre para o lado que tiver a lâmina óssea menos densa, no caso dos
superiores, é a vestibular, e nos inferiores, na lingual.

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2. Movimento de lateralidade
→ Pressão no sentido vestibular para expansão da cortical óssea vestibular
→ movimento que determina a luxação do dente
→ movimento sempre para a tábua de menor espessura
→ deslocamento do dente de um ponto A para um ponto B

3. Movimento de lateralidade
→ Pressão no sentido lingual/palatino
→ expansão da cortical óssea vestibular

4. Movimento de rotação
→ pressão rotacional intermitente no sentido horário e anti-horário
→ determina a expansão interna do alvéolo e rompimento de ligamentos periodontais

OBS: apenas para dentes uniradiculares e que não possua achatamento de raiz no sentido mésio
distal!

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5. Movimento de tração ou expulsão

→ Deve obedecer a inclinação do longo eixo de implantação do dente em relação ao alvéolo


→ Elementa o dente de seu alvéolo

Resumo dos 05 movimentos do fórceps:

Passo a passo para exodontia:

1. Anestesia

2. Sindesmotomia
desinserção das fibras dentais e gengivais que ficam aderidas ao colo dental (descolamento, com
sindesmótomo ou descolador de molt)

3. Pressão para estancar sangramento (formação do coágulo, pinça hemostática,etc)
OBS: a estabilidade do coágulo é importante, e não deve-se recomendar o bochecho após uma
exodontia, pois o coágulo pode se soltar e ir para outros lugares, podendo ocasionar uma trombose.

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4. Retirada do dente com alavanca ou fórceps

5. Sutura

ALAVANCAS
São instrumentos potentes capazes de luxar e remover um dente de seu alvéolo ou loja óssea.

Composição:
cabo, haste e lâmina.

OBS: o cabo deve ser alinhado com a haste para permitir que seja empunhado na palma da mão

Tipos:
1) Elevadores Seldin
2) Elevadores Apexo
ideais para remoção de restos radiculares
3) Elevadores Potts
4) Elevadores heidbrink

Ação de cunha:
A lâmina da alavanca é introduzida entre a superfície óssea alveolar e a superfície radicular. Esta é
baseada na teoria que dois corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

Ação de alavanca:
Potência: força aplicada ao nível do cabo da alavanca
Ponto de apoio: septo interdental, interradicular

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Resistência: dente ou raiz à ser extraído (*NUNCA o dente vizinho)

Ação rotacional:
O cabo do extrator é submetido a uma torção, conferindo a lâmina esse movimento em menor
amplitude com maior potência

OBS: o uso da alavanca para exodontia é utilizado quando não há ponto de apoio para a inserção do
fórceps!

EXODONTIA PELA TÉCNICA ABERTA

- O dente sofre um ou mais seccionamentos


- Finalidade da secção: simplificar a extração dental, redução do trauma cirúrgico e o tempo
operatório
- Indicações: quando o dente não está incluso, normalmente, é usada para remoção de
terceiros molares;
quando necessitar de força excessiva para extrair o dente (e esta pode resultar em fratura
de osso, logo deve ser evitado);
na possibilidade de insucesso da técnica fechada.

Tipos de seccionamento dental:

1. Seccionamento paralelo ao longo eixo dental (1 e 2 molar inferior)

Indicação: quando se observa na radiografia uma raiz ampla e longa, sendo difícil a extração
- Seccionamento da coroa entre as raízes distal e mesial com a broca
- No sentido vestíbulo-lingual individualizando-as
- A extração radicular segue mecânica da exodontia com uso de fórceps ou alavanca

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2. Seccionamento perpendicular ao longo eixo dental

- A broca é passada em uma das raízes a nível da bifurcação no sentido mésio distal,
seccionando-a
- Exodontia à fórceps da coroa juntamente com a raiz não seccionada
- Completa extração removendo a raiz seccionada com as alavancas

3. Seccionamento perpendicular da coroa ao longo eixo dental (1 e 2 molar inferior)

- Seccionamento de toda coroa a nível da bifurcação das raízes no sentido mésio-distal


- Completa o seccionamento as raízes com a broca, individualizando-as
- Exodontia é terminada, removendo-se uma das raízes seccionadas com a alavanca

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4. Seccionamento perpendicular ao longo eixo dental (1 e 2 molar superiores)

- A broca é passada no nível da bifurcação das raízes vestibulares no sentido mésio-distal


- Remove-se a coroa junto com a raiz palatina não seccionada
- Completa odontosecção das raízes vestibulares, removendo-as com fórceps ou alavancas

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TRATAMENTO PÓS EXODÔNTICO DOS ALVÉOLOS

Após a exodontia, deve-se verificar:


*prova

1. Higidez das tábuas ósseas internas e externas


2. Preenchimento total do alvéolo por sangue
3. Altura, espessura e formas dos septos radiculares
4. Existência de espículas
(pequenas pontinhas de osso fixo) e espírolas (pedacinhos de osso solto) ósseas
5. Necessidade de curetagem
(elementos dentários que tenham lesão periapical e periodontal)

Cuidados pós- exodônticos do alvéolo

- Inspeção da integridade das paredes ósseas


- Remoção de lesões apicais e/ou tecidos de granulação
- Remoção de corpos estranhos e fragmentos ósseos, dentários e de restaurações (em
cirurgias mais complicadas em que o dente é fragmentado)
- Preenchimento do alvéolo por sangue
- Regularização óssea e do septo, se necessária (lima osso, pinça goiva)
- Compressão das corticais expandidas (manobra de chompret)
- Irrigação
- Sutura e pressão com gaze
- Sutura: as bordas gengivais (papilas) devem ser regularizadas e suturadas

Caso não aconteça a formação do coágulo, pode-se formar uma alveolite, pois a bactéria adentram
o alvéolo e geram infla
mação

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Os septos radiculares não devem ser tão pontudos, transpassando o alvéolo. Caso isso aconteça,
estes devem ser removidos. Além disso, deve-se verificar sua higidez para analisar se não está
``solto``

A técnica de Chompret consiste na


compressão das duas paredes de um alvéolo dentário. Tem como finalidade fazer com que o
alvéolo dentário, dilatado no transcorrer da exodontia, volte à sua posição primitiva. Dessa
maneira, o profissional da odontologia utiliza os dedos para pressionar a parede lingual e vestibular
do alvéolo, logo após a remoção de um dente. Porém, não é mais utilizada.

Passo a passo, ex:


1. Planejamento de um molar com 2 raízes
2. Incisão para encontrar a furca, por meio da broca
3. Cortar o dente ao meio (odontosecção)
4. Alavanca para luxar e terminar de quebrar o dente
5. Tira a raiz distal
6. Depois a raiz mesial
7. Inspecção do alvéolo
8. Olhar o septo ósseo
9. Analisar se tem presença de espículas
10. Pinça goiva para remover o septo ósseo proeminente e espículas
11. Se possuir área cortante utiliza-se a lima osso
12. Curetagem pois na radiografia possui lesão periapical
13. Sutura

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CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO DAS HEMORRAGIAS

Acidente cirúrgico
é a quebra do planejamento do ato operatório que ocorre durante o seu desdobramento (durante
a cirurgia em si)

Complicação cirúrgica
é a quebra do planejamento do ato operatório que ocorre já no pós-operatório

CAUSAS DE ACIDENTES RIPUDU

1. Radiografias insuficientes ou mal feitas


2. Inadequada seleção da técnica cirúrgica
3. Planejamento cirúrgico pouco abrangente
4. Desconhecimento da anatomia regional
5. Uso inadequado de técnicas cirúrgicas
6. Uso inadequado de instrumentos cirúrgicos

Definição da hemorragia:
é a saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para
cavidades pré-formadas do organismo

Locais em que ocorrem hemorragias ou as vias através das quais flui o sangue:

→ Otorragia (sangramento no ouvido)


→ Enterorragia (hemorragia originada no interstício)
→ Fatnorragia* (hemorragia no alvéolo dentário)

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● Cavidades pré-formadas:
- hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio, ventricular

Cascata da coagulação normal:


Lesão vascular → Contração vascular → exposição de fibras colágenas → liberação de
tromboplastina tecidual → adesão plaquetária → tampão hemostático temporário → tampão
hemostático definitivo

OBS: a rede de fibrina impede a saída do sangue, mantendo o coágulo estável.

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CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

Quanto a localização:

→ Interna:
- Pode ser espontânea (pacientes com coagulopatias, anticoagulação terapêutica), ou
traumática (lesão na raiz dentária ou em zonas próximas dos dentes)

Exemplos: petéquia, equimose, hematoma, bossa sanguínea

Diferença entre equimose x hematoma:

- Na equimose a lesão são de vasos superficiais e é marcada pelo extravasamento/infiltração do


sangue de maneira difusa (arroxeamento) pelos tecidos do corpo, e não necessita de tratamento.

- No hematoma, a lesão é de um vaso maior e forma uma cavidade de sangue que não se
difunde para os tecidos (consistência endurecida). O hematoma precisa de tratamento! Caso não
tratado, o hematoma gera infecção!
- Tratamento para hematomas menores: antibiótico
- Tratamento para hematomas maiores: antibióticos e drenagem

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→ Externa:

Externa quanto ao momento:

- Primária: acontece no momento da cirurgia


- Secundária: acontece depois de liberar o paciente

OBS: o tratamento de uma é diferente da outra!

Externa quanto à natureza:


- arterial
- venosa
- capilaR

Hemostasia alveolar
- No alvéolo, temos tecidos altamente vascularizados

- Ferida em tecido mole e ósseo: tem-se uma dificuldade de tamponamento

- Atividade muscular da língua:


→ desloca coágulos
→ realiza pressões negativas

- Enzimas salivares

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→ fibrinólise (responsável pela dissolução progressiva da fibrina e assim do coágulo)

ETIOLOGIA DAS HEMORRAGIAS


→ Falhas na técnica cirúrgica
→ Alterações sistêmicas
→ Uso de drogas

Macete pra decorar: (FAU)

1. FALHAS NA TÉCNICA CIRÚRGICA


- Laceração do feixe alveolar inferior
- Ruptura de pequenos vasos
- Sutura inadequada

2. ALTERAÇÕES SISTÊMICAS

- Anamnese
Hemorragias prévias; HM familiar

- Hipertensão
140 (sistólica)/90 mmHG (diastólica)

- Hepatopatias (patologias relacionadas ao fígado)

- Coagulopatias (patologias relacionadas aos fatores da coagulação)

HEPATOPATIAS PROVA*

→ Fatores vitamina "K" dependentes


A vitamina K participa ativamente do processo de coagulação. (Fator II,VII, IX, X). Se um
fígado não fabrica esses fatores, teremos uma atividade plaquetária ineficiente e
coagulação defeituosa, ocasionando uma coagulopatias.

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→ Hiperesplenismo
é a condição médica em que, pelo aumento do volume do baço, a sua capacidade de reter e
armazenar células sanguíneas aumenta, levando a redução no número de eritrócitos, de leucócitos
e de plaquetas circulantes
Se o baço está com uma função aumentada, o paciente possui uma menor quantidade de
plaquetas.
- Acontece uma sequestração plaquetária

- Trombocitopenia
(consiste em um número reduzido de plaquetas (trombócitos) no sangue, o que aumenta o
risco de hemorragia, devido a um acúmulo de de plaquetas no interior do baço aumentado)

→ Paciente cirrótico
É um paciente que sangra muito, pois a cirrose causa uma distorção disseminada da estrutura
interna do fígado que ocorre quando uma grande quantidade de tecido hepático normal é
permanentemente substituída por tecido cicatricial não funcional.

COAGULOPATIAS

→ Hemofilia A, hemofilia B
→ Doença de von willebrand (mais comum)
→ Desordens plaquetárias
- nesse caso, deve-se realizar interconsulta com hematologista, transfusão seletivas e
ingestão de antifibrinolíticos

3. USO DE DROGAS

- Aspirina: inibe a agregação plaquetária, dificultando a formação do coágulo

- Anticoagulantes: IAM, AVC, válvulas cardíacas protéticas

- Antibióticos de largo espectro: reduzem a absorção de vitamina K (importante pros


fatores de coagulação)

- Álcool (aumenta o tempo necessário para a coagulação)

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- Anticancerígenos (quimioterápicos reduzem o número de plaquetas)
*5 letras A*

Prevenção
✓ Interconsulta com o médico
Suspensão de medicamentos (?)

✓ Realizar cirurgia atraumática


- sem espículas ósseas
- sem sangramentos ativos: se houver, realizar pressão com gaze, pinçamento, ou
esmagamento ósseo

✓ Retirar os tecidos de granulação

! Doença periodontal:
São pacientes difíceis de anestesiar (pois o tecido é inflamado), depois da extração é necessário
retirar o tecido de granulação. Com a cureta, até sentir ela raspando realmente o osso.

Exames complementares
→ Coagulograma
contagem de plaquetas (quantitativa)

→ Tempo de sangramento

→ TP (tempo de protrombina), TTP (tempo de tromboplastina parcial), TTPA

- TP: testar os fatores da via extrínseca (II, V, VII e X),


- TTP: é usado para detectar fatores da via intrínseca.

→ INR: Internacional normalized ratio, principal utilizado antes das exodontias


- INR= TPp/TP
- podendo estabelecer parâmetros para nossa cirurgia
- INR abaixo de 2,5 podemos operar

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O QUE FAZER COM UM PACIENTE QUE ESTÁ SANGRANDO?

Conduta:

→ Visualização e compressão
com gaze (por 5 minutos): deve ser feita de forma objetiva

→ Anestesia
- remover suturas, coágulos antigos
- explorar e localizar
- agentes hemostáticos

(gelfoam, surgicel, hemospon)


- realizar sutura, compressão

→ Observação por 30 minutos

→ Exames laboratoriais + avaliação médica

Algoritmo
Em casos de Hemorragia secundária:

Primeira situação:
1. Visualização e compressão por 5min → observação por 30 minutos

Se não cessar, segunda situação:


2. Anestesia→ exploração do alvéolo → remoção de coágulos antigos → compressão →
ligadura ou eletrocauterização → se cessar, sutura → observação por 30 minutos→
exames laboratoriais (hemograma e coagulograma) → hematologista

Terceiro caso: Se não cessar: agentes hemostáticos no interior do alvéolo (surgicel, hemospon) →
observação por 30 minutos → sutura →, exames laboratoriais, avaliação médica

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Considerações finais

- Deve-se fazer um exame bem realizado, com uma adequada anamnese


- Avaliação médica
- Atendimento sistematizado
- Conhecimento de causas e consequências da hemorragia

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DIAGNÓSTICO, DISSEMINAÇÃO E TRATAMENTO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

CONCEITO
As infecções odontogênicas são causadas geralmente por bactérias que já fazem parte da flora oral
normal, ou seja, são bactérias que, em condições normais, habitam as superfícies mucosas da
cavidade bucal, o sulco gengival e a placa bacteriana, o elemento dentário.

PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

- Periapical
- Periodontal
- Pós exodôntica
- Traumática.

SEVERIDADE DA INFECÇÃO

É importante analisar a severidade da infecção para ver se esta tem maior ou menor risco pro
paciente, a partir de pontos como:

- Comprometimento das vias aéreas (principal causa de morte; normalmente há trismos


-paciente não abre a boca-)

- Localização anatômica

- Taxa de progressão (velocidade com que ocorre o processo infeccioso)

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- De baixo risco: não ameaçam a via aérea e estruturas vitais (espaço canino, bucal, submandibular,
submentual e sublingual)

- De risco moderado: uma vez infectado, há uma dificuldade de acesso a via aérea devido ao
edema

- De alta severidade: risco do edema obstruir diretamente, desviar as vias aéreas ou ameaçar
estruturas vitais

LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA

→ Espessura da cortical óssea


(as infecções tendem a progredir para cortical mais fina, ou seja, ir para locais de mais tecido
esponjoso, em geral rompem a cortical vestibular)

→ Relação dos ápices com a inserções musculares


quando o processo infeccioso perfurar a cortical óssea
● Acima da inserção muscular: infecção ganha espaço e pode invadir o espaço fascial,
causando o rompimento da pele

● Se for abaixo → formação de fístula cutânea

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ESPAÇOS FASCIAIS
-primários-
- Canino
- Bucal
- Submentual
- Sublingual
- Submandibular

CBSSS (Macete para lembrar)

ESPAÇOS MASTIGATÓRIOS
-secundários -

- Temporal superficial
- Temporal profundo
- Infratemporal
- Pterigo-mandibular
- Massetérico

TTIPM (Macete)

ESPAÇO CANINO
● Situa-se entre as fáscias do músculo elevador do ângulo da boca e elevador do lábio
superior
● Tumefação na face causando apagamento do sulco naso-labial

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ESPAÇO BUCAL
● Situa-se entre a fáscia do músculo bucal e a pele suprajacente
● Envolvido pela infecção de pré-molares e molares superiores e molares inferiores
● Causa tumefação abaixo do arco zigomático e acima da base da mandíbula

ESPAÇO submandibular

● Situa-se entre a fáscia do músculo milo-hióideo e a pele suprajacente


● Posteriormente comunica-se com os espaços secundários dos maxilares e anteriormente
com o espaço submentual
● Envolvido na infecção dos 2 e 3 molares mandibulares (inferiores)
● Causa tumefação que se estende da base da mandíbula em direção medial até o músculo
digástrico e posteriormente até o osso hióide

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ESPAÇO submentual
● Estende-se do limite anterior do espaço submandibular até a linha mediana, limitado
entre o músculo milo-hióideo e pele suprajacente

● Envolvido na infecção dos incisivos e caninos inferiores

● Ocorre tumefação na área central da região submandibular

ESPAÇO sublinguAL

● Situa-se entre a mucosa do assoalho bucal e o músculo milo-hióideo


● Envolvido nas infecções dos pré-molares e 1 molar inferior
● Perfura a cortical lingual acima da inserção do m. milo hióideo
● umefação intensa no assoalho da boca com elevação da língua

OBS: o paciente tem dificuldade de fonação e respiração!

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MAXILA
As infecções podem perfurar o osso por vestibular acima da inserção muscular:

● Músculo elevador do ângulo da boca: causa infecção do espaço fascial canino


● Músculo bucal: causa infecção do espaço fascial bucal

Quando perfuram abaixo da inserção muscular: fístula/abscesso vestibular

MANDÍBULA
As infecções perfuram o osso pelo lado:

→ Vestibular
- acima: inserção do músculo bucal - abscesso vestibular
- abaixo: inserção do músculo bucal - infecção do espaço facial bucal

→ Lingual
- acima: inserção do músculo milo-hióideo - infecção do espaço sublingual

- abaixo: inserção do músculo milo-hióideo: infecção dos espaços submandibulares

TAXA DE PROGRESSÃO

INOCULAÇÃO → CELULITE → ABCESSO

CELULITE
- Agudo
- Dor intensa e generalizada
- Grande volume
- Limites difusos
- Não apresenta pus
- Endurecida
- Potencial de gravidade: alta
- Bactérias: aeróbias

ABCESSO
- Crônico
- Dor localizada

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- Pequeno volume
- Circunscrito
- Apresenta pus
- Flutuante
- Potencial de gravidade: baixa
- Bactérias: anaeróbias
- Odor fétido

COMPROMETIMENTO DO ESPAÇO AÉREO


- Principal causa de óbito de infecção odontogênica
- emergência cirúrgica
- sinal clínico: "posição de cheirar"
- pode realizar a traqueostomia em pacientes com comprometimento e obstrução total das
vias aéreas

COMPROMETIMENTO DO SISTEMA IMUNE

- Diabetes
- Hipertensão
- Terapia com esteróides
- Transplante de órgãos
- Doença renal crônica
- Quimioterapia
- Subnutrição

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AMBIENTE DE TRATAMENTO

Indicação para hospitalização:


- Febre maior que 38,3 graus C
- Desidratação
- Trismo acentuado
- Ameaça às vias aéreas
- Infecção severa
- Necessidade de anestesia geral
- Necessidade de controle hospitalar da doença sistêmica

TRATAMENTO CIRÚRGICO

- Representa o fator crucial no manejo das infecções


- Incisão e drenagem
- Instalação do dreno
- Remoção da causa
→ Exodontia (tratamento radical)
→ Endodontia (tratamento conservador)

DRENAGEM CIRÚRGICA

Intrabucal

● Anestesia, preferencialmente de bloqueio


● Pequena incisão de 1cm, parte flutuante
● Pinça hemostática, dilatando o trajeto fistuloso em direção ao dente que deu origem ao
abscesso
● Irrigação com soro
● Instala dreno e fixa nas bordas da ferida
● Extrai o dente (remoção da causa)

Extrabucal

● Anestesia por bloqueio quando possível (em volta do abscesso)


● Incisão abaixo do ponto de maior flutuação e o mais inferior possível, se necessário realizar
múltiplas incisões
● Dilatar o trajeto fistuloso para propiciar a drenagem de todas as lojas do abscesso

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● Suturar o dreno nas bordas da incisão para mantê-lo fixo
● Remover a causa do abscesso (exodontia ou endodontia)
● Remover o dreno de 48 a 72h ou manter enquanto houver secreção (dreno de Penrose)

PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICO

- Se for abscesso:
amoxicilina 500mg de 8 em 8h por 7 dias
nimesulida 100mg de 12 em 12h por 3 dias

- Se for celulite:
metronidazol 500mg de 06 em 06 horas por 07 dias

CASOS CLÍNICOS

1) Queixa principal: "Meu dente ficou doendo e rosto começou a inchar"'


Sintomatologia: disfalgia; disfonia e trismo
Paciente ASA I…..

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CIRURGIA I - Questões

1) Quais são os padrões de odontosecção?


Segue o padrão do elemento a ser removido. Pode ser vestíbulo palatino ou mésio distal, sempre com
a intenção de dividir as raízes e facilitar a remoção do dente.

2) Quais os tipos de hemorragia e as manobras temporárias e definitivas para coibir?


As hemorragias podem ser classificadas quanto ao movimento: podendo ser ​primárias ​ou
secundárias. Quanto a localização: podendo ser ​externas ​ou ​internas. Quanto à natureza, podendo
ser ​arterial ou ​capilar. Quanto a etapa operatória, podendo ser ​trans operatória ou
pós-operatória. ​E quanto ao pós-operatório, podendo ser ​imediata ​ou ​tardia (mediata)​. As
manobras temporárias podem ser a compressão e a utilização de produtos farmacêuticos. Na
compressão, coloca a porção de uma gaze sobre a superfície sangrante, sendo realizada a
compressão digital por alguns minutos. As substâncias medicamentosas utilizadas são a espuma de
fibrina, gelfoam ou o surgicel, que são os de 1ª escolha, Já no caso da cera para osso que é de 2ª
escolha.
As monobras definitivas podem ser a ligadura de vasos e a eletrocoagulação. A ligadura de vasos
coíbe as hemorragias oriundas de vasos de maior calibre em que a ponta é presa com uma pinça
hemostática e o cirurgião sutura ao redor do vaso. A eletrocoagulação é utilizada em hemorragias em
lençol e artérias de pequeno calibre.

3) Como é feita a odontosecção de molares?


MOLARES SUPERIORES: padrão mésio-distal.
MOLARES INFERIORES: padrão vestíbulo-lingual.

4) Qual a diferença da pinça hemostática para o porta agulha?


A pinça hemostática em relação ao porta agulha possui uma ponta ativa mais fina e alongada,
sendo, dessa forma, não utilizável para sutura. Além da face interna da ponta ativa da pinça em
estudo apresentar-se com ranhuras paralelas, dificultando a “pega” da agulha. Já no caso do porta
agulha tais ranhuras internas da ponta ativa são cruzadas, possibilitando, assim, uma maior
estabilidade e segurança na apreensão da agulha para sutura.

5) Cite quais são as características de um bom retalho.


Deve-se ter bordas quadradas e convergentes, lâminas afiadas e de tamanho apropriado, incisão
ampla (fácil ampliação exploratória), retalho bem irrigado, incisão nítida e sem linhas secundárias,
movimentos firmes e contínuos, base deve ser maior que a sua altura, suprimentos sanguíneos axiais.

6) Como proceder com um paciente que toma aspirina?


Necessita-se do parecer médico para suspender a medicação por no mínimo 5 a 7 dias antes do
procedimento cirúrgico. Para isso solicita-se o INR, que deve ser abaixo de 2 para que se possa
suspender o uso da medicação.
7) Quando o paciente apresenta hemorragia secundária, qual a conduta?
Deve-se visualizar o local e fazer a compressão por 5 minutos. Se a hemorragia não parar, aplica-se
anestesia, faz a exploração curetando o alvéolo, removendo coágulos antigos, examinando os tecidos
moles e duros. Depois faz a compressão, ligadura ou a eletrocoagulação. Podem ocorrer 2 situações:
I) Se a hemorragia cessar, sutura, observa-se por 30 minutos e pede-se exames laboratoriais e
encaminha ao hematologista.
II) Se a hemorragia não cessar, faz o uso de agentes hemostáticos que podem ser de 1ª ou 2ª escolha.
(1ª: Surgicel ou Gelfoam; e de 2ª: cera para osso). Depois disso, observa-se por 30 minutos, faz a sutura,
faz a solicitação de exames laboratoriais e encaminha para o hematologista.

8) Cite e descreva as causas da hemorragia.


- Falha na técnica cirúrgica (laceração do feixe alveolar inferior, ruptura de pequenos vasos,
sutura inadequada, etc.)
- Alterações sistêmicas ( anamnese: hemorragia prévia, hipertensão, hepatopatias
coagulativas).
- Uso de drogas (Álcool, aspirina, anticoagulante, antibióticos, anticancerígenos).

9) Diferencie hematoma de equimose.


HEMATOMA: coleção de sangue dentro de uma cavidade neoformada, normalmente se infecta e,
portanto, quando pequeno o tratamento consiste em antibióticos e quando grande, drenagem.
EQUIMOSE: é um extravasamento sanguíneo que ocorre no trans-operatório, por meio da difusão nos
tecidos. Não possui tratamento, pois tende a regredir num intervalo de 48 horas.

10)Cite os limites anatômicos dos espaços fasciais primários da maxila e mandíbula.


- ESPAÇO FASCIAL CANINO: situado entre as fáscias do Músculo elevador do ângulo da boca e
do Músculo elevador do lábio superior. Sua tumefação na face causa o apagamento do sulco
labiogeniano.
- ESPAÇO FASCIAL BUCAL: situado entre a fáscia do M. bucal (bucinador) e a pele suprajacente
(lateralmente). Causa tumefação abaixo do arco zigomático e acima da base da mandíbula, e
da comissura labial à borda anterior do masseter.
- ESPAÇO SUBMENTONIANO: situado entre os ventres anteriores do M. digástrico e entre os
Mm. milo hióideos e a pele suprajacente. Ocorre tumefação na área central da musculatura
submentoniana.
- ESPAÇO FASCIAL SUBLINGUAL: situado entre a mucosa do assoalho bucal e o M. milo
hióideo.
- ESPAÇO SUBMANDIBULAR: situado entre o M. milo hióideo e a camada superficial
suprajacente da fáscia cervical profunda.

11) Explique a diferença de abscesso e de celulite.


O abscesso tem uma duração crônica, dor localizada, um volume pequeno, localização circunscrita,
tem presença de pus, é flutuante à palpação, tem baixo potencial de gravidade e ocorre devido a
bactérias anaeróbias.
A celulite é de uma duração aguda, dor intensa e difusa, volume grande, localização com limites
difusos, não tem presença de pus, é endurecido à palpação, tem alto potencial de gravidade e ocorre
devido a bactérias aeróbias.

12) Cite os espaços faciais envolvidos na Angina de Ludwig que caracterizam essa patologia.
Submandibular, sublingual e submentoniano.

13) Explique o passo a passo do tratamento da angina de Ludwig.


Deve-se primeiro internar o paciente em ambiente hospitalar. Após isso é necessário desobstruir as
vias aéreas do paciente, usando se for necessário uma traqueostomia. Inicia-se uma
antibioticoterapia com Penicilina G + Metronidazol a fim de minimizar a sintomatologia e estado do
paciente. Uma vez que o mesmo se encontra em grande estado de dor, febre, calor, rubor, edema que
permeia a região cervical e submandibular, dificuldade de respirar, trismo, etc. Faz, então, o
procedimento de drenagem co mais de 1 incisão de 1 cm que deve ser escolhida para se localizar nas
regiões mais inferiores e flutuantes possíveis da lesão. Após a drenagem lava toda a cavidade (loja do
espaço fascial atingido) e coloca-se um dreno, suturando nas pontas da incisão por motivos de maior
estabilidade. Fixação do mesmo, para remover, dessa maneira, o exsudato purulento que possa ainda
existir. Por fim, retira-se o dreno e acompanha o paciente por um determinado período de tempo.

14) Cite as possíveis etiologias das infecções odontogênicas.


Traumática (Fratura), pós exodontia, bolsa periodontal e necrose pulpar.

15) Cite as indicações para uma exodontia.


Cáries graves, necrose pulpar, periodontite severa, dentes fraturados, dentes com desoclusão ou mal
posicionados, razões ortodônticas, razões pré-protéticas, dentes associados a lesões patológicas,
dentes impactados, supra numerários, terapia pré-radiação, motivos econômicos e dentes envolvidos
com fraturas ósseas.

16) Quais os tipos de anestesia infiltrativa e porque não usar quando se quer realizar uma cirurgia em
molares?
Os tipos de anestesia terminais infiltrativas são:
SUPRAPERIOSTAL, SUBPERIOSTAL, SUBMUCOSA, CIRCULAR, INTRALIGAMENTAR, INTRA-SEPTAL e
INTRA-PULPAR.
Não se utiliza em molares devido a cortical óssea desses elementos que é bastante espesso e
compactada, além do canal mandibular, fazendo que não permita uma difusão ideal do anestésico.

17) Durante uma anestesia regional para mandíbula do tipo pterigo-mandibular necessitamos de
uma complementação por vestibular?Explique.
Sim, pois nessa técnica é preciso atingir o nervo bucal, o qual divide-se em 2 ramos: 1 ramo cutâneo ou
externo que sensibiliza a pele da bochecha, comissura labial e a parte de fora dos lábios; e o outro
ramo mucoso, que sensibiliza a mucosa geniana, capa glandular subjacente e gengiva vestibular dos
molares inferiores. Portanto, tal nervo que recebe a denominação de longo bucal na clínica deve ser
atingido com essa complementação vestibular.

18) Cite acidentes e complicações de anestesia local em Odontologia.


Quebra de agulha, dor, trismo, hematoma, edema, paralisia facial, lesão dos tecidos moles, parestesia,
injeção intramuscular, mordedura mucosa, enfisema, transtornos oculares, lipotimia, toxicidade,
dentre outros.

19) Como se classificam as técnicas anestésicas?


Se classificam em 2 tipos:
I) ​Por bloqueio: o agente anestésico age sobre o tronco ou ramo nervoso, bloqueando os estímulos de
determinada região ou área.
II) ​Por terminal: a solução anestésica atua nos terminais nervosos.

20) Descreva a anestesia infra-orbital pela técnica intra-bucal.


Pede-se para o paciente olhar para frente com a boca semi aberta, lábio e bochecha relaxados.
Traça-se 1 linha imaginária reta do centro da pupila até o longo eixo do 2º PMS.
O forame infraorbital está localizado nesta linha imaginária, aproximadamente 5mm abaixo do
rebordo infra orbital que é marcado por uma depressão acentuada.
O cirurgião dentista deve manter a polpa do dedo indicador sobre o forame infra orbital com o
polegar da mesma mão afasta-se o lábio superior e insere-se a agulha seguindo a linha imaginária de
4 a 5 mm para fora do arco alveolar.
A presença da agulha será sentida pela polpa do dedo indicador mantido sobre o forame.
Aprofunda-se 1 mm e deposita 1 ml do conteúdo anestésico ( ½ tubete. )

21) Descreva como será realizado...anquilosado.


1º) ​Preparação do campo cirúrgico ( mesa, instrumentais, paramentação adequada)
2º) A​ ntissepsia do paciente extra e intra oral.
3º) ​Posicionamento adequado (paciente e cirurgião).
4º) ​Utilizar o afastador de minessota para melhor visualização e acesso.
5º) ​ Realização da anestesia ( elemento 33 - bloqueio do nervo alveolar inferior)
6º) ​ Assegurar-se que a anestesia foi um sucesso.
- DENTE ANQUILOSADO POR VIA NÃO ALVEOLAR:
1) Incisão do tecido com bisturi para evidenciar e visualizar o alvéolo (o retalho deve apresentar sua base
maior que a margem livre para manter um suprimento sanguíneo adequado);
2) Deslocamento mucoperiósteo do tipo Molt nº 9 (Para maior visibilidade)
3) Arrebater o retalho para visualização do alvéolo ( afastador);
4) Realização da alveolectomia parcial;
5) Realizar a odontosecção com caneta de alta rotação a fim de que diminua a resistência óssea a
exodontia. (MI: vestíbulo-lingual; MS: mésio-distal);
6) Luxa o dente com alavanca reta (inserir alavanca no espaço interdental, o cabo funciona como um
eixo e a ponta da alavanca atua elevando a raiz para fora do alvéolo);
7) Fórceps 69: Expansão óssea e ruptura do ligamento periodontal;
8) Remoção do dente do alvéolo (força de tração controlada);
9) Curetagem;
10) Manobra de Champret ( comprimir as corticais expandidas para voltar a configuração inicial);
11) Verificar a presença de espículas ósseas (quando presentes fazer a remoção com “lima para osso”);
12) Limpeza do alvéolo;
13) Sutura.

22) Descreva a técnica anestésica BNAI (Bloqueio Nervo Inferior) direta.


- Observar os pontos de reparo;
- Agulha inserida na altura do PM;
- Agulha deve ser inserida na depressão da mucosa com a prega do ligamento;
- Aprofunda até a resistência;
- Recue alguns mm;
- Injete o conteúdo;
- 1 cm acima da oclusal.

23) Qual o tratamento para uma fratura de mandíbula com deslocamento e sem deslocamento?
SEM DESLOCAMENTO: bloqueio maxilomandibular com arco de Ed. e elásticos ortodônticos.
COM DESLOCAMENTO: redução aberta (placas).

24) Cite e descreva as manobras cirúrgicas fundamentais para exodontia do 46 com


hipercementose.
1. Antissepsia
2. Aposição dos campos
3. Anestesia dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal.
4. Incisão intrasulcular (Diérese - incisão)
5. Descolamento mucoperiostal (Diérese - divulsão)
6. Osteotomias e odontosecção (Alveolectomia parcial com broca + caneta de alta - Exérese)
7. Exérese do elemento 46
8. Hemostasia
9. Síntese (sutura)
10. Limpeza com gaze.

25) Quando há uma comunicação Buco-sinusal, qual manobra utilizamos para ter certeza e qual seu
tratamento?
Manobra de Vasalva ( teste de assoar o nariz)- fecha a narina do paciente com os dedos e pede para
ele assoar o nariz, enquanto isso o CD observa a área de extração. Se houver comunicação, haverá
passagem de ar “o sangue presente na área vai borbulhar”.
Tratamento: Rotação do retalho, reembasamento com cimento cirúrgico e prescrição de antibiótico.

26) Qual protocolo clínico de exame dos alvéolos para qualquer tratamento pós-exodôntico?
Higidez das tábuas ósseas interna e externa; observar o preenchimento total do alvéolo pelo coágulo
sanguíneo; alterações dos rebordos alvolares; alteração e forma dos septos interdentários e existência
de espículas ósseas, e processo patológico.

27) A reparação da ferida alveolar depende basicamente de 2 tipos de remoção. Quais são eles?
Comente sobre cada um.
Reparação de tecido mole (gengival) e reparação de tecido duro (intraósseo).
GENGIVAL:
- composto por 3 fases:
1) Proliferação tecidual nos 7 dias após extração;
2) União da fibromucosa gengival ou oclusal da ferida (24 dias após a extração);
3) Espessamento da fibromucosa gengival (40 dias após extração).
ALVEOLAR DENTAL:
- composto por 5 fases:
1) Proliferação de células ( 7 dias);
2) Desenvolvimento de tecido conjuntivo (14 dias);
3) do tecido conjuntivo (24 dias);
4) Diferenciação óssea ou mineralização, tec. osteóide (40 dias);
5) Preenchimento do alvéolo por tecido ósseo imaturo e remodelação da crista óssea alveolar (64ª dia) -
FERIDA CONSIDERADA REPARADA.

28) Preencha os espaços de acordo com as fases fundamentais do processo de reparo alveolar.

01 DIA DEPOIS : ​Alvéolo preenchido por coágulo. Radiograficamente: região radiolúcida envolta por
lâmina dura (linha radiopaca).

07 DIAS DEPOIS: ​Substituição do coágulo por tecido de granulação. Diminuição da hiperemia e do


edema, os retalhos gengivais permanecem separados. R: igual ao 1º dia.

24 a 30 DIAS: ​Fusão epitelial e espessamento da fibromucosa. União das bordas gengivais


separadas. Não é possível observar radiopacidade intra alveolar. Lâmina dura começa a reabsorver.

40 DIAS: ​Preenchimento de ⅔ alveolares por trabéculas ósseas (osso imaturo). A mucosa


apresenta-se espessa, coloração normal e densidade também.

64 DIAS: ​Mucosa normal semelhante a circunvizinha. Há reabsorção da lâmina dura e do septo em


quase toda extensão. A radiopacidade intra alveolar e remodelação da crista óssea alveolar torna-se
evidente.

29) Causas em caso de fratura óssea durante uma extração.


DENTAL: ocorre pelo manejo incorreto do instrumental (Fórceps incorreto ou posição incorreta). Se
houver luxação do dente vizinho, imobiliza e faz endo.
MANDIBULAR: causado em pacientes idosos ou com doenças metabólicas e seu tratamento se
resume ao uso ou não de placas maxilomandibulares.
ALVEOLAR: força aplicada para expandir a cortical excede o limite de elasticidade da tábua óssea.
TUBEROSIDADE: ocorre por hipercementose, dilaceração radicular, anquilose alvéolo dentário, ou
pneumatização do seio maxilar. Tratamento: remoção do fragmento ósseo junto com a coroa e fazer
sutura oclusiva.
30) Quais as contra indicações em exodontia?
CONTRA INDICAÇÃO SISTÊMICA:
- Doenças metabólicas descompensadas;
- Leucemia e linfomas descompensados;
- Doença cardíaca descompensado;
- Hipertensão;
- Gravidez até o 3º mês de gestação;
- Discrasia sanguínea.
CONTRA INDICAÇÕES LOCAIS:
- Radioterapia, tomar maligno, pericoronarite grave (3º molar impactado), abscesso dentoalveolar
agudo.

31) Qual o tratamento pós-exodôntico do alvéolo?


Após uma correta curetagem, lavagem com soro fisiológico, remoção de espículas ósseas para deixar
a maior lisura possível, para que não haja dilaceração dos tecidos moles no momentos da sutura,
depois remoção de coágulo e por último a sutura oclusiva.

32) Descreva a montagem de uma mesa cirúrgica.


(1º - ​Antissepsia: Pinça, gaze e clorexidina a 2%)
Mesa: disposição pode ser da esquerda para direita, de baixo para cima.
- ANESTESIA: Carpule, agulha, tubete anestésico
- DIÉRESE: Bisturi montado, sindesmótomo, descolador de molt
- EXÉRESE: Alavancas ou elevadores;
e Fórceps
FÓRCEPS Incisivos e P.M. Molares 3º molar Resto
Canino (coroa radicular
baixa)

MAXILAR 1 ou 150 150 18R/L 210 65 e 69

MANDIBULAR 203 ou 151 151 17 222 16, 68

- TRATAMENTO DA CAVIDADE:
- HEMOSTASIA:
- SÍNTESE:
- Pinças auxiliares/Gaze/Algodão

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